Capítulo 5: Flutuando, Saboreando
Harry ia à loja todos os dias desde sexta-feira. Não que Louis estivesse contando todas as vezes, mas sim, o alfa era com certeza consistente. Louis se perguntou se era a vibração de sua tranquila loja ou o confortável bar onde Harry costumava passar a maior parte do tempo, que fazia o alfa coninuar voltando. Ele chegava por volta das 17h e ficava com a cabeça inclinada sobre seu computador, ocupado e digitando até a hora de fechar, que era por volta das 20:30h. Ele já havia pedido uma bebida do menu da loja e hoje Louis tinha feito um café expresso com nata e leite para o alfa.
"Woah, Lou! Sua arte no café está no ponto!" O alfa exclamou, olhando ansiosamente para o pequeno coração que Louis fez na espuma borbulhante da nata e até pegou seu celular para tirar uma foto.
"Você está mentido...Está torto..e patético.." O ômega argumentou, mordendo seu sorriso satisfeito enquanto fingia franzir a testa para o coração desenhado.
"Você pode fazer uma planta da próxima vez? Ou talvez..." O franzido entre as sobrancelhas de Harry não deveria ser tão cativante. "Um cisne?"
Louis bufou. "Quem você pensa que eu sou? Um professional? Seus padrões para mim são muito altos, Harold."
Um dos cachos do alfa fez cócegas na bochecha de Louis quando o homem mais alto se inclinou para enfiar o celular sob o nariz do ômega. Suas narinas dilataram quando ele sentiu um cheiro forte do aroma viciante de sálvia e cravo de Harry.
"Olha! As pessoas já estão curtindo o post, viu?"
Louis teve que se inclinar para trás para não avançar e enterrar o nariz no pescoço de Harry. Ele viu que o alfa estava mostrando a ele seu instagram e seu coração acelerou quando seus olhos dispararam para a parte superior dda publicação, tentando guardar o seu nome de utilizador na memória (definitivamente não era para perseguir o alfa mais tarde).
"Porque seu instragram é tão hippie, Harold?" Louis torceu o nariz enquanto esticava um dedo para rodar a tela para baixo. Todas as postagens estavam preenchidas com flores, paisagens e fotos espontâneas e aleatórias de pessoas. Ele não viu nenhuma que incluísse o rosto do alfa.
"Você não tem o direito de julgar o meu quando não vi o seu." O alfa fez beicinho quando o ômega sacudiu seu braço.
Era alarmante como o relacionamento deles havia se tornado tão próximo e confortável nos últimos dias.
Louis sentiu como se conhecesse o alfa há anos. Suas brincadeiras nunca paravam e o flerte causal era uma vantagem. Ás vezes, era um pouco exagerado, mas o ômega não falava que não gostava, por outro lado, ele se encontrava desfrutando da atenção total do alfa.
"Hummm...Eu esprava ver uma grande estética de você, já que é dono de uma loja de roupas, mas vamos lá Lou, seu insta é aquele que só deixaria os garotos da fraternidade orgulhosos."
Louis gritou com o comentário, afastando Harry enquanto o alfa ria.
"Não se parece nada com isso!" O ômega protestou, franzindo a testa para seu próprio instagram que consistia principalmente em postagens dele e de seus amigos em Doncaster fazendo coisas estúpidas ou brincando em festas. Também havia um punhado de selfies que ele tirava, geralmente apenas em seus suéteres, parecendo cansado e com os olhos inchados. Seu coração acelerou quando percebeu que o alfa tinha acabado de pedir para o seguir na rede social.
"Sinceramente, bebê, é decepcionante..." Harry estava balançando a cabeça, embora Louis pudesse ver várias notificações aparecendo, afirmando que Harry havia gostado de suas fotos (principalmente as selfies). Ele guardou o celular no bolso das calças, mas não antes de revirar os olhos dramaticamente para o alfa.
"Vocês jovens, colocam muito enfâse nas mídias sociais hoje em dia." O ômega afirmou enquanto se retirava de trás do balcão do bar para cumprimentar um cliente. Era início de Novembro e o negócio estava a correr bem, já que as pessoas começavam a procurar roupas de inverno.
Ele olhou para trás por cima do ombro para verificar Harry, que lhe deu um aceno fofo e voltou a enterrar a cabeça nas tarefas de seu curso.
O alfa usava mom jeans desbotados de branco que se arrastavam no chão e uma camisa branca fina semitransparente por baixo de um cardigã colorido desigual. Louis sabia que se examinasse mais de perto, provavelmente seria capaz de ver os mamilos escuros do alfa. Ele estava vestido como se fosse primavera e Louis teve que culpar a biologia (novamente) por fazer com que os alfas não ficassem com frio em nenhuma estação.
Ele jurou que o alfa fazia de propósito para chamar a atenção do ômega toda vez que ele aparecia com metade do peito fora de suas blusas ou as pernas longas aparecendo sob shorts jeans.
Louis se perdeu em seu trabalho, pois havia um fluxo constante de clientes e a maioria deles eram velhos avós que vinham em busca de roupas baratas de segunda mão. Ele pacientemente os guiou pela loja e apresentou os itens pelos quais eles mostraram interesse.
No final do dia, porém, seus pés machucavam de tanto ficar parado e ele desejou que a hora de fechar chegasse mais rápido. O tempo lá fora finalmente havia melhorado depois de uma semana de chuva. Ele supôs que era por isso que tantas pessoas estavam fora de casa. Todo mundo estava cansado de ficar preso dentro de casa.
"Porra, finalmente!" Ele murmurou baixinho, quando seu celular vibrou em seu volso, lembrando-o de que já eram 20:30h e ele precisava começar a fechar a loja. Ele conduziu oúltimo cliente para fora da porta e viro a placa para FECHADO.
"Você pode me deixar ficar só um pouco mais?" O ômega olhou para cima e viu Harry acenando para ele do balcão do bar. O alfa estava empoleirado em seu lugar habitual (o banquinho mais próximo da janela) e tinha seus AirPods enquanto continuava a digitar no seu computador.
"Você está se aproveitando da minha bondade." Louis brincou enquanto caminhava em direção ao alfa e acabou sentando no banquinho ao lado de Harry. Ele se virou para encarar o alfa que já estava olhando para ele enquanto tirava os AirPods.
"Que tal eu pegar outra dose de café? Isso vai me permitir ficar?"
"Você já tomou duas doses de café preto, Harold, vai ter um ataque cardíaco se beber outro."
O alfa riu disso, as mãos grandes digitando enquanto continuava a falar. "Estou preso com a desconfiguração de um código...Preciso de um café para não ficar estressado."
Louis espiou por cima do ombro de Harry, franzindo a testa para os números e letras verdes que flutuavam na tela do computador. Ele fez uma careta com a rapidez com que as linhas corriam pela tela.
"Como você faz isso?" O ômega balançou a cabeça em descrença enquanto pegava a caneca rosa claro de Harry.
"Escrever códigos? Na verdade, é muito divertido na maioria das vezes. É como um labirinto e adoro descobrir como sair dele."
Louis colocou um saquinho de chá na caneca e encheu com água quentes antes de empurrar sobre o balcão em direção a Harry. Ele observou o alfa murchar visivelmente quando olhou para a borda da caneca.
"Não há mais café para você, senhor. A partir de agora, só pode tomar chá verde."
"Mas eu tenho sido tão bom, Lou..."
"Esse não é o ponto, Haz." O ômega revirou os olhos com carinho.
"Você tem 15 minutos para lidar com esse código enquanto dobro algumas roupas. Se não terminar até lá, vou expulsá-lo, a menos que queira acampar na minha loja."
"Isso é meio tentandor." O alfa disse lentamente.
Louis riu, ousadamente estendendo a mão para beliscar a bochecha do alfa. Eles sorriram um para o outro por um momento antes do ômega tossir exageradamente.
Ele se concentrou em dobrar algumas roupas e até vareu o piso de madeira da loja. Ele considerou fazer algumas contas também (só para ajudar Harry a ganhar mais tempo), mas seus olhos estavam doloridos e ele não tinha vontade de enfrentar a cruel realidade dos números hoje.
"Você terminou, H?" Ele finalmente voltou para o canto do bar e viu que o alfa ainda estava na mesma posição em que o havia deixado.
"Só mais um pouco, por favor..." O alfa murmurou enquanto seus dedos voavam sobre o teclado.
O ômega espalmou a palma da mão sobre a tela do alfa, consguindo chamar a atenção do homem mais alto. Ele balançou a cabeça para Harry. "Você precisa descansar se quiser derrotar esse erro de descodificação." De facto, Harry tinha olheiras fracas sob seus olhos verdes.
O alfa olhou para ele antes que seu rosto se abrisse em um sorriso brilhante. - Eu só vou parar se você jantar comigo esta noite.
Levou um segundo ou talvez dois para Louis registrar completamente as palavras. O ômega encarou o alfa cujas covinhas habituais estavam firmes no lugar e havia uma faísca desafiadora em seus olhos.
"Styles...Você acabou de-"
Harry o interrompeu rapidamente enquanto fechava a tampa do computador com determinação. "Não me deixe esperando, bebê."
Mesmo que eles nunca estivessem discutido o quanto Harry adorava usar apelidos, bebê era aquele que o alfa insistia em chamar na maior parte do tempo e tudo o que fazia era aumentar a contorção feliz na barriga de Louis.
"Mas já é tade..." Louis apontou para o relógio na parede que mostrava que já eram quase nove.
"Conheço um lugar que ainda está aberto. É um restaurante japonês muito bom." O alfa respondeu com confiança, as sobrancelhas levantadas enquanto ele gentilmente cutucava o tênis adidas de Louis com seus vans gastos.
"Eu amo comida japonesa." O ômega não conseguiu se conter e corou com o quão ansioso ele parecia. Harry não pareceu notar, porque estava soltando um barulho vitorioso e juntando suas coisas em sua bolsa.
"Quem diria que um jantar foi o que fez você finalmente se levantar da cadeira." O ômega disse, balançando a cabeça em negação.
"Nunca subestime o poder do jantar. Correção, devo dizer um jantar de encontro."
O ômega cruzou os braços, franzindo os lábios. "Então é um encontro."
As covinhas de Harry pareciam que poderiam explodir, desenhadas profundamente nas bochechas do alfa.
"Pelo menos eu não estou negando isso."
Antes que Louis pudesse provocar o alfa um pouco mais, Harry já estava agarrando seu braço e caminhanco em direção à porta da frente.
"Ei, pare de me maltratar, Styles! Eu preciso trancar a loja!"
Lá fora, a lua estava aninhada no topo de suas cabeças e fazendo o possível para ofuscar as estrelas brilhantes ao seu redor. Ambos olharam para cima simultaneamente para observar a lua redonda e de cor prateada.
"Eu não sabia que estava lua cheia." Louis lamentou enquanto verificava se a fechadura estava bem trancada. "Você sabe o que eles dizem..." Ele se virou para encarar Harry e viu a luz da lua brilhar sobre as feições do alfa. As sombras pareciam encontrar um lar no arco dos lábios do alfa, tornando a curva deles ainda mais atraente.
"Nossos lobos são mais selvagens quando ela está no seu auge." Harry proferiu, depois de uma pausa, sua voz era uma oitava mais baixo enquanto erguia o queixo para a lua.
Posso culpar meu lobo e a lua se eu disser que quero te beijar? Foi o pensamento que passou pela cabeça de Louis e ele teve que morder sua língua.
"Vamos, se não nos apressarmos, meu estômago vai explodir."
Louis teve que correr para alcançar o alfa que já estava caminhando pela rua. Ele meio que desejou que Harry tivesse se oferecido para segurar sua mão. Mas não, Louis estava sendo estúpido e este era apenas um jantar entre amigos.
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Eles conversaram enquanto caminhavam e quando chegaram ao restaurante, Louis já podia sentir a barriga doendo de tanto rir de uma das histórias de Harry sobre seu aluno de aula de codificação online.
"Você disse que o cara deixou a câmera ligada e nem se apercebeu?"
Harry acenou com a cabeça enquanto eles pararam em frente a um restaurante que tinha um letreiro de néon vermelho que dizia "REI-KU-REI Izakaya". Do lado de fora, era possível observar que o restaurante estava decentemente lotado e muitas mesas estavam cheias de pessoas comendo e conversando.
Louis nunca se lembrava de ter visto esse restaurante antes, mas talvez fosse por que ele estava muito envolvido com sua própria loja nos últimos meses.
"A classe inteira teve que escutar ele falando igual um bebê com seu gato antes que decidisse que era uma boa hora para um banho e quase fizesse um show de strip na frente de todo mundo."
Louis bufou, se exibindo quando Harry se adiantou para abrir a porta para ele. Ele entrou no restaurante e foi recebido por um garçom ômega que os levou para os assentos no balcão do bar.
"Porque você pediu para sentar aqui?" Louis perguntou curiosamente enquanto tirava sua jaqueta North Face e a colocava nas costas de sua cadeira. Ele estava vestindo uma fina camisa Adidas vermelha de manga comprida com listras brnacas em ambas as mangas e já se sentia arrependido de sua escolha, já que hoje estava muito frio.
"Daqui," Seus assentos estavam tão próximos que seus braços se tocavam. Louis aproveitou a chance para sugar um pouco do calor do alfa. "Você pode vê-los cortando o peixe. É um arte díficil de aperfeiçoar. Sempre quis aprender."
"Você cozinha?" Louis perguntou, as sobrancelhas levantadas em surpresa quando ele começou a folhear o menu. Ele se debateu entre salmão misturado com saba donburi e macarrão udon frito.
"O tempo todo, se eu puder." Harry respondeu com orgulho, cutucando o cardápio e apontando pratos interessantes com nomes estranhos. Louis gostava quando o alfa tagarelava. "Cozinhar é relaxante! Fazer comida deliciosa do zero me dá muita satisfação."
"O quê? Cozinhar dá satisfação? Por favor Harold...Não diga.." O ômega comentou sarcasticamente. Ele nunca gostou da tarefa e odiava fazer toda a limpeza, muito menos a preparação interminável que vinha antes de cozinhar. Todas as noites depois do trabalho, ele optava por refeições congelados ou para viagem. Às vezes, se Oli (seu companheiro de apartamento e ômega) estivesse com vontade, ele cozinhava um prato simples para Louis.
"Realmente Lou! Da próxima vez eu posso cozinhar algo para você. Aposto que vai ficar pedindo por mais." O alfa piscou, cutucando Louis com o ombro enquanto o ômega revirava os olhos.
O resto da noite consistiu no par discutindo sobre seus passatempos e tendo lutas ferozes de pauzinhos para ver quem ficaria com o último pedaço de sushi enrolado.
Louis não conseguia se lembrar da última vez que se sentira tão feliz e relaxado com um alfa. Harry era tudo o que não se encaixava nas típicas normas de gênero alfa e cada informação que ele revelava sobre si mesmo conseguia fazer o coração de Louis palpitar.
Ele desejou que a noite não terminasse e eles pudessem ficar assim, os braços encostados um no outro, dentro de sua alegre bolha.
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"Oh merda, já são onze horas!" Harry se levantou apressadamente, pegando sua bolsa.
Um garçom se aproximou deles perguntando se precisavam de pedir as últimas rodadas de comida. Foi só então que eles perceberam o tempo que já havia passado.
Eles saíram do restaurante apenas para encontrar o mundo rugindo com o dilúvio lá fora. A chuva batendo na calçada imediatamente encharcou a sola dos tênis de Louis.
"A previsão do tempo não disse nada sobre essa chuva..." Harry disse ao seu lado. O ômega sentiu o braço do alfa o puxar para longe do abrigo do telhado do restaurante.
"Eu não tenho guarda chuva...Acha que podemos correr?" O ômega perguntou, a cabeça inclinada para cima enquanto mais chuva caía do céu escuro como breu.
"Devemos voltar para o meu apartamento. É apenas uma caminhada de dez minutos, cerca de cinco minutos a correr daqui."
Louis riu, mas parou abrutamente quando as palavras ecoaram em seus ouvidos.
"Lou?" Ele sabia que Harry estava esperando por uma resposta.
Ele olhou para cima, sorrindo loucamete antes de se jogar na chuva. -Vence o melhor - ele gritou sob a chuva, choramingando quando sentiu a mão do alfa deslizar na sua e puxar na outra direção.
"Bebê! Você nem sabe para onde está indo!"
Eles chapinharam na chuva, as risadas soando sobre os estrondos dos trovões. Louis podia sentir o frio molhado penetrando em sua pele, mas não tinha grande importância para ele.
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O apartamento de Harry ficava no último andar e eles tiveram que subir as escadas, deixando para trás rastros de água enlameada enquanto riam. O ômega observou enquanto o alfa se atrapalhava com um molho de chaves.
O alfa o conduziu até ao interior, fechando a porta atrás deles e foi só então que Louis percebeu que estava parado no apartamento de um alfa, sozinho, molhado até aos ossos e parecendo nada atraente. Não, ele ensinou firmemente seu esperançoso ômega. Harry estava sendo amigável ao oferecer seu apartamente. Assim que a chuva parasse, ele iria embora.
As luzes se acenderam e ele piscou, olhando aoredor e absorvendo o ambiente. A primeira coisa que notou foramas estates enchendo as paredes repletas de romances e livros grossos. A sala tinha um sofá de frente para a televisão e Louis podia ver que a mesinha de centro também estava coberta de livros.
"Você deveria tomar um banho, Lou, senão vai pegar um resfriado e eu não quero isso..."
"Mas eu não tenho nenhuma roupa..."
"Eu posso empestar alguma roupa minha."
Louis corou e ficou em silêncio enquanto observava Harry colocar as chaves em um gancho perto da porta e tirar seus Vans molhados. O ômega fez o mesmo, colocando seu adidas ao lado das vans de Harry. Ele ficou perto do sofá, tentando parar de tremer enquanto o alfa avançava pelo corredor.
Louis percebeu que havia uma enorme janela logo atrás da televisão e se aproximou dela, espiando e vendo gotas de chuva rolando pelo vidro. Era difícil discernir a vista, já que a chuva estava muito forte.
"Aqui," Ele se virou e viu que o alfa estava de volta, uma pilha de roupas em suas mãos. Harry deu um sorriso de covinhas quando Louis pegou as roupas. "Muito provavelmente terá que enrolar as calças, mas é o menor tamanho que eu consegui encontrar."
Louis fez um barulho, tentando ignorar o sorriso malicioso do alfa e seguiu o mais alto até o banheiro.
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Enquanto tomava banho, o ômega não conseguia parar de cheirar avidamente o champô e o sabonete líquido de Harry. Ele tentou memorizar os nomes das marcas e os sabores, mas pegou esse pensamento no último segundo, repreendendo mentalmente por estar fazendo tal coisa. Ele nunca ia admitir que tinha usado uma boa quantidade do sabonete de cheiro amadeirado.
Louis teve que parar suas mãos de acariciar a maciez da camiseta de algosão gasta que Harry tinha escolhido para ele. Era uma camisa desbotada dos Rolling Stones que foi lavada tantas vezes que era difíci até mesmo decifrar o padrão desenhado. Ele precisou de ajustar a gola de volta ao seu lugar, uma vez que ela ficava escorregando por seu ombro magro.
A calça moletom de cor roxo pastel era um pouco grande demais para ele e o ômega teve que apertar fortemente os cordões em volta da cintura. Ele resistiu à vontade de enrolar a calça porque não queria dar essa satisfação a Harry.
Cobrindo os cabelos molhados com uma toalha, ele saiu do banheiro e sentiu o ar quente circulando pelo apartamento indicando que o alfa devia ter ligado o aquecimento.
"Harold?" Ele andou pelo apartamento, espiando pelos cantos.
Só então, escutou batidas vindas do quarto no corredor e enfiou a cabeça pela porta para encontrar Harry remexendo em sua cômoda, as costas nuas de frente para o ômega.
Louis levou um momento para observar os músculos contraídos nas costas fortes do alfa antes de piscar e desviar o olhar.
"Precisa de alguma coisa, Lou?" Hary vestiu uma camiseta azul e agora estava de frente para o ômega.
"Posso pegar seu secador de cabelo emprestado?" O ômega perguntou, apontando para o secador de cabelo sobre a cômoda.
"Claro. Entre e sente-se aqui." Harry fez sinal para Louis dar um passo à frente e o ômega baixou a cabeça timidamente, olhando silenciosamente ao redor do quarto.
Era muito maior do que seu próprio quarto e tinha uma cama king size encostada na parede oposta sob uma janela longa e fina. Eram tantas as fotos e polaroids coladas na parede que, à primeira vista, Louis sentiu como se estivesse observando uma massa de cores e sorrisos.
Seus olhos se fixaram em uma foto onde Harry tinha seus braços ao redor de um homem loiro. Suas bochechas estavam pressionadas juntas e ambos sorriam muito para a câmera. Parecia a formatura do ensino médio, a julgar por suas túnicas e chapéus idênticos. Ele se perguntou se o menino era o ômega de Harry naquela época.
"Posso secar seu cabelo, Lou?" O ômega quase perdeu a pergunta e se assustou quando sentiu uma mão em seu ombro.
Ele acenou com a cabeça rapidamente e acabou sentando na beirada da cama, torcendo as mãos no colo.
O ômega gemeu interiormente quando sentiu o alfa passando a mão por sua franja molhada, gentilmente agarrando uma mecha antes de ligar o secador de cabelo. Harry devia estar familiarizado com a secagem de cabelo de outras pessoas porque a temperatura foi ajustada e a quantidade de pressão contra seu couro cabeludo fez Louis ronronar de contentamento. Ele estava feliz pelo zumbido baixo do secador cobrir o som do ronrono que ele tinha deixado escapar.
"Está bom?" O alfa questionou, os lábios pairando bem sobre a orelha de Louis enquanto os olhos do ômga se fechavam.
"Você faz isso com frequência?" Louis perguntou, abrindo um olho ao sentir a cama se mexer com o peso de Harry atrás dele. O alfa estava meio ajoelhado na cama enquanto continuava sua tarefa.
"Eu gosto. Seu cabelo é muito macio."
Louis arqueou uma sobrancelha enquanto se virava para olhar para o alfa. Um sorriso permaneceu nos lábios do alfa enquanto ele secava o cabelo na nuca do ômega.
"Você gosta de tocar no cabelo de outras pessoas? Me faz suspeitar que você tem um fetiche em cabelo." Louis brincou enquanto Harry desligava o secador.
"Todo mundo tem fetiches. O meu é fazer as outras pessoas se sentirem bem e não é apenas sobre o cabelo que estou falando."
Louis corou com o comentário atrevido e sua mente ficou em branco por um segundo.
"Já que ainda está chovendo, quer assistir um pouco de Netflix para passar o tempo? Posso conseguir algumas bebidas também."
O alfa se empurrou para fora da cama e o ômega o seguiu, imediatamente sentindo falta do calor de sua proximidade. Mas foi para melhor porque ele provavelmente estava a segundos de sentar-se sobre Harry na cama. Deveria ser o forte cheiro do alfa no quarto que estava fazendo o ômega pensar assim.
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Louis não percebeu que já estava em sua quarta taça de vinho até sentir uma vontade incontrolável de ir ao banheiro. Eles estavam descansando no sofá, discutindo sobre qual dos últimos documentários da Netflix valia a pena assistir quando Harry se ofereceu para abrir um pouco de vinho tinto.
"Eu tenho que trabalhar amanhã, Harold." Louis lembrou o alfa enquanto observava Harry despejando uma quantidade generosa em seu copo.
"Amanhã é sábado, certo? Estou me lembrando que sua loja só abre ao meio-dia. Você terá muito tempo para ficar sóbrio. Além disso," Harry piscou para o ômega. "É só vinho."
É só vinho. Sim, era uma desculpa válida e Louis baixou a guarda quando bebeu os três primeiros copos. Agora ele estava se sentindo agradavelmente tonto enquanto voltava do banheiro para a sala.
"Você é tão leve, bebê." Harry olhou para trás quando Louis fez um de seus livros cair de seu lugar na prateleira. O ômega estendeu a mão para pegar o livro e o enfiou de volta (provavelmente no lugar errado) antes de atacar o alfa no sofá.
Ele agarrou os cachos de Harry e deu um tapinha no rosto do alfa, rindo enquanto os braços de Harry se agitavam com o ataque repentino. Sem pensar muito, ele contornou o sofá e se jogou no colo do alfa.
Ele sentiu a respiração longa e aguda do alfa quando sentiu o peso do ômega no seu colo. As mãos de Harry voaram para circular em torno de sua cintura, segurando-o no lugar.
"Quero que me conte seus outros fetiches, alfa bobo." Louis escondeu a sua risada atrás da mão.
"Não é justo que eu continue admitindo meus fetiches enquanto você só escuta. Eu quero saber do que você gosta também."
A mão do alfa subiu para circundar o pulso do ômega enquanto este enfiava o dedo em uma covinha.
"Eu não tenho fetiches, pelo menos não que eu saiba...Todo o sexo que eu fiz foi bem baunilha, então não há nada a ser contado." Louis deu de ombros, sentindo a camiseta escorregar de seu ombro, mas ele não teve tempo para ajustar tentando livrar-se do aperto de Harry sob seu pulso. Ele queria voltar a cutucar o sorriso estúpido do alfa. "Quer dizer, eu não consigo nem gostar de dedos, então..."
"Você não gosta de ser dedado?" A voz baixa de Harry o cortou no meio da frase quando o ômega caiu em seu colo, finalmente desistindo de sua tentativa de atacar as covinhas do alfa.
Louis balançou a cabeça. Ele se virou para a televisão e sentiu sua visão flutuar. Ele talvez estava mais bebâdo do que pensava.
"Como você pode não gostar? É uma das melhores preliminares."
Louis continuou a balançar a cabeça com firmeza enquanto dava uma cotovelada no estômago do alfa. Harry soltou um suspiro quando o ômega riu de sua expressão de dor.
"Não. É chato e eu só quero que acabe logo para que eu possa ter o nó..." Louis argumentou de volta, franzindo a testa enquanto choramingava.
"Acho que alguém precisa aprender uma lição."
Louis não entendeu onde o alfa estava indo com toda a conversa até que a mão calejada de Harry escorregou por baixo de sua camisa. A respiração do ômega engasgou quando sentiu o alfa alisando a mão sobre o cós de sua calça.
"Eu mencionei que você fica muito quente com minhas roupas?" Um susurro acompanhado pelo leve roçar de lábios em sua orelha estava sendo pressinado e o ômega estremeceu com o quanto ele queria isso.
"O que você está fazendo?" Ele conseguiu falar, agarrando a frente da regata de Harry enquanto sentia o alfa enfiar um dedo em seu cós.
"Vou fazer você gozar apenas com meus dedos."
Louis sentiu a língua de Harry lambendo o lado de sua bochecha e descendo para lamber a pele de seu pescoço. Ele gemeu, inclinando o rosto para o lado para que o alfa pudesse ir de encontro a mais da sua pele.
"Tudo bem se eu te beijar?" A pergunta fez com que a lembrança de seu primeiro encontro passasse por sua mente. O ômega teve que abafar sua risada na sua mão.
"Pare de perguntar e apenas me beije pelo amor de deus, alfa estúpido."
Seus lábios se encontraram e porra, Louis sentia falta disso, sentia falta do alfa, do seu gosto quando a deliciosa menta explodiu em sua língua. O ômega se levantou, envolvendo seus braços ao redor do pescoço de Harry e lambeu a boca do alfa. Seus beijos eram confusos, quentes e ambos queriam mais.
"Porra, eu vou gozar se continuar fazendo isso..." Louis começou a esfregar sua bunda contra a frente da virilha de Harry. Ambas as calças eram feitas de material fino, então foi fácil para Louis localizar o comprimento cada vez maior de Harry e movimentar sua bunda sobre ele.
O ômega gemeu quando sentiu os dedos de Harry cavando em seus quadris e no momento a seguir ele estava sendo girado para que ficasse pressionado contra o sofá. Ele fez beicinho, mas choramingou quando sentiu os dedos do alfa deslizando entre suas coxas, erguendo os quadris quando sentiu Harry tocar a parte da frente da sua calça.
"Oh." Ele exalou quando o alfa empurrou uma mão para baixo na parte de trás de sua calça, os dedos ásperos mergulhando entre a fenda de sua bunda.
"Não vou fazer nada além de colocar meus dedos em você hoje, ômega. Mostrar como são bons e como eles podem fazer você se sentir." Harry susurrou sujo em seu ouvido enquanto mordia o pescoço de Louis. O ômega sibilou quando sentiu dentes afundando em seu ombro.
"Por favor." Ele soluçou, o corpo já provocado pelo desejo e sua boca se abriu quando sentiu o primeiro dedo roçar no meio de sua bunda. A sua entrada apertou, mas não havia nada lá e isso apenas o lembrou de quão vazio ele estava.
O ômega podia se ouvir implorando e apenas se agarrou com mais força ao alfa em cima dele. Ele precisa de mais, mais do que apenas um toque.
"Mmm!" Seus olhos se abriram quando o dedo de Harry voltou a provocar sua entrada, acariciando toda a zona. Louis estava vazando lubrificação sem se dar conta e não havia como parar o fluxo pegajoso escapando de sua entrada.
"Olhe para você, Lou, todo bonito e engasgando com meus dedos..." O ômega choramingou quando sentiu Harry sugando outra mordida em seu pescoço. Teria de usar mais uma semana uma gola para esconder todas as marcas. Suas próprias mãos se atrapalharam sob a regata de Harry para arranhar a pele quente do alfa.
O único dedo pressionado contra sua entrada estava dançando ao longo de sua pele enrugada e o ômega abriu sua coxas, desejando que o dedo afundasse em seu calor.
"Não tão rápido, vou brincar com você um pouco mais."
Ele podia sentir o sorriso na voz do alfa enquanto ele apertava aquele dedo que continuava acariciando sua entrada, fazendo movimentos circulares e brincando com a borda molhada.
"Por favor..Ahhh..." Um segundo dedo se juntou ao primeiro e ambos deslizaram avidamente sobre a abertura avermelhada de forma provocativamente lenta mas deliciosamente rápida.
Louis gritou, os quadris se erguendo do sofá quando ele sentiu a primeira intrusão contra sua entrada apertada. Harry estava falando algo em seu ouvido, mas Louis estava muito focado no dedo que se contorcia dentro dele.
Harry deslizou o dedo para dentro do calor apertado, cutucando e raspando a ponta contra as paredes de Louis. O ritmo era lento e doce enquanto o alfa se certificava de que o ômega levasse seu tempo para se ajustar.
A boca de Louis se abriu, querendo pedir mais, mas se fechou rapidamente quando sentiu o dedo encontrar aquele pequeno feixe de nervos.
Tão perto, fodidamente perto.
Ele gritou quando o dedo escorregou para fora dele e sua entrada contraiu e se apertou, desesperado por algo para agarrar.
"Amo quando você está tão carente, bebê."
Dois dedos estavam serpenteando dentro dele novamente e o ômega gemeu na boca de Harry, sentindo a língua do alfa enrolar na sua.
Harry começou a enfiar seus dois dedos rudemente, sempre roçando provocativamente contra a próstata de Louis antes de voltar a retirá-los da entrada aberta e vazada. O ômega só conseguia mover os quadris no ritmo das estocadas, tentando obter um pouco mais de fricção contra seu feixe de nervos.
"Não consigo mais, Alfa..." Ele susurrou chorando enquanto segurava Harry mais perto. "Sem mais provocações...Por favor...É demais."
"Não aguenta? Então você vai ter que gozar para mim, ômega. Venha para mim..." O ômega concentrou seus sentidos em seu pau pulsante que estava esfregando dolorosamente contra sua boxer apertada. "Não posso te dar o que você quer, a menos que venha para mim, amor."
Louis se aproximou, buscando algum contacto e encontrou o lado do quadril de Harry. Ele esfregou o pequeno pau coberto contra o alfa, se sentindo como um adolescente na puberdade enquando usava a coxa do maior para gozar.
Ele engasgou quando sentiu os dois dedos dentro dele se remexendo e cruzando enquanto o alfa continuava seus movimentos rápidos e precisos, voltando a retirar os dedos até o ômega sentir apenas a sua ponta e acrescentando um terceiro enterrando por completo dentro da abertura pulsante.
"Porra, Haz..." Ele soluçou levantando os quadris e sentindo os dedos ficarem mais profundos dentro de si.
"Agora, ômega. Venha para mim, Louis." O comando grave e profundo foi o que fez o pau de Louis se contorcer e ele gozou com um grito suave, derramando mais lubrificação e seu esperma em sua boxer quando sentiu os três dedos se curvando no seu ponto ideal.
Tudo ficou um borrão nebuloso e o ômega caiu mole contra o sofá, incapaz de se mover enquanto ofegava em seu orgasmo.
"Shhh, está tudo bem. Você está bem, foi perfeito."
As belas palavras do alfa fizeram seu mundo girar quando ele se sentiu sendo levantado e embalado em braços fortes. Seu mundo tremia a cada passo que o alfa dava e então havia algodão macio contra sua pele.
A cama parecia um navio e ele estava a caminho de casa enquanto se virava para agarrar as cobertas incrivelmente macias. Ele sentiu um corpo se unindo a ele e grandes braços envolvendo os seus. Ele estava seguro enquanto seu ômega ronronava de alegria.
Acabou por adormecer ao som da chuva e ao hálito de sálvia e cravo beijando-lhe os lábios.
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oiiii!!!! estou de volta como prometido! sei que devo muitas explicações porque simplesmente sumi e meio que deixei essa beleza em hiatus, porém eu estou em meu último ano da facul e todo mundo sabe como a facul consegue drenar toda a vontade e tempo. como tal, aqui estou eu com uma nova att e com a promessa de que até ao final do mês ainda vai ter outra!!
eu queria agradecer muito pelo carinho e por todos os comentários e mensagens que foram sendo deixadas no meu mural, eu nunca pensei que a fic atingiria tanto reconhecimento.
de novo, obrigada e até a próxima att. ♡
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