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32°Eu preciso voltar

Milena estava concentrada na bancada da cozinha, misturando os ingredientes com cuidado, como se o simples ato de preparar a sobremesa fosse uma pequena forma de arte. O cheiro doce do chocolate se espalhava pelo ambiente, misturado com a leve fragrância da baunilha. Ela sorriu para si mesma, imersa no processo, até que ouviu o som suave de passos se aproximando.

Enrico parou na porta da cozinha, observando-a por um instante. Seus olhos brilharam ao vê-la, ainda mais encantado com a cena, como se cada gesto dela fosse parte de um quadro perfeito.

— Por que toda vez que te encontro na cozinha, você está preparando doce, ou comendo doce? — ele perguntou com um sorriso travesso, os olhos fixos nela.

Milena olhou para ele, fingindo uma expressão indignada, mas seu sorriso entregou a diversão que sentia. Ela se virou lentamente, com a colher de pau ainda na mão.

— Eu não sei, talvez seja porque doce é algo que faz a vida mais doce... — respondeu, seu tom de voz suave, mas cheio de malícia. Ela deu um passo em sua direção, e a atmosfera entre os dois pareceu ficar mais densa, como se o simples ar que os cercava estivesse carregado de uma tensão suave e inconfessável.

Enrico, sem perder tempo, deu um passo à frente também. A distância entre eles diminuiu, e ele não resistiu. Seus olhos caíram nos lábios dela, e em um impulso, ele a puxou gentilmente para mais perto. O beijo aconteceu de maneira natural, como se fosse algo que ambos já esperavam. Suas mãos se tocaram, e o toque de Enrico nas costas de Milena fez com que ela se entregasse ao momento, fechando os olhos.

O beijo foi suave, mas carregado de uma promessa silenciosa. O calor entre os dois parecia aumentar à medida que a cozinha se tornava o único lugar em que existiam, enquanto o som do chocolate derretendo e o leve farfalhar da sobremesa se fundiam em uma melodia distante.

Milena se afastou levemente, sorrindo, e olhou para ele com um olhar divertido.

— Acho que... você está tentando roubar meu doce, não é? — ela brincou, a voz mais baixa, mas cheia de um prazer silencioso.

Enrico riu baixinho, tocando o rosto dela com carinho.

— Só se for o melhor pedaço... — ele respondeu, a voz carregada de cumplicidade.

A tensão ainda estava ali, mas agora, o doce na cozinha não era o único sabor a ser saboreado.

— Você vai estragar o apetite antes do almoço, Enrico. — Milena o repreendeu, mas com um sorriso no rosto.

— Só estou experimentando. Afinal, preciso garantir que está bom o suficiente. — Ele deu mais um passo em sua direção, fingindo olhar o creme. — Sabe, tem outra coisa que eu quero experimentar agora. — Ele disse baixinho, com o olhar fixo nos olhos dela.

Antes que ela pudesse dizer algo, Enrico capturou novamente seus lábios num beijo lento e envolvente. Milena, ainda segurando a colher de pau, deixou-se levar, o cheiro do creme sendo substituído pelo toque quente e a presença marcante de Enrico. O momento, no entanto, foi interrompido pelo som de passos e uma voz familiar:

— Ma che cosa sta succedendo qui? — A voz da nona Antonella encheu a cozinha.

Milena e Enrico se afastaram rapidamente, Milena com as bochechas coradas e Enrico tentando, sem sucesso, disfarçar o sorriso.

— N-nona, eu só estava... mostrando o creme a Enrico! — Milena gaguejou, segurando a colher de pau como se fosse a prova do "crime".

Antonella cruzou os braços, com um olhar inquisitivo, mas não conseguiu conter o sorriso de canto ao notar o brilho nos olhos do neto e as bochechas ruborizadas de Milena.

— Ah, então o creme é tão bom que merece um beijo? Deve estar maravilhoso. — Ela brincou, balançando a cabeça e indo até o forno, enquanto murmurava algo sobre jovens e suas paixões.

Milena e Enrico trocaram um olhar envergonhado, mas logo começaram a rir baixinho, o clima leve novamente, apesar da interrupção inesperada.

— Avó! — Milena disse, tentando recuperar a compostura, ajeitando uma mecha de cabelo atrás da orelha, visivelmente constrangida. — Eu... Eu estava apenas fazendo a sobremesa...

Antonella levantou uma sobrancelha, como se a resposta fosse óbvia e ela não estivesse completamente convencida.

— Uma sobremesa, é? — ela disse, com um olhar brincalhão e um leve sorriso nos lábios. — Pois bem, parece que a sobremesa não é a única coisa que está sendo saboreada por aqui.

Milena sorriu timidamente, não conseguindo mais disfarçar o riso que surgia em seus lábios. Enrico, por sua vez, parecia relaxar um pouco, percebendo que a situação não era tão grave quanto imaginara.

— Não se preocupem bambinos... Eu também já fui jovem um dia.— disse a senhora com um amplo sorriso no rosto, enquanto pegava alguns biscoitos..— Agora, se me derem licença, acho que vou me retirar. — Antonella fez uma leve reverência, como se fosse uma brincadeira, e deu um passo em direção à saída, ainda com o sorriso nos lábios. — E lembrem-se, a sobremesa vai estar deliciosa, mas só se a fizerem com carinho.

Com uma última piscadela, Antonella saiu da cozinha, deixando os dois sozinhos novamente, agora com uma sensação de alívio misturada com o sabor amargo do constrangimento.

— Aonde estávamos mesmo? — ele perguntou, encurtando novamente a distancia entre ele e a morena e sem resistir à atração, voltou a beijar Milena. O beijo, mais intenso agora, estava cheio de promessas não ditas e de uma cumplicidade que apenas os dois compreendiam. Milena, surpreendida pela paixão que sentia aflorar, envolveu os braços ao redor do pescoço dele, perdendo-se por um momento no calor do beijo.—

*** 

O fim de semana na casa de campo da família de Lucca havia sido um respiro bem-vindo em meio à rotina agitada de sua vida militar, e ele ainda se sentia relaxado e feliz com o que haviam vivido juntos. A casa, a família, os risos, tudo isso parecia um sonho distante agora.

Ele riu baixo, balançando a cabeça e tomando mais um gole do vinho, sentindo o sabor forte e reconfortante da bebida. A tranquilidade daquele momento foi quebrada pelo toque estridente do celular que estava sobre a mesa. Ambos se sobressaltaram, e Enrico franziu a testa ao pegar o aparelho, reconhecendo o número sem nem mesmo precisar olhar.

— É do quartel — ele disse, quase num sussurro, como se já soubesse o que estava por vir. Ele aceitou a chamada, e, ao levar o telefone ao ouvido, o semblante de Enrico mudou de imediato. Milena observou com atenção, seu sorriso desaparecendo enquanto ele se tornava mais sério e focado.

— Tenente Enrico falando.

A voz do outro lado da linha foi rápida e firme, e Milena percebeu imediatamente a tensão no corpo de Enrico. Ele apertou os lábios, franzindo a testa, e seu olhar ficou vazio por um momento, como se estivesse processando as palavras que não podia ouvir. Ela podia ver a mudança em seu rosto, a descontração desaparecendo, substituída por uma expressão de pura disciplina.

— Sim, senhor. Entendido. Qual é o prazo? — Ele fez uma pausa, ouvindo a resposta. Milena percebeu o jeito como ele passou a mão pelos cabelos loiros, um sinal claro de frustração reprimida.—

— Estarei lá em 48 horas. Sim, senhor. Obrigado.

Ele desligou o telefone lentamente, a expressão ainda tensa. Ficou olhando para a tela por alguns segundos, como se as palavras que ouvira ainda estivessem ecoando em sua mente. Milena não disse nada, apenas o observou, esperando que ele fosse o primeiro a quebrar o silêncio. E quando ele finalmente olhou para ela, seus olhos estavam diferentes. Algo havia mudado nele, algo que ela já conhecia, mas que raramente aparecia quando estavam juntos.

— Preciso voltar para o Afeganistão.— disse ele com simplicidade, mas a gravidade na voz não deixava dúvida sobre o que ele estava enfrentando.—

Milena sentiu um aperto no peito, uma sensação de impotência. Ela sabia que a vida de Enrico estava sempre à beira de compromissos imprevisíveis, mas a ideia de vê-lo partir novamente, talvez por um tempo longo, a deixava com o coração apertado.

— É algo grave? — perguntou ela, tentando manter a voz firme, mas sabia que ele podia perceber a preocupação que se escondia por trás das palavras.—

Enrico balançou a cabeça, suspirando.

— Uma missão. Não sei muitos detalhes, mas parece ser algo sério. — Ele fez uma pausa e, por um breve momento, olhou para ela com uma expressão que misturava arrependimento e determinação. — Milena, eu queria...

Milena sentiu um nó na garganta. Ela sabia o que ele queria dizer, e a dor das palavras não ditas a atingiu com força. O entendimento silencioso entre eles era algo que ela sempre havia respeitado, mas, naquele momento, parecia impossível de ignorar. Ela engoliu em seco, tentando lidar com a sensação de que a vida dele a chamava para longe dela, mais uma vez.

— Eu entendo, Enrico. Isso faz parte de quem você é. Não seria justo pedir para você ficar. — disse ela, sua voz mais suave do que gostaria.

Ele a observou, seus olhos fixos nos dela, como se estivesse tentando gravar cada detalhe. Enrico se aproximou e segurou suas mãos com firmeza, como se isso fosse o suficiente para prolongar o momento, para evitar que o peso da despedida os separasse.

Milena olhou para ele, forçando um sorriso, embora sentisse que seu coração estava se partindo lentamente. Ela sabia que essas palavras significavam algo profundo para ele, mas também sabia que a incerteza pairava sobre eles, como uma sombra silenciosa. O futuro era sempre imprevisível, e ela não sabia quanto tempo mais poderiam ficar juntos dessa forma.

Enrico a puxou para um abraço apertado, envolvendo-a com força, como se quisesse gravar o calor dela em sua memória, como se quisesse levar consigo um pedaço dela para enfrentar o que viria. Ela se agarrou a ele, permitindo-se fechar os olhos e se perder no momento, no cheiro dele, no calor de seu corpo, no silêncio que falava mais do que qualquer palavra.

O som do vento lá fora parecia mais forte agora, e Milena sentia que ele refletia a tempestade que se formava dentro dela. A despedida era inevitável, mas eles tinham uma última noite juntos. Ela queria fazer cada segundo valer a pena.

Depois de alguns minutos, Enrico se afastou um pouco, o suficiente para olhar nos olhos dela. Havia uma intensidade no seu olhar, como se ele soubesse que aquela noite era tudo o que eles teriam antes que ele partisse.

— Eu preciso ir preparar tudo. Preciso partir para a base amanhã... Mas esta noite... esta noite é nossa — disse ele, sua voz grave e cheia de significado.

Milena assentiu, seu coração apertado, mas também cheio de uma determinação silenciosa. Ela sabia que não poderia impedir o que estava acontecendo, mas também sabia que não poderia deixar a última noite deles ser apenas mais um momento perdido.

— Então vamos fazer esta noite valer a pena, Tenente. Vamos aproveitar cada segundo.

E, naquele instante, eles sabiam que, embora o futuro fosse incerto e imprevisível, aquele momento compartilhado seria algo que ficaria gravado nas suas memórias, algo que eles carregariam consigo, não importando a distância ou o tempo.

A noite chegou rapidamente, e a casa de Milena parecia envolta em uma calma que contrastava com a tensão que Enrico sentia. Ele estava concentrado, como sempre, em tudo que precisava fazer antes de partir no dia seguinte. Mas ao olhar para Milena, sentada à sua frente na mesa de jantar, ele sentia que o tempo estava se arrastando, como se as horas estivessem se esticando para permitir que ambos aproveitassem aquele breve intervalo antes da separação.

