- E então?  - perguntei sério.

  - Não devo chamar ninguém de vadia - Liv falou a contragosto - mesmo que seja alguém chato e que esteja dando em cima do papai.

  - Por que?

  - Eu tenho que respeitar as pessoas e não posso xingar ninguém.  . . Mesmo que a pessoa mereça - ela acrescentou murmurando.

  - Liv - falei em tom de aviso.

  - Tá - ela revirou os olhos - não vou chamar ninguém de vadia! - ela bufou - Mas e se deram em cima de você, papai Lou? Eu posso chamar?

  - Nesse caso você chama de "defunto" - Harry falou da cozinha.

  - Tá bom - Liv sorriu.

  - Harry! - gritei revoltado e ele riu.

  Eu estava tendo uma conversa séria com Liv, mesmo que tenha sido para me "defender", Liv não pode ofender ninguém assim.  Ela só tem cinco anos, mesmo que as vezes não pareça.

Por isso estávamos sentados no balcão que divide a cozinha da sala de jantar, enquanto Harry fazia nosso almoço.

  - Não a incentive a falar desse jeito - falei sério para ele.

  - Desculpa,  só estava tentando usar os termos corretos - ele riu - depois de almoçarmos temos que ir no salão acertar os detalhes da festa da Liv. Só faltam duas semanas.

  - Certo, mudando de assunto - estreitei os olhos para ele,  que apenas deu de ombros.
 
Harry se aproximou de mim, ainda sorrindo, ele ia me beijar e eu desviei, o fazendo beijar a minha bochecha. Ele me olhou confuso e eu indiquei Liv, ainda não tinha contadoa ela sobre nós.

  - A gente não ia fazer a festa aqui? - ela perguntou balançando as perninhas.
 
  - Eu queria, mas tivemos que mudar os planos, tudo bem?  - Harry perguntou para ela.

  - Tá,  desde que eu a festa tenha chocolate, tudo bem - ela disse dando de ombros.

  - Minha garota - eu ri, beijando sua testa - Vou pegar meu celular, ja volto.

Mas quando eu estava na escada, eu ouvi Harry falar para Liv:

  - Princesa, papai Lou e eu temos que ter uma conversa séria com você.  As coisas entre nós vão mudar um pouco a partir de agora.

  - Mudar como? - ela perguntou desconfiada.
  Meu coração disparou, ele ia contar para ela? Como ela reagiria? Eu sei que ela a amava como pai, até porque ele era o verdadeiro pai, no sentido real da palavra, mas como as coisas seriam a partir de agora?

  - Digamos que a nossa "dinâmica familiar" vai mudar - ele disse cautelosamente.  Por Zeus, eu sentia meu corpo tremer de medo. Talvez você ache que é irracional, mas qualquer grande mudança me dá medo.

  - Mudar como? Vamos mudar de casa de novo? - então ela ficou levemente desesperada - Nós vamos ter que voltar para a casa antiga? Por favor pai, eu não quero voltar para a casa antiga! Por favor!  Eu gosto daqui! Eu nem preciso mais de festa se a gente não tiver que sair, eu juro! Eu vou me comportar!
 
Eu estava atrás da parede, com os olhos cheios de lágrimas e as minhas mãos tampavam minha boca. Eu queria tanto chorar. Era doloroso demais ver minha filhote tão insegura e disposta a desistir de uma coisa que quis tanto na sua vidinha, só para não perder o lar que ganhou a apenas dias atrás. 

Minha filhote era tão nova e já tinho sido tão machucada, que doía demais saber que o meu máximo não foi o suficiente para mante-la segura.

  - Hey princesa - Harry falou amorosamente, eu ou ouvi dando a volta no balcão, provavelmente para chegar mais perto dela - vocês não vão sair daqui.  Eu amo vocês dois e quero vocês comigo sempre. Essa casa aqui é tanto minha, quanto suas.
 
  - Você promete? - ela fungou.
 
  - Olivia Tomlinson, futura Tomlinson Sryles - ele disse solene, a fazendo rir - sabe por que eu nunca deixaria vocês irem embora? Porque essa pode ser a nossa casa, mas vocês são o meu lar. Então, se vocês forem sair daqui, eu vou ir junto.

  - Nós nunca vamos nos separar, né?

  - Nunca! - ele falou e eu limpei as lágrimas,  tentando controlar a respiração - Papai Lou ainda tem a ilusão que eu vou deixar vocês se mudarem para o apartamento - ele sussurrou para ela, mas eu ouvi, o que me fez rir em silêncio.

  - Papai é bobo - Liv falou e eles riram como cúmplices.

  - Eu ouvi isso - eu falei saindo de trás da parede.

  - Fomos pegos Liv, temos que fugir - Harry pegou minha filhote nos braços e saiu correndo com ela, que gargalhava - negaremos até a morte! Somos inocentes!

  - Sim! Inocentes! - Liv gritou, acho que ela nem sabia que sabia o que essa palavra significava.

  - Não adianta fugir  - corri atrás deles, dando a volta pela mesa - eu escutei tudo!

  - Papai, você não vai nos pegar - Liv gritou em meio aos risos - papai Harry tem pernas grandes!

  - O que?  -  me fiz de ofendido - Além de me chamar de bobo, também me chamou de baixinho?

  - Não, claro que não - os dois negaram rindo.

  Eu fingi que ia para a direita, mas corri pela esquerda. Harry correu para o lado errado, mas ao ver que seria pego, ele pulou no balcão e deslizou por ele, caindo de pé na cozinha e enquanto Liv gritava "iupyyyy".

  - Há!  - Harry gritou e eu só consegui rir, tanto que tive que me apoiar na mesa - Somos invencíveis!
 
  - Somos! - Liv bateu na mão dele e eles comemoraram.

  Eu fiquei observando a cena, rindo.  Então vi uma coisa na TV que me chamou a atenção. Era a notícia de uma casa que pegou fogo e aquela casa era muito parecida com uma que eu conhecia muito bem.

Fui até a sala e aumentei o volume da televisão.  A repórter falava que a casa foi consumida inteira pelo fogo, que não tinha sobrado quase nada, exceto a caixa do correio que,  curiosamente,  possuía uma copia da chave. O que fez os bombeiros acreditarem que os moradores da casa estavam viajando. 

Amanhã a chave dessa casa estará na caixa do correio.

  - O incêndio foi tão forte que afetou as casas vizinhas - a repórter continuou - o que causou o grande transtorno e alguns moradores até tiveram que serem retirados das suas casas.

Não gosto da sua vizinhança

Harry teria feito aquilo?

Hazz, já preparei tudo, mais tarde Mike vai comigo lá para terminar aquilo - Zayn tinha dito.

  Certo, não se esqueça de fazer imagens, quero no meu celular - Harry respondeu.

Um sorriso brincou pelos lábios. É estranho eu estar achando aquilo divertido?

Zayn estava feliz demais naquela noite no bar, Liam tinha tido que provavelmente veríamos o resultado daquilo nos noticiários,  não é que ele estava certo?

  - O que você está vendo aí?  - Harry perguntou entrando na sala.

  - Uma notícia que uma casa, em um bairro periférico de Londres, pegou fogo - respondi dando de ombros e desligando a TV.
 
  - Sério? Que tragédia - Harry fez uma falsa expressão de pesar.
 
  - É mesmo, acredita que só sobrou a caixa do correio? - perguntei.
 
  - Que loucura - Harry respondeu com um sorriso de canto.

  - Agora vamos ter aquela conversa, ok? - perguntei para Liv.
 
Já tínhamos almoçado, agora estávamos na sala, Liv estava sentada a nossa frente,  no puff, e Harry e eu no sofá.

Eu só não conseguia começar aquela conversa.

  - Falem logo! - Liv disse exasperada.
 
  - Meu amor - eu comecei - você sabe que você sempre será a pessoa que eu mais amo, não é?
 
  - Eu o papai Hazz, tá,  mas e daí? - ela continuava impaciente e Harry segurou o riso.
 
  - Bem, agora nós estamos juntos de verdade, como um casal - eu disse pegando na mão dele - Nós não sabemos como será o futuro, mas.  . .
 
  - Eu sei, vocês vão casar - ela disse como se fosse óbvio - papai Harry já me falou tudo isso.

  - O QUE? - perguntei em choque - Quando?

  - Sexta de manhã - Harry deu de ombros.

  - Em que momento?  Eu fiquei com vocês o tempo todo!

  - Na hora que você foi escovar os dentes e nós viemos fazer o café da manhã.

  - Eu não demorei nem cinco minutos e quando cheguei na cozinha, vocês estavam cantando Katy Perry! Como conseguiram tempo para falar sobre isso?

  - Porque estava na cara! - Liv falou como se estivesse explicando algo muito simples - O papai Hazz falou: Liv, o papai Lou e eu estamos juntos, aí eu disse: eu já sabia. Aí ele disse: Só o papai Lou não sabia e eu ri porque é verdade. Aí ele falou: agora é oficial e no futuro vamos nos casar.  Aí eu perguntei: quando vocês casarem, o bolo pode ser de chocolate?  E o papai Hazz falou que sim, a gente se abraçou e fizemos panquecas! - ela encerrou a história sorrindo - E o que vocês queriam falar?

  - Eu nem sei mais - respondi ainda aturdido.

  - Sobre sua segurança - Harry falou e ele segurava o riso - Aconteceram algumas coisas, por isso você vai ganhar seguranças. Sempre vai ter alguém te acompanhando para garantir que nada vai acontecer com você, entendeu?

  - Até na escolinha? - ela perguntou pensativa.

  - Sim, até lá dentro - Harry respondeu.

  - Então se algum garoto tentar roubar meu lanche, o meu segurança pode bater nele?

  - Não, seu segurança não vai bater em criancinhas, mas eu vou te ensinar umas coisas que você.  . .

  - Harry! - eu o interrompi.

  - Ok - ele levantou as mãos em sinal de rendição - depois a gente conversa.

  - Então é isso, minha princesa - eu falei - agora teremos segurança o tempo todo. Por isso, pode ser que, a nossa rotina mude um pouco. Mas vamos conseguir nos adaptar.

  - Era essa conversa que vocês queriam ter comigo? Sobre "segurança"?

  - Sim - nós dois respondemos.

  - Francamente - ela colocou a mão no peito dramaticamente - vocês querem me matar do coração?
 

Esse capítulo foi super curtinho porque eu estava com saudades e só consegui parar para escrever hoje (faculdade suga a nossa alma!) e porque a Jully (wattpad não está me deixando te marcar), disse que estava tristinha e que um capítulo de ajudaria.

Espero que ajude! Fiz o mais rápido que pude!!!!
♥♥♥♥♥♥♥♥

O próximo será maior, prometo!!!!