Capítulo 1: Encontrando, Decidindo
Louis não pôde deixar de ficar na frente do prédio intocado. Ele estremeceu um pouco com a brisa fresca de Outubro quando o vento tocou suas bochechas levemente quentes. Ele não pode deixar de corar, embora estivesse parado na calçada e nem mesmo dentro do prédio ainda.
As paredes estavam pintadas de branco e seus olhos meio que doíam só de olhar sob o sol ofuscante da tarde. A placa estava em uma linda letra cursiva, soletrando o nome do estabelecimento: Pleasing Heat House. Ele engoliu em seco, brincando com os sapatos na calçada abaixo dele como se essa ação por si só o impedisse de entrar. Mas ele tinha que fazer isso. Ele devia.
Simplesmente não havia mais opções. Endireitando os ombros e empurrando seus óculos estilo aviador, ele subiu os degraus do prédio.
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Procurar ajuda na Pleasing Heat House não estava no topo da lista de Louis. Pelo menos não no início.
Ele queria pedir ajuda a um amigo, mas suas opções eram limitadas e o único alfa em quem realmente confiava era Liam. No entanto, o pensamento de ter seu cio com Liam, e estar nu na frente dele, causou arrepios na espinha de Louis. Afinal, eles se conhecem desde que usavam fraldas e era simplesmente estranho pedir ajuda a Liam, especialmente depois de todos esses anos sendo melhores amigos. Liam estava fora de questão.
Louis havia pensado em perguntar a um dos amigos alfa de Liam, mas, novamente, ele não gostava de mostrar seu lado vulnerável a um estranho e quem sabe, já que o estranho ainda é amigo de Liam eles podem se cruzar no futuro e Louis não queria enfrentar esse tipo de encontro constrangedor.
Ter que cumprimentar o cara com um sorriso enquanto os dois sem dúvida estariam pensando na época em que Louis estava engasgando por um nó não era o ideal.
"Pela última vez, passe seu cio sozinho como sempre. Posso cobrir os turnos da tarde e da noite." Liam insistiu enquanto Louis estava atrás do balcão de sua loja de roupas vintage, batendo os pés enquanto pensava.
"Li, e sua família? Não precisa voltar ao hospital à noite para cuidar de sua mãe?"
A mãe de Liam adoeceu na semana passada e teve que ficar no hospital para mais testes e tratamentos. Liam teve que dormir lá até de manhã antes de voltar para abrir a loja.
Tornou-se uma rotina e mesmo que Liam não reclame, Louis poderia dizer que o alfa estava sempre morto em pé, a julgar por sua ação de beber sem parar sua xícara de café preto para as bolsas aparentemente permanentes sob os seus olhos castanhos claros.
"Talvez eu possa simplesmente contratar alguém para tomar conta dela ou algo assim..."
Louis se virou de seu banco atrás do balcão para encarar o alfa que estava dobrando as últimas roupas de veludo em pilhas ordenadas que tinham recentemente chegado à loja.
"Você não pode pagar tudo isso, Payno...Você não está economizando para comprar um novo computador? A este ponto, se gastar o dinheiro com um cuidador para sua mãe nunca será capaz de o comprar."
Liam franziu as sobrancelhas antes de suspirar. "Você está certo...De qualquer forma, mamãe odeia estranhos cuidando dela, então ela definitivamente vai surtar se eu contratatar alguém."
O ômega cruzou os braços. "Eu estou sempre certo..."
Liam abriu a boca como se fosse despejar mais alguns protestos e queixas, mas felizmente, os sinos da porta de vidro da loja soaram anunciando um cliente e ambos tiveram que voltar ao trabalho. O pensamento de seu cio perigosamente perto, no entanto, nunca deixou a mente de Louis enquanto ele se ocupava com o cliente.
Uma das principais razões para a necessidade de encurtar o seu cio desta vez não era apenas sobre os negócios da loja recém inaugurada mas também porque Louis quase caiu no espaço ômega durante seu último cio.
Ele descobriu que quanto mais velho ficava, pior se sentia quando saía do cio. Ele consultou um médico e ele disse que era devido à privação do toque e ausência de longo prazo do cheiro e afeições de um alfa.
Ele estava tomando supressores (e qualquer pílula, na verdade, que poderia aliviar a dor), mas não eram suficientes para estabilizar a privação do toque (especialmente quando ele está no cio e não pode tomar os remédios). Os supressores que ele usava atualmente exigiam que ele entrasse no cio pelo menos a cada seis meses para manter seus hormônios equilibrados. Apenas a ideia de seu próximo cio causava arrepios nervosos e indesejados na espinha de Louis. Ele sabia que tinha que enfrentar um a cada seis meses, mas nunca deixou de os temer. Porque no fundo de sua mente, Louis sabia que a parte mais dolorosa podia ser a falta de ter um nó para a maioria dos ômegas, mas para ele, sempre foi a ausência de toque durante e depois do seu cio.
"Será que vai ficar melhor?" Ele tinha perguntado ao médico desesperadamente.
"Se você passar seu cio com alguém, poderia diminuir significativamente as chances de você cair no espaço ômega. Quanto tempo se passou desde seu último relacionamento?"
Louis corou com essa pergunta, mas limpou a garganta e se preparou para a tempestade.
"Eu não tenho um relacionamento estável desde que me formei na faculdade...eu tenho estado ocupado com meus negócios e tudo isso...Então não tenho muito tempo para socializar...E..."
"Ah...Então eu sugiro que encontre uma solução...Tente ajustar sua agenda e ecnontre algum tempo para relaxar...Talvez seja devido a toda a pressão do seu trabalho que está fazendo com que seu ômega fique mais sensível e seus hormônios mais amplificados."
"Mais como bagunçados..." Louis murmurou baixinho enquanto o médico ria.
"Conheça mais seu corpo e evite tomar remédios a menos que seja necessário...A maneira mais normal e natural de se recuperar da privação de toque é encontrar alguém em quem você possa confiar para passar por isso."
Ele sabia que, no final das contas, um punhado de pílulas coloridas não era a melhor opção. Assim, Louis finalmente decidiu que tentaria...Pelo menos tentaria...Fazer seu cio diferente dessa vez.
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Depois de uma longa pesquisa e noites infinitas a passar vários blogs, Louis encontrou o que ele pensou na epóca (já que ele está se arrependendo agora) a solução perfeita.
Uma casa destinada a ajudar todos os ômegas sem parceiros a passar por seu cio nos arredores de Londres e a uma hora de carro do centro da cidade, que oferecia (Louis corou tanto na primeira vez que ousara susurrar as palavras para si mesmo) um alfa dísponivel para ser contratado e para compartilhar um cio. Era exatamente o que Louis precisava.
Mesmo que ele estivesse passsando seu cio com um completo estranho, o cara seria um profissional e eles nunca teriam que se ver novamente, portanto, encontros embaraçosos e momentos constrangedores poderiam ser, felizmente, poupados!
Ele estava tão empolgado que imediatamente enviou um email para o serviço com anexos de seus resultados de testes e check-up de saúde mais recente antes de realmente clicar no site e quase desmaiar com o preço.
"Claro que seria caro." Louis xingou baixinho enquanto olhava para o preço de um serviço de um cio de quatro dias.
Todo esse dinheiro só para diminuir a dor que sentia..Louis amaldiçoou silenciosamente a biologia. Não importava o preço, Louis balançou a cabeça, segurando sua caneca mais perto de si e tomando um gole forte, sua decisão estava tomada.
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Mas agora que estava ali, bem em frente às pesadas portas de marfim da Pleasing Heat House, estava cada vez mais convencido de que não deveria ter tomada essa decisão.
Ele se assustou quando as portas se abriram e uma ômega com uma pequena mala apareceu. Louis sentiu como se estivesse voando no piloto automático quando deu um passo à frente para segurar as pesadas portas abertas para a ômega que estava lutando com sua mala. Ela lhe lançou um sorriso agradecido.
Louis respirou fundo e corou quando sentiu o cheiro óbvio de um perfume alfa na ômega.
Porra, ele também podia ter isso.
O interior da casa foi projetada de forma simples e Louis percebeu que visava oferecer conforto aos hóspedes. Havia almofadas macias e confortáveis nos sofás e espreguiçadeiras. Havia até uma mesa de ping-pong no canto.
"Olá, em que posso ajudar?" Ele foi imediatamente recebido pelo doce sorriso de uma recepcionista ômega que estava vestindo um uniforme bem passado. Ele corou antes de se atrapalhar com sua bolsa, tirando o formulário que ele havia impresso do site com as mãos trêmulas antes de entregá-lo para a ômega.
"Eu liguei antes...Hmm...me disseram para preencher isso..."
A garota ômega assentiu, digitando em seu computador antes de oferecer a Louis um sorriso brilhante.
"Sr. Tomlinson, não é?"
Louis assentiu.
"Vejo que você já passou em nossos exames e a única coisa que você pode fazer agora é selecionar um companheiro e voltar a tempo para o seu cio...que está quase a chegar..." Ela verificou o calendário e a folha em sua mão. "Em menos de uma semana?"
"Sim, isso- isso mesmo." Louis gaguejou. Oh deus, ele pode, por favor, apenas cavar um buraco e rastejar para dentro dele? Ele sabia que o rubor que estava exibindo era de um vermelho profundo. Provavelmente mais vermelho que as unhas da garota.
"Não tem que ficar tímido" A ômega tranquilizou e isso não amenizou nada seu constrangimento, apenas fazendo com que ele quase derrubasse sua bolsa. "Você está em boas mãos."
Ele assentiu, franzindo os lábios e estalando os dedos.
"Certo. Então, aqui está uma lista dos atuais candidatos disponíveis. Você pode verificar todos eles e fazer perguntas se quiser. Quanto tiver feito sua escolha, por favor me avise."
A garota estendeu um livreto fino para Louis e ele pegou com as mãos trêmulas. Ela gesticulou para um dos sofás e ele se sentiu caminhando até ele, afundando em seu couro macio.
Ela voltou a digitar em seu computador, obviamente fingindo deixá-lo com seus negócios. Louis ficou grato por isso e abriu o livro em seu colo.
Cada página tinha uma foto de um alfa e havia uma breve introdução e descrição abaixo. Louis não pode deixar de estremecer enquanto examinava cada um. Ele se sentiu como se estivesse em um daqueles filmes em que o personagem principal é forçado a escolher seu noivo em um casamento arranjado.
Ele se livrou desse pensamento. Isso era para seu próprio bem. Tudo ia valer a pena. Ele estava fazendo isso por causa de seu ômega.
Ele folheou página após página, mas nenhuma das fotos ou descrições o interessou e ele continuava voltando ao início vezes sem conta.
Nenhum dos alfas deu a Louis a sensação de segurança ou o fez querer passar seu cio com eles. Louis sentiu-se perdendo o foco e todos os rostos estranhos nadaram na frente de seus olhos, se transformando em um mar de borrões.
Ele só precisava escolher alguém. Seus dedos vacilaram na última página onde um alfa com pele de chocolate escuro olhou para ele com olhos sérios. Esse cara - Dalton - parecia bastante tolerável, mas agora que ele estava vendo todos esses candidatos, só o fez querer parar antes que fosse tarde demais. Ele não sentiu nenhuma atração por esses estranhos e isso só estava perturbando seu ômega quanto mais tempo ficasse ali sentado.
Ele se levantou e voltou para o balcão, tentando esconder o fato de que suas pernas estavam obviamente tremendo.
"Você já fez sua escolha?" A garota ômega questionou voltando a sorrir.
"Ah, hm...Não...Na verdade não...eu..."Louis respirou fundo. Ainda havia tempo para recuar. "Eu sou tão novo nisso e eu não acho...que estou muito preparado, você sabe, mentalmente."
"Ah..." As sobrancelhas da garota franziram em preocupação. "Bem...já que você ainda não fez o pagamento, você estaria pensando em desistir do serviço? Lamentamos muito não poder atender às suas necessidades." A garota parecia sincera em seu pedido de desculpas. Louis ergueu o livreto e o passou de volta para ela sobre o balcão.
"Desculpe..." Ele susurrou. O sentimento de vergonha e culpa estava brotando nele. "Eu desperdicei seu precioso tempo..."
A ômega imediatamente franziu a testa antes de se levantar. Louis não esperava que ela pegasse a mão dele e estremeceu com o contato súbito. Mesmo que ela também fosse ômega, o toque estranho enviou ondas reconfortantes através dele.
"Eu entendo. Eu já estive desse lado antes. Todos nós precisamos dar pequenos passos. Eu sei que você tem suas razões para vir aqui e buscar nossa ajuda. É tudo normal. Nós, ômegas, temos que ficar juntos. Não se trata de lutar contra quem somos, trata-se de aceitar e reconhecer o fato de que a natureza nos fez assim e a única coisa é lidar e viver com isso".
Louis sentiu os cantos dos olhos se encherem de lágrimas com o conselho sincero e abaixou o rosto para se esconder atrás de sua longa franja. Ele nunca esperaria ter uma sessão de terapia quando entrou pela primeira vez nessa casa.
"Sim, você está certa..." Ele não pode lutar contra a falha de sua voz enquanto lançava um sorriso fraco para a garota. "Eu apenas sinto que...é tudo tão esmagador...Especialmente para alguém como eu que tem alguns problemas de confiança..." Ele admitiu, engolindo em seco.
"Por favor, não se force, amor. Não há problema em ter problemas de confiança, mas deixe-me assegurar-lhe que todos os nossos alfas são bem treinados para qualquer tipo de situação que possa acontecer."
A ômega ainda estava segurando sua mão e Louis se sentiu meio patético enquanto estava ali, deixando-se acalmar como uma criança.
"Eu sei que é uma pergunta estranha mas vocês têm alguém que também é novo nisso? Como se fosse a primeira vez dele aqui?"
A garota inclinou a cabeça para o lado, pensando por um momento antes de seus olhos se iluminarem. Ela (finalmente) soltou a mão de Louis (embora no minuto em que o fez, ele sentiu falta de seu calor) e virou-se para vasculhar a mesa trás dela.
"Ah!" Louis a ouviu falar em triunfo antes de se virar para encará-lo. "Eu estava imprimindo o perfil deste novato. Ele terminou o treinamento este mês e estará a bordo a partir de amanhã."
Ela colocou um papel na frente de Louis e empurrou para ele.
A primeira coisa que chamou a atenção de Louis foram as enormes covinhas esculpidas nas bochechas do alfa. Enquanto todos os outros companheiros pareciam sérios e intimidadores em suas fotos, esse alfa estava sorrindo maliciosamente para a câmera.
Ele tinha uma cabeça cheia de cachos castanhos escuros que eram quase na altura dos ombros e alguns fios estavam enrolando em torno de suas bochechas. Havia cachos caindo em sua testa, o que tornava todo o seu rosto e comportamento mais suaves. Seu cabelo selvagem não escondia sua mandíbula esculpida, ao contrário, tornava-a mais afiada, e seus lábios eram vermelhos e pareciam macios. Louis não pôde deixar de imaginar como seriam aqueles lábios pressionados contra os dele.
Houve um estranho puxão em seu peito enquanto seu ômega o cutucava, incitando-o. Seu pensamento o assustou e ele rapidamente desviou o olhar da foto, corando profundamente quando notou a garota ômega sorrindo conscientemente para ele.
"Então nós temos um vencedor, hein?" Ele fingiu tossir em seu punho enquanto brincava com a borda de seu suéter. Parecia que alguém tinha ligado o aquecimento porque ele estava suando um pouco agora. "Mas eu tenho que avisá-lo, Harry é novo, então se ele não atender suas necessidades e se não ficar satisfeito, não há problema em registrar uma reclamação e podemos lidar com o processo de demissão."
"Ah não, eu acho que ele seria ótimo... quer dizer... ele é novo nisso tudo, assim como eu... é bom saber que nós dois somos amadores..." Louis apressou-se a explicar. "É por isso que eu acho... Ele ser inexperiente é realmente o que eu quero?"
A garota ômega riu. "Você é um pouco estranho, Sr. Tomlinson."
"Me chame de Louis..." Os enormes olhos castanhos da garota ômega se arregalaram com isso. "Desde que você basicamente se tornou minha terapeuta..." Ele acrescentou timidamente.
A garota ômega piscou para ele. "Tudo bem então, Louis. Você pode me chamar de Bebe. Estou tão feliz que você ainda decida continuar com o nosso serviço. Vou preparar tudo e você pode levar esta cópia do perfil de Harry para casa com você."
Louis passou o resto da tarde conversando com Bebe e conhecendo mais sobre o programa complementar da Pleasing Heat House. No caminho de volta para casa, ele sentiu que tinha feito uma amiga.
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Depois de toda a papelada feita e de ter passado seu cartão de crédito, Louis sentiu que deveria estar mais relaxado, no entanto, foi completamente o oposto.
O resto da semana consistiu nele obcecado com o perfil do alfa e dormindo pouco devido aos sonhos ou pesadelos sobre o alfa gostar de Louis.
Nesses sonhos, o alfa sempre o repreendia por ser muito carente ou desaparecia no meio do seu cio, declarando que tinha algo melhor para fazer. Louis estava perdendo sua sanidade pouco a pouco à medida que cada vez mais se encontrava perto da data de seu cio.
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O negócio estava lento hoje e era final da tarde quando Louis começou a sentir a leve tontura que geralmente era seu primeiro sintoma de seu cio chegando. Ele podia sentir-se balançando em seus pés enquanto passava uma peça de roupa em xadrez verde. Ele a colocou de volta no cabide, suspirando um pouco ao sentir o tecido escorregando entre os dedos. Ele teve que segurar a borda da tábua de passar a ferro para parar a sensação repentina e avassaladora de tontura que o atingiu do nada. Ele teve que se concentrar em sua respiração, contando os segundos até que ele soltasse a respiração que estava segurando. Suas costas doíam por se curvar sobre a tábua de passar a ferro e ele precisava se lembrar que amanhã seria o dia em que o sofrimento terminaria.
Esse pensamento o fez enfiar a mão no bolso da jaqueta e tirar a folha de papel amassada. Ele a carregava consigo e colocava no bolso para poder meditar sobre o alfa a qualquer hora do dia.
Liam quase o pegou ontem. Ele podia sentir seu coração entrando em paragem cardíaca quando sentiu a respiração do alfa batendo na parte de trás de seu pescoço.
"O que você está olhando?"
Louis quase tinh rasgado o papel ao meio, enrolando-o e enfiando de volta no bolso.
"Nada para se preocupar! E porque você está se aproximando de mim como um prevertido? Afaste-se!" Louis girou para empurrar rudemente o peito musculoso do alfa. Liam nem sequer se moveu um centímetro de seu lugar, apenas olhando para ele com um sorriso no rosto.
"Está olhando algo inapropriado?" Liam disse em um tom de provocação enquanto vasculhava uma prateleira de parkas que precisava ser arrumada.
Louis corou com a audácia da acusação. "Mesmo que seja inapropriado, nunca chegará perto daquela época em que eu te peguei assistindo pornografia na escola quando tínhamos dezasseis anos."
Liam ergueu as sobrancelhas, parecendo muito mais frio do que deveria antes de encolher os ombros. "Você não pode usar isso contra mim. Eu estava na puberdade e tinha acabado de me apresentar como alfa...Foi tudo muito natural."
Louis revirou os olhos. "Não é à toa que você é tão sem vergonha agora...Ninguém te educou para ser decente naquela época."
"O que posso dizer? Nasci assim, ei!" Louis teve que entrar nos fundos da loja para evitar que seus ouvidos sangrassem quando Liam começou a cantar Lady Gaga.
Foi só na escuridão que envolvia a sala dos fundos que ele teve coragem de puxar o papel novamente. Embora ele já tivesse memorizado, ele ainda sentia a necessidade de se tranquilizar enquanto olhava para o verde esmeralda brilhante dos olhos de Harry.
"Ele é um pouco jovem, não é?" Louis olhou para o grande 23 ao lado da característica Idade. Havia um intervalo de cinco anos entre eles e Louis nunca ficou com alguém cuja idade fosse diferente da dele. Só de saber disso, Louis ficou um pouco inquieto.
"Como eu disse, ele é nosso membro mais novo. Acho que ele conhece um dos nossos alfas e entrou por recomendação. Todos os nossos alfas são treinados rigorosamente e geralmente começam o treinamento bem jovens."
As palavras de Bebe ofereceram apenas um pouco de segurança, mas Louis podia sentir o gosto amargo da insegurança rastejando no fundo de sua garganta.
Já que ele era mais velho, ele deveria agir com mais experiência quando eles se encontrassem? E se Harry não o achasse atraente? E se o alfa não quisesse fodê-lo?
"Eu paguei, claro que ele me foderia..." Louis murmurou para si mesmo, dobrando o papel em um pequeno quadrado e jurando não olhar novamente.
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Parecia que apenas um segundo havia se passado desde seu primeiro dia na Pleasing Heat House e agora ele estava de volta, com todos os seus pertences enfiados em sua mochila e uma sacola cheia de lanches para que ele pudesse se reabastecer durante o seu cio. A casa também oferecia comida gratuita mas Louis ainda trazia a sua, por hábito nervoso.
As alças de sua mochila estavam cavando em seus ombros e ele poderia ter embalado muito comida apenas por quatro dias. Ele coçou o braço em aborrecimento quando sentiu a coceira se instalando em sua pele.
Outro sinal de seu cio se aproximando era a coceira inevitável que rastejava e queimava como um fogo que não podia ser apagado bem debaixo de sua pele. Louis podia ver aquele pedaço de pele que ele estava coçando ficando vermelho e em carne viva, mas ele não tinha tempo para se preocupar com isso agora. Ele estava tão nervoso que tinha a certeza de que alguém podia sentir o cheiro dele a uma milha de distância.
Ele subiu os degraus do prédio e imediatamente foi recebido com o sorriso largo de Bebe quando caminhou em direção à recepção.
"Louis!" Ele sorriu com o fato de que ela se lembrava de seu nome e a cumprimentou com um sorriso trêmulo. "Deixe-me mostrar-lhe o seu quarto e arrumar tudo para você." Ela disse, saindo de trás do balcão, o som dos seus sapatos de salto alto soando contra o piso de ladrilhos brancos.
Ele assentiu, deixando-a puxar a sacola cheia de comida de sua mão e observou enquanto ela dava uma olhada no conteúdo.
"Mas você não precisava trazer comida ou água. Nós temos tudo o que você precisa aqui e se precisar de mais, sempre pode pressionar o botão SERVIÇO equipado em todos os quartos."
Louis passou a mão pela franja e deu de ombros. "Eu sei...eu só...acho que meu ômega se sente mais seguro sabendo que tenho tudo...Então acabei empacotando um monte de merda."
Bebe acenou para a razão dele, lançando-lhe outro sorriso suave. "Seu ômega ficará satisfeito em saber que você tem o dobro da quantidade de comida e nutrição então."
Louis mordeu os lábios e assentiu. Ela era tão legal. Resumidamente, ele se perguntou o que teria acontecido se eles tivessem se encontrado fora da Pleasing Heat House. Com certeza seriam grandes amigos.
"Me siga!" A garota ômega falou animada e Louis seguiu atrás dela.
Eles esperaram o elevador e o ômega viu Bebe estendendo a mão para apertar o botão do quinto andar. O elevador tinha espelhos em seu interior e quando Louis olhou para cima, ele notou que suas bochechas estavam coradas.
Ele tomou alguns supressores esta manhã, para fazer a tontura inicial de seu cio ir embora e eles ajudaram (embora pouco) e ele foi capaz de dirigir sem sucumbir á vontade de desmaiar ao volante. Ele pensou em chamar um Uber, mas não queria o cheiro intrusivo do motorista (já que eram marioritariamente alfas ou betas realmente velhos) entrasse em suas roupas. Seu ômega era protetor de seu próprio cheiro enquanto estava no cio e o pensamento de ter cheiros aleatórios grudados em sua pele fez suas entranhas se arrepiarem.
Ele coçou o braço novamente quando as portas do elevador se abriram. Ele saiu e sentiu o chão se movendo sob seus pés. Ele teve que se firmar contra a parede oposta do corredor por um momento. O remédio deve estar acabando, ele percebeu.
"Você está bem?" Bebe perguntou preocupada enquanto tocava seu braço. Ele fez uma careta colcoando sua mochila no ombro.
"Maldita biologia." Ele grunhiu ao sentir a mão de Bebe ainda segurando seu braço levemente.
"Vai acabar logo, amor. Prometo." Bebe disse, em um tom doce e conhecedor quando Louis soltou uma risada sem humor.
"Vamos esperar que sim."
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Ele estava andando pelo quarto, olhando para o relógio digital na parede a cada dois passos. O quarto não era grande, mas a mobília era aconchegante e Louis podia andar descalço no chão macio. No entando, o conforto da iluminação amarela e a bandeja de comida e água em cima da mini geladeira (e também as três caixas de camisinhas exibidas na mesa de cabeceira) não ajudarem em nada para diminuir os nervos do ômega enquanto ele caminhava até o vidro da janela e deu a volta, refazendo seus passos. Ele nem tinha coragem de admirar a vista que dava para um campo gramado de algumas casas de um andar.
"Foda-se." Ele se jogou na cama king size e rolou um pouco, antes de enviar uma mensagem para Liam. Ele realmente não queria perturbar o alfa já que ele ainda estava trabalhando na loja, mas ele precisava de uma distração agora.
Ele puxou um travesseiro em seu colo e o abraçou, enterrando o rosto nele enquanto se sentia sendo lentamente consumido por aquele calor ardente que estava surgindo no fundo da sua barriga. Vazio, tão vazio.
O toque estridente de seu celular soou por todo o quarto.
"Olá? Você está bem? Lou?" A voz de Liam estalou no alto-falante e o som fez Louis estremecer porque ele tinha pressionado o celular muito perto de sua bochecha. Ele o segurou mais longe e sentiu seus dedos tremerem um pouco. Porra, quando é que ele se transformou em um vovô?
Ele apertou o botão do alto-falante e jogou o celular ao lado dele na cama antes de gemer dramaticamente, "Li, eu estou morrendo de medo."
"Não, você não está." Liam cantarolou enquanto Louis gemia novamente, propositadamente alto. "Vamos Lou...Você está apenas nervoso, só isso. Seu cio não deve chegar até meia-noite, certo? Você vai ficar bem. Um pouco de calor não vai te matar. Você tem que pensar pelo lado positivo, pelo menos desta vez, você vai ter um nó!" O tom alegre de Liam não era nem um pouco reconfortante quando Louis se enrolou em uma bola, abraçando os joelhos contra o peito e prendendo o travesseiro em seus braços. Se ele se concentrasse na parte inferior de seu abdomên, poderia senti-lo contorcendo dolorosamente. Malditas cólicas, por favor, vá embora, ele lamentou.
"Eu não posso acreditar que estou pagando para um estranho me foder. É como...Algo que eu nunca me imaginaria fazendo...Este não é o jeito Tommo." O ômega divagava, chutando so pés e balançando.
Ele passou o braço sobre o rosto para bloquear as luzes do teto. Todo o seu corpo estava inchado e quente. Deus, deixe-o morrer neste calor insuportável e não ter que encarar a realidade.
"Pare de sentir pena de si mesmo, Lou. Eu entendo...Cios são tão dificeis quanto ruts...Todos nós temos que passar por eles em alguns momentos de nossas vidas. Eu gostaria de poder estar lá para você, Lou...Segurar sua mão, mas eu realmente não gosto de assistir pornografia ao vivo, especialmente quando um dos atores principais envolve meu melhor amigo."
Louis riu francamente com isso e desejou poder puxar Liam para um abraço virtual. "Você é tão bobo, Payno...E obrigado...Por me ligar e me apoiar..." Ele respirou fundo, afastando sua longa franja suada.
Seus olhos azuis rodaram no sentido do relógio. Eram 20:30h e o alfa estava previsto para chegar às 22h. Ele estremeceu em apreensão, virando de bruços enquanto a voz de Liam era filtrada pelo celular.
"Eu estou lá para você Lou, em espírito. Não posso lutar suas próprias batalhas por você, mas eu sou uma grande líder de torcida, não sou?"
Louis revirou os olhos com carinho. "É por isso que somos amigos, Estou apenas usando você por suas habilidades impecáveis de líder de torcida. Certo."
"Espero que você engasgue com o nó do cara! Te amo."
"Também te amo, filho da puta..." Louis murmurou, corando com a insinuação e apertando o botão de TERMINAR com mais força do que o necessário.
Seria uma longa noite, ele pensou enquanto coçava o braço antes de bocejar e cair em um sono apático.
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Ele acordou vinte minutos antes do alfa chegar e quase tropeçou em si mesmo para chegar ao banheiro. Ele jogou o conteúdo de seu jantar (que era um patético sanduíche de atum e um pouco de granola) no vaso sanitário e gemeu em desânimo quando encostou a testa no assento frio. Devia ser o nervosismo que o estava fazendo vomitar, já que ele não vomitava com frequência antes do cio.
Todo o seu corpo tremia quando ele tirou o moletom da cabeça e entrou cautelosamente no chuveiro, encostando na parede, já que ele sentiu que ia cair e quebrar a cabeça se não tivesse algum apoio.
O ômega assobiou quando a água fria atingiu seu rosto em chamas e saboreou seus jatos, embora congelantes. Seu pau estava mais sensível enquanto sua mão o percorria e ele percebeu que estava, de fato, meio duro.
"Foda-se minha vida." Ele gemeu para si mesmo enquanto segurava seu membro duro, fechando os dentes ao redor de seu punho enquanto se masturbava no ritmo de sua respiração áspera.
Ele jogou a cabeça para trás quando gozou com um pequeno grito. Ele observou enquanto seu gozo se misturava com água e descia pelo ralo.
O vazio em seu estômago e a dor em seus ossos eram fortes quando ele levantou o rosto em direção ao chuveiro. Porra, ele deveria apenas se dedar. Sem pensar muito nisso, ele mergulhou os dedos entre as bochechas de sua bunda e sua respiraçã engatou quando ele sentiu sua entrada dolorida.
Ele nunca gostou de se dedar, já que seus dedos eram muito curtos e nunca conseguiam alcançar o ponto onde ele sentia mais prazer. Sempre foi uma rotina, um processo tedioso para que ele pudesse se preparar. Mesmo quando se tratava de outras pessoas, seus poucos ex-namorados, era sempre uma tarefa curta e sem sentido que precisava terminar o mais rápido possível antes que eles começassem a foder. Louis se perguntou se alguma vez vai se sentir bem, a ponto de ele gozar com alguns dedos dentro de si.
Ele afundou em dois dedos, puxando o joelho para cima e descansando o pé na beirada para que pudesse alcançar mais fundo. Ele empurrou, ofegante quando sentiu os dedos arrastando contra suas paredes quentes.
"Mmmm..." Ele gemeu, inserindo um terceiro dedo e empurrando para dentro de si o mais longe que podia.
O calor se desenrolou em seu estômago quando seu pau se contraiu, jorrando mais alguns jatos fracos de gozo. Seus dedos se demoraram em torno de sua borda, traçando os músculos tensos antes de puxar seus dedos para fora. Sua visão estava embaçada e ele devia estar chorando, mas ele se recusou a reconhecer esse facto.
Ele saiu do chuveiro com uma toalha felpuda enrolada no corpo, jogando-se na cama e cheirando as cobertas. Seu ômega foi confortado pelo facto de que as cobertas cheiravam a ele e estendeu a mão preguiçosamente para o controle remoto.
O canal que ele escolheu foi o Discovery UK, embora ele nunca se lembrasse de ter escolhido assisti-lo. Ele deixou a TV ligada, encantado com a forma como um grupo de pinguins estava balançando atrás de sua mãe.
A punheta e o dedilhado recente deviam estar afetando porque ele podia sentir suas pálpebras caírem enquanto o narrador da televisão falava sobre pinguis e seus habitats.
Tudo o estava fazendo sentir-se agradavelmente sonolento e seu ômega parecia estar se acalmando pela primeira vez naquela noite. Flutuando em sua bolha, ele quase perdeu a batida vinda da porta, que foi levemente abafada pela voz calmante do narrador.
Ele deu um pulo, em pânico e deu um murro na cara com o controle remoto. Ele jogou-o com raiva e assistiu em desânimo quando ele atingiu a parede em um banque surdo (ele pode ter que o reembolsar se estiver quebrado) antes de perceber que ele ainda estava completamente nu. Porra, foda-se.
Ele praticamente pulou em sua mochila, tirando uma camiseta desgastada da banda Nirvana antes de pegar sua calça de pijama favorita, que era sua bermuda verde-clara.
"Olá?" Sua cabeça se levantou de sua busca e seu batimento cardíaco aumentou um pouco quando ele escutou a voz chamando atrás da porta.
A voz não era uma qualquer, era profunda, muito parecida com as profundezas do vasto oceano. Seu ômega que estava sonolento momentos antes, despertou e estava incitando a responder.
"Porra..." Ele vasculhou sua mochila, mas não conseguiu encontrar a maldita boxer e as batidas na porta estavam ficando um pouco mais urgentes agora. Ele decidiu desistir e empurrou seu short de dormir antes de correr para a porta.
Ele fez uma pausa enquanto segurava a maçaneta com força em sua mão. Sua franja deve estar uma bagunça, ainda um pouco molhada do banho (ele podia sentir as gotas de água pingando na gola de sua camiseta) e seu rosto estava sem dúvida corado de sua busca frenética por roupas. Nem tudo foi como ele tinha planeado. Ele deveria atender a porta com calma e frieza, como um adulto experiente vestindo um moletom e jeans. E não como ele estava agora. Mas isso era o que ele tinha e ele não tinha escolha a não ser seguir em frente com tudo isso.
"Porra, eu paguei por isso, não foi?" Louis murmurou para si mesmo e respirou fundo.
O ômega girou a maçaneta e abriu a porta.
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E assim começa minha primeira tradução, essa historinha é um amor e eu estou muito grata por conseguir traduzir ela!!
Por favor, deixem seus comentários, a estrelinha e uma apreciação sobre o capítulo em geral.
Volto para a semana.
todo o amor, mia ♡
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