Eles jantaram juntos, em silêncio confortável, o olhar de Enrico se encontrando com o de Milena várias vezes, como se tentassem se transmitir sem palavras tudo o que um significava para o outro. O jantar foi simples, mas cheio de sabor, massas frescas, queijos locais e vinho tinto, algo caseiro, mas com um toque de sofisticação, como se tudo estivesse feito para tornar aquele momento especial, mesmo que, no fundo, eles soubessem que se tratava de uma despedida temporária.

Depois do jantar, eles saíram para a varanda, onde a brisa suave da noite começava a trazer um frescor acolhedor. A lua cheia iluminava as colinas distantes, e o som das cigarras completava o cenário tranquilo. Enrico se recostou na grade, ao lado de Milena, e ambos ficaram em silêncio por alguns minutos, apenas contemplando a noite.

Foi Milena quem falou primeiro, sua voz suave, mas firme, como se fosse ela quem quisesse aliviar o peso da situação.

— Não precisa ficar com essa expressão... Eu sei o que isso significa, Enrico. Eu sei o que sua missão representa, e eu entendo. — Ela olhou para ele, com um olhar sereno, mas havia algo em seu tom que transparecia uma tristeza contida.

Ele respirou fundo, sentindo a tensão no peito. A verdade era que não sabia o que dizer. As palavras sempre pareciam insuficientes quando se tratava de falar sobre a partida iminente, sobre a separação que se desenhava no horizonte.

— Eu só... — ele começou, mas a voz falhou. O que ele queria dizer? Que não queria deixá-la? Que aquela despedida era uma batalha interna para ele também? Que estava difícil?

Mas ele não precisava dizer nada. Milena simplesmente se virou para ele, seu olhar tão intenso quanto a dor que ele sentia.

— Eu sei. Não precisa falar. Só... aproveite cada momento enquanto estiver longe. Faça o que precisa fazer, mas volte para mim. — ela disse com uma leveza no tom, mas uma profundidade nas palavras.

Enrico a observou por um longo momento, sentindo uma mistura de alívio e um peso ainda maior em seu peito. Ela o compreendia como ninguém. Milena sabia que ele não poderia evitar sua vida, sua carreira, mas também sabia que ele queria voltar. E isso fazia toda a diferença.

— Eu volto, Milena. Eu prometo. — Ele disse com um tom de convicção, mas as palavras saíram mais baixas, como se ele estivesse tentando encontrar uma força dentro de si mesmo para acreditar naquela promessa.

Milena sorriu suavemente, seus olhos brilhando sob a luz da lua. Ela sabia que as palavras eram só isso, palavras. Mas, naquele momento, elas eram tudo o que ela precisava ouvir. O vínculo entre eles era forte o suficiente para suportar a distância, e ela acreditava nisso.

— Então, aproveite a nossa última noite — ela disse, com um sorriso misterioso.—

Aquele sorriso fez Enrico relaxar, e sem pensar muito, ele a puxou gentilmente para mais perto, envolvendo-a em um abraço. Era reconfortante, como se ele precisasse se afundar nela, sentir o calor de sua presença, para levar aquele pedaço de tranquilidade consigo quando partisse.

A noite continuou, e com ela, o momento de intimidade entre os dois. Enrico e Milena não falavam muito, mas estavam imersos em uma conexão silenciosa que falava mais do que qualquer frase poderia expressar. Eles se perderam na companhia um do outro, se permitindo viver o agora, sabendo que não havia espaço para arrependimentos, apenas para momentos que valeriam a pena.

A madrugada chegou, e o som suave do vento nas colinas parecia embalar o descanso tranquilo que ambos precisavam, um descanso cheio de sentimentos que estavam guardados em seus corações, à espera de serem vividos de novo quando o tempo e as circunstâncias permitissem.

Mas, por agora, o que importava era aquele instante. O amanhã ainda era incerto, mas naquele momento, eles estavam juntos. E isso era o suficiente.

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