Lord Commander
A pena percorria as páginas do livro, fazendo seu som característico. Brienne tentava segurar as lágrimas que teimavam cair. Essa sensação era incomum para ela, mas diante de todas as lembranças que fluíam em sua cabeça, se tornava impossível não chorar.
...
Espadas empunhadas, esperando o ataque inicial. King's Landing nunca estivera tão gelada, mas nada superaria o frio e o medo que passaram em Winterfell. Estavam vivos, novamente lado a lado, como se predestinados a sempre estarem juntos. Afinal, suas espadas foram uma só, em um passado que agora parecia bem distante. Brienne e Jaime trocaram um olhar silencioso, como se fossem conhecidos de outras vidas e se reencontrassem naquele momento. Pela segunda vez se deram conta de que poderiam nunca mais estar naquela posição, nunca mais terem a possibilidade de olhar nos olhos um do outro e contemplar secretamente o quão azuis eles eram e como os confortavam. Os ruídos do grande exército atrás deles desapareceram. Por um momento, o mundo parou. As espadas foram abaixadas lentamente, num movimento que parecia durar uma eternidade e ambos entenderam o que deveria acontecer em seguida. Jamie decidiu. O braço direito, num impulso, envolveu a cintura de Brienne. Jaime quis rir, pois não era nada comum, quando se vai beijar uma dama, ouvir o tilintar do metal de duas armaduras se encontrando. Brienne, inconscientemente, levou a mão esquerda ao pescoço de Jamie. Compartilharam então um beijo há muito desejado por ambos, há muito tempo adiado. O primeiro de Brienne. E talvez o último. Quando, se não agora?
Foram arrancados de seu universo paralelo ao ouvir o som da trombeta de batalha. O destino dos sete reinos seria decidido, assim como o destino de ambos. Espadas empunhadas.
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Brienne sentia o peso de sua nova armadura e ouvia o farfalhar de sua nova capa, de um branco que ofuscaria a visão se contemplado ao sol. Terminava de escrever os feitos de Sir Jaime Lannister, o mais honrado senhor comandante da Guarda Real, derrubado na batalha de King's Landing, lutando em favor do povo, como já havia feito outrora. Virou então a página e deu início a próxima história. Lia-se no topo: Brienne de Tarth, primeira senhora comandante da Guarda Real.
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