La vista mas hermosa | 02
Eu estou fora de mim por você
Como uma onda, eu fui puxado para dentro
É um sentimento que eu não posso lutar
Como um incêndio, profundo
─ Ruelle, Storm.
C a p í t u l o d o i s
"La vista mas hermosa"
Desejos são corrompidos, são chamas ardentes demais para um humano aguentar, contido com a sensação indescritível que dominou os pensamentos de Eleanor foi exatamente a imagem magnífica do estranho.
Seus batimentos cardíacos eram como uma bomba relógio que a qualquer instante causaria uma destruidora explosão, que acabaria com vidas e com todos os temores que se passavam por seu corpo.
Eleanor se sentiu pela primeira vez naquela noite o controle deslizar de seus dedos como a água cristalina, tão clara como uma noite luminosa conberta pela paleta de cores de céus noturnos, brilhantes junto a cor prateada da majestosa lua.
"Quem é ele?"
Questionou-se enquanto sua boca se manteu entreaberta, suspiros saíram como preces para que aquilo acabasse, para que o encanto que os céus havia jogado não se tornasse o inimigo disfarçado.
O veneno proibido
Conforme o som harmonioso do violino entrava por seus ouvidos fez uma análise sucinta sobre a imagem que a atraía para um caminho danoso.
Seu coração traíra se sentiu incomodado, a frequência absurda a deixava cega, a imensidade na qual a jovem se propôs a mergulhar fez com as órbitas das galáxias colidirem em fragmentos repletos de anseios impossíveis.
Encarou o terno preto junto a camisa branca que apertava levemente seu peitoral deixando uma vista um tanto expressiva, a gravata azul marinho perfeitamente colocada e os cabelos desajeitados, os fios castanhos escuros se revoltaram trazendo uma paisagem divina.
A jovem precisamente teve seu foco na boca levemente avermelhada, lábios que pareciam macios e olhos encantadores.
Para alguns características físicas eram o que mais importava porém para Eleanor com seu senso de julgamento, só pode se conhecer uma pessoa pelo olhar que ela carrega.
Quando o âmbar obteu um pouco de luz e chocou-se com a curiosidade de uma garota que desconhecia os limites, era nítido que a confusão seria como uma certeira flecha afiada em rumo ao destinados da catástrofe.
Entretanto, o que seria uma história de amor se encerrou quando a jovem percebeu duas vertentes em suas idéias, aquele rapaz não era um convidado, olhou ao redor e notou que todos os garçons usavam o mesmo traje do garoto, surpreendeu-se novamente quando o desconhecido recebeu uma bandeja de aperitivos para serem entregues.
O que antes poderia ser tornar uma história de um encanto a primeira vista sobre o trajeto árduo entre duas pessoas completamentes diferentes, se transformou na tragédia mais profunda da vida da garota que queria conhecer o mundo.
• • •
Pelas escadas em passos calculados e medonhos que tiravam arrepios da moça, desceu Mendes García acompanhado de seu único filho Lorenzo García, o noivo prometido a mais de dez anos.
Eleanor mordeu os lábios nervosa, uma sensação de impotência dominou seu corpo, seus olhos aflitos procuraram pela companhia do rapaz, até perceber que o havia perdido.
Os dois homens chegaram perto, enquanto o mais velho cumprimentou o pai da jovem, o mais novo apenas fechou sua expressão e sentou-se entre as mesas próximas.
Lorenzo forneceu um sorriso gentil para a garota que retribuiu ainda alarmada com o que havia acontecido.
O vestido branco se encaixava em seu corpo, as alças finas juntavam-se em uma mistura de branco com detalhes delicados, os cabelos presos em um penteado que machucava seus fios e o salto alto que apertava os pés da garota, Eleanor fez a coisa mais sensata que pensou, arrancou as presilhas que feriram seu couro cabeludo e deixou com que seus cachos fossem livres.
Lorenzo soltou uma risada alegre quando percebeu que a garota tentava arrumar a bagunça que havia ficado.
─ Família Davis que bom vê-los aqui, preparei essa festa especialmente para o noivado de nossas crianças, não está anciosa Eleanor?- o senhor Mendes sorriu de forma superficial, com a voz alegre encarou a filha mais velha da família Davis, estava orgulhoso pois finalmente colocaria seu filho para se casar, ele estava em paz percebendo que a cada dia o casamento estava mais próximo e era inevitável alguém mudá-lo.
─ É bom vê-lo, senhor Mendes.- respondeu a garota ao homem, ela ponderou sobre suas possíveis escapatórias para fugir daquele momento.
O clima melancólico preencheu junto ao silêncio mortal, as respirações nervosas deixavam evidente que ninguém estava feliz. Como um abismo em um vácuo eterno, as partes dolorosas estavam perfurando as emoções de cada um presente na mesa.
Eleanor sentiu sua garganta doer conforme Mendes continuava a citar os preparos para o casório, engoliu destroçada pela possiblidade de nunca poder realizar seu sonho, constatou que aquilo era essencial, afinal sua família só seria feliz se ela abrisse mão de sua liberdade, seu pai só poderia ter alegrias em sua vida se ela desistisse de viver.
Por baixo da mesa sentiu os dedos trêmulos do noivo tocarem em sua mão, encarou o garoto e percebeu por sua face desesperada que ambos precisavam sair dali.
─ Peço licença a todos mas preciso resolver algo com minha noiva.- disse enquanto erguia sua mão em um convite a jovem, pensativa e duvidosa ela ponderou por alguns segundos até aceitar.
─ Pelo visto nossos jovens querem privacidade, pelo menos a união será por amor.- Mendes inseriu mais uma das palavras letais que feriam cada parte de Eleanor.
Uma música melodiosa tocava junto ao violino e o piano, vozes suaves adornavam a decoração deslumbrante do lugar.
Lorenzo puxou delicadamente o corpo de Eleanor junto ao seu, seus braços cercaram o corpo da garota mas o aperto não a prendeu, a moça colocou as mãos sobre os ombros do rapaz e prefiriu evitar olhá-lo.
─ Conversei com meu pai, sinto muito, tentei ao máximo evitar isso mas ele insistiu que tudo deveria ir até o final, me desculpe, mi linda.- sussurrou fingindo um sorriso aos mais velhos que observavam.
─ Tudo bem, Lorenzo, pelo menos nós tentamos, acho que não temos escolhas, isso acontecerá de um jeito ou de outro.- respondeu desanimada, com a face cabisbaixa.
─ Onde está a Eleanor que conheço? Você que deu a idéia de convermos com eles, disse que ainda podemos mudar nosso futuro. Foi abduzida por algum alienígena?- perguntou sarcástico o que arrancou uma risada de ambos. As corvinhas se destacaram no rosto do rapaz, os fios louros mostravam sua expressão animada.
─ Não enche, acho que alguém não se olhou no espelho hoje, quem veio de outro planeta foi você.- disse irônica, pisando de propósito no pé do garoto.
Lorenzo conduziu ambos para o centro do salão, Eleanor estava feliz, ficar perto de seu amigo lhe trazia paz.
Todavia tudo desapareceu quando novamente ela o enxergou.
Segurando uma bandeja em suas mãos, a postura calma e o rosto inexpressivo, a garota se encantou e tarde demais percebeu a colisão entre a realidade e a fantasia.
Se desvencilhou do loiro, sabendo da confusão expressa em sua mente, ingnorou os protestos de Lorenzo chamando seu nome e correu até o alcance dele.
Da sua aventura
Viu o exato momento em que o garoto de cabelos castanhos escuros entrou em um corredor longo.
Seguiu seus passos tendo a certeza que parecia uma louca, viu quando ele cruzou para a direita, as luzes aos poucos piscavam gradativamente.
O lugar era imenso que se assustou com a grandiosidade, as paredes brancas junto ao piso liso marrom deixavam com que aquilo se assemelhasse a um castelo.
Entre uma linha tênue estava a escuridão e a luz, pela janela aberta adentrava a luz pálida da lua.
Seguiu tentando ser ao máximo discreta mas o rapaz desapareceu como um vazio, olhou para os lados até perceber que não havia ninguém, avançou insegura sobre o que aquilo era.
Se surpreendeu quando foi puxada para a parede, tentou escapar até perceber que um braço a impedia.
─ Quem é você e por que está me seguindo?- uma voz rouca preencheu o ambiente, uma sensação avassaladora dominou seu coração, seus batimentos estavam desconhecidos.
Quando os flashes de luz chegaram até o canto afastado, Eleanor estava hipnotizada pela desordem que aquele rapaz havia causado em seus pensamentos.
O veneno chegou em sua vida antes mesmo de ela aceitá-lo.
A garota engoliu em seco, nervosa demais para evitar não suspirar.
Era ele
Era o seu desejo obscuro
Da forma mais bela e mortal já vista.
✒
Continua?
Gostaram do segundo capítulo?
Me desculpem a demora para atualizar eu estava ocupada com um bloqueio criativo horrível. Vou tentar agora atualizar com mais frequência.
Eita eita como será que a Eleanor vai escapar dessa?
Foi perseguir o menino agora aguenta.
Estam gostando da história?
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