El dulce arte | 10
Se eu estivesse morrendo de joelhos
Você seria aquele que me salvaria
E se você estivesse afogado no mar
Eu te daria meus pulmões para que você pudesse respirar
Eu estou com você, irmão
Eu estou com você, irmão
E se a água turbulenta nos atingir
Eu serei aquele que te manterá aquecido e seguro
E carregaremos um ao outro
Até que digamos adeus no dia em que morrermos
─ Kodaline, Brother
C a p í t u l o d e z
"El dulce arte"
Com precisão as linhas se cruzaram com os pontos, formando majestosas encruzilhadas do destino.
A delicadeza de véus cobriram as cores em estações, quentes, frias, florais e melancólicas.
Ambos formando-se uma ligação de verídicas sensações.
Taehyung havia se infiltrado como um trópico, de milhares de distância que ainda sim, deixava marcas, em circunstâncias cartográficas tudo que ela desejava era possuir a essência de liberdade que o belo rapaz proporcionava.
Tatuou seu nome em sua mente e o proporcionou o prazer de seus lábios emitindo como uma alucinação, tudo se resumia no que seu subconsciente achava atrativo, como sentimentos encontrados através de papéis descritivos sobre emoções.
Eleanor estava fascinada na terrível chama de desejo, que clamava por ela, repercutia como uma melodia e sintonia magnífica.
Para a criação de suas telas, quando seus rabiscos mostravam sua imaginação a trilhando para um caminho, existia um sentido.
Uma razão pela qual ela desenhava o mais almejava.
Amor
Aventura
Diversão
Poderia essas hipóteses repletas de dúvidas, trazerem sua ruína?
Quando o pincel dançava entre seus dedos e o cálido brilho de satisfação pulsava seus estímulos, uma paz recorrente predominava o jovem coração sonhador.
A dócil arte
Viver para a garota era somente sobre sua família e criação de quadros, expressar o turbilhão de devaneios sobre a imensidade de um vazio solitário, era gritar em com todo ar de seus pulmões o quanto o oceano de sua consciência poderia levá-la. Viciou-se na quentura, nas flores desabrochando, as estrelas que adornavam sua atenção, os tons que enfeitavam a profundidade, forneciam uma performace e criavam uma obra.
Eleanor Davis era uma amante de singelas pinturas sobre viver;
Seja sobre paixões platônicas, amores não correspondidos, tragédias iminentes ou relações tão passageiras como uma garoa refrescante, tudo que seja sobre arte, sobre sentir, ele definitivamente estava enfeitiçada.
Kim Taehyung era como um quadro em branco, ainda sem fragrância, existência e ritmo. Todavia, algo nele despertava a curiosidade da mulher, a obscuridade ou a maneira em como as íris castanhas escuras se assemelhavam a cascalhos húmidos sobre pedras de um imenso jardim, a intensidade que ele a provocou foi como fogo ao encontro da queimadura cicatrizada.
Eleanor desfrutou de mergulhar nele, senti-lo e especialmente provocar um possível incêndio, dento de um jogo perigoso.
Foi arriscado
E terrivememte exorbitante.
Ela não sabia como havia encontrado Alejandro na multidão de pessoas, pouca noção do que se passava em sua volta, todas as figuras eram como borões, flash de luzes piscando repetidas vezes e nada de esquecer o toque dele em sua pele, a voz rouca em sua orelha e o calor de seus braços.
Ele era um incêndio de volúpia e falsas sentenças abrasadoras.
─ Acho bom você pelo menos ter dado uns beijinhos, para ter que me tirar dali.— Alejandro resmungou conforme sua irmã puxava seu braço.
─ Pelo que vi, você estava se divertindo muito.— soou irônica pelo cena repulsiva de ver seu irmão agarrando duas garotas, em um contato íntimo demais para quem estava em público.
─ Não posso fazer nada se minha beleza seduz as pessoas — disse provocativo, em zombaria com a mais velha.
Caminharam até a garagem do local, o vento acariciando suas peles, não tinham noção das horas, mas sabiam que não era tão cedo pela escuridão do céu. Eleanor inflou as bochechas em sinal de irritação, era um hábito seu, uma característica sua que amava conhecer.
─ Você disse para me divertir, fiz isso, só não esperava ver meu irmão parecendo uma lagartixa bêbada com companhia.— cruzando os braços, sentou-se sobre o banco do carro, escutando a risada histérica do garoto.
─ Lagartixa bêbada, sério? — os fios negros se espalharam conforme o rapaz curvada sua cabeça, em uma gargalhada alegre ─ Bebeu o que, Eleanor? — questionou sarcástico.
─ Vá a merda, Alejandro.
─ Sua irritação me diz que não pegou ninguém — constatou, recebendo um revirar de olhos da garota.
─ Esse estresse todo é por falta de foda. — antes que Alejandro pudesse terminar sua fala, recebeu os tapas fortes da irmã sobre seu braço.
─ Tá louca, porra?— exclamou insatisfeito ─ Ai, Eleanor, essa doeu.
─ Dirige logo, antes que eu seja presa por tentar atropelar meu próprio irmão.
─ Vou contar para a mamãe sobre isso, sou um amor e só recebo tapa seu, quero ver se ela vai ficar do seu lado.— disse destacando o brilho de divertimento em seus olhos verdes hipnóticos.
─ Se você falar alguma coisa eu conto sobre seu beijo com aquelas duas garotas, ela vai ver que você não é mais o bebê dela.— ameaçou, se acomodando em seu lugar enquanto o moreno dirigia.
─ Querida irmãzinha, não conta para ela não! — Alejandro surtou, comicamente aflito ─ Mamãe pensa que ainda sou virgem, a velha não vai aguentar tantas emoções.— balançou a cabeça em um tom dramático, colocando a mão sobre o o peito em uma encenação humorística.
Eleanor puxou os lábios para dentro da boca, procurando abafar a risada. Mas não pôde conter uma cutucada na situação.
─ Alguém tá medo que ela descubra de verdade.
Alejandro virou para ela na mesma hora, lançando um olhar mortal.
─ Já viu aquela mulher com raiva? Cheguei tarde um dia, um único atraso e ela quase atirou o salto dela em mim.
A jovem se manteve encarando o moreno, segurando o riso da face apavorado do mais novo.
─ Faz isso, rir da desgraça alheia.— o garoto falou visivelmente ofendido, esfregou o rosto, exasperado.
Antes que pudesse perceber o som de suas gargalhadas juntas preencheu o ambiente, ela gostava de momentos simples em que apenas era somente sua família. Sendo a mais velha, precisou ter maturidade mais cedo que os outros, mas isso não a impediu de ser feliz, a primogênita da família Davis era a alegria espontânea, Eleanor preferia esconder seus sentimentos para um espaço em sua mente, optava por disfarçar seus medos sempre com sorrisos encantadores e brincadeiras entretidas, era parte de sua personalidade e seu jeito positivista.
Amava trazer a felicidade para todos, e mesmo que estivesse machucada, ela ainda estaria auxiliando cada ser para sua satisfação.
Aos poucos as luzes nos postes iluminavam o trajeto até sua residência, as paisagens vistas através da janela do automóvel eram encantadoras, localidades simples, sofisticadas e estruturadas grandiosas, pela velocidade que o garoto dirigia, percebeu o ritmo lento era apenas para que ela pudesse admirar cada detalhe da visão, sabia que estava parecendo uma criança com a admiração expressa em seu olhar e suspiros fascinados, contudo, não podia segurar o agrado ao analisar sua noite.
Provocações, carícias e mistérios
O ruído dos imensos portões da mansão dos Davis despertou a jovem de seus pensamentos, assim que passaram pelo caminho da entrada, a direção cuidadosa do garoto foi designada até a garagem.
Quando as portas se abriram, de imediato os seguranças contratados por Alejandro foram ao seu alcance, os dois homens altos, esbeltos e musculosos trataram de acenar brevemente para Eleanor.
─ Tudo sobre controle, senhor.— Tom, um dos seguranças se pronunciou, o cabelo loiro e os íris castanhas davam um charme com a cicatriz no lado direito de sua face, próxima de seu olho seguida até sua bochecha, pelo físico e postura, a garota presumiu que ele tinha entre seus trinta anos.
─ Nenhuma alteração?— Alejandro questionou, em um timbre sério transmitindo autoridade. Passou as mãos sobre os fios escuros, deixando com que o alívio tomasse conta de seu corpo, se sua irmã não tivesse o arrastado, talvez eles chegariam tarde demais e seu progenitor saberia sobre sua saída e seus planos com seus funcionários.
─ Houve um atraso no evento beneficente e o senhor Davis precisou ficar por mais tempo.— esclareceu, com as mãos para trás do corpo.
─ Muito bem.— um sorriso satisfeito escapou de seus lábios, o jovem tirou de seu bolso uma quantia abundante de dinheiro e entregou aos homens, de ternos pretos e feições inexpressivas.
Despediram-se respeitosamente, deixando somente os dois irmãos no lugar.
─ Obrigada.
Alejandro ergueu sua cabeça, analisando a figura da jovem, umideceu os lábios enquanto tentava não sorrir do semblante tímido de Eleanor.
─ Sabe que não precisa dizer isso.— esclareceu, erguendo a mão até tocar nos cachos da morena.
─ Deixa a gente ter um momento fofo por um instante, seu pirralho mimado.— socou levemente o irmão, ignorando seus apelos dramáticos sobre sua violência excessiva.
Eleanor gostava da sua relação com ele, apreciava em como eles eram, em público, vistos como taciturnos, equilibrados, quase frios. Mas quando estavam longe da mídia, eram aconchegantes, seguros e queridos, dispostos sempre a ajudar ao outro, mesmo com as implicações, nada ultrapassava o amor que ambos demonstravam em estar preparados para tempestades mais densas, somente em se protegerem unidos.
─ Caralho de mulher agressiva!— bufou indignado, arrumando a gola de sua camisa preta, penteando os fios negros desgrenhados, os arrumando para trás.
─ Olha a boca. — Eleanor alertou, mordiscando o lábio inferior, segurando a risada espontânea.
─ Por que você gosta de me bater, hein?— Alejandro franziu a testa como se não conseguisse compreender nenhuma ação dela. Sacudindo a cabeça, ele soltou um grunhido frustrado antes de encarar Eleanor.
─ Porque eu posso — ela riu ─ Sou a mais velha, então tenho total direito.
─ Tonta — o garoto emitiu, beijando o topo de sua cabeça, em um ato de carinho ─ Agora vá para dentro, está ficando frio aqui fora.
Eleanor abraçou fortemente o irmão, se sentido sortuda de tê-lo ao seu lado, era adorável em como após suas brincadeira, a preocupação dele e seu cuidados eram notoriamente adoráveis.
Virou-se na direção oposta do rapaz, apertando os braços ao redor de seu corpo, em uma tentativa de aquecer seu corpo, enquanto andava até a porta dos fundos, reviveu os acontecimentos de sua noite.
Com o coração pulsando freneticamente e imagens tão nítidas, aventuras noturnas a fizeram completa.
• • •
Era uma manhã ensolarada, os raios solares adentraram pelas grandes janelas da mansão, a pintura cinzenta junto ao aspecto de antiguidade forneciam uma imagem luxuosa, regalias sobre um mundo obscuro de segredos.
O som da cantiga dos pássaros passando pelos galhos das velhas árvores acompanhado do balançar das folhas secas caindo pela grama verde bem cuidada, portava um clima ameno, relaxante em como o vento espalhava um céu claro, as nuvens brancas como algodão moviam-se silenciosamente conforme o azul cobria a paisagem.
Encarando seu reflexo no espelho do quarto, estava Eleanor avaliando sua escolha de vestimenta, ela preferia usar as cores de acordo com seu humor, alguns dias usava cores quentes, em outros, frias.
Entretanto, especialmente naquele tempo diurno, optou por tons neutros, caracterizados por apresentar pouco reflexo, energia e baixa intensidade, elas não transmitiam nenhum tipo de sensação.
A calça jeans de cintura alta encaixava-se perfeitamente, vestiu um suéter cinza com gola v, estilo vintage, sem mangas, em uma estampa xadrez. O material de malha se assemelhava ao céu nublado.
Gostando de sua escolha de traje, saiu apressada pelas escadas, preparada para encontrar seu pai na mesa de café da manhã. A cozinha possuía uma decoração exótica, o lustre de cristais acima da extensa mesa de comidas era chamativo, o tecido sedoso bordado delicadamente com linhas douradas e a iluminação era recebida pelos raios solares atravessando pelas grandiosas janelas abertas, proporcionando a riqueza e magnificência da elite.
─ Buenos días, familia.— sorrindo superficialmente, cumprimentou todos presentes, Marcos e Alejandro estavam sentados pertos um do outro.
Avaliou sua mãe, Helena Davis, o cabelo castanho claro, quase loiro, olhos âmbar escuro que transmitiam harmonia. Em uma postura de vaidade, com o queixo erguido enquanto permanecia com o semblante frívolo. Um arrepio de tremor se passou por seu corpo quando seus olhos chegaram até a figura colocada na posição da ponta da mesa, engoliu em seco quando as orbes verdes arrogantes a encararam prepotentes, o couro cabeludo quase estava sendo preenchido por fios cinzas.
─ Está atrasada.— Santiago Davis, chefe da família soou indiferente.
Isso a magoou
"Eram bons tempos em que tudo era diferente"— pensou nostálgica.
Observou em como Marcos a encarava compreensivo, umideceu os lábios nervosa.
─ Eu sei.— respondendo apática, mexia nas mãos trêmulas.
Sentou-se ao lado de sua mãe, sendo recebida por um aceno amável dos irmãos.
Sentia-se inquieta
Apavorada pela presença do progenitor
Ele tinham antes uma relação formidável, agora tudo que restava era desprezo e repulsa, recebendo sempre migalhas de sentimentos que antes eram repletos de amor. Eleanor depositava em seu pai, a expectativa de preencher o vazio, quando não conseguia expressar aos outros suas idéias, era sempre a ele que ela corria, quando sentia inveja de Marcos e Alejandro, era nas palavras dele que ela encontrava seu refúgio.
Era uma busca incansável de completude
Uma dependência que permitia a ele afetar suas emoções e passar a recorrer sua aprovação para sentia-se feliz. Isso era nocivo e uma parte sua estava destruída por culpa do peso de não ter seus recursos próprios.
─ Como foi o evento ontem, Marcos?
O garoto de cabelos cor de caramelo e olhos verdes, herdados de Santiago, fez uma expressão desgostosa ao dizer.
─ Tedioso, quase dormir lá.— murmurou dando de ombros.
─ Uma vez quando fui, me escondi na cozinha e ainda comi uns docinhos, tenta da próxima vez.— Alejandro zombou.
─ Lembro que tive que arrastá-lo pela orelha já que ele ficou viciado no bolo.— Helena explicou fazendo os filhos rirem da situação.
─ Não é minha culpa se um docinho reconhece outro — Alejandro disse, cheio de humor ─ Aquele bolo estava uma delícia, a senhora que não quis colocar dentro da sua bolsa para levar para casa.
A mulher apenas suspirou tentando assimilar como tal personalidade foi parar justo em seu filho do meio.
─ Eu falei que ele era adotado.— Eleanor respondeu humorística.
─ Mãe! — expressou-se lamentoso apontando o dedo em direção da irmã
─ Olha o que ela tá falando, briga com ela.
Marcos riu com a cara de indignação do mais velho enquanto Eleanor segurou a intensa vontade de revirar os olhos.
─ Devia levar a sério seus compromissos, agir como um homem, não um moleque.
Santiago protestou, trazendo desconforto ao clima entretido.
─ Desculpe, pai.
O mais novo dentre os herdeiros abaixou a cabeça, o sorriso se dissipou aos poucos.
─ Espero que isso não se repita, se esforce mais na próxima vez.— advertiu, acariciando suas têmporas em sinal de cansaço.
A atenção da garota se focou em suas mãos, seus dedos longos e finos, unhas medianas pintadas em um tom de vinho tinto.
─ Amanhã teremos um jantar com o senhor García e seu noivo, prepare-se e esteja apresentável.
O timbre severo a fez querer rir, mas se conteve.
Eleanor apenas assentiu, forçando sua saliva a descer por tamanho pavor.
E quanto mais ela fugia de seu destino, as entrelinhas a apontavam para uma única saída, a compreensão de que nada adiantava, afinal era nítido seu futuro.
Uma tela de sensações e cheia de pensamentos, isso a definia até o final.
✒
Continua?
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Qual seu personagem preferido em Lost in your eyes?
Esse jantar promete 🔥🔥💃
Vamos de meta? 30 comentários e eu adianto o próximo capítulo, onde conheceremos mais sobre nosso garoto misterioso.
Siguam a playlist de Lost in your eyes, o link se encontra no meu perfil, sério, vocês irão amar as músicas escolhidas.
Muito obrigada por ler LIYE ❤❤❤
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