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Capítulo 1

Esta obra é uma adaptação autorizada. Todos os créditos são da autora original LouTommo-Styles. Escrito por Isa Feijó e publicado pela Editora Calíope, disponível na Amazon e Kindle Unlimited.

-Vamos meu amor? - peguei na mão do pequeno - até amanhã Ashley, manda um beijo pra Emma -falei alto para a loira que acenou para mim.

Nós dois saímos da pequena escola onde eu trabalhava durante a tarde, o mesmo período que meu pequeno estudava. Noah era o centro do meu mundo, com seus longos cabelos escuros com cachinhos meio ondulados e nariz côncavo, ele parecia muito comigo. Mas também tem seus olhos!

Noah possui olhos brilhantes, como duas turmalinas paraíbas. O que, se pensar bem, não faz sentido já que tenho olhos verdes e Camile olhos opacos, quase sem vida.

-Quer comprar doces? -Eu lhe pergunto.

-Claro... podemos? -Eu sorri concordando. Eu tinha que apertar um pouco as contas de casa, mas não podia deixar de dar pequenos mimos para o meu filhote.

O dinheiro em casa era contado, meu salário dava para o extremo necessário e Camile, bem, ela tinha outras prioridades. Só não gostava que o pequeno tivesse tanta noção disso...

Chegamos em casa rindo do rosto sujo do meu filho, cheio de açúcar cor-de-rosa, mas a risada de Noah morreu quando vi minha ''esposa'', automaticamente ele apertou minha mão mais forte.

-Olá meus amores -Camile sorria como se de fato fossemos uma família feliz. Ela se aproximou de mim, segurando meu queixo com suas unhas falsas e deixando um beijo rápido nos meus lábios. Noah rosnou e me puxou para trás -Essas crianças -ela riu e voltou a arrumar uma mochila, como se o fato de seu 'filho' rosnar para ela e se afastar, fosse apenas uma traquinagem.

-Docinhoooo -ela corre para os braços de Edgar quando o mesmo aparece. Eles iniciam um beijo babado e muito indecente, quando ele fixa o olhar em nós.

-Querido, por que você não vai para o seu quarto e se prepara para tomar banho? Papai já vai te ajudar, ok? -Eu falei para o meu filho, que relutantemente concordou, olhando de canto para Edgar de forma irritada e então subindo as escadas devagar -Camile, o que você está fazendo?

-Arrumando minha mochila, a rainha do crime tem coisas a fazer -ela disse aquelas idiotices, com uma voz afetada, enquanto colocava uma blusa preta e uma arma dentro da bolsa.

-Arrumando pra o que? Vocês mexem com muita coisa, mas nunca te vi armada. No que você está metida? -Perguntei nervoso e um tanto rude.

-Não se preocupe, não precisa ocupar essa sua pequena cabecinha com esse tipo de coisa. Eu sei o que estou fazendo, só achei um jeito fácil de tirar dinheiro. Gaste seu tempo sendo babá de criança ranhenta - Edgar me empurra, eu perco o equilíbrio e caio no chão.

-Por favor Camile, você prometeu que ia ser discreta, sem problemas! Não estamos em Doncaster, onde seus pais podem livrar a sua cara! Estamos em Londres! Por Luna, pense um pouco no seu filho! Sem vocês, ele vai pra um orfanato!

-Eu estou pensando queridinho - ela fala se aproximando de mim, enquanto seu amante me levanta e me segura contra a parede - Acha que gosto de morar nessa pocilga? Eu quero uma casa de verdade, um carro de verdade, quero uma vida de verdade!

-Com o seu alfa de verdade -ele aperta meu pescoço, dificultando minha respiração - já que você é fraco, uma piada, um inútil que eu suporto porque preciso daquela merda de criança viva.

-Não precisaria suportar se não tivesse comido a ômega errada e já marcada.

-Oh, está com ciúmes? - Ela zombou - Eu não teria que ser fodida por outro alfa, se o meu não fosse tão fracote e prestasse para alguma coisa! Parece um beta deformado.

-Eu não me importo se fode com ele - eu disse com raiva, vagabundos, eu já deveria estar acostumado - até agradeço! Assim você me deixa em paz! Mas você não pode gastar o dinheiro da sua criança e arriscar perdê-la por causa desse desgraçado!

-Eu faço o que quiser com a poha do MEU dinheiro! - Ele rosnou, usando sua voz de alfa em sinal claro de humilhar-me. Depois, como se nada tivesse acontecido, ele voltou a sorrir e sussurrou no meu ouvido - Não se preocupa, eu ainda vou cuidar bem do seu 'filhinho'.

Então ele me solta e coloca sua mochila no ombro, ela aperta meu rosto entre seus dedos e me beija a força, eu na mesma hora a empurro.

-Pior pra ti lobinho, RAINHA DO CRIME PASSANDO -eles se dão as mãos e saem pela porta.

Fui até o único banheiro da casa, lavei meu rosto, tentando de alguma forma não surtar com a ameaça direta ao meu filhote.

Eu não tinha medo que algo acontecesse a eles. Eu conseguiria manter a casa sozinho, e teria paz.

Meu medo era de que ela nos envolvesse em confusões, que meu pequeno sofresse algo por causa dela. Que fosse tirado de mim.

Eu poderia tentar um exame de DNA, mas seria muito arriscado. Um alfa reivindicar a guarda do filho de 5 anos depois de sua ômega marcada e o amante morrerem de forma suspeita? Ninguém acreditaria em mim, ele iria para um abrigo. Pelo menos desse jeito, consigo garantir sua segurança.

Fingi estar bem, coloquei um sorriso no rosto e subi em direção ao quarto do Noah, quando vi o mesmo no alto da escada. Seu olhar parado indicava que escutou a conversa.

-Hey amor - peguei em sua mão - vamos arrumar sua caminha? Vai ficar tudo bem, e o papai vai te contar aquela estória do príncipe da lua ok? - Balança a cabeça devagar e me acompanha.

Ele precisava de mim e eu estaria ali por ele.

Durante dois dias, não houve sinais de Camile ou Edgar. Eu já estava me convencendo de que algo tinha acontecido a eles e não estava surpreso por não sentir nada com isso. Mas no terceiro dia eles apareceram. Bêbados, fedendo a perfume barato, marcas roxas nos pescoços e de batom pelas roupas.

-Não falei que ia dar certo? - Ele jogou um maço de dinheiro na minha cara, algumas notas de cem e foi para seu quarto, desabando na cama.

-Não se sinta mal por isso docinho, algumas pessoas se dão bem -ela aponta para seu corpo -e outras ficam limpando bunda de bebê. É a vida, agora a rainha do crime precisa do sono da beleza - diz também se retirando.

Noah me olhou irritado, tanto quanto eu estava.

Óbvio que a tentação de gastar aquele dinheiro veio forte, mas eu não podia. Eu não sabia com o que os idiotas estavam metidos, a qualquer hora podia aparecer alguém na minha porta exigindo o dinheiro de volta ou faria algo conosco, eu precisava ter como devolver.

Durante três meses a rotina foi essa, eles saiam quase todas as noites, voltavam só ao amanhecer e dormiam e trepavam o dia inteiro. Então eles sumiam por alguns dias e voltavam bêbados e com dinheiro.

Desde a primeira vez que Edgar veio para cá, me mudei definitivamente para o quarto de Noah. Dormia em um colchão no chão e dividia o guarda-roupa com ele. Meu príncipe sempre se divertiu com isso, achava muito legal dividir o quarto com o papai, várias noites eu acordava com ele na minha cama improvisada ou (na pior das hipóteses) zelando meu sono. Quando isso acontecia, eu apenas o abraçava e voltava a dormir.

Depois desses três meses, Camile passou uma semana presa dentro de casa, não saia por nada. Dizia que era melhor dar um tempo. Para mim foi a pior semana. Edgar dava umas saídas e quando voltava, eu o pegava encarando eu e meu filho. Noah ficava ainda mais nervoso e eu extremamente cuidadoso.

Então eles sumiram de novo, quase um mês fora e voltaram com mais dinheiro.

Eu implorava para eles pararem com aquilo, mas eram discussões inúteis e depois que ele me agrediu de novo, a ponto de um olho roxo e Noah tentar intervir, eu desisti. Apenas rezava para que não levassem meu filho e eu para o buraco com eles.

Uma noite, eram duas ou três da manhã, eu ouvi um barulho na porta, me certifiquei que Noah ainda dormia e fui até o alto da escada, para tentar descobrir o que era.

-Cara, pare com isso! Não se mete com ele -alguém dizia.

-Pare de ser medroso - Edgar riu bêbado - ninguém pegou a gente até agora, não vai ser aquele ômega de merda que vai.

-Você está mexendo com gente pesada! - O outro insistiu - o bando do Tomlinson não perdoa!

-Você parece um bebê chorão, Jules - Camile o provocou e uma outra voz afetada feminina riu -Viu, a Megan concorda comigo!

-Como você tem coragem de ser fodida por ele, debaixo do mesmo teto que o seu alfa? - O tal Jules perguntou.

-Se meu alfa não dá conta, arrumo quem dê - Camile falou simplesmente.

-Eu dou conta - Edgar disse provocativamente e barulhos obscenos de beijos ecoaram.

Minha 'esposa' estava me traindo dentro da nossa casa, comigo e meu filho dormindo no quarto.

-Camile... - Jules insistiu de novo.

-Cala a boca e come a sua beta!

-É, me come - A tal Megan respondeu.

Voltei para o quarto de Noah com raiva, além de me sentir humilhado, eu ainda teria que limpar aquela bagunça depois! Alfa fraco, alfa fraco, alfa fraco. Se Edgar é exemplo de força, quero ser o oposto daquele nojento.

Mais dois meses se passaram, para variar Camile e Edgar estavam fora de novo, o que para Noah e eu era ótimo. O aniversário do meu pequeno estava chegando, como eu tinha guardado todo o dinheiro que Edgar adorava jogar na minha cara quando chegava, pensei que talvez eu pudesse usar um pouquinho para fazer uma festa de aniversário. Noah nunca teve uma, porque eu nunca tive condições, quem sabe agora eu poderia? Ele merece, as vezes eu o pego gritando escondido no travesseiro, ele devia ter a vida de uma criança normal...

Já eram mais de dez da noite, Noah lia no quarto e eu estava assistindo TV, pensando em irmos dormir, quando alguém bateu à porta. Óbvio que estranhei, mas a pessoa bateu de novo, com mais força. Abri apenas uma fresta, dando de cara com um rapaz de olhos amendoados, cabelos negros e barba rala.

-Onde está Camile e Edgar - ele perguntou sério.

-Eles não estão - respondi nervoso, mas antes que pudesse fechar a porta, o rapaz a abriu com tanta força, que fui arremessado para trás, caindo no chão.

-Vou repetir: Onde eles estão? - Ele perguntou.

-Por favor, eu não sei! Eles não estão aqui! - Repeti desesperado - Eu juro!

-Então você não se importa que eu dê uma olhada na sua casa - seu tom era frio.

-NÃO! - Me levantei impedindo sua passagem, pensando no meu filho, no andar de cima - Eles não estão aqui, eu juro!

-Saia da frente! - O alfa me prensou na parede, estava me desafiando. Minha natureza queria lutar, mas sabia que não teria força contra ele, não poderia arriscar - Me deixe passar! SAIA!

-Não... - minha voz saiu baixa, sentia o começo de uma tontura, eu estava indo contra quem eu era, ou deveria ser, mas eu precisava fazer isso pelo Noah, precisava ser um alfa que preste.

-O que está acontecendo aqui? - Outra voz, essa mais suave veio da porta, um ômega - Zayn, eu não disse para esperar lá fora?

-Disse? Eu não me lembro - o cara me atacando se fez de desentendido - Sabe que não gosto que faça esse tipo de missão Niall.

-No caso todas as missões, mas vou relevar amor. Agora quero saber o que um alfa está fazendo na casa de Edgar e da puta da Camile - Zayn bufou, olhando para mim com desdém.

Após me analisar por uns instantes, o tal Niall dá um sorriso de divertimento.

-O meu Zeus, você é o tal Harry? O marido? Porque raios você está aqui cara?

-Porque você ficaria na mesma casa que sua ômega marcada e o amante dela? - Zayn falou confuso me soltando.

-Porque ela não é minha - eu respondi na defensiva - aquela marca estúpida não nos faz um casal e eu, com certeza, não estou com ela.

-Gostei de você! - Niall sorriu.

-Ômega sua ou não, isso não muda o fato que viemos dar um recado - Zayn voltou a falar sério.

-Tem razão, Camile e Edgar se meteram com quem não deviam e agora vão pagar caro. E quem estiver do lado deles, vai se dar mal junto, entendeu? - Niall dizia, ainda com um olhar curioso sobre mim.

Eu engoli em seco, um alarme soava na minha cabeça.

-Olha, eu não tenho nada a ver com o que eles fazem, eu juro! Eu...

Senti algo me abraçar, olho para baixo e vejo Noah agarrado a mim e olhando fixamente para os estranhos.

-Oi meu amor - eu não sabia o que fazer, não podia expor meu filho a aquilo - papai está conversando com... Uns amigos, você está aqui a muito tempo?

-Amigos? - Ele olhou um pouco nervoso para Zayn, mas Niall sorriu e parecia feliz de vê-lo.

-Oi, eu sou o tio Niall, aquele sem tato ali é um dos meus alfas, Zayn - Zayn bufou e revirou os olhos, mas sorria de canto.

-Um dos? Você tem mais de um? - Noah se interessou, mas ainda me mantinha em seus braços.

-Tenho dois, o Zayn e o Liam, olha - Niall mostrou duas marcas, uma em cada lado do seu pescoço.

-Oh - meu filhote soltou - Mulher má também tem, mas a dela é feia, foi feita pelo papai. As suas são bonitas.

-Obrigada, eu também acho as minhas bonitas, eu gosto muito delas - Niall sorriu - essa mulher má, onde ela está?

-Eu não sei, ela some toda hora com o cara mau - Noah deu de ombros e fez um bico - eu não gosto deles.

-Eles são seus pais? - Niall perguntou.

-Não! Só papai é meu pai! - Noah falou bravo - O cara mau é mau! Ele faz coisas ruins junto com ela, trazem dinheiro para casa, mas o papai pede para eles pararem e batem no papai. O papai não gosta! - diz com um olhar zangado para Zayn.

-Papai não gosta do dinheiro?

-Não, ele deixa tudo guardadinho lá na caixa, perto da TV - Noah falou.

-Posso ver? - Niall pediu para ele, que me olhou desconfiado pedindo aprovação. E o que eu falaria? Confirmei com a cabeça e ele repetiu meu gesto apertando minha mão e depois indo com ele. Niall foi até a caixa de madeira, do lado do velho aparelho de televisão e a abriu ainda conversando baixinho com meu filhote - Realmente, tem bastante dinheiro aqui, se ele fosse como Camile, já teria gasto tudo. Ele não deve fazer parte do esquema.

-Ele é filho deles? - Zayn perguntou em voz baixa.

-Biologicamente da Camile, sim. Mas Edgar não é pai dele, ouve uns 'problemas' nos registros do Noah, mas eu sou o verdadeiro pai dele - respondi - podem levar o dinheiro se quiserem, só, por favor, nos deixem em paz.

-Não quero dinheiro nenhum - Niall me cortou - Você parece ser um bom pai e em respeito ao SEU filhote, não vou fazer nada, nem com vocês, nem com os dois. Até vou dar uma chance para eles - sua voz era calma, porém seria - se o casalzinho sumir e nunca mais chegar nem perto de Londres, os deixamos viver. Se eles cruzarem o caminho de qualquer um de nós, eles estarão mortos, entendeu? - Balancei a cabeça confirmando - Zayn, vamos embora.

-Oh, que pena! - O moreno fez bico, ele parecia mesmo se divertir com o meu desespero.

-Zayn! Vamos logo, Liam já vai ouvir em casa por me convencer a te trazer aqui - Zayn revirou os olhos. Se eu não estivesse petrificado de medo, até acharia engraçado como Zayn mudava a postura para falar com o loiro.

-Anda! - Niall bufou o apressando - Tchau Noah, adorei saber do seu aniversário, boa noite!

-Tchau Nini! - Ele respondeu com um sorriso tímido.

-Não se preocupe, não vou deixar que nada aconteça a você e, principalmente a ele - Niall sussurrou se aproximando de mim - aliás, bonito nome, combina com você! Boa noite Harry.

-NIALL! - Zayn reclamou da porta, fazendo o loiro bufar.

-Tô indo! Agora que é você que quer ir fica reclamando, eu... - o ômega fechou a porta atrás de si, depois que saíram. Corri para trancar a mesma, meu coração martelava dentro do peito, tinha chegado tão perto de acontecer algo horrível!

-Papai, você toma um chocolate quente comigo? - Noah pediu com um olhar distante.

-Claro, meu amor - coloquei no meu rosto aquele sorriso que eu já estava acostumado a dar, para não deixar ninguém saber o quanto eu estava uma bagunça por dentro e fazia todo mundo acreditar que eu estava bem e relaxado. Tantos anos de prática, quase levaram a perfeição.

Segurei na mãozinha do meu filho e fomos para a cozinha, com a estranha sensação, que ele sabia que tinha acabado de salvar a minha vida.

Olá, gostaram dessa adaptação? Acho que já dá para ver o quão diferente vão ser as relações.

Como certas pessoas são ansiosas, vamos segurar um na mão do outro e se rolar alguma bosta vocês me avisem que eu ajeito, sejam minhas betas kkkk

LouTommo-Styles pode segurar teus leitores agora por favor?

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