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Capítulo 82

Espero que estejam bem :)

 Corri por entre as arvores, mantendo minha cabeça baixa, apenas sentindo o cheiro do sangue e o barulho da respiração ofegante. Fora que ela não era nem um pouco silenciosa na hora de correr, esbarrando em arbustos ou quebrando galhos. O chão estava coberto pela neve, o que tornava ainda mais fácil seguir os rastros, ela não estava se esforçando o suficiente.

Apesar de a seguir de perto, eu não a deixei me ver. Porém a deixei me ouvir. Eu queria que ela soubesse que eu estava ali, que estava na sua espreita, que não tinha como escapar. Queria seu coração disparado com o medo, queria a adrenalina percorrendo seu corpo e a fazendo continuar correndo. Eu queria que ela tivesse esperanças de que iria escapar, para depois matá-la.

A observei por entre os galhos, o inverno tinha quase acabado com a vegetação, mas como tudo era uma imensidão branca, eu conseguia me esconder muito bem. Ela passou correndo, olhando em volta, seu corpo tremia com o frio, ela fedia a medo. Rosnei baixo, para que ela ouvisse, e vi seus olhos se arregalarem.

— Onde você está? — ela gritava, se revirando no lugar. Uma mão segurava a faca e a outra estava sobre o ferimento na lateral do corpo — Apareça!

Andei a sua volta, fazendo barulho suficiente para que me ouvisse, mas ela ainda não conseguiu me ver. Isso aumentou o seu desespero, sua mão tremia um pouco, mas ela segurava a faca como se fosse me atacar assim que eu aparecesse.

— Aparece sua aberração! Apareça! — ela gritava. Mesmo não estando tão perto do galpão, eu sabia que os lúpus poderiam ouvir. Até imaginava Lestat narrando a cena para os outros.

Eu pensei em matar Camille com as minhas próprias mãos, eu poderia ter atirada nela até que ela morresse, como fiz com Collins. Também poderia permitir que fosse torturada como Patrícia Walker foi. Poderia ter deixado a ômega loira morrer de fome, estrangulá-la ou qualquer coisa. Mas eu preferi deixar que meu lobo fizesse isso.

Meu lobo foi renegado por tanto tempo, já que eu não sabia da sua existência, agora ele merecia ser livre. E se a natureza dos lobos é selvagem, por que não deixar que sua primeira vítima fosse quem tivesse causado tanta dor ao meu alfa e quase tirou minha filhote?

Ela não percebeu que eu estava por perto até estar bem atrás dela, ela gritou de susto, mas não conseguiu correr. Em um salto pulei em suas costas e a apunhalei com minhas garras, abrindo rasgos em sua carne. Ela quase fez minha filhote morrer de tanto sangrar, esse era meu objetivo com seu corpo. Perder cada gota de sangue possível.

Camille se arrastou para longe, seu sangue manchando a neve branca. Andei calmamente do seu lado, até que mordi sua perna com força, meus dentes chegando até os ossos, e a arrastei de volta. Seus gritos eram altos, eu estava rasgando carne e tendões pelo caminho, quanto mais ela se debatia, pior ficava o ferimento.

Quando a soltei, fiquei cuspindo aquele gosto horrível da minha boca, enfiei meu focinho na neve, tentando me livrar do sangue dela. Eu queria matá-la, mas também não é por isso que eu iria ingerir qualquer gota daquele sangue.

Me virei para Camille, ela gritava e chorava, cadê aquela ômega que estava me desafiando até pouco tempo? Que zombou de mim? Que riu quando eu disse que a mataria?

Me aproximei vagarosamente, meu foco era nela. Camille chorava e implorava por algo, se arrastando para trás, mas eu não ouvia. Meus ouvidos estavam apenas atentos a seu batimento cardíaco, saber que era por minha causa que ele estava tão disparado, a ponto de parecer que podia parar de bater a qualquer minuto, era muito satisfatório. E o cheiro? Puro medo.

Fingi atacá-la só para ver sua reação, ela não estava mais tão atrevida. Mas pegou a faca, como se pudesse se defender de mim, Lestat uma vez me disse que era divertido deixar a presa achar que pode te ferir, porque a surpresa quando você arranca seu braço é muito maior. Achei que valia a pena tentar.

Andei em volta do seu corpo, ela gritava comigo, ofensas e outras coisas que eu não me importava. A imbecil ainda tentou ficar de pé, mas é claro que caiu, parte de uma perna estava só no osso. Avancei sobre ela, fingindo que ia morder seu pescoço, eu vi a faca vindo na minha direção, então recuei. Fiz isso mais uma vez e ela se achou confiante, como se tivesse chances reais de se defender.

Porém, na terceira vez eu finquei minhas garras no seu braço, atravessando sua carne e mordi seu outro braço, logo abaixo do ombro. Ela se debatia embaixo de mim, tentando me chutar, mas seus braços estavam imobilizados, ela não tinha como se soltar.

Minha mandíbula apertou a mordida, o sangue fluía sem parar, manchando toda a neve em volta. Comecei a mexer minha cabeça, como se o que estivesse preso na minha boca fosse apenas um brinquedo de morder sem importância. Com a outra pata, pressionei o braço ferido e, sem abrir a boca, comecei a puxar para trás, rasgando todo o tecido do seu corpo.

Quando sai de cima dela, seu corpo tremia, ela estava entrando em choque. Eu não tinha arrancado totalmente o braço, porque não queria que ela morresse ainda, mas seu corpo não aguentaria muito tempo. Minutos talvez.

Ouvi uma movimentação do meu lado, quando olhei em volta os lobos do bando estavam comigo. Os dois lobos brancos lada a lado, depois o lobo cinza e o marrom, então o lobo preto. A frente deles, o mais próximo de mim, era o lobo pardo.

Harry andou até mim, por um segundo eu pensei que tinha ultrapassado algum limite, mas então meu alfa passou seu focinho pelo meu pescoço. Fechei meus olhos sentindo o carinho, nossos corpos se tocando, eu sentia seu calor e o amor por mim que emanava. Olhei em seus olhos verdes, ele lambeu meu rosto de leve, se estivéssemos na forma humana seria o mesmo que um beijo.

Eu fiz o mesmo por ele e voltei para Camille, ela respirava ruidosamente, minha raiva sanguinária e a necessidade de vê-la sofrendo já tinha passado, eu tinha vencido. Ela escolheu o pior caminho e pagaria por isso, mas assim que acabasse eu voltaria com meu alfa e com meu bando para casa e tudo ficaria bem, eu ainda teria todos e tudo que ela teria seria a escuridão da morte.

Coloquei minha pata sobre o peito, que respirava lento e ruidosamente. Seus últimos gritos foram quando minhas presas rasgaram seu pescoço. Eu puxei com força, demorou alguns segundos até que a pele, carne e ossos rasgassem. Lancei sua cabeça para frente, que ainda rolou antes de parar, deixando o rastro sangrento na neve.

Agora sim aquela história tinha acabado.

— Mais uma noite? — Liv fez biquinho e eu beijei sua testa.

— Sim, mais uma. Hoje a vovó vai ficar com você, tudo bem? Papa e eu vamos resolver algumas coisas, mas voltamos para dormir com você.

— Eu estou com saudades do Sirius — ela respondeu com os olhinhos úmidos.

— E ele de você, mas amanhã vocês vão se ver — prometi e ela concordou.

— A Daisy disse que o Dan é o vovô, ele é? — Liv perguntou, Dan engasgou com o ar e minha mãe arregalou os olhos.

— Não sei, mãe, ele é? — perguntei para minha mãe, que estava vermelha.

— Essas crianças falam cada coisa, né? Vocês não estão atrasados? Se despeçam e vão logo — ela praticamente me empurrou do quarto.

— Quando eu disse para ficar de olho na Jay, não foi desse jeito — Harry falou alto para Dan, que parecia prestes a ter um infarto.

— Digam tchau! — minha mãe ordenou com a mão na porta, pronta para bater na nossa cara.

— Tchau meu amor, fique de olho nesses dois e não deixem que eles... — Minha mãe fechou a porta antes que Harry terminasse de falar, eu conseguia ouvir a risada de Liv.

— Você não presta — me virei para meu alfa, que riu me abraçando.

— Mas você também achou divertido — ele mexeu as sobrancelhas, me fazendo rir dessa vez.

— Vamos? — Niall perguntou.

— Não quer ficar em casa descansando? — o provoquei e ele revirou os olhos. Nós estávamos indo para a No Control, em dois dias teríamos que ir para Holmes, por isso o que precisasse ser resolvido, tinha que ser feito agora.

— Bitch please, por mim eu iria parir dentro daquele lugar — Niall respondeu dando de ombros.

— Ninguém duvida disso — Ashton comentou.

— O assunto do parto tem sido um tópico sensível — Liam suspirou.

— Para mim não — meu amigo negou — assim que eu tiver a primeira contração, eu quero anestesia. Nada de sentir dor.

— Sabe, quanto mais filhotes chegam no bando e mais pessoas ficam grávidas, mais eu tenho a confirmação que nasci para ser tio — Calum falou e seu marido concordou.

— Ah, que pena, sou um beta que não foi agraciado com a capacidade de engravidar — Matteo se fingiu de triste — tenho que me resignar a ser o tio legal que devolve a criança para os pais quando enchem o saco.

— Você já tentou roubar a Chloe — Louis disse com as mãos na cintura.

— Chloe é um anjo, não é como você que parece fofo, mas pode matar alguém em segundos. Não, ela é um anjinho, todo mundo a ama — o beta se justificou.

— Podemos ir? — perguntei e eles concordaram.

Fomos em carros separados, Harry dirigia o nosso sempre segurado a minha mão. Nos últimos dias praticamente não tínhamos nos soltado, sempre quando dormíamos, em algum momento, ele me prendia a ele. Meu marido chegou a ter pesadelos onde me perdia, mesmo que na nossa situação o risco fosse exatamente o contrário.

Voltar a No Control depois de tudo o que tinha acontecido era uma sensação saudosista, como se fizesse uma vida inteira que eu não ia lá. Entramos e tudo parecia igual, a multidão se mexia loucamente na pista de dança, as pessoas riam e bebiam no bar, a música era contagiante e parecia que lá dentro não havia preocupação nenhuma.

Fomos até o camarote, o garçom tinha deixado bebidas na mesa, as favoritas de todos nós, mas Liam teve que pedir sucos para Nick e Niall, o que fez o ômega loiro revirar os olhos.

— Eu amo esse lugar — Harry estava do meu lado, estávamos encostados no parapeito, observando a pista de dança fervendo, exatamente como da primeira vez que ele me levou lá.

— Na primeira vez que vim aqui eu me lembrei de uma história que tinha escutado há muito tempo, que todos nós somos como quebra-cabeças, esperando a peça certa para finalmente estarmos completos. Mas acho que isso está errado.

— Por quê? — ele se virou para mim sorrindo.

— Não podemos depender do outro para estarmos completos, só podemos ser felizes se estivermos certos conosco mesmo. O caminho é muito difícil e precisamos de ajuda, mas finalmente eu me sinto eu. Completo, feliz e orgulhoso de quem eu me tornei. Dividir esse caminho com você, só tornou tudo melhor, mas era uma batalha só minha a que eu tive que enfrentar.

— Somos companheiros de almas, mas foi escolha nossa dividirmos nossa jornada. Somos quem somos por nós mesmos, mesmo assim, escolhemos compartilhar nossas vidas um com o outro — Harry sorriu concordando — eu gosto disso, é a sensação que você realmente me escolheu, não por eu ser seu soulmate, mas por mim.

— Eu sempre te escolheria, e acho que não exista um universo alternativo em que eu não te amo e não escolha você — sorri para ele o abraçando — o que eu me tornei foi graças a mim, você é uma parte importante do processo, mas não é o motivo dele. E eu amo pensar que independente do que tivesse acontecido, nós nos encontraríamos e nos apaixonaríamos. Não é o destino, mas porque escolheríamos um ao outro.

— Também amo isso — ele me beijou, e por aqueles momentos, não existia o mundo a nossa volta.

Harry me deu as ferramentas para que eu mudasse meu mundo, mas quem decidiu realmente fazer isso, quem fez o processo e quem sentiu cada dor e vitória, fui eu. Assim como o inverso aconteceu. Nós éramos perfeitos um para o outro, não porque o destino quis, mas porque nós escolhemos ser.

— Pronto — Liam disse. Nós estávamos no camarote, já que eu tinha interrompido a "Reunião de Alfas" da última vez, iriamos tê-la agora, mas eu exigi mudanças.

A primeira coisa é que Niall, Mike, Calum, Louis, Nick, Ashley e eu estávamos presentes. Os outros ômegas só não estavam porque não quiseram. A segunda é que nada de lugar escondido, aquela ia ser no camarote e as outras seriam em outro lugar. Não adiantava dizer que queremos mudar o conselho, se não fizermos isso no próprio bando.

Como não cabia todo mundo de uma vez, Liam mandou que entrassem um por vez, eram ômegas e betas que tinham algum pedido para o bando. Eram coisas desde investimento financeiro em algum negócio ou proteção por causa de alguma situação.

— Certo, faltam mais três — Nick leu os nomes anotados na lista que ele tinha feito. Ele estava sentado no solo de Shawn, que mantinha as duas mãos sobre a barriga do ômega quase o tempo inteiro. — Já foram Cassidy Haynes, que quer ajuda na sua confeitaria.

— Eu gostei dos bolinhos que ela trouxe — Mike disse, comendo mais um deles.

— Então foi Jono Carver, que pediu proteção no seu bairro — Nick continuou lendo.

— Eu disse, me deem uma noite e alguns galões de gasolina — Zayn comentou, ele e Lauren trocaram um soquinho, mas ele voltou a sua função de fazer massagem no ombro de Niall.

— Temos também Garrett Lahey, o negócio dele está indo mal e pediu dinheiro.

— Detesto esse nome — Lestat bufou e Louis riu baixo, beijando o rosto do seu alfa.

— Não gostei muito dele, não sei, tem algo nos olhos — Niall disse, Liam lhe entregou seu outro suco. O ômega estava no colo de Zayn e colocou as pernas sobre Liam.

— Por enquanto ele tem ficha limpa, mas podemos ver mais pra frente — Nick respondeu, era fofo como o alfa dele ignorava qualquer coisa, só fazendo carinho na barriga do ômega, que nem tinha crescido ainda. — E a última foi Linda Emery, também era sobre proteção.

— Quem é o próximo? — Liam perguntou distraído e Nick engoliu em seco.

— Xander Ritz — meu amigo respondeu, o clima desconfortável ficou evidente, eu peguei minha Coca-Cola calmamente e me virei para Liam.

— Peça para ele subir.

O ômega era como me lembrava, seus cabelos eram castanhos curtos, levemente cacheados. Ele passou seus olhos pelo bando, parando em Harry e eu reconheci o olhar, ele ainda queria meu marido. Mas então seus olhos foram para mim, eu estava no colo do meu alfa. Levantei a sobrancelha e ele se sentou no seu lugar, bem a minha frente.

— Achei que era uma reunião de alfas — ele comentou, e eu ouvi Ashley atrás de mim murmurar algo como "babaca petulante"

— Não mais — eu respondi tranquilo. — Se você quer falar com o bando, aproveite o momento, ou saia e não nos faça perder tempo.

Seus olhos se arregalaram um pouco, mas ele manteve a pose. O bando não falou nada e meu marido fez carinho no meu braço, enquanto tomava mais um gole da sua cerveja. Para falar a verdade, Harry parecia bem entediado com tudo aquilo.

— Harry — Xander falou — eu sei que da última vez...

— Não — meu marido o interrompeu — você sabe o que fez e porque, não me faça perder a cordialidade e pedir que Mike resolva esse assunto por mim.

— Eu...

— Você sabe que tentou me provocar deliberadamente e o que fez nós não aceitamos bem, não é? — perguntei a ele que não me respondeu — Fique tranquilo, não vou fazer nada desde que não tente me provocar de novo. O que eu tinha que fazer, já fiz. Agora fale logo ou vá embora.

— Achei que estaria bem irritado comigo... — ele falou mansamente, a falsidade estava clara. Qual era o critério do meu alfa para escolher quem ele passava os ruts? Porque se eu achava que tinha dedo podre para escolhas, Harry me superou.

— Para eu ter raiva de você, você teria que ser relevante o suficiente — dei de ombros.

— Fala logo infeliz, você não é especial, porque tem mais gente querendo conversar com o bando — Niall bufou impaciente.

Xander ficou desconcertado, ele olhou para Harry que não deu a mínima, checando o celular para ver que horas eram e depois meu alfa beijou meu pescoço. Os olhos do ômega a minha frente se focaram em mim, talvez agora ele tivesse entendido.

— Fale — eu mandei e ele me obedeceu.

Na manhã seguinte Luke deu alta para Liv e pudemos levá-la para casa, era a primeira vez que Harry e eu entravamos em casa depois de tudo o que aconteceu. Eu não tinha noção do quanto estava com saudades do meu lar até estar nele.

O bando fez uma festa de "boas-vindas", tinha até uma faixa muito parecida com a que fizeram para mim quando cheguei naquela casa meses antes, o que fez Liv rir muito. Os filhotes estavam todos lá, eles tinham feito desenhos e cartões, cada um do seu jeito e com sua habilidade, a surpresa de todos era que Dom desenhava muito bem e desenhou um cachorro preto no cartão que fez para Liv. O cachorro era um pouco assustador e estava com os dentes sujos de sangue? Estava, mas a intenção tinha sido boa e minha filhote tinha gostado muito.

Em algum momento Niall me arrastou para a casa dele. Ele queria me mostrar como estava ficando, mas mal passamos pela minha porta e tinha três alfas atrás de nós.

— Eu consigo andar — Niall protestou, mas Liam o ignorou, o pegando no colo para atravessar o gramado que separava minha casa da deles.

— Mas você pode cair — o lúpus argumentou.

— Por Zeus, vocês vão ficar me carregando a gravidez inteira?

— Não só nela — Zayn deu de ombros.

— Você que pense que vai fazer isso comigo quando eu engravidar — avisei para meu alfa, mas ele sorriu do mesmo jeito que faz quando vai aprontar — Harry, não se... HARRY!

Ele, me jogou no ombro e saiu me carregando como se eu não pesasse nada, e ainda deu um tapa na minha bunda.

— Niall, não tinha um muro dividindo os terrenos? — perguntei para o meu amigo, nós dois sendo carregados contra a vontade, mas nem adiantava lutar contra.

— Sim, está vendo aquela linha no chão — ele apontou — era onde ficava, mas mandei tirar. Por que íamos precisar de um muro?

A casa deles deveria ter o tamanho da minha, também lembrava um tipo de castelo por fora. Acho que era o formato do teto e das janelas. Por dentro tinha um grande espaço de entrada e uma escada que subia para o primeiro andar.

Niall, Liam e Zayn mostravam o local, alguns dos moveis que eles compraram já tinham chegado, por exemplo o grande sofá negro que estava no lugar certo, mas ainda coberto pelo plástico. Já Zayn mostrava com orgulho sua imensa lareira.

— Até cabe uma pessoa ali dentro — ele disse alegre.

A cozinha era dividida em dois ambientes, depois tinha uma sala de jantar grande, mas Niall falou para não me empolgar que o ponto de encontro do bando ainda seria a minha casa. Depois de mostrarem a parte de baixo, conhecemos o andar superior, o único quarto que estava totalmente montado era o deles. Apesar de terem trazido muita coisa, ainda não tinham terminado a mudança, porém faziam questão de dormir ali. Aliás, descobri que foi Zayn quem estava mantendo Sirius vivo todo esse tempo.

— Aqui vai ser o quarto do bebê — Niall me mostrou o quarto, as paredes eram brancas e Zayn já tinha feito um esboço do desenho que faria nelas.

Eu vi os olhos de Harry brilharem, mesmo ele não comentando nada. Eu me sentia pronto e assim que resolvêssemos toda aquela confusão, eu acreditava que era o momento de tentar ter um filhotinho com meu marido.

— Acho que quero o divórcio — Niall bufou, dessa vez ele nem passou pela porta antes que Zayn o pegasse no colo — sério, isso é um exagero.

— Você quase caiu ontem — Liam disse como se aquilo explicasse tudo.

— Eu estava saindo do banho, eu só escorreguei e não aconteceu nada — meu amigo inspirou fundo, mas não foi solto — Harry, pegue o Lou no colo agora, não vou passar por essa humilhação sozinho!

— Ok.

— Niall — gritei quando meu alfa me ergueu.

Voltamos para casa no momento que Josh e Sandy chegaram. Josh falava com Sandy de modo exasperado e Sandy só negava com a cabeça. Bill saiu de casa e ficou os encarando, como se já estivesse cansado daquilo.

— O que está acontecendo? — Harry perguntou e Josh se virou para nós.

— Por Zeus Harry, me ajuda aqui, eu não sei mais o que fazer com ele — o beta indicou o amigo que estava com os braços cruzados.

— Pare de ser dramático — Sandy retrucou — não é o fim do mundo.

— Você nem está me dando uma chance!

— E para que você quer? Por favor, se não fosse pelo que aconteceu você nem pensaria nisso.

— O que houve? — Liam perguntou para Bill, assim que o lúpus se virou, Zayn entrou entre eles.

— Esses dois estão assim desde ontem, não aguento mais — ele deu de ombros.

— Verdade, não vejo os dois desde ontem — Niall disse pensativo.

— Que merda é essa? — Lestat perguntou saindo de casa, e o bando vindo atrás.

— Pronto, conseguiu plateia, era isso que queria? — Sandy disse para Josh, bem irritado.

— Quem sabe alguém coloca juízo na sua cabeça — Josh retrucou.

— Me expliquem — Harry mandou e os betas se viraram para nós.

— Não, eu falo — Sandy avisou Josh no momento que o outro abriu a boca para explicar, o que o fez revirar os olhos. — Não vou enrolar, eu estou grávido.

— E de quem? — meu marido perguntou incerto.

Sandy apertou os próprios lábios, então olhou de canto, indicando Josh, que tinha o sorriso mais orgulhoso do mundo.

Ficou um silêncio no bando, todos pareciam um pouco chocados demais com aquilo. Bem, todos menos Niall.

— Eu sabia! Eu sabia! Me paguem — ele passou recebendo dinheiro de várias pessoas.

— Como? — Josh perguntou um pouco revoltado.

— Por favor, estava na cara — Niall zombou, ainda recolhendo o dinheiro. — Amigos não agem como vocês agem um com o outro. Luke e Ashton são melhores amigos desde sempre e nunca tiveram essa tensão, o mesmo vale para o Liam e Harry, ou Zayn e Hazz. Eu poderia ficar dando exemplos até amanhã.

— Ele tem razão, eu sou amigo do Jake antes mesmo de conhecer mon loup e nunca agimos desse jeito que vocês agem um com o outro — Louis comentou.

— Para o bem de Jake — Lestat deu de ombros.

— Mais de dez anos e, não importa o assunto, as ameaças ainda voltam para mim — o alfa loiro suspirou, sendo consolado pela esposa.

— Ok, essa parte já entendemos, mas e daqui para frente? — perguntei.

— É esse o problema, eu quero me casar com ele e ele não quer — Josh disse exasperado.

— Se você não quis até agora, não é agora que vai acontecer — Sandy cruzou os braços.

— Isso vai ser legal, Sandy é a pessoa mais teimosa quando quer — Calum comentou.

— Eu não vou me casar porque estou grávido — o beta disse.

— Não é por isso — Josh passou a mão pelo rosto.

— Então é por quê? — Sandy perguntou.

— Isso mesmo, faz ele se humilhar — Camila fez joinha para o beta.

— Que droga, me perdoa se eu não te falei, eu só achei que se te falasse e você não sentisse o mesmo por mim, ia estragar a nossa amizade e você é o meu melhor amigo. Mas eu gosto de você desde sempre.

— Transar pode, confessar os sentimentos não? — Ally perguntou irônica — Mais alguém não entendeu a lógica? — ela olhou para o bando e muitos concordaram.

— Vocês não estão me ajudando — Josh bufou.

— Não estou aqui para ajudar ninguém, eu quero é ver o espetáculo — Matteo falou.

— Gosta de mim, mas ficou com metade do Reino Unido — Sandy respondeu.

— Nenhum de nós foi santo, nós dois fizemos um monte de coisas.

— Mas quem está tentando me convencer a me casar é você.

— Nossa, essa doeu — Ashton fez careta.

— Que dó do pobre Josh — Zayn sorria.

— Parem com isso — eu disse para o bando, era o momento deles.

— Você não sente o mesmo por mim, é isso? — Josh perguntou para Sandy, que respirou fundo, mas não respondeu.

— Temos que ser sinceros — Harry o lembrou.

— Gosto, eu sinceramente gosto. Tudo o que você já me falou, eu também sinto por você. Mas eu vou ter um bebê, eu preciso de estabilidade, preciso de alguém que vai estar comigo o tempo todo. Não posso entrar em um relacionamento que não sei se vai durar, gravidez é coisa séria.

— Mas eu não vou sair do seu lado, esse bebê é meu filho também e eu vou fazer tudo por ele. E mesmo que nós não estivéssemos juntos romanticamente, eu sempre estive com você, você sempre foi a minha prioridade — Josh disse sério.

— É verdade — Niall comentou pensativo — eu lembro que uma vez estávamos juntos em Birmingham, antes de eu vir morar em Londres, e o Josh voltou dirigindo como louco, porque o Sandy estava doente, mesmo que fosse só uma gripe.

— Lembra daquela vez que ele matou a machadadas o alfa que atirou no Sandy? Foi divertido — Mike riu.

— E quando o Josh estava morrendo de ciúmes daquele beta que o Sandy estava pegando, aí denunciou o cara por uso de drogas e fez ele ser preso? — Calum disse inocentemente.

— Você que fez o Chuck ser preso? — Sandy perguntou com as mãos na cintura.

— Eu só fiz a ligação, quem prendeu foi a polícia. E ele tem nome do boneco assassino, por favor — Josh revirou os olhos.

— Vocês não querem resolver isso lá dentro? — perguntei.

— Não, eu quero que esse teimoso pare de birra e aceite casar comigo! — Josh exclamou.

— Quanto romance — Sandy zombou.

— Trouxemos chocolate quente — Jesy e Perrie distribuíram os copos para continuarmos assistindo a discussão.

— O bando me expondo não foi o suficiente? Quer que eu faça o que? Me ajoelhe? Porque eu faço — Josh parecia não saber mais o que fazer, ele realmente se ajoelhou.

— Pede para ele rolar e dar a patinha — Camila sugeriu.

— Pare com isso — Sandy tentou puxar o outro beta.

— Não, por favor, aceita casar comigo.

— Vou dar a minha opinião — Zayn foi até eles e todo mundo se preparou para uma possível briga — Sandy, você devia dar pelo menos uma chance para o Josh. Ele realmente merece e tenho certeza de que ele vai fazer até o impossível para você e o seu filho ficarem bem. Ele pode parecer um idiota, mas nunca falhou em nada e nunca deixou ninguém na mão. Nunca negou ajuda e fez tudo pelo bando. Mas, acima de tudo, ele sempre te amou e você sempre foi o foco da vida dele.

— O que? — Sandy e Josh perguntaram chocados, e eu nem sei quem estava pior, eles ou qualquer um do bando.

— Isso mesmo — Zayn falou sincero. — Eu sei que atormento Josh há anos e eu realmente quis matá-lo várias vezes, só não matei porque Harry não deixou. Porém, eu também vou ser pai e entendo o que ele está sentindo. Eu me proponho a perdoar e não tentar mais ferir ou mata-lo. Dê uma chance e tenho certeza que ele vai fazer valer a pena.

— Bebê, você nem chegou, mas já fez milagres — Niall falou para a própria barriga.

— Até o ZAYN acha que você deveria me dar uma chance — Josh disse exasperado.

— Sandy, posso dar uma sugestão? — perguntei e o beta concordou — Josh, se levanta por favor. Vocês moram juntos em um apartamento, não é? Porque não começam a procurar uma casa ou um apartamento maior, planejar o quarto do bebê, talvez começar a dormir na mesma cama. Vão aos poucos, vocês têm muito tempo e se em algum momento resolverem que é o melhor, podem se casar.

— E se o Josh trair você, nós o matamos — Harry sugeriu e eu serrei os olhos para ele — alguém precisava falar.

— Ok, eu te dou essa chance — Sandy disse por fim e Josh o abraçou e beijou, o levantando do chão e fazendo festa. Todos começaram a comemorar.

— Eu te juro, quando o dia começou, não era assim que eu achei que iria acabar — falei para meu alfa que deu de ombros.

— Nunca se sabe o que esperar nesse bando.

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