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céu estrelado.

Seu tio ficou alguns segundos parado, antes de colocar a mão esquerda sobre a bochecha, e encarar o mais novo com um olhar mais confuso do que irritado. Sunghoon esperava que ele fosse se irritar por causa disso, mas não houve nenhum comentário sobre o tapa, pelo contrário, ele estava prestando bastante atenção no que seu futuro sobrinho tinha a dizer.

──── Meu erro? Do que você está falando? ── Indagou Daesung.

──── Sunoo vai se matar, Daesung. Por causa de você. ── No calor do momento, deixou escapar o que pretendia resolver em silêncio, mas não se arrependeu de contar. ──── Pense um pouco sobre isso.

Sunoo virou-se e foi embora, deixando Daesung sozinho. O garoto estava quieto, suspirando profundamente e pensando no que havia acabado de escutar. Suicidio? Sunoo iria realmente cometer suicidio?

Seus pensamentos ainda estavam em uma briga interna, não sabia no que acreditar. Desde que nasceu havia sido ensinado por seus parentes o quanto a homossexualidade era algo ruim, que ninguém gosta de ser chamado de "gay" e que não se deve ser amigo de pessoas que seguem esse "estilo de vida". Daesung não sabia nada sobre outras sexualidades, só havia sido influenciado a vida inteira a pensar que o normal é homem gostar de mulher e mulher de homem. Portanto, estava extremamente confuso com que sentia. Havia acabado com a amizade entre ele e Sunoo, mas porque aquela notícia o abalou tanto?

   Nesses ensaios em que Sunoo ia, ele era um dos poucos garotos. Participava de um grupo de dança de salão, e na sexta feira, no baile de formatura, iriam se apresentar para escola. Como haviam sido avisados muito encima da hora que poderiam se apresentar, a professora se desesperou e arranjou mais horários de treino, até nos domingos. Sunoo era muito popular com as meninas ali, e depois de Daesung, provavelmente todos os seus amigos próximos estavam naquela sala de dança. Um deles era Jungwon, um garoto um pouco mais novo que si cujos pais tinham um hotel, e Jake, que trabalhava na lanchonete favorita de Kim por meio período. Só não eram mais próximos pois ambos falavam muito sobre garotas, algo que Sunoo tinha dificuldade de discutir sobre.

No entanto, dessa vez, Sunoo planejava engajar em uma conversa com os dois garotos, pois sentia como se tivesse em divida com Sunghoon, e queria compensá-lo com algo legal. Seu plano era simples, iria dizer que Sunghoon era uma garota, filha de amigos de seus pais, que havia vindo à cidade para passar um tempo e ele queria planejar um dia legal com ela caso questionassem demais.
Quando Sunoo entrou na sala, alguns minutos antes da aula começar, encontrou os dois garotos conversando enquanto se alongavam, e correu até eles. Jake o notou logo assim que a porta foi aberta.

──── Boa tarde, Sunoo. Chegasse cedo. ── Cumprimentou sem parar o seu exercício.

──── Você chega tarde todos os dias. As garotas ficam perguntando de você. É um saco. ── Reclamou Jungwon, com um tom brincalhão, fazendo Sunoo rir.

──── É que eu queria falar com vocês hoje. ──
Aproximou-se, começando a alongar-se junto aos dois. ──── Eu escuto as suas conversas sobre sair com garotas e tal... Vocês teriam ideias de primeiro encontro?

Jake e Jungwon arregalaram os olhos, dando uma parada em seus movimentos, o que deixou Sunoo confuso. Ambos se aproximaram, e Jungwon colocou a sua mão sobre o ombro de Kim como se fosse um parente que não o via há anos.

──── Você pedindo conselhos amorosos?

──── Não somos nada ainda, só ele... ── engoliu em seco, notando o seu descuido ──── ela fica flertando comigo... e foi muito legal desde que nos conhecemos. Eu quero compensar com algo, sabe?

Os dois amigos se entreolharam, e deram um leve sorriso.

──── Tudo bem. Mas acho que você está nos superestimando. Nós não somos tão experientes assim. ── Explicou Jungwon. ──── Mas acho que sei onde você poderia levá-la. Abriram uma nova pista de patinação no gelo perto da lanchonete do Jake. Está sendo bem popular com o pessoal da nossa idade.

──── Verdade! Eu já fui lá. ── Exclamou Shim, com as suas reações exageradas de sempre. ──── É muito legal. Ela irá adorar, e se ela não souber como andar, vai ser a oportunidade perfeita para você tentar algo. ── Deu uma leve piscadinha para Sunoo, o fazendo corar.

Era uma boa ideia, de verdade, mas Sunoo não tinha absoluta certeza se queria realmente o levar a uma pista de patinação no gelo, pois quem havia ensinado o garoto tinha sido Daesung, e bem... Não são essas memórias as quais ele quer trazer a tona. Por outro lado, seria uma boa oportunidade de refazer uma memória com aquilo, para não ter que somente conectá-la com uma memória agora triste. Depois de alguns segundos pensando, decidiu-se. Iria levar Sunghoon para patinar e iria divertir-se.

──── Gostei da ideia. Irei levá-la então. ── Sorriu para os dois colegas.

──── Que dia você planeja ir? Então podemos aparecer por lá na mesma hora. ── Sugeriu Jungwon.

Aquela não podia ser uma ideia pior para Sunoo. Desviou o olhar, tentando pensar em uma desculpa rápida.

──── Ainda não sei quando ela estará livre. Quando eu souber, aviso vocês. ── Sorriu amarelo.

──── Ah, pode ser. ── Respondeu Yang novamente, acariciando a própria nuca.

──── Temos que deixar eles sozinhos, Won. Não se pode atrapalhar dois pombinhos prestes a cair e se apaixonar. ── O australiano dramatizou cada palavra.

──── Idiota. Falas isso como se tivesse toda a experiência do mundo. ── Zoou Jungwon.

──── Mais do que você.

──── O que disse?

Sunoo acabou ficando à parte da conversa assim que os dois amigos começaram a se provocar incansavelmente. Às vezes eles agiam como um casal de meia idade, e às vezes como seu irmão mais velho que gosta de dar conselhos amorosos. Tinham uma amizade bem parecida com a de Sunoo e Daesung.

"Não fale mais comigo. Nojento."

Por mais que quisesse manter o sorriso no rosto, era difícil às vezes.

   Terça-feira, no final do horário escolar, Sunghoon esperou por Sunoo na saída da escola, para garantir que aqueles garotos não o seguissem para fora. O clima estava bom, estava quente, e Daesung havia finalmente o emprestando roupas. Haviam brigado, mas mesmo assim o mais velho não foi infantil o bastante para deixá-lo para fora. Usava somente uma camisa branca simples e uma calça de cintura alta, a qual nunca havia provado uma do tipo antes. Eram roupas básicas pois Sunoo não podia suspeitar de nada.

Assim que ouviu o sinal, passou a procurar pelo rosto do menor na multidão de alunos que saía pelas portas. Em não muito tempo, avistou aqueles cabelos castanhos andando rapidamente para fora, claramente nervoso. Sunghoon se aproxima por trás, colocando a mão no ombro de Sunoo, o qual se arrepia com o toque, mas suspira aliviado ao perceber que quem havia o chamado a atenção era Sunghoon, e abriu um sorriso.

──── Foi tudo bem na escola hoje? ── Perguntou o mais alto, passando a mão sobre os cabelos do outro.

──── Eu consegui me esconder bem daqueles garotos, e não parece que ninguém mais sabe, mas ainda fico meio apreensivo, sabe... ── Falava enquanto olhava para os próprios pés. ──── Não precisa se preocupar, de verdade! Eu consigo me virar.

──── Idiota. ── Sunghoon levanta sua mão até a testa de Sunoo, juntando o dedo do meio e o dedão para bater de leve em sua testa. ──── Claro que eu vou me preocupar. Não quero ver você que nem ontem.

Sunoo colocou a mão direita sobre a testa, mais por causa da surpresa do que da dor, e deu risadinha com o jeito fofo de Sunghoon de cuidar de alguém. Realmente queria compensar por tudo aquilo.

──── Sunghoon. ── Chamou-o, e em seguida mordeu os lábios, pensando em como fazer o convite.

──── Sim?

──── Bem, hm... ── coçou a garganta ──── queres ir comigo na pista de patinação no gelo depois do meu treino?

Sunghoon ficou em silêncio, não esperava ser convidado por Sunoo a fazer alguma atividade. Achava que isso era algo que só ele faria.

──── Você anda sendo muito legal comigo. Então é por minha conta! ── Sorriu aberto, derretendo o coração do mais velho.

──── Claro, vamos sim. Seria uma segunda rodada da competição do parque de skate? ── Piscou um dos olhos.

──── Talvez. ── Riu baixinho.

Sunghoon o levou para o treino, e depois voltou para a biblioteca para ler alguma coisa. No entanto, não conseguia se concentrar. Sunoo estava realmente entrando em sua cabeça e ele não sabia como lidar com aquilo. Como poderia estar se apaixonando por alguém com que nunca poderia ter um real futuro? Por mais que as hipóteses na sua cabeça fossem tristes, estava com um sorriso bobo no rosto, imaginando diversas possibilidades de como seria o encontro.

Aquela hora e meia passou rápido, e logo já estava na porta do estúdio de dança, esperando por Sunoo com o pé batendo no chão rapidamente. Ouviu, enfim, o barulho da porta se abrindo, e o rosto familiar. Trocaram sorrisos labiais, e seguiram o caminho para o lugar que Sunoo havia sugerido. Não era muito longe, mas também não muito perto, então puderam aproveitar uma caminhada tranquila até pista, trocando conversa fiada, e aproveitando o sol daquele final de tarde.

──── É aqui? Parece muito legal. ── Comentou Sunghoon, observando o enorme letreiro brilhante que sinalizava a pista de patinação. ──── Eu não vejo um desses letreiros há um bom tempo. ── Falou baixinho, para si mesmo.

──── Sério? Estão bem na moda atualmente. ──  Respondeu-o, fazendo Sunghoon engolir em seco ao perceber que havia deixado aquela escapar.

Entraram juntos e Sunoo pagou meia hora para andarem. Se ainda tivessem vontade de continuar se divertindo, poderiam ir jogar um pouco no fliperama ao lado da pista. Sunghoon colocou os sapatos e as proteções com facilidade, e então olhou na direção do mais novo, que estava finalizando de colocar as joelheiras. Aproximou-se e estendeu uma das mãos.

──── Vamos lá.

Sunoo olhou ao redor, checando se ninguém estava olhando, pois não queria que entendessem errado. Sunghoon suspirou, e com sua outra mão pegou a do menor, colocando-a na sua. Sunoo sentiu seu coração pulsar um pouco mais rápido. Sunghoon parecia só saber o que ele gostava.

Entraram daquela forma da pista, mas logo se soltaram para poderem andar mais livremente.
Nenhum dos dois era ruim naquilo, mas também não eram perfeitos. Sunghoon, depois de dar uma aquecida, voltou ao encontro de Sunoo, e começou a deslizar em círculos ao redor do mais novo.

──── Se exibindo, é? ── Riu Sunoo, o outro apenas deu um sorrisinho mostrando as suas delicadas covinhas. ────Quero ver andar de costas!

Sunoo saiu do centro circuito criado pelo mais alto, e começou a andar de costas, mas com a cabeça virada para ter certeza de que não cairia. Convencido de sua habilidade, expôs um sorriso maroto. Sunghoon seguiu-o, mas de frente, aquilo ele ainda não conseguia fazer.

──── Senhor Kim, atleta como você igual não há. Poderia me mostrar o seu segredo para tal técnica? ── Brincou, arrancando uma risada anasalada de Sunoo.

──── Espero que esteja preparado para a mais dificil aula, meu discípulo. ── Seguiu com a brincadeira e parou onde estava.

Sunghoon fez o mesmo, esperando pelas instruções do mais novo. Sunoo parecia estar pensando em como explicar, já havia aprendido há muito tempo.

──── Tente só colocar o pé para trás e deslizar. ── Demonstrou devagar, mas não foi muito eficiente. ──── Não acho que há segredo.

──── Obrigado pelas explicações profundas, serão muito bem usadas. ── Continuou com a sua dramatização.

Sunoo o da um tapa no ombro, mesmo que ainda rindo.

Sunghoon tenta copiar os passo do mais baixo enquanto o mesmo o assistia, e depois de duas deslizadas para trás, se desequilibra, mas não se dá por vencido, faz todo tipo de movimento desesperado para poder manter a postura, fazendo-o parecer-se com um boneco de posto. Sunoo não conseguia conter a sua risada.

──── Ei! Isso aqui é fruto dos teus ensinamentos. ── Reclamou, mesmo que tentando segurar o riso. ──── Vem aqui me ajudar então.

──── Ok, ok... Vou te dar apoio até você conseguir equilibrio...

Sunoo aproximou-se e pegou um dos braços do mais alto, colocando-o sobre seus próprios ombros, para poder servir de apoio. Fez meio sem pensar, mas assim que levantou o olhar para fita-lo, percebeu o quão próximos estavam, e logo desviou o olhar. Estava com uma sensação estranha em sua barriga, e mesmo não sabendo o que era, gostava. Sunghoon não estava muito diferente, estar assim próximo de Sunoo o deixava ansioso, poderia acabar caindo mais dessa forma do que sozinho.

──── Então... ── Sunoo quebrou o silêncio involuntário. ──── Você coloca o pé para trás...

Andavam como dois anjos por aquela pista, ao som de 'Brass in Pocket' do The Pretenders, fingindo serem as únicas pessoas naquela larga pista de patinação. Os trinta minutos preciosos comprados por Sunoo passaram tão rápido que os dois garotos mal poderam sentir. Mas não queria deixar aquela noite somente por aquilo. Partiram para o fliperama, competindo em todo tipo de jogo disponível. Sunghoon era bom no de basquete, já Sunoo tinha habilidade para os de tiro. No entanto, eram igualmente péssimos no da garra.

──── Sunghoon, já é sua décima tentativa. E já está ficando tarde. ── Disse Sunoo, apoiado ao lado da máquina.

──── Só mais essa vez. Eu vou conseguir o pinguinzinho para você. ── Estava com os olhos focados no monte de bichinhos entulhados naquela caixa de vidro.

──── Sunghoon, eu que paguei pelas fichas. ── Deu uma risada anasalada. ──── Que tal voltarmos?

──── Consegui! ── Exclamou alto, até mesmo chamando atenção de algumas pessoas ao seu redor.

Sunoo, desacreditado, olhou para dentro da máquina, e a garra realmente havia pegado aquele maldito pinguim. Ficou tão esperançoso quanto Sunghoon olhando para aquela pelúcia.

──── Vamos lá... Só esse...

A garra mexia-se devagar, e o bichinho deslisava aos poucos, até finalmente cair, e ficar preso na borda a abertura, quase caindo de volta para os outros bichinhos novamente.

──── Não, não... ── Lamentou Sunghoon, já acabado depois de jogar tantas vezes.

──── Ah não mesmo.

Sunoo, já cansado daquilo, da um chute na máquina por raiva, forte o bastante para empurrar o coelhinho para a o buraco. Não esperava que fosse funcionar de verdade, e ficou um tanto surpreso, até começar a rir quando viu o rosto sorridente de Sunghoon ao pegar aquele bichinho de quinze centímetros na mão.

──── Conseguimos! ── Pegou a mão de Sunoo, levantando-a no ar em comemoração. ──── Belo chute.

Umas duas garotas próximas começaram a rir, e um outro cara jogando em outra máquina de garra os deu parabéns.

──── Eu realmente não esperava que fosse dar certo... Foi no impulso. ── Admitiu.

──── E é por isso que você deveria ficar com ele. ── Pegou a mão de Sunoo, com a palma para cima, e colocou a pelúcia sobre ela. ──── Como eu me pareço com um pinguim, vais se lembrar sempre que o ver.

Sunoo levanta o pinguinzinho na altura da cabeça de Sunghoon, comparando-os.

──── Hum... Eu acho que sim. Você é um pinguim bem grande mas é.

──── Fofo o bastante para você me deixar dormir na sua casa? ── Apelou, olhando com os olhos de cachorrinho para o mais novo.

──── Que oferecido. ── Deu um tapinha no rosto do garoto. ──── Claro que sim. Vamos lá.

Já havia escurecido há um tempo quando chegaram na residência dos Kim. Entraram de fininho pela porta da frente, para não acordar os pais de Sunoo. A primeira coisa que Sunghoon foi fazer foi tomar um banho, e Sunoo fez o mesmo em outro banheiro. Estavam muito cansados, e o pior de tudo era que o mais novo ainda tinha aula no dia seguinte, e por consequência ambos teriam que acordar cedo.

Sunoo arrumou exatamente o mesmo pijama de Star Wars, para Sunghoon e os mesmos lençóis no colchão. Sunghoon adormeceu no segundo em que se deitou, mas Sunoo continuou acordado, se revirando na cama, com dificuldades de pegar no sono.

Aquele dia havia sido realmente incrível. Pôde afastar todos os seus pensamentos. Aquilo era o que chamavam de encontro? Gostaria de poder fazer muitos mais. Estava realmente se divertindo por causa de Sunghoon. Não sabia o que aconteceria se precisasse ter que lidar com tudo aquilo sozinho. Se ninguém dissesse que estava tudo bem. Sunghoon era uma pessoa incrível e...

Seu rosto adormecido era tão lindo.

No dia seguinte, tiveram de deixar a cama cedo, como já era previsto. O senhor e a senhora Kim ficaram surpresos ao ver Sunghoon pela segunda vez em sua casa, pois pelo jeito Sunoo não era muito do tipo de trazer amigos, mas nem questionaram sobre a estadia do novo amigo do filho. Os dois garotos saíram de casa alguns minutos antes da aula de Sunoo, e Sunghoon o acompanhou até a porta. Não conversaram muito naquela manhã, estavam ambos muito sonolentos para manter alguma coisa decente.

Sunghoon, novamente, estava sozinho e entediado.
Dessa vez, não iria esperar pelo fim das aulas de Sunoo. Percebeu que deveria, pelo menos, tentar fingir que saia com seus pais, que tinha realmente algum propósito para estar naquela cidade. Avisou-o antes de ir embora, e o mais novo entendeu, provavelmente estranhou como aquilo não havia acontecido desde que se conheceram. Voltou à biblioteca, onde sabia que se distrairia por horas, e pegou alguns livros diferentes. Essa viagem para o passado estava o fazendo bem em alguns aspectos. Nunca pensou que conseguiria ficar sem seu celular por tanto tempo, e ainda criar interesse em livros.

Imerso em no seu quarto livro de romance do dia, Sunghoon ouviu alguém chamá-lo baixinho, por trás. Como estava concentrado, não respondeu, mas a pessoa insistiu. Incomodado, o garoto virou-se, deparando-se com o rosto jovem de seu tio a sua frente.

──── Venha comigo. Preciso falar com você. ── Falou, já virando as costas.

Sunghoon quase pula da cadeira em que estava sentado para acompanhar Daesung, e juntos, sem conversas, seguem caminho até a casa do último. Sunghoon não havia tido tempo de checar o horário no relógio da biblioteca, mas se Daesung estava ali, provavelmente já se passaram de umas quatro horas da tarde. Entraram na residência e subiram para o quarto do mais velho.

──── Já sei exatamente o que você irá fazer para a sua volta. ── Quebrou o silêncio, enquanto ia até a sua escrivaninha para pegar o caderno surrado o qual havia recebido do sobrinho. ──── Talvez de um pouco dê trabalho, mas eu tenho tudo o necessário.

──── E como será? ── Aproximou-se, observando as anotações pelo ombro do tio.

Daesung abriu uma das páginas finais do caderno, no qual havia um esboço da cidade onde ficava a escola e o parque onde haviam ido. A parte em destaque era a estrada do lado esquerdo, onde também havia, mais para baixo no papel, um desenho da máquina do tempo.

──── Você partirá daqui, em seu carro estará preso uma antena. ── Colocou o dedo no desenho, usando-o para traçar o caminho. ──── Irei arrumar um fio entre essas sinaleiras, por onde essa antena, de acordo com o que eu planejei, irá passar ao você atingir as 88 milhas por hora. Esse fio estará conectado à estátua acima do relógio da escola, onde cairá o raio, de acordo com o seu recorte de jornal. ── Explicou como se fosse algo simples, deixando Sunghoon impressionado. Seu tio realmente era inteligente. ──── Se nenhuma informação no caderno estiver errada, você conseguirá voltar sem problemas.

──── Incrivel. Realmente incrível.

Estava ao mesmo tempo maravilhado e amedrontado. Não conseguia se levar pensar na possibilidade de nunca voltar. Se isso acontecesse, aos poucos, acabaria sumindo, pois não pertencia aquela época. Tinha que conseguir voltar em apenas uma tentativa. Não haviam segundas chances.

──── Você mesmo pode trazer o carro, arrumar os fios vai tomar muito do meu tempo. Estou fazendo isso pois sinceramente acredito em você. Bem, se estivesse mentindo, você acabaria morrendo com o choque de qualquer forma. ── Fechou o caderno, o escondendo de volta em sua escrivaninha.

──── Não se preocupe, isso é sério. Eu realmente preciso voltar.

O silêncio de antes voltou a prevalecer no quarto. Mesmo que tentassem mudar de assunto, ainda não estavam em bons termos por motivos óbvios. Daesung havia pensado muito sobre o assunto, mas ainda não tinha certeza de nada.

──── Sabe, sobre o negócio do Sunoo. ──
Começou Sunghoon, já sabendo que era sobre isso que seu tio estava pensando sobre. ──── Todo o motivo dessa máquina do tempo é ele. O acúmulo dos seus arrependimentos.

O mais alto levantou-se e deu dois tapinhas nas costas de Daesung.

──── Pense melhor. Você realmente quer perder um amigo por algo tão estúpido?

Já sabia que não receberia nenhuma resposta, então apenas abriu a porta e foi embora, saindo pelos fundos. Tinha paciência agora para lidar com Daesung, uma vez que sentia que ele estava mudando. Aquele adolescente já não era o mesmo o qual fez bullying com Sunoo no passado original.

Sunghoon foi a uma lanchonete, deixando seu pedido no nome de seu tio, e aproveitou o resto da tarde sozinho. Só perto das oito da noite resolveu voltar para a casa dos Park, para dormir naquele pedaço de pano que chamava de saco de dormir.

Chegou no quintal da casa já bem casado, mesmo não tendo feito nada de demais. Provavelmente era porque não havia dormido muito, e agora precisava dormir cedo novamente. Colocou o pé na grama, mas antes que pudesse continuar o seu caminho, ouviu uma voz a familiar vir do outro lado da cerca.

──── Sunghoon? Viesse de novo aqui? Esquecesse algo? ── Perguntou Sunoo, regando algumas flores no seu jardim.

O mais alto travou. Não sabia o que dizer. Não podia admitir que estava dormindo na casa de Daesung.

──── Não importa muito. Eu ia te mostrar amanhã, mas essa noite está perfeita! ── Aproximou-se, agarrando o pulso do maior, e o puxando para dentro de sua casa.

Sunghoon não estava entendendo nada, mas não resistiu. Pelo menos não teria que se explicar, e talvez até ter outra noite confortável no colchão de Sunoo ao invés de no chão frio de uma garagem. O mais novo deixou o regador no balcão e puxou Sunghoon até seu quarto, onde seguiu até a janela.

──── É lá em cima. ── Apontou, para o céu, fora da janela. ──── Eu vou te ajudar assim como no dia em que nos conhecemos, fique tranquilo.

Sunoo pulou para fora, e estendeu a mão, assim como disse que faria. Realmente, parecia exatamente com a cena de quando haviam se conhecido. Estavam falando de apenas alguns dias atrás, mas foi um dia especial. Foi o dia em que Sunghoon pode pela primeira vez encarar o rosto sorridente do garoto.

Sunghoon agarrou a mão, sendo conduzido para cima do telhado, onde havia uma pequena área onde não haviam telhas, era somente plano com tijolos. Sunoo sentou-se e o Sunghoon fez o mesmo, ficando lado a lado.

──── Meu pai gosta de ver as estrelas. Ele mesmo montou isso aqui, mas ele não usa mais. Agora temos um pedaço sem telha no nosso telhado. ── Deu uma risadinha. ──── Se fosse outra hora, eu teria trago algumas almofadas...

O outro garoto mal estava prestando atenção no que o menor falava, apenas olhava para o céu, completamente distraído.

──── A vista é perfeita... ── Sorriu bobo para o céu.

──── Ah... Ela realmente é. Achei que fosse gostar. ── Sorriu com os lábios.

Os olhos daqueles dois jovens brilhavam tanto quanto as estrelas naquela noite. Estavam ambos envergonhados, mas ao mesmo tempo muito satisfeitos com sua companhia. Compartilhavam o mesmo sentimento sem nem mesmo saber naquela noite estrelada. Depois de identificarem constelações aleatórias e comentarem sobre o seu pouco conhecimento em astrologia, se encontraram em um silêncio agradável, onde ambos somente aproveitavam a brisa e observavam as estrelas.

Sunghoon, no entanto, não queria deixar somente por aquilo.

Discretamente, olhou para o lado, observando Sunoo com seu sorriso meigo olhando para cima. Ele era tão... Perfeito. Sunghoon gostava tanto daquilo... Não percebeu, mas ficou tempo o bastante encarando-o para que Sunoo notasse, e ficasse sem jeito com o olhar em sua direção.

──── O que foi? Tem algo no meu rosto? ── Perguntou, brincando.

──── Tem.

Sunoo ficou confuso, achava que esse não era o motivo pelo qual Sunghoon estava o encarando, portanto virou o rosto, ainda mais envergonhado. O mais velho levantou a mão puxando o rosto do garoto de volta para si e voltou a encará-lo.

──── Olhe para mim. Eu vou tirar.

Sunoo sentiu a mesma sensação estranha na barriga do dia anterior. Sunghoon levou sua outra mão ao rosto do outro, sem quebrar o contato visual. O mais novo fechou os olhos por um segundo, sentindo os dedos do maior tocarem sua bochecha, mas ao sentir um toque estranho, os abre, surpreso.

Sunghoon o beijou. Um beijo simples, mas mesmo assim, um beijo. A sensação era incrível. Fechou os olhos novamente, apenas sentindo aquele momento, que combinado com brisa e o brilho das estrelas, não podia ter melhor.

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