Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 32


*** Importante: o capítulo fala sobre aborto, para quem for sensível a esse assunto, não leia!!!!! Não quero que isso seja gatilho para ninguém!!!!!!


Eu travei e fiquei encarando aquela ômega, que sorria triunfante.

- Agora você percebeu que já ouviu falar muito de mim?

- Não muito, para falar a verdade - dei de ombros - O que você quer?

- Eu só queria conhecer o ômega que me substituiu. Sinceramente, eu esperava mais - até o sotaque francês dela me irritava - Você não é muito o que eu esperava - ela franziu o nariz para mim.

- Você esperava o que? Outro ômega interesseiro e sem caráter disposto a magoar qualquer um por dinheiro?

- Foi isso que te contaram? - ela perguntou trincando o maxilar.

- Ninguém fala muito de você, eu só ouvi seu nome pouquíssimas vezes, o suficiente para entender que você fez algo muito ruim

- Ruim? É ruim querer decidir sobre a minha própria vida? Sobre o meu corpo? - ela parecia irritada - Ninguém te contou a verdade, porque eles sabem que o que fizeram foi errado! Você acha que o Harry está com você porque gosta de você? Você é uma piada!

- Você não sabe o que está dizendo!

- Harry não ama ninguém - ela falava baixo se aproximando de mim - ele vai te usar e te descartar, assim como fez comigo e com todos os que vieram antes. Ele te faz se sentir especial, importante, mas depois que ele tem o que quer, você é jogado fora, como lixo!

- Harry não é assim, você está mentindo!

- Ah é? Ele já te prometeu segurança e que nada, nunca mais, ia te acontecer? - suas palavras eram cheias de rancor e raiva - Prometeu realizar todos os seus sonhos? Já te apresentou a todos os seus amigos, aqueles traidores que ele chama "família"? E o melhor, ele já comprou o tal "apartamento perfeito", para que você ficasse seguro e perto dele?

Minha cabeça começou a zunir, meu sangue circulava muito rápido. Aquilo não podia ser verdade! Não podia!

Era o MEU Harry!

Ele disse que me amava e que eu podia confiar nele!

Ele jurou!

- Pelo visto sim - ela sorria triunfante - Harry já te prometeu o mundo, não foi? - ela riu - Você já fez a merda de deixar todas as suas finanças e qualquer outro assunto legal na mão do Liam? Ele já te levou a um juiz para assinar alguns papéis? Niall já finge ser seu melhor amigo? Zayn mostra estar preocupado com a sua segurança? - ela fez beicinho para mim, zombando de mim - Você é muito ingênuo! Harry só quer uma coisa e assim que você der isso a ele, você não será mais nada, além de um incômodo.

Eu respirei fundo, meu corpo tremia. Toda a insegurança que eu vinha tentando vencer, bateu forte em mim. Eu não era nada! Eu nunca fui nada! Eu. . .

Eu sou Louis Tomlinson, o ômega de Harry Styles!

Lúpus só amam uma vez e Harry já tinha falado várias vezes que me ama, ele tinha me mordido! Se eu não tinha certeza sobre mim, eu terei certeza sobre o amor de Harry!

- Boa tentativa - eu disse para Camille, bem calmamente - por um segundo você quase me enganou. Mas aí lembrei que você não passa de vadia interesseira e que não vale muita coisa.

- Seu. . . - ela tentou me bater, mas eu segurei seu punho.

- Você, nem ninguém, encostará em mim - soltei seu braço e a empurrei contra a parede do provador - Se as pessoas que eu mais amo detestam você, eu não tenho motivo para te dar ouvidos. Guarde essa sua vingancinha barata para você mesma!

- Você é mais burro do que pensei - ela cuspiu as palavras - eu vim ajudar, te alertar. Você acha que o Harry ama você e sua filha, mas assim que ele tiver o que quer, vai descartar vocês dois como lixo!

- E o que você pensa que ele quer?

- Um filho! Tudo o que Harry quer é um filho alfa para ser seu herdeiro. Ele precisa de um filho Alfa para seguir a linhagem, um filho do seu próprio sangue. Isso quer dizer que assim que você der ma criança legítima para ele, você e sua filha serão esquecidos e mandados para longe - ela vociferava as palavras - Ele não te ama!

O silêncio ficou entre nós enquanto minha mente assimilavam suas palavras, mas eu tive que segurar o sorriso e continuar sério. Harry tinha me dito que se eu quisesse tomar anticoncepcional, ele me apoiaria, então aquilo não fazia sentido.

Aliás, Harry tinha cuidado de mim e me apoiado em tudo, não seriam as merdas que aquela vaca falava, que me fariam duvidar dele.

- Foi isso o que aconteceu com você? Você ia dar um filho para ele e não conseguiu?

- Eu consegui - seus olhos brilhavam de raiva - eu realmente engravidei. Harry me enganou e conseguiu fazer com que eu engravidasse. Mas eu não queria ser mãe, eu nunca quis e eles estavam me obrigando.

- Eles? - perguntei.

- Sim, aquele bando, principalmente Liam, Zayn e Niall. Niall nunca gostou de mim por eu ter tirado a toda a atenção que ele recebia. Liam me enrolou nas suas manipulações judiciais, Zayn era indiferente. Harry me jurou muitas coisas, mas o que eu realmente queria, ele nunca me daria.

- E o que isso seria?

- Amor! - ela tinha lágrimas nos olhos - Ele sabia que eu era completamente apaixonada por ele e usou isso a seu favor. Ele me iludiu e eu acreditei. Mas logo eu percebi que ele nunca me amaria, então eu estaria presa a ele, para sempre. Sendo obrigada a ve-lo com diversos outros omegas por aí.

- Harry não. . .

- Não faria? Eu estava grávida e ele passou o rut dele com outro ômega, comigo na casa. Eu tive que ouvir tudo, porque eu não tinha para onde ir!

Nós nos encaramos por um tempo, ela parecia realmente alterada com aquela história. Mas eu não acreditei, nem por um segundo, em nada aquilo.

O MEU Harry nunca faria nada aquilo!

- Lou - alguém do lado de fora do provador tentou abrir a porta, mas Camille a tinha trancado - Lou, abre a porta, eu trouxe mais calças para você experimentar.

- Já vai - eu respondi em voz alta, então me virei para Camille - Então você abortou?

- Vai me julgar? - ela me desafiou - Só eu posso decidir sobre o meu corpo, não é? Era uma gravidez indesejada, que só me faria sofrer ainda mais. Eu não queria estar naquela situação que só me fazia mal, porque outros queriam. É meu direito escolher o que faço com o meu corpo!

- Realmente, você tem razão sobre isso - eu concordei - mas o que aconteceu depois disso?

- Fui humilhada e expulsa, me tiraram tudo e e baniram. Harry deu um ataque de fúria tão grande, que quase destruiu o hospital - essa parte eu consigo acreditar - ele nem se importou comigo, apenas que ele não tinha mais seu filho.

- Filho?

- Sim, até nome Harry escolheu sem me consultar - ela falou aborrecida, como se aquilo não fosse nada - Noah.

- Noah - eu murmurei o nome - Então você se recuperou e simplesmente foi embora?

- Para você perceber que eu não estou mentindo. Se eu tivesse feito algo realmente errado ou tão horrível quanto te disseram, eu não estaria viva. Harry não perdoa ofensas, então porque me deixaria livre?

Ela realmente tinha razão nisso, porque ela estava livre? Por que ninguém tinha feito nada contra ela?

- Lou - Niall forçou a porta de novo - Quem está aí? Estou sentindo um cheiro de outro ômega. É um cheiro bem ruim, por acaso e eu. . . Puta merda! - ele começou a forçar ainda mais a porta - Saia daí sua vadia, o que você quer com o Louis? Lou abre a porta, por favor!

- Niall, me dá um tempo - respondi e Camile sorriu cinicamente.

- Não! Ela é uma vadia mentirosa, Lou, por favor, ela deve estar te falando um monte de merda para justificar o que fez. Você não pode acreditar nela!

- NIALL - eu gritei - apenas espere um pouco.

- Foda-se! Vou arrumar alguém para arrombar essa porta - ouvi barulho de coisas sendo jogadas no chão e ele saindo de perto.

Estávamos no provador dos Omegas e Betas, que não passava de um longo corredor dividido em várias cabines. Shawn, por ser um alfa, não poderia entrar ali, então ele ficava na porta dos provadores, esperando por nós. Mas Leigh-Anne, Josh e Sandy podiam entrar sem problemas.

- Melhor eu ir antes que eles cheguem - Camille sorriu irônica, mas antes que ela saisse, eu segurei seu braço.

- Antes de você sair, preciso esclarecer duas coisas - ela me olhou intrigada e irritada por eu a estar segurando - Você disse que o Harry escolheu o nome do bebê, então vocês já sabiam o sexo da criança.

