Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 32 - Em nome do amor

Trabalhar na empresa dos Blythes era mais divertido do que Anne pensara a princípio, pois após ter passado os primeiros dias de experiência, ela quase se sentia em casa.

Renata era uma excelente companheira de trabalho, a treinara muito bem , além de ser também uma boa amiga.

Não fora fácil convencê-la de que não devia tratá-la com cerimônia só porque era esposa do Vice Presidente. Na cabeça de Anne, não havia diferença entre as duas, mas a moça enxergava a situação diferente e o temor de cometer um erro, se caso tratasse a ruivinha com informalidade demais, era o obstáculo mais difícil que Anne tivera que superar para ganhar de vez a amizade de Renata.

Não podia dizer que eram amigas íntimas, mas conseguiam ter conversas descontraídas e rir de alguma coisa engraçada juntas, o que tornava seu dia mais leve e tranquilo.

O que não podia dizer o mesmo dos outros funcionários do escritório. Obviamente, nunca lhe diriam nada ou deixariam de tratá-la com respeito, mas Anne podia sentir os olhares sobre ela, como se estivessem observando um inseto muito raro e fora do seu habitat natural, ao mesmo tempo em que ela podia ver a reprovação em seus rostos por pensarem que o lugar dela não era ali, pois estava tomando a posição de alguém que realmente precisava do trabalho, que para ela devia ser um passatempo fútil.

Quando a chamavam de Sra. Blythe, Anne não corrigia ninguém, pois podia sentir o sarcasmo no tom de voz e a ironia no olhar, o que a desconcertava e irritava imensamente.

Certamente, olhavam para sua figura franzina, cabelos ruivos, olhos azuis infantis e a tomavam por uma garota frívola, inexperiente e desprovida de inteligência.

Contudo, ela não dizia nada para mudar a imagem dela, porque não estava ali para agradar ninguém. Era quem era e não tinha vergonha de onde vinha, e ser esposa de Gilbert, um dos magnatas do petróleo não mudava sua essência e nunca mudaria.

Anne terminou uma planilha de custos no computador, esticou as pernas e alongou os braços. Fazia uma hora que estava com os olhos pregados na tela, e já sentia os efeitos de tal esforço. Estava quase se levantando para tomar uma xícara de café, quando seu celular tocou.

Ela o atendeu rapidamente ao verificar que era Diana e quando ouviu a voz da irmã, uma saudade imensa fez seus olhos marejarem. Fazia tempo que não falava com a irmã, especificamente desde que voltara para a faculdade e começara a trabalhar na empresa dos Blythes. Diana era mais que apenas sua irmã. Fora ela quem a criara depois que a mãe de ambas morreu, lhe ensinara as coisas da vida que precisava saber e a quem pedira conselhos por toda sua adolescência.

Era difícil imaginar sua vida de casada e longe da irmã. Às vezes se sentia perdida ainda, sem saber como agir ou se comportar no mundo de Gilbert Blythe. Mas ele lhe dera um presente valioso sob as estrelas, o amor que ela pensara não merecer. Gilbert lhe dera seu coração e só não ficava mais feliz, porque não sabia como as coisas ficariam com aquele contrato ainda entre eles.

-Oi, querida. Como estão as coisas por aí?- Diana perguntou do outro lado da linha.

-Está tudo bem. Comecei a estagiar na empresa do pai de Gilbert. Ele me ofereceu uma colocação,quando soube que eu estava procurando por estágio. - Anne respondeu, cruzando as pernas, enquanto seu olhar se fixava na janela do seu escritório, de onde poderia ter uma visão incrível do lado de fora.

-Que maravilha! E como está sendo a experiência?- Diana perguntou com animação.

-Está indo bem.- ela respondeu com certa reserva, voltando a ter os mesmo pensamentos de antes.

-Você não me parece muito animada.- Diana afirmou com a voz preocupada.

-É que não são todas as pessoas aqui que veem com bons olhos minha presença aqui. Elas não me tratam mal, porque sabem que sou a esposa do chefe, e acho que é só assim que me enxergam por aqui.- Anne respondeu, demonstrando seu aborrecimento na voz, enquanto desprezava as pernas e tornava a cruzá-las em outra posição.

-E por que isso deveria te importar? Você não tem que provar nada para ninguém. Dê sua resposta, mostrando a garota inteligente que você é. Vai se sair bem nesse trabalho, tenho certeza.- Diana a aconselhou.

-Eu sei. Estou dando o meu melhor, e realmente isso que te contei, não me incomoda tanto assim. Já sabia que ia ser desse jeito. - Anne comentou, afastando os fios de cabelo do rosto que se soltaram do seu rabo de cavalo improvisado.

-E como você e Gilbert estão se relacionando.- Anne mordeu o lábio inferior antes de responder, sabia que aquela pergunta viria e se preparou para respondê-la com sinceridade.

-Ele disse que me ama.

-O que? Quando foi isso?- Diana perguntou, espantada com aquela informação. Que Gilbert sentia algo por Anne, ela já sabia antes mesmo deles se casarem, mas daí a confessar o que estava em seu coração era um passo muito importante.

-Há alguns dias. Ele disse que me ama e confessei que o amo também. - Anne falou, tirando aquele peso dentro de si, pois era bom contar a Diana aquele seu segredo tão íntimo. Tinha medo para onde estava indo, pois perdera completamente o controle dos seus sentimentos, porém, lutara por muito tempo para manter seu coração intacto e longe daquele tipo de situação. Mas Gilbert deixara que o conhecesse, e a vulnerabilidade daquele homem seguro a fizera se derreter por ele.

-Querida, imagino o quanto deva ter sido difícil para você deixar Gilbert saber de seus sentimentos, mas creio que o casamento fluirá melhor agora que foram sinceros um com o outro.

-Eu tenho medo, Diana. - Anne confessou, embora se sentisse desconfortável ao fazê-lo.

-Medo do que, Anne? De amar e ser amada?- Diana perguntou, sem entender os temores da irmã.

-Você sabe tudo o que envolve esse casamento. Temos um contrato de cinco anos, Diana.- Anne a lembrou.

-Não acho que isso importe agora que se declararam. Esse casamento começou por um motivo que nós duas sabemos qual é. No entanto, creio que a situação mudou, não acha?- Diana perguntou.

-Não sei se posso contar com isso.Gilbert não tocou nesse assunto até agora, então, fico sem saber o que pensar.- Anne respondeu,apertando o telefone na mão direita.

Tinha esperado tanto que os cinco anos firmados no contrato chegassem logo, mas agora rezava para que não fosse tão rápido assim. Não fazia ideia do que Gilbert tinha em mente, contudo tentava não pensar nisso, porque seu coração se quebrava toda vez que pensava sobre isso. Ele tinha sim se declarado, mas será que o amor dele era maior do que fazer justiça pela mãe dele?

-Acho que se ele não tocou nesse assunto é porque percebeu que isso não faz mais sentido. Vocês tem um casamento de verdade agora. Não é mais uma farsa para atingir o objetivo dele de antes. Por que não vive esse amor e esquece todo o resto?- Diana a aconselhou.

-Tem razão. Acho que estou sendo neurótica à toa.- Anne concordou. Um dia falaria com Gilbert sobre isso, mas por hora, queria apenas ser feliz.

-Ótimo, querida. Agora eu queria te dizer porque estou ligando. Papai me disse para convidar você e Gilbert para virem almoçar em casa esse fim de semana, pois ele ainda não viu vocês depois que voltaram da lua de mel.

-Vamos no domingo. Estou com saudades do tempero do papai. Em casa, a comida servida é preparada pela cozinheira e confesso que ainda não me acostumei com toda aquela sofisticação. - Anne revelou. Não dissera aquilo para Gilbert, porque não quisera parecer uma simplória que não sabia apreciar as coisas boas da vida. Ele lhe apresentara um mundo novo, e sabia que devia tentar se adaptar, mas no fundo sentia, que nunca seria o tipo de garota que se sentiria parte daquele mundo no qual Gilbert nascera.

Podia usar roupas de grife, andar em carro importado e ser reconhecida por onde fosse como a esposa de um dos homens mais ricos dos Estados Unidos, mas por dentro nunca deixaria de ser a garota simples, que adorava cuidar de suas flores no jardim, sujar suas mãos de terra e em dias de chuva, sentar na varanda e ler um bom livro, admirando cada gota caindo do céu, como um espetáculo digno de ser imortalizado em um quadro.

-Então, vou pedir para que ele prepare seu prato favorito. O Gilbert tem alguma preferência?- Diana perguntou.

-Ele gosta muito de massas. Não sei como consegue manter aquele físico em dia.- Anne comentou, mas também sabia que o marido cuidava muito bem do próprio corpo. Frequentava a academia à noite, depois do trabalho e jogava tênis nos fins de semana. Ele já tentara incluí-la algumas vezes nessa rotina, mas até o momento, ela não tivera ânimo para aceitar.

-Certo. Vou dizer ao papai que vocês vem. Estou ansiosa para te ver, irmãzinha. - Diana disse.

-Eu também estou com saudades. Até amanhã. - Anne disse e ao ouvir a irmã desligar o telefone, ela fez a mesma coisa com seu celular.

Olhando para o relógio, viu que o expediente estava quase terminando e decidiu ir falar com Gilbert. O marido a avisara mais cedo, que não iria para a casa com ela, pois teria uma reunião com um cliente importante, por isso, chegaria em casa mais tarde.

Não era algo que acontecia sempre, mas ainda assim, Anne ficou chateada. Tinha se acostumado com a companhia dele e as conversas que tinham enquanto voltavam para casa, principalmente agora que tinham se declarado um para o outro.

Mas tinha que entender que apesar de Gilbert ser seu marido, ele também era um homem importante dentro daquela empresa, portanto, fatos assim aconteceriam de tempos em tempos.

Tentando superar seu desapontamento, ela encerrou o trabalho que estivera fazendo até ali, desligou o computador e caminhou até o escritório do marido.

Naquele momento, Gilbert estava checando os últimos itens para a reunião e fazendo anotações em sua agenda de compromissos.

Estava cansado, e seu maior desejo era ir para casa e passar o resto do dia abraçado com Anne.

Ela vinha sendo sua força e sua única fonte de felicidade, pois desde o dia em que Gilbert a ouvira dizer que o amava, após ter se declarado também, ele não conseguia parar de sorrir.

Mas ao mesmo tempo, havia sobre sua cabeça uma nuvem bastante negra, que enchia seus pensamentos de apreensão, quando se perguntava se ela continuaria a amá-lo quando descobrisse o que ele fizera. Moody tinham razão. Não tinha como ele escapar dessa situação, sem se arriscar a perder tudo que tinha conquistado.

Afastando aquele pensamento desagradável, Gilbert tentou se concentrar no tema da reunião, repassando mentalmente todos os itens sobre os quais queria abordar, mas foi interrompido por uma batida inesperada na porta.

-Pode entrar.- ele disse com a testa franzida, que ficou ainda mais marcada quando ele viu Josie parada na porta, o olhando com um sorriso malicioso.

-Posso ajudar em alguma coisa, Josie?- ele perguntou, sem entender o que sua cunhada estava fazendo ali, pois além do fato de ela ser irmã de Anne, eles não tinham nenhum outro tipo de ligação para justificar a presença dela ali.

Ao invés de a garota responder, ela caminhou até ele, encarando-o com o mesmo sorriso com o qual chegara, observando-o em silêncio e atentamente. Quando chegou perto da mesa dele, Josie se inclinou sobre ela e disse:

-Boa tarde, cunhadinho. Percebo que está bastante ocupado. - o olhar sobre ele e a forma como parecia insinuante demais, acendeu uma sinal de alerta, que fez Gilbert responder:

-Sim, mas se me disser o que quer, podemos resolver seu problema rapidamente. - Josie lhe lançou outro sorriso malicioso, levou o indicador à boca, mordendo-o de leve como se estivesse analisando a pergunta e em seguida disse:

-Se conseguir adivinhar o que vim fazer aqui, ganhará um bônus de presente.

A provocação era clara, mas Gilbert não era tolo para cair naquela armadilha. Não era de hoje que Josie se jogava para cima dele com indiretas e atitudes ousadas.

Ela era uma garota bonita, mas não tinha nem o brilho e nem o coração maravilhoso de Anne, por isso, qualquer tentativa dela em enfeitiçá-lo seria perda de tempo, principalmente porque amava sua esposa loucamente.

-Não estou interessado em seus joguinhos, Josie. Como vê, estou ocupado e tenho uma reunião daqui há vinte minutos.- Gilbert disse, consultando o relógio.- Se tem algo a me falar, peço que por favor, seja direta, porque não tenho tempo a perder.

-Certo. Vim até aqui, porque meu pai me pediu. Ele está convidando você e a Anne para almoçar conosco no próximo fim de semana. Acha que poderá ir?- ela perguntou,aproximando mais o rosto do rapaz que não podia se afastar, por conta da limitação imposta pela mesa onde estava sentado.

-E por que você não está falando com Anne também? Se fomos convidados para ir, ela precisa ouvir de sua boca o que acabou de dizer.- Gilbert questionou, reprimindo sua vontade de ser mal-educado com a irmã de sua esposa.

-Ah, você pode contar para ela.- Josie respondeu, depois focou o olhar nos lábios do rapaz e continuou. - Ainda não acredito que preferiu se casar com aquela desinteressante ao invés de se casar comigo. Poderíamos nos divertir tanto juntos.

-Se conhecesse sua irmã melhor, saberia que desinteressante é a última coisa que Anne seria. Ela é linda, dona de uma inteligência que me assombra todos os dias, é carinhosa, amorosa e incrivelmente maravilhosa. Teria muitos mais adjetivos para acrescentar, mas ainda assim, acho que faltariam palavras para descrever como vejo Anne de verdade.- Gilbert disse emocionado, pois sua esposa era a mulher pela qual sempre procurara, e era por isso que tinha tanto pavor em perdê-la.

-Está apaixonadinho, Sr. Blythe? - Josie deu uma gargalhada sem humor.- Bem se vê que não tem gosto refinado para mulher. Eu teria sido uma esposa muito melhor do que aquela ruivinha tem sido, eu te garanto.

-Engana-se, Josie. Teria sido um erro me casar com você. Anne é a mulher que eu quero, porque a amo e estou muito feliz de ter tomado a decisão certa, o que não teria acontecido, se tivesse escolhido você. - Gilbert respondeu, vendo o rosto da garota se fechar em uma máscara de ódio. Ela ia responder, mas foi interrompida por Anne que entrou na sala e tinha ouvido metade da conversa entre Josie e o marido antes de pisar ali dentro.

Não sabia bem o que pensar de tudo o que seu marido havia dito, mas sentia seu coração emocionado pelo que ele dissera. Tinha apenas medo de decepcioná-lo de alguma forma, e Gilbert já tinha se decepcionado demais na vida para que ela também o fizesse passar por isso.

-Olá, Josie. Qual é o motivo de sua tão agradável visita? - Anne teve a frieza de dizer, pois no fundo, estava zangada com a audácia da irmã de vir até o escritório do seu marido, apenas para tentar seduzi-lo com seu charme barato.

-Olá, irmãzinha. Estava repassando o convite do papai para convidá-los a almoçar em nossa casa nesse fim de semana. - Josie respondeu, com uma calma surpreendente, mas por dentro fervia de ódio. Gilbert tinha tocado em um ponto que a machucava, principalmente, porque fora trocada por alguém tão inferior. Anne podia ser inteligente, mas ela era muito mais e se Gilbert preferia aquela ruivinha sem graça, que ficasse com ela. Mas não deixaria que Anne fosse feliz com ele, pois se ela não conseguisse o que desejava, Anne também não conseguiria.

-Eu já sei. Diana me ligou, me avisando. Não tinha necessidade nenhuma de vir até aqui. - Anne respondeu, encarando Josie com seriedade e de certa forma, pesar.

Nunca foram irmãs de verdade. Desde muito pequena, Anne soubera que Josie sempre a desprezara. Sua mania de grandeza não conseguia deixá-la perceber o que era realmente importante. O sentido de família nunca fora para Josie o mesmo que representava para Anne, e justamente por isso, tinham o mesmo sangue, mas não a mesma conexão.

-Ótimo. Então, vou voltar para casa. Esperamos por vocês lá. - Josie disse, saindo rapidamente do escritório, pois não suportava respirar o mesmo ar que Anne.

-Desculpe, não queria entrar no seu escritório sem bater, mas ouvi o que ela disse e não consegui me segurar.- ela disse, enquanto Gilbert estendia a mão e a puxava para seu colo.

-Então, deve ter ouvido o que eu disse também. - Gilbert falou, a olhando cheio de ternura.

-Ouvi sim. Pensa mesmo tudo isso de mim?- ela perguntou, sem acreditar ainda em tudo o que tinha ouvido.

-Sim, tudo o que disse é verdade. Você é tudo para mim, Anne. Te amo com todo o meu coração, pois enxergo quem você é. - Gilbert respondeu, puxando o elástico dos cabelos dela e deixando-os cair livres pelos ombros dela, do jeito que ele gostava.

-Mas, não sou tão perfeita como me descreveu. Eu tenho milhares de defeitos, sou insuportável às vezes, mandona, tenho gênio forte e não sou nem um pouco dócil.- ela disse, olhando para o marido que apenas sorria.

-Amo cada um desses detalhes em você. O que considera um defeito eu vejo uma qualidade irresistível.- Gilbert disse, aproximando o rosto do dela e capturando os lábios femininos tão cobiçados.

Anne o envolveu pelo pescoço e se deixou levar pelo beijo, porque sempre se perdia naquela boca quando estava sobre a sua. Agora que sabia que Gilbert a amava, ela não conseguia mais esconder os seus sentimentos também.

Os lábios dele eram bastante sedutores, tanto, que Anne sequer protestou quando ele a sentou na mesa e se posicionou no meio das suas pernas. Foi só quando o rapaz abriu dois botões de sua blusa e insinuou as mãos por dentro dela, enquanto seus lábios continuavam a intoxicar Anne com todo o seu ardor, que ela o afastou e disse:

-Gil, alguém pode entrar e nos ver assim.

-Ninguém entra no meu escritório sem ser anunciado. - ele respondeu, descendo os lábios pelo pescoço dela, fazendo Anne quase perder o bom senso.

-Querido, não me sinto confortável em ficar assim com você aqui.- Anne disse ofegante, quando o sentiu tocar seus seios sobre o tecido fino do sutiã.

-Estou com saudades, meu amor. Adoro o seu gosto.- Gilbert murmurou, sem vontade de parar o que estavam fazendo. Anne o deixava maluco com aquela combinação de sensualidade e inocência, que era impossível para ele resistir.

-Gil, por que não esperamos até chegar em casa?- Anne tentou mais uma vez, sentindo suas forças indo embora. Se ele insistisse, iriam acabar fazendo amor em cima da mesa de trabalho dele e por mais excitante que fosse essa ideia, era completamente errado e indecente.

-Porque preciso de você agora.- ele disse, prestes a tirar a blusa dela, mas uma batida na porta interrompeu os dois, fazendo Gilbert enterrar o rosto no ombro de Anne e respirar profundamente.

-Acho melhor atender, Gil.- Anne disse, abotoando a blusa e descendo da mesa com a ajuda do marido.

O rapaz assentiu e abriu a porta, encarando sua secretária que lhe disse:

-Seu cliente chegou, Sr. Blythe.

-Pode pedir para que ele entre, por favor.- Gilbert falou, depois se virou para Anne e disse:- Me espera em casa, prometo que vou tentar não demorar aqui.

-Não se preocupe. - Anne disse, deixando um beijo nos lábios do rapaz, saindo do escritório e tentando ignorar o sorriso sugestivo que a secretaria de Gilbert lhe lançou.

Duas horas depois, ela estava em casa, ansiosa pela chegada de Gilbert. O apartamento ficava estranhamente vazio sem ele. Fora tão fácil se acostumar com aquela rotina, que tinha medo que tudo pudesse mudar de uma hora para outra.

Seus pensamentos foram interrompidos, quando o rapaz chegou em casa exausto, mas com um dos seus sortidos maus maravilhosos.

-Oi, meu amor. Imagino que deva estar cansado, por isso, deixei seu jantar no micro-ondas. Está com fome?- ela perguntou, se arrepiando com o olhar que ele lhe lançou antes se responder:

-Sim, estou com muita fome.

E antes que se desse conta, estava nos braços do rapaz, que com cuidado a pegou no colo e a levou para o quarto, sabendo exatamente como seria aquela noite com ele.

O domingo amanheceu ensolarado, apesar do clima frio de inverno que dava o ar de sua graça todos os dias. Anne e Gilbert se levantaram cedo, tomaram seu café da manhã, e logo estavam indo em direção a casa da família da ruivinha.

Ela estava feliz por rever Walter, Ruby e Diana. Se sentia culpada por ter deixado-os em segundo plano, enquanto sua vida tentava encontrar um rumo naquelas últimas semanas, em meio a tantos acontecimentos novos e conflituosos.

Ficar ao lado de Gilbert naqueles dias, apoiando-o em todo o processo doloroso com sua avó, os problemas com seu pai, de certa forma, a fizeram amadurecer.

Ela chegara no apartamento de seu marido como uma garota assustada e rebelde, e pouco a pouco foi se transformando. Se sentia mais mulher agora, segura de si e confiante em suas capacidades, Essa mudança acontecera, porque Gilbert a ajudara a conseguir isso, com sua paciência, sua forma carinhosa de tratá-la e seu amor.

Não guardava mais seus tormentos para si, estava aprendendo a compartilhar seus pensamentos, mesmo que às vezes não conseguisse expressá-los como desejava. Não era um processo fácil, mas o segredo estava na confiança e confiar em Gilbert não era tão complexo agora, pois o rapaz lhe provara que era alguém com quem podia contar em qualquer problema e aflição.

-Por que está sorrindo?- Gilbert perguntou, encantado com a luz que enxergava no rosto dela naquela manhã.

-Estava pensando em você.- ela confessou, sorrindo ainda mais.

-Coisas boas, espero.- o rapaz disse com humor.

-Sim, por que disse isso?

-Porque antigamente, você costumava ter planos mirabolantes para me fazer sofrer. Não gostava de mim de jeito nenhum.- Gilbert disse rindo.

-Isso foi antes de conhecer suas verdadeiras razões para fazer o que fez. Sabe que não é mais assim. - Anne respondeu, acariciando o maxilar perfeito do rapaz.

-Sei sim. - Gilbert disse, sem falar mais nada por alguns segundos, porque sabia que sua alegria poderia terminar, no instante que contasse para Anne como conseguira forçar o pai dela a aceitar seus termos pela dívida. Por isso, queria aproveitar cada segundo com ela, pois sua felicidade não duraria para sempre.

Se fosse sensato, já teria revelado tudo à ela e implorando de joelhos pelo seu perdão, mas era egoísta demais e não aceitava que Anne fosse embora de sua vida, pois não teria mais motivo para sorrir.

Para descontrair o ambiente e tirar os pensamentos incômodos de sua mente, Gilbert falou em tom divertido.

-Eu sabia que a conquistaria com meu charme.

-Acho que fui eu quem conquistou você com meus cabelos ruivos.- Anne disse, entrando na brincadeira do marido.

-Tem razão, esposinha. Você sabe que sou louco por você. - O rapaz respondeu, fazendo com que Anne engolisse em seco, ao cruzar o seu olhar com o dele pelo retrovisor.

Era sempre tão intenso esse sentimento entre eles, a atração e o desejo pareciam falar a mesma língua e Anne se sentia cada vez mais presa naquele emaranhado de emoções, que acabava por explodir entre eles sem nenhum aviso.

Foi uma sorte que estivessem chegando na casa de sua família, ou com certeza, Gilbert pararia aquele carro em qualquer lugar e o que aconteceria entre eles, apenas sua mente prodigiosa poderia imaginar.

Assim que Gilbert estacionou o carro, Anne saiu dele e não pôde caminhar muitos passos, porque o rapaz a enlaçou pela cintura, o que a fez sorrir, porque entendeu que assim como ela, seu marido precisava de o mínimo de contato naquele momento.

-Sejam bem-vindos.- Walter disse, sendo o primeiro a vir cumprimentá-los. Diana foi a segunda, a abraçando e a Gilbert de uma só vez. Em seguida foi Ruby, que deixou um beijo em sua bochecha e na do cunhado, e por último foi Josie, que apenas os cumprimentou com um menear de cabeça.

-Vamos entrar. Quero saber da viagem e de como está a vida de vocês. Faz tempo que não conversamos, minha pequena.- Walter disse, acariciando o queixo de Anne.

Ele tinha um bom relacionamento com as filhas, exceto com Josie, pois ela só era agradável com alguém daquela casa quando queria ter alguma vantagem. Walter aprendeu com o tempo, que sua segunda filha mais velha nunca seria amorosa como as outras três. Ela o culpava por tudo de ruim que acontecera com sua família nos últimos anos e ele sabia, que seu vício fora sim responsável por boa parte do caos, inclusive o casamento de Anne. Mas outras coisas ruins que aconteceram, foram além da sua vontade e não podia ser responsabilizado por todos os males do mundo.

Anne e Gilbert foram conduzidos até a mesa onde o almoço seria servido e como de costume, havia uma variedade de pratos que Anne considerava um exagero. Seu pai adorava cozinhar, principalmente se tivesse visitas em casa e com um genro tão importante, ele se achava na obrigação de ser no mínimo sofisticado.

Walter não fazia ideia de quão pouca importância Gilbert dava a isso. Vivendo com Cora, ele aprendeu a ser simples e a gostar de comidas caseiras, mais do que gostava dos pratos gourmet que eram servidos em seu apartamento e nas festas que frequentava.

Era lógico que também gostava de pratos elaborados, comida de outros países e sobremesas refinadas. Mas não via necessidade, que o pai de Anne se preocupasse com isso, pois o que apreciava ali era a sensação de estar em um ambiente familiar, o que nunca experimentara a vida toda a não ser ali, com pessoas simples e de coração nobre.

Enquanto conversavam, falando da viagem de lua de mel e do trabalho de Anne na empresa, Walter também se animou em falar sobre seu pequeno negócio e seu dia a dia, sua diversão no fim de semana que felizmente não tinha mais nada a ver com jogo, e que se resumia a pescaria com amigos.

Nesse ponto da conversa, Anne viu uma abertura para perguntar sobre o que mais lhe interessava:

-E as reuniões de autoajuda, papai? Anda frequentando direitinho?

-Claro, meu amor. Frequento todas as quartas feiras depois do expediente. Consegui enxergar que realmente tenho uma doença que precisa ser levada a sério e tratada com rigor. - ele respondeu, fazendo Anne lhe sorrir, segurar em sua mão e dizer:

-Estou orgulhosa de você, papai.

-E eu de você, minha garotinha.- Walter disse, apertando a mão de Anne na sua, no que foi grosseiramente interrompido por Josie que falou irritada:

-Ah, por favor. Vão ficar nessa conversa ridícula na mesa do almoço? Papai, Gilbert não está interessado em seus problemas pessoais, principalmente, porque o senhor deve muito dinheiro para ele por causa desse vício. E você, irmãzinha? Acha que convence com toda essa doçura ensaiada? Não sei como seu marido te aguenta, pois nós duas sabemos que é mais parecida com um porco espinho na intimidade, do que com um cavalo puro sangue e sofisticado.

Anne ia responder, mas percebeu a tempo o ódio brilhando nos olhos da irmã e a provocação proposital para que ela perdesse a cabeça, mostrando a Gilbert que ela estava certa no que acabara de dizer.

Controlando sua ira, Anne permaneceu quieta, enquanto Diana mudava de assunto, tentando recuperar a harmonia destruída por Josie. Ela comeu devagar, brincando algumas vezes com a comida, fingindo estar animada, respondendo as perguntas que Ruby e Walter lhe faziam incessantemente, ao mesmo tempo em que Gilbert lhe lançava olhares preocupados, pois sabia que ela não estava bem.

Quando terminaram a refeição, Anne perguntou:

-Querem que eu ajude com a louça?

-De jeito nenhum, querida. Vai dar uma volta no jardim, enquanto eu e Ruby ajeitamos tudo por aqui.- Diana respondeu.

-Ah, claro. A princesinha do papai não pode estragar suas mãozinhas de madame.- Josie disse com sarcasmo, ajudando as irmãs a tirarem a mesa.

-Já chega, Josie. Você não cansa de ser desagradável?- Diana disse, farta das indiretas de sua irmã.

-Eu estou apenas brincando. Não tenho culpa, se aqui ninguém tem senso de humor.- Josie disse, com um sorriso cínico no rosto.

-Não liga, filha. Vou preparar um café fresquinho para nós e depois podemos conversar mais um pouco. - Walter disse sem jeito e para aliviar a tensão do pai, Anne respondeu.

-Está tudo bem, papai. Vou dar uma olhada no jardim da mamãe, e depois volto para tomar o seu café maravilhoso. - Anne disse, deixando um beijo na bochecha do pai e saindo para fora da casa, enquanto Gilbert a seguia em silêncio.

Ele lançou um olhar para o rosto da ruivinha e percebeu que ela segurava o choro. Odiava vê-la naquela situação por causa de sua irmã invejosa. Gilbert pensara em intervir, quando Josie atirara seu veneno sobre Anne, porém, compreendeu a tempo que se o fizesse, estaria interferindo em um problema familiar que poderia piorar ainda mais as coisas.

O que era para ter sido um reencontro feliz, acabou se tornando uma situação desagradável que magoara sua esposa, e tornara o clima na casa insuportável. Como sua avó dizia, uma erva daninha no meio de flores saudáveis, poderia ser mais venenosa que o próprio veneno em si.

Eles pararam em frente ao roseiral preferido de Anne. As rosas vermelhas se destacavam entre as outras flores, enquanto o olhar de Anne vagava por todos os lugares do jardim, percebendo que estava sendo bem cuidado pelo pai na sua ausência.

Uma lágrimas escorreu por sua bochecha, e logo outras vieram fazer companhia à primeira, e quando Gilbert percebeu que Anne estava enxugando-as com o dorso das mãos discretamente para que ele não visse que ela estava chorando, o rapaz a puxou para seus braços e disse:

-Eu estou aqui.

E sem aguentar mais a pressão em seu peito, Anne falou soluçando:

-Por que Josie me odeia tanto?

-Porque ela inveja a luz que você tem. Josie não suporta ver que seu coração é lindo, Anne. Que acolhe quem precisa e que oferece sua ajuda sem julgar. Foi assim comigo. Você consegue enxergar o que vai além das aparências e isso é raro nas pessoas.- Gilbert respondeu, a abraçando apertado. Se pudesse, a pouparia de toda a dor e sofrimento que pudessem magoá-la, mas tudo o que podia oferecer era seu apoio incondicional.

-Eu não sou perfeita, cometo erros como todo mundo. Apenas sei admitir quando estou errada e tento entender as razões da outra pessoa. Todo mundo merece uma segunda chance.- Anne disse ainda chorando.

-Você é especial, Anne. O dia que se enxergar assim, vai entender porque Josie te trata tão mal. Ela nunca vai poder ter o que você tem. E não estou falando de coisas materiais. Você é incrível, atrai qualquer pessoa que te conhece mais a fundo e isso me causa um ciúme doentio, pois eu queria ter você só para mim.- Gilbert confessou um de seus pequenos segredos, mesmo que isso soasse aos seus ouvidos soasse ridículo demais.

-Eu sou sua. Não precisa ter ciúmes de ninguém. - Anne disse, encarando o marido com surpresa no olhar.

-Eu sei que sim, mas sempre vai ter uma parte sua que não vai me pertencer totalmente, e é isso que me enlouquece, porque ter você completamente é a minha obsessão. - Gilbert respondeu, puxando o rosto dela em sua direção e quando a beijou, Anne se esqueceu da mágoa que estava sentindo no mesmo instante.

Gilbert tinha o poder de curar seu coração com apenas poucas palavras, e quando estavam assim juntos, nada podia atingi-la, pois sentia que o amor dele a tornava forte e corajosa.

Quando se separaram, ela disse, escorregando os dedos pelo rosto dele

-Eu amo você. Obrigada por me enxergar como sou.

-Eu também te amo, e sou eu quem tem que agradecer por me fazer o homem mais feliz do mundo.- Gilbert respondeu a beijando na testa.

-Tenho que te contar uma coisa.- Anne disse, encostando a cabeça no peito dele onde podia ouvir o coração do rapaz batendo.

-Pode me dizer o que quiser.- ele a incentivou.

-Amanhã vou participar de uma passeata com um grupo da faculdade. E essa passeata, é para protestar contra as grandes empresas que não possuem um programa para ajudar mulheres que ainda estão amamentando e precisam voltar ao trabalho.

-Tudo bem. Eu te disse que não me oporia a nada que quisesse fazer.- Gilbert a lembrou.

-Mas você entende que isso vai afetar diretamente as empresas Blythe?- Anne perguntou, preocupada com a resposta dele.

-Quero que lute pelo que acredita e estou com você em toda parte desse processo. - Gilbert respondeu, fazendo com que ela o abraçasse mais uma vez com força e dissesse:

-Muito obrigada.

-Acho melhor voltarmos para dentro, ou vou te arrastar para longe daqui, pois não resisto quando você está tão amorosa desse jeito.- Gilbert disse brincando, fazendo Anne assentir, passar o braço pela cintura dele e voltarem para dentro de casa.

Atrás de uma pilastra. Josie assistia aquela cena com desdém. Não conseguia acreditar que havia amor mesmo entre aqueles dois. Sua irmãzinha era mesmo habilidosa conseguira prender Gilbert Blythe em suas garras. Mas aquela felicidade não ia durar. Com o que ouvira, sabia exatamente o que fazer para atrapalhar aqueles dois e ia começar a agir imediatamente.

No dia seguinte, Anne se levantou, tomou seu café sozinha, depois Gilbert tivera que ir para o trabalho mais cedo e foi se encontrar com Cole e as outras pessoas que participariam da passeata.

Quando chegou lá, a ruivinha ajudou o grupo a organizar as faixas e os cartazes, e em pouco tempo, estavam ativos pelas ruas de Nova Iorque. Assim que passaram por uma esquina, Anne sentiu alguém abraçá-la pela cintura e assustada olhou para o autor daquele gesto, arregalando os olhos ao ver que era o seu marido.

-Gil, o que está fazendo aqui? - ela perguntou, enquanto o rapaz lhe sorria.

-Eu disse que estaria ao seu lado para o que desse e viesse. Achou que eu ia permitir que aproveitasse de toda essa diversão sozinha? - ele respondeu, segurando a mão dela, entrelaçando os seus dedos.

-Você não existe - Anne disse, sorrindo de orelha a orelha.

Enquanto, caminhavam lado a lado e trocavam olhares apaixonados, Anne pensava que nunca encontraria, por mais que procurasse por todos os lugares, homem mais perfeito que aquele.

Olá, pessoal, mais um capítulo postado . Espero que cometem e que me dexemn seus votos, que são muito importante para mim. Obrigada por tudo.Beijos.












Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro