Capítulo 6: Morcego e gato
《 Yerim 》
Corri por pouco tempo, até decidir parar e pensar em alguma coisa com calma, já que tinha um mês eu não precisava correr como doida, então segui meu caminho andando. Pensava em Jungeun e como ela estaria, talvez ainda estivesse correndo ou decidiu ir mais devagar assim como eu, ou já tivesse encontrado alguém.
Continuei a caminhada devagar, aproveitando o vento e o som dos passarinhos. A noite chegou e ainda estava sozinha na antiga estação de energia, andei por mais um tempo e depois parei. Observei as estrelas, que eram bem mais visíveis ali, lembrando de quando eu acreditava que elas eram as pessoas que morreram, com certeza eu era mais feliz naquela época, mas elas realmente poderiam nos representar, quando elas morrem leva dias para que a luz dela suma. Às vezes morremos por dentro e só depois os outros percebem, muitas das vezes, tarde demais. Sim, o brilho que elas emitiam eram lindos, maravilhosos, no entanto, quantas delas já estavam mortas? De quantas eu admirava a beleza dela mesmo morta?
O dia demorou um pouco a chegar, tanto que eu pude encontrar cinco constelações, aquelas aprendidas em uma aula extra do colégio que. Assim que o sol nasceu, me coloquei de pé e andei pela estação por mais um tempo, até que desviar o caminho e chegar em um lugar que parecia um jardim muito bonito. Tinha várias árvores e flores, assim como tinha uma parte cimentada.
Corri um pouco, mas não por necessidade como antes, apenas por pura vontade de fazer isso, vontade de correr e poder deixar tudo para trás. Naquele momento não havia Mobius, nem psicológico ruim ou medo, havia apenas eu e os passarinhos que cantavam uma melodia agradável.
Não sei por quanto tempo e nem por quantos metros eu corri, eu fiquei feliz e era tudo o que importava naquele momento. Quando parei de correr, me sentei no chão sentindo vontade de tomar banho, mesmo não estando toda suada como estaria caso não fosse a circunstância. Tentei relaxar um pouco, esquecendo um pouco dos problemas e cantando uma música aleatória.
Aproveitar as coisas boas que acontecem ao nosso redor é mais necessário do que dar os dois ouvidos para escutar as coisas ruins mesmo que elas façam parte da vida. Dê ouvidos e fale as três pequenas palavras que carregam tudo de bom que pode existir quando são verdadeiras, eu te amo, seja para seus pais, amigos, animaizinhos de estimação ou até plantas. Quem somos nós para julgar quem o outro ama?
Acabei ouvindo um barulho parecido com passos de pessoas. Notei que na parte mais alta do lugar, que era parecida com uma ponte sem a água embaixo, tinha uma menina. Ela vestia uma blusa branca e uma saia preta, o cabelo dela era escuro, e tive a impressão de a conhecer, então fui até onde o lugar parecia começar, mas não encontrei uma entrada, mas indo para o outro lado, consegui achar uma escada que me levaria até é garota.
Chegando lá em cima, eu não vejo mais ninguém. Entrei em desespero, eu teria enlouquecido e estava vendo coisas? Desci de lá e corri novamente, assim voltando para meu ponto de origem, ainda na estação de energia, mas dessa vez eu segui pelo outro caminho, que me levou até uma rua. Já estava de noite, mas não estava tão escuro pelas luzes dos postes, então continuei a andar.
Decidi que seria bom parar, então me sentei na calçada esticando as pernas e aguardando que o sol voltasse. No entanto, estava impaciente e ansiosa demais para ficar parada, então antes mesmo da estrela nascer novamente, comecei a andar.
Chegando na frente de um prédio, olhei para cima vendo a mesma menina de pouco tempo antes. Segui com o pensamento de que eu realmente havia enlouquecido, até ela acenar pra mim. Eu corri para dentro do prédio, entrei no elevador e apertei o botão para o último andar.
《 Hyunjin 》
A porta de casa estava aberta e tudo lá dentro tudo estava revirado, tinha cacos de vidro e terra para todo o lado, a luz piscava muito e em alguns ambientes as lâmpadas estavam jogadas no chão. Com certeza eu não conseguiria ficar ali sem me machucar, mas também não queria limpar, então apenas fui até o quarto, o único cômodo que estava limpo e parecendo intacto.
Passei a madrugada procurando respostas no meu celular, mas tudo o que encontrei foi registros de pessoas relatando terem ido para uma dimensão paralelas onde elas eram vistas e interagiam, mas com o nascer do sol, eu desisti de procurar no aparelho, decidi tomar um banho e sair de casa. Assim fiz, colocando um pijama de qualquer jeito, já que ninguém veria.
Passei pelas áreas mais movimentadas de Seul, o que era realmente um sufoco, pois pessoas esbarravam em mim a todo o momento até conseguir pegar prática de andar pelos cantos. Já nos lugares menos movimentados não vi nenhuma delas, o que me deixou triste, por ter menos um dia de chance, e alegre, já que ninguém realmente me viu com o pijama de gatinhos.
Comecei a fazer o caminho de volta para casa assim que o sol se pôs. Cheguei por volta das oito da noite, apenas tomei um banho e fui para o quarto.
Resolvi pesquisar por pessoas desaparecidas recentemente, sendo a última lista atualizada do dia dezoito de janeiro, ou seja, de ontem. Encontrei apenas uma delas na primeira lista, Park Chaewon. Fui encontrando as outras em listas anteriores, em nenhuma delas falava sobre o endereço ou número para contato, apenas os nomes delas, então agradeci por me lembrar bem dos rostos delas.
Olhei para o horário, exatamente meia-noite e doze. Esquecendo de que não era normal sentir sono em um Mobius, me deitei para dormir, só reparei quando eu já estava fechando os olhos e adormecendo.
Acordei e o lado de fora da janela estava escuro, então imaginei que só tivesse fechado os olhos para descansá-los, mas ao olhar o horário no relógio que estava na parede eu tive a prova do contrário, era exatamente meia-noite. Assustada, peguei o celular e o coloquei para carregar, esperei até aparecer que estava a cinco por cento para tirá-lo de carregar e ligá-lo. Quando ele acendeu, o conectei novamente ao carregador e desbloqueei. E assim que fiz isso, quase derrubei o celular no chão ao ver que a data estava como dia 21 de janeiro.
Quase entrei em desespero porque perdi um dia inteiro que eu peria ter usado para procurá-las, só me tranquilizei quando consegui convencer a mim mesma de que tinha outros dias pela frente. Ao decidir que esperaria o dia clarear para buscar pelas meninas, peguei uma caderneta e escrevi o nome de cada uma das meninas que iria procurar, e usando uma impressora velha que tinha em casa consegui imprimir as fotos delas. Sim, era mais prático ter tirado print da parte da lista de desaparecidos que estavam, mas pelo menos tive algo para fazer o tempo passar mais rápido.
Quando o sol nasceu, eu senti algo muito bom junto com uma coisa muito ruim, mas eu não saberia nomear nenhuma delas, pois foram muito rápidas e logo correram de mim. Coloquei uma blusa vermelha de manga curta e uma saia branca, coloquei os sapatos e saí de casa. Eu fui até a rua onde meu estágio ficava, era um prédio de uma editora de livros que não era muito famosa.
Como estava cedo demais, a recepção do lugar estava quase vazia, assim como o elevador. Apertei o botão para o último andar e aguardei, entrando nele assim que se abriu. Ao conseguir subir, fui para a beira do terraço, que não tinha perigo algum de cair dali pelas grades brancas, mas ainda assim sentia medo. O Mobius podia apagar minha existência para os outros e os batimentos do meu coração, mas não meus sentimentos e isso era muito bom, mesmo também sendo muito ruim pois não houve um momento durante a caminhada para o prédio em que meu coração gritava todas as memórias que tive com ele ali.
Eu fiquei um tempo olhando para baixo, aguardando que, milagrosamente, alguma delas passasse. Até que uma menina passou olhando para cima, parecendo curiosa. Reconheci que era Yerim, a sexta menina que sumiu, então acenei pra ela, que sumiu da minha vista, mas logo surgiu na porta do elevador, e sorrindo, veio até mim.
TO BE CONTINUED
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