02• fazer amizade é como receber o melhor presente de uma festa
╔╦══• •✠•❀•✠ • •══╦╗
╚╩══• •✠•❀•✠ • •══╩╝
Definitivamente eu sou do tipo de pessoa que tem uma capacidade infinita de se perder em um lugar, por mais que tenha passadas diversas vezes por ele.
Só que isso não era pra acontecer, já que o fato de eu estar "habituada" e meio que familiarizada com o local me fizessem caminhar com uma pintada de certeza, onde no final da contas eu poderia entrar e sair de avenidas e mesmo assim me sentir um verdadeiro mapa, só que humano.
Então, logo me vi com o maior azar do mundo em plena 07hrs da matina: sem meu celular comigo (porque eu inventei de ficar com ele até tarde maratonando fanfics, apenas com minha mochila made in China, com as alças prestes a me abandonarem. Nela só estavam meu caderno, minha apostila, uma pastilha minty (porque eu não queria aparecer desagradável quando falasse assim que abrisse a boca) e com meu amado e lindo livro romântico-macábro-emocionante, vulgo Redoma, da Meg Wolitzer. Que na minha humilde opinião,é um livro tão bom que deve ser lido mais de uma vez só de tão bom que é, até em detalhes. Não é à toa que foi eleito o livro jovem do ano (2014), embora eu não tenha conhecido ninguém que tenha lido ele.
Mesmo com as expectativas da minha mãe de que eu viesse e assistisse direitinho as aulas e voltasse em segurança e prestando bem atenção no caminho e pontos que o ônibus parava, eu tentei por milésimas vezes desfocar de como seria (esteticamente) o curso, agora basicamente teria que me concentrar em pedir informação.
De certo modo eu tinha um ponto de referência, então era só sair perguntando.
E assim que eu desci do ônibus, tentei rondar o terminal porque, era pelas redondezas daquele bairro tão conhecido por mim que ficava localizado o curso. Estava sendo um tanto que frustrante e cansativo ficar rondando e rondando no mesmo lugar e fazendo a mesma pergunta para pessoas diferentes.
Mas esse não era a questão esquisita, tipo, da coisa toda (além de eu não saber ao direito como fazer perguntas politicamente corretas), eu tinha que lidar com a careta que me fazia por não saberem aonde raios ficava aquele bendito curso. Tentei até explicar o slogan do leão que tinha, mas era o mesmo que atirar no escuro.
Nunca fui de desistir.
Sempre fui muito teimosa e quando começava algo tentava ir até o fim, me esforçando ao máximo pra concluir coisas que tinha começado (por mais que, na grande maioria das vezes eu falhasse miseravelmente nisso), mas que eu dava meu sangue, literalmente, isso sim!
Depois de sentir os minutos voarem e ver pessoas e automóveis se movendo, eu decidi ir pra casa.
Pra quê insistir em procurar por um lugar que você já cansou de ouvir que provavelmente não existe, não é verdade?
Foi então que totalmente frustrada, eu peguei o ônibus com uma rota um pouco diferente, mas que passava próximo ao bairro onde minha casa ficava bem escondidinha, numa rua pequena, pra não dizer beco, eu não poderia ter outro lugar melhor pra estar com minha mãe e meu irmão, além da província de Hanam.
E foi com minha cara melancólica, cantarolando todas as sads musics da Aurora, que eu vi, a bendita placa com leão e o nome do curso, eu faltei dar um grito no coletivo e reconsiderei isso por um momento, mas achei que mais vergonhoso do que isso seria as expressões das pessoas ao me ver "pedindo" pra parar sem nem ter dado 5 minutos direitos que eu havia entrado.
Atravessei a rua, saltitando de alegria, imaginando flores brotando ao meu redor, enquanto o sol irradiava ao som de uma música instrumental alegre, pra dar aquele ânimo e vontade de viver o melhor da vida hoje, isso tudo e mais um pouco: imaginariamente.
E foi quando eu subi os 30 degraus da escada, repetindo uma palavra de motivação e apesar de ter parado em 5 palavras, eu subi com tanta pressa aqueles 30 fuckings degraus que me joguei no chão assim que cheguei próximo a porta transparente. Entrei e como quem faz uma coisa rotineiramente, caminhei até a recepção e assinei meu nome na lista presencial. logo após entrei na sala.
O que eu não contava era que a única porta da sala estava posta perto do quadro onde os alunos estavam prestando atenção na aula e mesmo com a sensação de ter pago o mico do ano sem ele nem ter iniciado, apenas fingi costume passando pelo corredor que existia no meio da sala.
Poderia dizer que desfilei e arrazei, top da balada, mas não, mais parecia que eu tinha acabado de chegar de uma corrida de são silvestre, depois de ter apostado um pacote de cheetos com o Flash e o Sonic.
No meio daquela aula de física, com o quadro cheio de enigmas misturados com alfabeto grego, eu apenas sentei no fundo, com a maior cara de retardada, soando num ar condicionado de congelar. Se eu tinha uma oportunidade de morrer por hipotermia, era aquela bem ali, certeza, chegou o momento.
YOU'VE GOT A BAD REPUTATION IN MY NEIGHBORHOOD 🎶
Partes do coreógrafo Koosung Jung dançando essa música surgiram das cinzas na minha memória, colecionadora de passos da 1 million.
O professor começa a copiar mais e mais coisas na lousa e quem estava mais distante do quadro, levantava a cabeça como podia pra enxergar o que tinha lá, com todos aqueles cinqüenta e poucos alunos dando duro pra prestar vestibular com um leque de saberes.
YOU DRIVE ME MAD WITH TEMPTATION 'CAUSE IT TASTES SO GOOD🎶
Peguei meu caderno, balançando minha cabeça de um lado para o outro, tentando encontrar a parte que separei pra física; mas a música Hooked brotou do nada e está agora grudada como chiclete, do nada, bem nesse momento!
YOU KNOW I WOULDN' WALK AWAY EVEN IF I COULD🎶
Quando dei por mim já estava cantarolando, só que não tão baixinho, já que uma jovem sentada a duas cadeiras distantes de mim me olhou e continuou cantando baixinho comigo.
IT TOOK ONE NIGHT, ONE TRY, AYY🎶
DAMM, I'M HOOKED (oh)🎶
Sorrimos juntos quando terminamos e depois de ela terminar de girar uma caneta gel laranjinha, neon color 1.00mm, uma das minhas favoritas! E como eu sabia? Digamos que antes de ser essa catástrofe de desajeitada e preguiçosa que sou agora, antes eu era a pré-adolescente da sala que tinha um estojo cheio, desde marcadores até lápis de cor.
—É raríssimo encontrar alguém que goste dos meninos do Why don't we. —Ela disse se inclinando pra falar melhor comigo.
—Realmente, achei ouro! —Ela sorriu, mordendo a ponta da caneta depois de olhar pra trás.
—Qual seu nome?
—Mun-Hee, e o seu?
—Ji-Eun Tak! Quantos anos você tem?
—18. —Falei contendo um riso por conta da careta que ela fez, depois de olhar pra trás de novo e mover a boca como se estivesse falando com alguém.
—Mentira. Te daria uns 21, 22. —Falou voltando a atenção pra mim.
—Tô falando sério, pode acreditar. —Nós estávamos totalmente ligando 0% pra história do professor sobre a experiência dele com um freezer depois de ser físico, eu não entenderia nem que estivesse prestando atenção, por mais engraçado que fosse. —E você?
—Tenho 19.
—Uou, é um ano mais velha.
—Parece que sim.
—Desculpa por ter falado o óbvio, eu às vezes falo o óbvio de um jeito bem otário.
—Tudo bem. Relaxa!
—Vou começar a te chamar de unnie! Posso?
—Por quê não? — Disse sorrindo fechando o caderno. —E eu te chamarei de dongsaeng! —Só agora eu percebi que o professor tinha terminado a aula. Ela continuava a olhar pra trás, aquilo começou a me intrigar, já que não fazia muito sentido ela olhar para aquela direção, sendo que estávamos praticamente sentadas nas cadeiras do fundo da sala.
—Pra onde você tanto olha?
—Vou parecer uma louca agora... Ou esquisitona...
—Vou me identificar, já que provavelmente eu me sinto assim, boa parte do tempo.
—Mas é que...
—Que...
—Vejo fantasmas.
—Que irado! Quantos você vê?
—Mun-hee?
—Sim?
—É que eu esperava um comentário, tipo: "você já foi a um psiquiatra? te recomendo um, caso esteja interessada, porque você precisa" ou um "foi bom nosso papo até aqui, mas tchau, bye bye, se trate". —Ela disse com um olhar meio distante olhando para a Sailor Moon na capa do seu caderno. —Esse tipo de comentário, eu tô acostumada...
—Não... Eu nunca falaria isso pra você nem pra ninguém. Vejo isso como um dom sabe, não é todo dia que você encontra alguém tão único! Tem noção disso? Poder ver fantasmas deve ser muito legal!
—É perturbador, às vezes, mas obrigada! Vejo 4, contudo, depende do dia e da frequência que querem aparecer.
—Não há de quê, unnie! —Senti meu estômago roncar. —É uma honra te conhecer.
—Tá com fome? Também tô! —Ela nem tinha esperado eu responder, mas aquilo estava longe de soar como algo "arrogante". —Tem uma estudante, que venda bolos de potes, ela senta lá na frente. Você quer um? Eu pago, é cortesia da casa.
—QUERO CHORAR!
—Mas por quê? Tá com tanta fome assim?
—Também. Acontece que essa é a primeira vez que isso me acontece, de alguém me oferecer algo que não seja drogas. -Me pergunto se ela achou mesmo engraçado o que eu disse, mas o riso fechado que ela deu afirmou isso. -Se trata de comida! É muita emoção pra um dia só.
—Entendo perfeitamente, vou lá comprar, me espera aqui, okay? —Puxou da bolsa uma carteira e apontou pra mim.
—Claro, claro! —Não queria desgrudar minhas nádegas da cadeira mesmo, então só acenei pra ela já longe e peguei Redoma, pra tentar ler como se fosse da primeira vez
Quando eu li as duas primeiras páginas, levantei meu olhar, pra estalar meu pescoço e foi nesse exato instante em que uns 3 meninos passaram sorrindo, muito lindos, mas um de cabelos da cor da neve, brincos circulares nas orelhas, sorrisinho inocente e de moletom preto, chamou minha atenção, não só pelo fato de ser absurdamente lindo pra caramba! Mas por me lembrar, de um momento para o outro, de todas as músicas da Aurora e despertar todos meus fetiches dorminhocos e foi aí que eu soube que a coisa tava feia.
Foi quando ele viu que eu estava o encarando, mesmo andando com seus amigos e continuando com aquele sorriso de arrepiar, tudo que eu fiz foi acabar com o flerte voltando minha atenção pra leitura que estava concentrada.
Como nem tudo é como a gente quer, eu acabei não conseguindo acompanhar nada do que lia.
I) Porque Ji-Eun Tak tinha voltado com nossos bolos de brigadeiro. E eu estava querendo realmente chorar por tamanha magnamidade.
II)Estava processando o que deu na cabeça de um cara tão lindo, pra olhar por longos segundos pra minha pessoa insossa e sem-graça.
III)O sorriso no rosto dele tinha se tatuado na minha mente, aquele era um dos sorrisos mais inesquecíveis, que eu já vi...
a)Todas as alternativas estão corretas.
b)Apenas as afirmativas I, II e III.
c)Cada uma destas não são falsas.
d)Estão todas bem colocadas.
e)Não importa, qual é a correta, qual será marcada, pois, todas tem a mesma resposta.
A única coisa que eu me perguntava enquanto escutava Ji-Eun Tak opinar sobre a qualidade das aulas ministradas no curso, era como eu estava num beco sem saída quando me peguei olhando nos olhos do garoto neve platinado.
╔╦══• •✠•❀•✠ • •══╦╗
╚╩══• •✠•❀•✠ • •══╩╝
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro