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7° operações com cães


— Você? Veterinário? — perguntou, inclinando-se um pouco para ele, como se tentasse absorver a ideia.

Ele sorriu de canto, desviando o olhar por um momento para o horizonte antes de voltar a encará-la.

— Sim, pode não parecer, mas sou. Tenho um diploma e tudo. — Sua voz era calma, quase nostálgica.

— Por essa, eu definitivamente não esperava — ela murmurou, ainda processando. — E mesmo assim, você acabou no exército — Milena comentou, o tom dela era uma mistura de curiosidade e compreensão.—

— De certa forma, encontrei um meio-termo. — Ele fez uma pausa, como se escolhesse as palavras. — Eu trabalho como médico veterinário com cães de guerra. Cuido deles, treino, garanto que estejam em boas condições. São meus companheiros no campo de batalha... Já fiz muitas missões com cães, mas hoje em dia apenas atuo como médico veterinário.

Milena o olhou, os olhos brilhando de interesse.

— E você gosta do que faz?

— Eu gosto do que faço. Esses cães... Eles são muito mais do que animais treinados. São verdadeiros companheiros. Você cria um laço com eles, é uma parceria baseada em confiança absoluta. E eles estão lá para proteger a gente, tanto quanto a gente os protege.

Milena observou a expressão dele enquanto ele falava. Pela primeira vez, ela percebia algo mais caloroso e genuíno em Enrico, uma paixão que surgia ao falar sobre seu trabalho com os cães.

— Deve ser incrível ver a dedicação deles. Imagino que você se sinta responsável por cada um, né? — Ela sorriu, com uma mistura de admiração e curiosidade.

Ele assentiu, com um brilho nos olhos que ela ainda não tinha visto antes.

— Sim, absolutamente. Cada um deles tem uma personalidade própria, sabe? Alguns são destemidos, outros mais cautelosos. Mas todos têm uma coragem impressionante. Já vi esses cães em situações que muitos humanos teriam dificuldade em enfrentar.

Milena sentiu uma onda de respeito crescer em relação a ele, especialmente ao perceber a delicadeza com que ele tratava aqueles animais.

— E você leva isso com você, essa conexão com eles, mesmo quando está fora do trabalho? — perguntou, genuinamente interessada.

Enrico assentiu, olhando para a estrada como se revivesse algumas dessas experiências.

— Sim. Acho que é o tipo de coisa que fica com a gente, sabe? Não tem como deixar de lado. Às vezes, quando volto para casa, sinto falta da presença deles. Cães têm essa habilidade de fazer a gente se sentir menos sozinho, mesmo nos momentos mais difíceis.

Milena suspirou, tocada pelo que ele compartilhava.

— Parece que você encontrou algo realmente significativo, Enrico. Algo que vai além de seguir uma tradição... É quase como se fosse o seu próprio caminho. E  isso é... incrível... Quero dizer, não o fato de você estar numa zona de guerra, mas o trabalho que faz com os cães. Eles confiam em você, certo?

Ele assentiu lentamente, um sorriso pequeno e sincero surgindo.

— Sim. Eles confiam. E, honestamente, é uma das coisas que mais me faz continuar. Eles não julgam, não traem, só... são leais. Mais do que posso dizer sobre algumas pessoas.

Milena percebeu a sombra que passou pelo rosto dele, mas não quis insistir. Em vez disso, ela sorriu.

— Acho que você é mais sentimental do que quer admitir, tenente — provocou suavemente, tentando aliviar o clima.

— Sentimental? — Ele arqueou a sobrancelha, um sorriso divertido surgindo. — Não se engane, senhorita.

— Não estou enganada. Estou apenas dizendo o óbvio. Um militar que também é veterinário e se importa profundamente com cães? Isso grita "sentimental".

Ele riu, sacudindo a cabeça.

— Talvez você tenha razão, Milena. Mas não espalha. Tenho uma reputação a zelar.

Ela riu com ele, sentindo-se mais à vontade.

— Está seguro comigo, tenente. — E, então, num tom mais sério, acrescentou: — Mas é bom saber disso. Mostra que, apesar de tudo, você ainda tem um coração.

O sorriso de Enrico suavizou, e ele a encarou por alguns segundos. 

— É, acho que sim! — disse de maneira suave.— E quanto a você? 

— O que tem eu?

— Minhas irmãs falaram que você é arquiteta... Por que escolheu essa profissão?

— Arquitetura sempre me fascinou, desde pequena — começou, ajeitando uma mecha de cabelo atrás da orelha. — Quando eu era criança, adorava construir coisas, mesmo que fossem castelos de areia ou fortes improvisados na sala. Cresci sonhando em projetar espaços que pudessem ser únicos e, ao mesmo tempo, funcionais.

Enrico lançou um olhar breve e interessado, sem perder o foco na estrada.

— Parece que você tinha tudo planejado desde cedo.

Ela riu, balançando a cabeça.

— Na verdade, não mesmo! Eu já pensei em ser um monte de coisas antes de me decidir. Mas, quando comecei a estudar arquitetura, percebi que era aquilo que fazia meus olhos brilharem. — Milena olhou para ele, meio sem jeito. — Eu sei, pode parecer bobo...

— Não, não é nada bobo — Enrico a interrompeu, a voz carregada de compreensão. — É inspirador, na verdade. Encontrar algo que te apaixona de verdade... E não é algo fácil.

Ela sorriu, tocada pela resposta.

— Obrigada. Acho que sou sortuda por ter encontrado o que amo fazer. E é muito bom poder transformar as ideias dos outros em algo real, sabe? Cada projeto tem uma história por trás, uma razão de ser... e eu gosto disso. 

Milena mal teve tempo de falar, e seu celular tocou. Ela olhou para a tela e viu o nome de seu irmão Gêmeo, Matteo, piscando. Com um suspiro, ela atendeu a videochamada já imaginando o tom inquisidor que viria a seguir.

Alô? — a voz de Matteo ecoou pelo carro, com aquele tom meio irritado, e meio preocupado. — Por que você me ligou várias vezes ontem à noite pirralha? O que aconteceu Mila?

Milena desviou o olhar, tentando evitar os olhares curiosos de Enrico, enquanto tentava disfarçar o desconforto, ela sorriu sem graça.

— Ah... Não era nada demais, Matteo. Eu estava meio... — ela hesitou, procurando as palavras certas.—

"Nada demais?" — a voz dele subiu um pouco de tom. — Você me ligou sete vezes!  O que foi que você "matou"? — Ele fez uma pausa breve, e o som da sua risada abafada preencheu o ambiente. — Não me diga que finalmente perdeu o medo de aranhas? 

— Não seja idiota Matteo!

— Então me fala logo o que aconteceu, sua maluca?

— Eu... — Milena começou, sentindo o calor subir até o rosto. — Foi um mal-entendido. Eu só estava precisando falar com você... Mas já resolvi tudo. Não tem com o que se preocupar irmão.

Mal-entendido? — Matteo parecia duvidoso. — Que mal-entendido foi esse? 

— Eu pensei que o irmão das Rizzo fosse um bandido, então... bom, eu nocauteei ele. — Ela fez uma pausa, percebendo o quão absurdo tudo parecia. — Ele desmaiou e demorou um pouco para acordar, e por um momento eu realmente achei que tinha matado ele.

— Você ficou louca? — A voz de Matteo explodiu, sua incredulidade evidente. — Já pensou que poderia ser um bandido de verdade? Você se colocou em risco Milena!

— Eu sei me defender, Matteo — respondeu Milena com firmeza, sem perder a compostura.— 

— Você acha que só porque sabe umas técnicas de defesa pessoal pode se arriscar assim? — Matteo continuava irritado. — E se fosse um bandido armado Milena? Já parou pra pensar nisso?

Milena bufou, já impaciente com o tom protetor do irmão.

— Não exagera, Matteo — disse ela, tentando encerrar o assunto.—

— Exagerar? Desculpa se não quero ver minha irmã aparecendo no hospital com um buraco de bala! — Matteo respirou fundo do outro lado da linha, antes de continuar com sua bronca. — Milena, você sempre se mete em confusão! É um verdadeiro furacão ambulante... você me deixou preocupado, e eu não pude atender porque passei a noite toda no PS. Houve um incêndio numa pequena fábrica de confecções e muitos feridos foram levados para o hospital com queimaduras, e por asfixia de gás... Se eu dormi quatro horas foi muito...

Milena piscou, agora sentindo-se um pouco culpada pela preocupação que havia causado no irmão. A imagem de Matteo, cansado e correndo pelo hospital, veio à mente. Ele sempre fora dedicado ao trabalho, especialmente em situações de emergência.

— Sinto muito, Matteo... — ela disse, a voz mais suave. — Eu não sabia que você estava no hospital. Eu só... bom, achei que precisava da sua ajuda naquele momento. Mas estou bem agora.

— Está bem mesmo pirralha? — perguntou ele, ainda em tom sério, mas com um toque de ternura que só irmãos conhecem. — Você sabe que pode me ligar sempre que precisar, certo? Só... avisa antes de sair matando alguém da próxima vez. 

— Prometo, sem mais assassinatos — respondeu ela, relaxando. — Cuida bem desses pacientes e depois me liga, certo?

Certo. Só não me mate de preocupação de novo pirralha.

Assim que a ligação terminou, Milena soltou um suspiro de alívio, mas o olhar de Enrico estava fixo nela, divertido.

— Matou alguém, pirralha? — provocou ele, com um sorriso malicioso.—

— Não me provoque Tenente, você sabe do que eu sou capaz.

Enrico lançou um sorriso de canto, e seguiu seu percurso sem dizer mais nada.

O Hummer desacelerou suavemente e parou em frente ao prédio moderno de vidro e aço onde ficava o escritório. A fachada refletia a luz do sol, com vidraças enormes que deixavam entrever o hall movimentado lá dentro. Enrico colocou o câmbio no estacionamento, e o silêncio entre eles se tornou ainda mais palpável com o desligar do motor.

— Está entregue, senhorita! — disse ele, virando-se para ela com um sorriso divertido, a voz grave soando mais descontraída.—

Milena riu, descendo do carro com um pouco de relutância, como se ainda quisesse ficar naquele ambiente protegido e confortável, envolta pela conversa envolvente que tiveram. Ela ajustou a bolsa no ombro e ficou do lado de fora por um instante, o vento suave brincando com os fios de seu cabelo enquanto ela o olhava através do vidro do carro.

Enrico inclinou-se levemente para fora do banco do motorista, o olhar intenso a acompanhando. O momento parecia se estender no tempo, como se ambos hesitassem em quebrar aquela conexão. O rosto de Enrico carregava uma expressão calma, mas havia algo nos olhos dele que ela não sabia descrever. 

Milena acenou com a mão, um sorriso caloroso iluminando o rosto.

— Obrigada pela carona... e pela conversa. Foi inesperado... no melhor sentido — ela admitiu, quase em um sussurro.

Ele devolveu o sorriso, mais discreto agora.

— Imagine, sem problemas. —  disse de forma calma e tranquila.— Eu fiquei no centro até meio dia. Se precisar de carona para voltar avise ás minhas irmãs e eu passo te buscar ok.

Ela assentiu, lançando um último olhar antes de se afastar e entrar no prédio. E Enrico esperou até que a viu desaparecer pelas portas de vidro, antes de dar partida no carro, ainda com um leve sorriso no rosto.

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