- Sim, era um menino - ela revirou os olhos - o que isso tem a ver?

- Aborto é permitido até doze semanas, três meses, porque até aí o feto é, basicamente, um amontoado de células sem sistema nervoso. Mas só conseguimos ver o sexo a partir das dezesseis semanas, que é quando o corpo está, praticamente, formado.

- Obrigada pela aula de biologia - ela falou irônica, eu sorri do mesmo jeito e apertei ainda mais o seu braço.

- E isso quer dizer que você já estava com mais de quatro meses de gravidez quando abortou, provavelmente já tinha passado de metade da gravidez. Isso não só é crime, como é nojento e covarde.

- Você não. . . - ela vociferou, mas eu a puxei para mais perto e a interrompi.

- Cala a sua boca, porque eu ainda não terminei de falar! - ela estava entre o assustada e o irritada - Você disse que o Harry não ama ninguém e você tem razão, porque você é ninguém.

Com a mão livre, eu abri um pouco do zíper da minha jaqueta e puxei a gola da minha camiseta para o lado, deixando a mostra a enorme marca de mordida no meu pescoço.

Camille arregalou os olhos e ofegou surpresa, ela não conseguia falar. Nem sei dizer se ela ainda respirava. E isso me fez sorrir ainda mais.

- Harry é o meu soulmate e eu sinto muito por você, porque provavelmente você nunca vai saber o que é o que é alguém te amando tanto, a ponto de vocês terem suas amas ligadas - eu abri a porta do provador e a puxei até ali - Na verdade, eu estou brincando, não sinto não - então a joguei para fora do provador, ela teve que se encostar na parede oposta para não cair - Outra coisa, é Styles para você, você não é nada dele para achar que tem intimidade e chama-lo pelo primeiro nome!

- Vadia de merda! - Niall exclamou, ele estava chegando até nós junto dos outros (exceto Shawn) - eu falei que senti cheiro de podre.

- O que você está fazendo aqui? - Leigh-Anne vociferou.

- Só vim conversar com o Louis.

- Meu punho vai conversar com a sua cara, sua vaca - Leigh-Anne ia avançar sobre Camille, mas Jade segurou sua noiva.

- Não, nós não podemos - a ômega falou.

- Isso mesmo, ninguém pode fazer nada comigo - Camille ria sarcástica - Vocês estão presos a um juramento - Leigh-Anne, Niall, Camila, Josh e Sandy tremiam de raiva. Jade e Ally tentava segura-los. E o pobre Nick não estava entendo nada, mas tentava ajudar Ally e Jade - Vocês são como cães na coleira, mesmo que queiram me machucar, sabem que não podem. O juramento de vocês. . .

Dei um tapa tão forte na cara da Camille, que ela quase caiu no chão.

- Eu não jurei porra nenhuma - falei para ela que me olhava sem acreditar. A marca vermelha da minha mão, se destacava no seu rosto -Mas eu te prometo, se voltar a me encher o saco, esse tapa vai parecer um carinho, perto do que eu vou fazer com você.

Voltei para o provador e tranquei a porta, eu quase não reconhecia meu reflexo no espelho. Eu estava com raiva, minha expressão era dura e eu estava longe de parecer um ômega calmo e dócil.

Eu não acreditei em nada do que Camille falou, mas tudo aquilo me deixou com mais dúvidas.

O que realmente tinha acontecido? Tinha que ser algo grave, mas então porque ela estava livre? Mesmo que, de acordo com o código, só um ômega pode encostar em outro ômega, Niall e Camila pareciam bem dispostos a "encostar" em Camille, isso sem contar Calum ou o estrago que Mike poderia fazer. E por que Jade disse que ninguém podia encostar nela?

Eu bufei frustado, mas só havia uma pessoa que podia responder isso!

Coloquei a minha roupa de volta, deixando a calça da loja ali mesmo. Vesti meus vans e sai do provador, ignorando toda a confusão que estava por ali.

- Shawn, me leve para casa agora! - eu exigi indo até o alfa.

- Lou, não é melhor você se acalmar e. . .

- Não Niall, eu quero ir para a minha casa agora.

- Vamos conversar primeiro - Camila insistiu.

- Sem ofensas Camz, mas a única pessoa com quem eu quero conversar agora, é o meu alfa. Shawn, vamos!

- Certo, Harry já vai me matar de qualquer jeito, porque adiar isso? - Shawn suspirou.

Nós saímos do shopping quietos, Nick veio conosco. Eu ignorei qualquer tentativa de conversa comigo ou as conversas entre eles, só queria chegar logo em casa e resolver isso de uma vez.

- Lou - Shawn falou quando estacionou seu carro na frente - da minha casa.

- Obrigado - respondi cortando qualquer coisa e descendo do carro. Corri para dentro de casa, tranquei o portão e a porta, deixando claro que não queria ninguém ali.

Minha casa estava silenciosa, Gemma e Lottie ainda não tinham voltado com as meninas. Subi até meu quarto, a porta estava entreaberta e eu podia ouvir o barulho do chuveiro.

Eu não podia esperar por respostas, voltei pelo corredor e fui até aqueles quartos estranhos.

O primeiro quarto, o que não tinha nada, não me dava resposta nenhuma. Mas, a jugar pelos rasgos no papel de parede e a altura deles, parecia que o próprio Harry tinha feito aquilo.

Como eu não percebi antes? Algo deve ter enfurecido tanto Harry, que ele quebrou o quarto inteiro. Isso explicava porque não havia nada, tanto no quarto, como no banheiro. Eu já tinha visto Harry furioso, ele quebrava coisas. Ele mesmo já tinha me dito que podia quebrar a casa inteira.

A outra porta continuava trancada, não havia a menor possibilidade de eu conseguir abrir sem a chave, mas talvez eu tivesse outro jeito. Todas as sacadas dos quartos eram interligadas, como se na verdade, só houvesse uma grande sacada que circulava a casa inteira.

Entrei no quarto ao lado daquele, um quarto de hóspedes normal, abri a porta da sacada e realmente não fiquei surpreso a descobrir que só a sacada do quarto ao lado não era ligada as demais. Havia uma grade que as separava, mas não foi difícil de pular.

Obviamente a porta da sacada estava trancada, eu tentei forçar, mas a fechadura era reforçada, como todas da casa.

Uma cortina grossa e escura cobria toda a porta de vidro, que dava para a sacada. Mas uma pequena parte, tão pequena que eu quase não vi, me deixava ter uma visão limitada do quarto.

Era um quarto infantil, o papel de parede parecia azul e amarelo e tinha uns desenhos que pareciam ursinhos, mas eu não tinha certeza porque não dava para ver bem. Haviam algumas prateleiras vazias, uma poltrona, talvez branca ou bege, em um canto e, bem no meio do quarto, tinha um berço. O berço era bonito, mas não tinha nada além de um colchão, que acredito estar sem lençol. Mas escrito, em letras cursivas, estava um nome: Noah.

Foi demais para mim, pulei de volta para o outro quarto e estava decido a ir atrás de Harry, não queria mais segredos. Mas não precisei andar muito, Harry estava vindo no corredor, ele estava descalço, apenas usando sua calça skinny e sem camisa, seu cabelo ainda úmido. Ele sorria para mim e aquilo apertou meu coração.

- Lou, achei que só íamos nos encontrar no restaurante - ele foi me beijar, mas parou antes de faze-lo. Harry me olhou confuso - O que foi? Você está estranho e o que está fazendo nessa parte da casa?

- Eu sinto muito Hazz, não dá mais - eu respondi tentando soar calmo, mas era óbvio que eu estava alterado. Harry empalideceu na hora e recuou dois passos - nós precisamos conversar.

- Do que você está falando? O que aconteceu? - eu nunca o vi tão preocupado, parecia que ele estava prestes a se quebrar - Por que você está aqui?

- Eu preciso que você me conte sobre Camille e Noah.

- O que? - eu vi dor no seu rosto. Me senti culpado por ter feito ele sentir isso.

- Hazz - eu tentei tocar nele, mas ele recuou de novo.

- Não, primeiro me explique o que está acontecendo - ele exigiu.

- Eu tentei esperar o seu tempo, mas não dá mais, não depois de hoje. Estou cansado de vocês omitirem e estou cansado de meias palavras!

- O que aconteceu hoje? - vociferou.

- Eu só vou te explicar depois de você de me contar a verdade.

- Louis - ele veio para mais perto, praticamente me prendendo contra a parede - Você vai me explicar agora!

- Não, eu não vou! E se você acha que pode me intimidar, você não me conhece bem - eu devolvi - Por que você não me conta de uma vez?

- Por que meu filho foi morto por minha causa! - ele explodiu e eu vi lágrimas nos seus olhos - Noah morreu. . . Eu nunca pude o pegar nos braços. . .

- Harry - eu tentei toca-lo, mas de novo ele recuou.

- Você não queria saber a verdade? Pois bem, Noah não teve chance nem de nascer! Eu perdi meu filho e provavelmente vou perder você e a Liv agora.

- O que? Não, Hazz - eu segurei em seu rosto, o puxando para mim - você não vai nos perder e tenho a certeza que nada disso é culpa sua!

- Você não sabe. . . Não tem ideia. . . - lágrimas escorriam dos seus olhos, deixando rastros de dor em seu rosto.

- Então me conta - eu dizia beijando seu rosto - me conta e eu vou te mostrar que você não tem culpa de nada disso.

- Como. . . Como você confiar. . . Tanto em mim? - ele estava de olhos fechados, as lágrimas vazavam por entre seus cílios e sua voz estava baixa e quebrada.

- Eu te amo e te conheço - respondi - Confie em mim.

- Eu confio - ele suspirou pesado.

Harry se afastou de mim e foi para dentro do quarto da frente de onde estávamos, que era um daqueles quartos de hóspedes. Eu fiquei esperando e ele voltou com uma chave, então abriu a porta trancada.

- Venha - Harry me chamou, ele parecia exausto.

Eu entrei no quarto, Harry ficou encostado no batente como se doesse ele estar ali. Aquele teria sido um bonito quarto de bebê.

O papel de parede era branco com vários detalhes azuis e amarelo, realmente os desenhos eram ursinhos, eles vestiam chapéuzinho e camisetas de marinheiro. Na verdade, tudo ali tinha um tema náutico.

O tamanho do quarto era o mesmo do quarto de Liv, o closet estava vazio, exceto por uma caixa que eu não tive coragem de olhar o conteúdo.

O berço era estilo clássico, branco com detalhes azuis, ele tinha um pequeno colchão de bebê, mas que não tinha lençol. Na cabeceira do berço, em bonitas letras amarelas, estava escrito Noah.

Além da poltrona branca, o quarto estava vazio e tudo parecia abandonado.

- Hazz - me virei para ele, mas meu alfa tinha se sentado no chão, ele realmente parecia sem energia, como se fosse impossível se aguentar de pé.

- Lou - ele estendeu a mão, eu segurei e me sentei ao seu lado, esperando ele falar. Harry se inclinou e deitou a sua cabeça no meu colo - Ela era só uma das omegas que ficavam ao nosso redor, Camille sempre gostou de festas, baladas e bebidas, eu nem fui o primeiro do bando a ficar com ela, ela só pareceu uma opção fácil para passar o meu rut - Hazz dizia tudo de olhos fechados, sentindo os carinhos que eu fazia no seu cabelo. Ele também parecia envergonhado em estar falando daquilo - Se eu tivesse noção do que aconteceria, eu nunca teria aceitado a oferta de passar meu rut com ela.

- Está tudo bem - sussurrei beijando seu rosto.

- Foi na terceira vez que passamos o rut juntos, mas não era o meu terceiro rut seguido, só aconteceu. . . Na época eu não sabia, Zayn e Niall descobriram depois, mas Camille me via como um investimento para o futuro. Ela sabia que eu sempre quis ser pai, por isso ela mentiu sobre estar usando anticoncepcional e furou todas as camisinhas que usamos. Eu devia ter desconfiado dela ter trazido as camisinhas para o rut, mas na hora eu não pensei muito sobre isso. . . Um mês depois ela apareceu dizendo que estava grávida. Ela trouxe exames e até o primeiro ultrassom que confirmava uma gestão de mais ou menos três semanas. De primeira eu não acreditei, mas Luke refez todos os exames e confirmou a gravidez. Eu sei que não deveria, mas eu fiquei feliz, eu fiquei muito feliz - Harry abriu os olhos, eles estavam cheios de lágrimas que escorriam pelas laterais do seu rosto - Liam disse que eu não deveria me animar, que deveríamos fazer o teste de DNA primeiro, mas eu não consegui me segurar.

- Eu entendo, love - limpei suas lágrimas com os meus dedos - era o seu sonho.

- Eu conversei com ela, perguntei se ela queria abortar, eu jurei que se fosse a decisão dela, eu não ia interferir. Camille negou, falou que iria ter esse bebê e então eu me prontifiquei a pagar por tudo, mesmo sem ter certeza se era meu ou não, mas eu sentia que era. Eu tirei ela de onde morava, comprei um apartamento luxuoso que ela quis, era um cobertura duplex, eu não me importava com preços, só com o meu filho. Comprei cada coisa que ela quis, satisfiz cada capricho. Viagens, jóias, roupas de marcas exclusivas, os acessórios mais caros. . .Qualquer coisa - Harry fechou os olhos novamente, ele parecia mais calmo - Niall e Camille nunca se deram bem, mesmo antes ele falava para ficar longe dela, mas fui arrogante e nunca pensei na possibilidade dela ter como me machucar. Mas ela conseguiu. . .

- Você está bem agora, está tudo bem - eu fazia carinhos nele.

- Até dar o terceiro mês de gestação, eu disse que aceitaria sem questionar, caso ela quisesse interromper a gestação, mas ela sempre dizia que não ia fazer. A partir do quarto mês eu me permiti sonhar, eu ia em cada consulta, eu imaginava como seria te-lo em meus braços, como seria o seu rostinho, a cor dos seus olhos. . . Eu decorei cada parte do seu quarto, passava horas pesquisando nomes de bebês e os significados, melhores fraldas, roupas, sobre acalmar bebês. . . Até comprei uma máquina de ultrassom para o Luke ficar me mostrando meu filho - Harry fungou e mais lágrimas escorreram.

Me inclinei sobre ele e beijei suas pálpebras, acariciando seu rosto.

- Você está indo muito bem, meu alfa corajoso.

- Eu tenho medo de perder vocês - ele sussurrou.

- Nós não vamos a lugar nenhum, eu te juro, sempre estaremos com você - sussurrei de volta, antes de beija-lo - Você quer terminar de contar?

Ele concordou com a cabeça e suspirou, eu dei o tempo que ele precisava.

- Camille começou a ser ainda mais arrogante do que era, ela queria ser vista como a "primeira ômega" da bando, queria que lhe obedecessem, que tivessem por ela o respeito que tinham por Niall. Mesmo todos já estivessem no bando e eu gosto e protejo todos, Liam e Zayn sempre foram meus irmãos, então Niall acabou ocupando esse lugar meio sem querer. Camille odiava o fato dele ter atenção que ela achava que era dela por direito. Não demorou para ela entender que Niall tinha uma mordida, mas eu nunca prometi isso para ela e eu nem poderia. Sou um Lúpus, minhas presas só aparecem para marcar o meu soulmate. Nunca houve possibilidade de eu morde-la, eu nunca senti nada por ela. Até as únicas vezes transamos foi por causa do rut, porque nem atração física eu sentia por ela.

Confesso que isso me fez me sorrir um pouco.

- Tudo piorou quando entrei em rut de novo - ele voltou a falar - alfas não entram no rut quando seus omegas estão grávidos, mas Camille nunca foi nada minha. Ela ficou louca por eu estar aqui com outro ômega, ela invadiu a casa e ficou furiosa. Ela quebrou parte dos móveis do Noah, começou a gritar que eu tinha que morde-la, mas eu não liguei. Eu ainda estava no rut, apenas mandei que a tirassem daqui. . . - nesse momento Harry começou a ofegar, a voz foi se quebrando cada vez mais - Quando acabou aquela semana, eu estava bravo com ela por ter bagunçado o quarto do Noah, deixei mensagens gritando com ela e já estava para encomendar novos móveis, quando Liam e Zayn apareceram. . . Liam falou que Camille estava em um hospital, eu comecei a tremer de preocupação pelo meu filho, mas quando cheguei lá, eu não tinha mais filho - Harry começou a chorar, muito, de um jeito que eu nunca tinha visto - Faltavam apenas três semanas para Noah nascer, mas Camille, no ataque de fúria, tomou tantos remédios, que matou o meu filho. Quando a levaram para o hospital, já não havia o que fazer, Noah nasceu morto.

Deitei do lado dele e o abracei, Harry se agarrou em mim e chorava compulsivamente.

Lágrimas grossas rolava dos seus olhos e molhava minha camiseta. A dor dele era tão grande, que senti meus olhos úmido e tímidas lágrimas escaparam, descendo pelo meu rosto e se misturando com as dele.

2/3


Vou deixar a foto da Camille, para vocês extravasarem a raiva e xingarem a vontade. Todo e qualquer xingamento está liberado, lembrando que vocês estão xingando a personagem da fic e não a pessoal real.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro