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46. Estrela Caída

09h49
30 de janeiro
Gotham City

JENNI REED

É impressionante a capacidade do cérebro humano em criar maneiras de se auto proteger. Seja por uma insegurança, um medo, o desconhecido, ou de alguma emoção capaz de causar dor.

Tenho treinado o meu cérebro nos últimos dias para isso e acredito que esteja funcionando. Não sei se realmente está, mas é aquele ditado: acredite na mentira até que ela se torne uma verdade.

— Essa é a senha. Digite na parte inferior da caixa. — Dick explica do outro lado da tela.

Estamos conversando por uma chamada de vídeo porque em alguns minutos conversarei com Lex Luthor aqui na minha sala da Troffle.

Dick está me explicando como aplicar o micro rastreador que ele tentou colocar em mim naquela noite do incêndio. A ideia é colocá-lo em Lex quando eu o cumprimentar em um aperto de mão.

Luthor entrou em contato ontem mais uma vez pedindo uma conversa sobre os documentos que me entregou uma semana atrás. Concordei em nos reunirmos, até porque precisamos saber quais são as reais intenções dele nisso tudo, se realmente está cooperando ou se está tentando arrancar informações para entregá-las a Charles. Nada nele é confiável.

Faço o que Dick instruiu e abro a pequena caixa metálica, é menor que um estojo de fones sem fio. Dentro dela, há um objeto circular praticamente invisível e minúsculo, me lembra uma lente de contato.

— Se o fundo dessa caixa não fosse preto, eu poderia jurar que não tinha nada aqui dentro. — Digo, apontando o rastreador para a câmera do meu celular.

— Essa é a intenção — ele responde. — Quando você colocar sobre a superfície que irá fazer a transferência do rastreador, ele praticamente desaparece. Abra a palma da sua mão.

Mais uma vez, faço o que ele pede.

— Agora, use o dedo indicador para pegá-lo, como se fosse uma lente de contato. Em seguida, deslize sobre a palma da mão e ele ficará completamente invisível.

Assim que o faço, vejo um rápido e pequeno ponto brilhante no centro da minha mão direita até que desaparece em uma fração de segundos. Dick me explicou que o rastreador funciona por 24 horas e, após esse período, o objeto se solta da pele da pessoa sem que ela perceba, já que é praticamente invisível.

— Tá. Isso é bem legal. Uma coisa meio Blade Runner 2049. Existe esse filme aqui?

Vejo Dick curvar um sorriso do outro lado da tela e reforço o treinamento que venho fazendo no meu cérebro de desapegar de tudo o que gosto nele – que é basicamente ele todo. Eu sei. É uma missão impossível, uma auto enganação, mas preciso mantê-lo longe dos meus pensamentos, ou pelo menos tentar para acreditar na minha própria mentira.

— Existe, sim. E esse filme é muito chato.

Reviro os olhos.

— Ainda bem que você escolheu seguir a carreira de justiça criminal, porque, claramente, você não entende nada de entretenimento.

O sorriso dele aumenta, e a minha auto enganação mental também.

— Será mesmo? A minha saga de filmes favorita é Harry Potter, e não De Volta Para o Futuro.

— Eu tenho minhas justificativas — ergo uma mão para me defender. — E você é fã da Taylor Swift, não preciso dizer mais nada.

Dick dá uma risada do outro lado da tela que faz o meu sorriso aumentar involuntariamente. Ah, que droga.

Desde que selamos aquele acordo no último domingo, temos respeitado os poucos limites que impomos. Poucos, mas são os essenciais; nada de contato físico, nada de demonstração de carinho, evitar papo furado – o que acabei de infringir neste exato momento – e, definitivamente, cortar o magnetismo dos nossos olhares.

Não verbalizamos nada disso, mas ficou subentendido, porque, por incrível que pareça, conseguimos reunir todas as evidências que tínhamos da ligação do plano de Charles, da minha missão e do caos que esse maluco está liderando com as gangues da cidade para causar uma distração. Foi necessário um certo esforço para focarmos apenas no trabalho, mas conseguimos. Dick realmente é um ótimo detetive.

Ele finalmente me mostrou o mural de investigações que fez, o qual a maioria das pistas tinham conexão comigo. Eu também não tenho as respostas de muitas daquelas perguntas. Ainda. Mas sei que vamos encontrá-las. Precisamos encontrá-las.

Então, de certo modo, é bom que a gente esteja focado em resolver todo esse caos, por mais que eu sinta falta das conversas diárias, das mensagens bobas ou do simples "bom dia" para saber se está tudo bem.

É complicado sentir falta de algo que nunca foi realmente meu.

— Jenni, com licença. — Sally, minha secretária, entreabre a porta da sala. — O Sr. Luthor acabou de chegar e está aguardando.

— Só um minuto — volto a olhar para a tela do celular. — Está tudo funcionando mesmo?

Ergo a palma da minha mão discretamente para Dick e me certifico também de que o comunicador está colocado adequadamente em meu ouvido. O acessório é bem pequeno, então não será um problema porque as mechas do meu cabelo solto o esconde bem. Eu já estava o escutando por ele, então Sally não podia ouvi-lo.

— Sim, tudo certo — ele assente. — Conseguirei ouvir a conversa pelo comunicador.

— Ótimo — encerro a chamada de vídeo e volto a minha atenção para Sally. — Pode falar para ele entrar.

Ela assente e eu abro o notebook à minha frente, já preparada para falar sobre destruição, morte, catástrofes, extermínios.

Assim que a porta se abre novamente, o homem alto que eu teria o desprazer de conversar mais uma vez, entra por ela com um terno escuro impecável e digno de um bilionário.

— Sr. Luthor — digo assim que ele fecha a porta atrás de si. — Sente-se, por favor.

Aponto para a cadeira à minha frente sendo minimamente educada, já que nem me dei o trabalho de me levantar para recebê-lo.

— Pode me chamar só de Lex — ele responde, após se acomodar na cadeira. — Podemos pular a formalidade.

— Certo — olho rapidamente para a tela do notebook que contém algumas das informações que ele me entregou. — O que você gostaria de conversar, exatamente?

— Prometo que serei breve. Tenho apenas dois tópicos para discutirmos, por enquanto.

— Por enquanto? — Ergo uma das sobrancelhas.

Não pretendo ter outra conversa com este homem.

— Digamos que eu queira um favor. — Lex limpa a poeira invisível da manga de seu paletó e cruza as mãos próximo ao joelho. — Porque, bom, te entreguei informações valiosíssimas. Aliás, o que você pretende fazer com isso?

— Devo te lembrar que você me entregou porque quis.

No dia em que ele apareceu aqui e me entregou o plano de Charles, eu estava em um estado de calamidade, sem conseguir dormir, com raiva, triste, mas me lembro bem que ele despejou os arquivos na minha mesa, sem mais nem menos.

— Sim, porque acredito que podemos trabalhar juntos.

— Sinto muito, mas terei que recusar.

Lex ergue uma das mãos, como se estivesse pedindo permissão para falar.

— Você ainda nem ouviu a minha proposta, e também não me respondeu o que pretende fazer com as informações do plano de Charles Rutherford.

Óbvio que não direi a ele que tenho, simplesmente, a ajuda da Liga da Justiça para isso. Então, invento qualquer coisa só para ver aonde ele quer chegar.

— Ainda não decidi — minto. — Estou focada em salvar a minha missão sem que eu precise destruir o mundo de vocês.

Ele assente. Parece até que ele queria ouvir algo assim.

— Então, talvez, você precise de uma ajuda com os recursos certos.

Se Lex Luthor existisse em meu mundo, ele com certeza seria o Elon Musk e, talvez, até seja, só que com cabelo. A postura arrogante de que pode fazer tudo é a mesma.

— A Lex Corp foi moldada sob os pilares da engenharia e da tecnologia espacial — ele continua. — Posso te garantir que conseguiria uma equipe apta para salvar o seu universo da rota de colisão e impedir que Charles remodele o nosso.

"Entre no papo dele." Ouço a voz de Dick em meu ouvido e tento manter o meu rosto inexpressivo.

— E como seria isso? — Engajo à fala de Lex a contragosto.

Preciso me lembrar de acrescentar mais uma coisa às regras com Dick: está proibido de mandar em mim e, especialmente, falando em meu ouvido.

— Tenho me especializado em multiverso nos últimos anos. Ainda é um projeto inicial, mas é uma vertente que sempre me fascinou. Viajar entre dimensões não é uma coisa simples, mas a sua família encontrou uma maneira de fazer isso. — Lex muda sua posição na cadeira, cruzando as pernas. — Os estudos do seu avô sobre o nosso universo é um ponto de referência para mim. Há mais possibilidades do que imaginamos, Jennifer. Acredito que podemos reunir forças em mais de um universo para salvar o seu.

— Posso saber por que você recusou a oferta de Charles?

Para alguém com fascínio no universo, rejeitar uma proposta de império universal me parece contraditório. Mas não digo isso a ele, como Dick disse, estou entrando no papo.

— Porque ele quer dominar este universo para ser uma monarquia, praticamente. Você deve ter visto nos documentos — Lex aponta para meu notebook. — Charles prometeu uma boa parte para aqueles que cooperarem com ele. Por exemplo, para alguns, ele garantiu entregar planetas para serem dominados, para outros, uma galáxia. No entanto, tudo sob o comando dele, como se ele fosse algum tipo de deus. E, sinceramente, não nasci para obedecer a ninguém. Gosto do universo como é e não estou interessado em abrir mão de tudo que construí neste mundo.

Assinto. Até faz sentido.
Um homem com uma ganância gigantesca como Lex não aceitaria ser subordinado.

— Então, qual é a sua proposta? — Pergunto, endireitando a postura, como se estivesse muito interessada em fazer negócios com este homem.

Lex abre um pequeno sorriso fechado. Se eu tivesse o poder de ler mentes, poderia dizer que ele está convencido de que terá o que quer. Mas não vai ter.

— Antes de você retornar para o seu mundo, gostaria de comprar esta empresa.

Hein?

— A Troffle? Por quê?

Ele nem pisca, parece carregar toda a confiança do mundo consigo.

— Como disse, o seu avô é uma referência para mim. Vejo que vocês têm recursos para aprimorar as novas tecnologias espaciais que a Lex Corp está desenvolvendo.

E que claramente não deve ser coisa boa.

— Eu já tenho um parceiro de negócios e não pretendo vender essa companhia quando eu for embora. Deixarei alguém de confiança na liderança para manter as coisas como estão.

Lex abre outro sorriso, dessa vez mais cínico.

— Posso continuar a parceria com a Wayne Tech, sem problema algum. Acredito que já passou da hora de Bruce Wayne e eu resolvermos nossas diferenças.

— Boa sorte em resolver seus assuntos com o Sr. Wayne, mas não será pela Troffle. Você não é o primeiro bilionário que tenta pegar essa empresa de mim.

— Você está falando de Martin Goldman? — Ele desdenha com um aceno de mão. — Aquele homem está perdido. Ele já poderia ter saído da prisão, mas parece que você tem um bom detetive que encontrou as razões certas para mantê-lo preso.

Me mexo na cadeira para espantar a lembrança de Dick, mesmo ele estando em meu ouvindo escutando tudo, e se o conheço bem, está se segurando para não dar outro pitaco.

— Ele não vem ao caso — cruzo as mãos sobre a mesa. — Se esse é o favor que você quer, considere recusado.

Lex permanece imóvel, agora com uma expressão fechada.

— Eu repensaria, pois posso lhe oferecer mais informações. Por exemplo, quais são os outros nomes convocados por Charles Rutherford. Acredito que é algo que você queira saber.

Insuportável. É óbvio que ele sabe quem está envolvido nesse plano diabólico.

"Fale que você vai pensar no assunto." Mais uma vez, a voz desse mandãozinho preenche meu ouvido.

Me esforço para não parecer que estou rangendo os dentes e querendo gritar para Dick calar a boca. Então, abro o sorriso fechado mais falso que tenho para Lex.

— Vou pensar. Tenho muitos termos e condições.

Ele parece satisfeito com a resposta e se recosta na cadeira.

— Claro — ele alarga o sorriso presunçoso. — Estarei de volta em Gotham nas próximas semanas e podemos discutir detalhes. E que, aliás, tem a ver com o segundo assunto.

Apenas o encaro sem muita expressão para ele que continue.

— Estou expandindo os negócios da Lex Corp aqui em Gotham. Tenho esperanças de que essa cidade pode ser considerada a cidade do amanhã, assim como Metrópolis.

Respiro fundo, pois realmente não estou interessada em seu discurso político, mas ele continua falando mesmo assim.

— E é por isso que estamos promovendo uma série de eventos para atrair novos parceiros e, é claro, você é uma das prioridades — ele gesticula em minha direção, como se precisasse entregar algum tipo de convite formal. — O primeiro evento será uma festa beneficente no dia de São Valentin. Será na cobertura da nossa sede aqui em Gotham.

Quem diabos passaria o Dia dos Namorados em uma festa beneficente do Lex Luthor? Já estou me arrependendo em ter dado ouvidos a Dick e dizer que pensaria no assunto.

Sem contar que acho irônico o conceito de festa beneficente da alta sociedade desta cidade, sendo que os convidados são limitados a pessoas que possuem mais de 7 dígitos na conta bancária.

— E que diferença faria a minha presença nessa festa? — Questiono, sem interesse algum.

— Outros parceiros estarão presentes, você poderá conhecê-los e ver com seus próprios olhos que a minha oferta vale a pena.

Me controlo para não revirar os olhos neste exato momento.

— O convite é estendido a acompanhantes — ele sugere. — Você pode até levar o Richard para garantir que não estou do lado errado.

— Richard? — Me faço de sonsa sem motivo algum, apenas para ganhar tempo do meu cérebro processar a sugestão de Lex Luthor.

— Richard Grayson. — Ele responde o óbvio. — Ouvi dizer que vocês são próximos.

Engulo o palavrão que quer sair da minha boca.

— Não próximos o suficiente. — Está ouvindo isso Dick? Cadê suas interrupções agora?

Lex arqueia uma das sobrancelhas e passa a mão sobre o paletó, prestes a se levantar.

— De qualquer modo — ele me estende a mão — espero te ver por lá. Conversaremos em breve.

É agora. Preciso cumprimentá-lo para passar o rastreador da minha mão para ele.

— Claro — aperto sua mão. — Como disse, pensarei sobre o assunto.

Ele assente com um sorriso fechado e se encaminha para a porta.

"Deu certo." Confirma Dick em meu ouvido.

— Tenho certeza de que faremos bons negócios, Jennifer. Até breve.

A porta se fecha novamente e respiro fundo, passando a mão nos olhos. Certamente este homem está tramando algo. Não sei se é algo tão maquiavélico quanto Charles ou se é só mais uma tentativa de Lex expandir seus planos duvidosos.

— Você disse que apenas escutaria a conversa, e não que se intrometeria nela. — Retruco.

"Vamos precisar jogar as cartas dele, Jenni. Ele está escondendo coisas que podem nos levar até Charles." Dick tenta se justificar.

Sei que ele tem razão e que precisamos encontrá-lo o quanto antes, mas isso, certamente, não estava nos meus planos.

"Vou monitorá-lo por um dia e com certeza conseguiremos algo." Ele continua.

Pego o meu celular e vejo que há 3 chamadas perdidas de Olívia. Clico em seu contato no mesmo instante já aguardando o próximo problema.

— Jenni, o Timothy acordou — ela diz assim que atende a ligação.

Parece que o oxigênio da minha sala foi sugado. Sinto um aperto no peito em um misto de emoções. Timothy estava trabalhando com Charles e foi punido por não ser fiel ao seu plano, mas ele ainda era meu amigo e acatou as consequências porque também estava me ajudando.

No fim, eu só quero vê-lo bem e tirá-lo daqui o quanto antes, porque sei que virão atrás dele.

Não sei exatamente que palavras usei para responder Olívia, mas já estava pegando a minha bolsa para sair.

— Dick, eu...

"Eu ouvi. Me avise se precisar de algo e espero que ele esteja bem."

Será que posso adicionar mais uma regra? Seria: não seja atencioso comigo.

"Isso não infringe as regras." Ele diz ao perceber que permaneci calada, e como se tivesse lido a minha mente.

— Obrigada. Te ligo mais tarde.

Tiro o comunicador e saio da sala, pronta para lidar com mais um impacto da verdade.

11h05
Gotham General Hospital

O aperto em meu peito permanece mesmo após cruzar a porta do quarto em que Timothy está e vê-lo consciente conversando com Olívia. Foram 8 dias angustiantes sem saber se ele sobreviveria, mas por algum milagre do universo – e da medicina – ele está vivo.

— Você nos deu um baita susto — digo, me aproximando da poltrona próxima a cama em que Olívia está.

Ele ainda está com diversos fios conectados no corpo em aparelhos que continuarão monitorando-o nos próximos dias. Seu olhar é cansado, como se tivesse passado a semana correndo uma maratona intensiva todos os dias. A curva que surge em seus lábios é tão fraca que é quase imperceptível. Há hematomas aparentes em seus braços e alguns arranhões pelo rosto cobertos parcialmente com curativos e band-aid.

— Oi, Jenni.

Tem um sofrimento na maneira em que ele fala meu nome, que é capaz de pesar todo o ambiente, porque nós 3 percebemos o remorso que nos permeia.

— Vou deixar vocês conversarem — Olívia se levanta da poltrona. — Não tomei café da manhã ainda. Volto daqui a pouco.

Ela nos lança um sorriso fechado e começa a sair do quarto.

Os médicos disseram que, na verdade, Timothy acordou pela madrugada, mas pediu para não informar a ninguém. Ele sabia o que precisaria enfrentar e também estava com receio de que o agressor viesse atrás dele. O tranquilizaram dizendo que a polícia estava monitorando qualquer atividade suspeita próxima ao hospital e o caso como um todo. Eventualmente, ele acabou cedendo e nos informaram.

— Oi. — Respondo, sentando-me na poltrona onde Olívia estava antes.

Timothy baixa o olhar e o vejo mexer na ponta da manga de sua blusa hospitalar. Ele parecia nervoso, então tomo a frente para quebrar o silêncio incômodo entre nós.

— Parece que eu sou mesmo muito odiada pelos meus ex-namorados. — Tento um pequeno sorriso fechado.

Ele, por sua vez, apenas mexe os lábios de leve.

— Me desculpa, Jenni — seus olhos vão até os meus. — Me desculpa mesmo. Eu não sei o que tinha na cabeça para fazer isso. Eu não... — ele respira fundo. — Eu estava perdido, ainda estou perdido. Desesperado. Não quero passar o resto da minha vida neste mundo, mas acho que mereço. Você não merece a minha deslealdade.

— Tudo bem — pego em sua mão para acalmá-lo. — De verdade, eu não estou brava. Fiquei chateada quando descobri, mas estava muito mais preocupada em saber se você ficaria bem.

Timothy balança a cabeça, o cenho franzido.

— Não, eu não mereço.

— Merece, sim — aperto mais a sua mão para que ele volte a me olhar. — Não importa mais o que você fez. Já passou. Agora, precisamos muito de um do outro para conseguirmos voltar para casa e salvar a nossa família e nossos amigos.

— Eu não tenho como voltar, Jenni, você sabe disso. — Ele passa a outra mão nos olhos, falhando em dissipar a preocupação profunda neles. — Em um determinado momento, achei que o plano de Charles funcionaria porque não tinha outra saída.

— Mas tem, sim. Teremos ajuda, e eu prometi que você voltaria para casa. Você sabe que eu cumpro as minhas promessas.

O vejo engolir suas palavras, há muita angústia em seu rosto. Ele sabe que sua vida estava por um fio, e talvez ainda esteja. Se Charles descobrir que ele sobreviveu, vai tentar matá-lo mais uma vez. Vamos precisar achar uma maneira de protegê-lo.

— Seus pais estavam certos quando escolheram você para essa missão — ele volta a me encarar. — Você tem o maior coração de todos eles e sempre soube fazer a coisa certa.

— Acho que eles não tinham muita opção.

— Jenni, eles tinham dezenas de cientistas. Poderiam ter escolhido qualquer um deles, ou até mesmo o seu irmão, mas escolheram você por um motivo específico. Eles sabiam que você seria capaz de salvar a todos, porque você é uma verdadeira super-heroína.

Meus lábios se curvam brevemente com a comparação dele. Não sei se eles me escolheram porque sempre fui a mais emotiva da minha família, mas esse é um pensamento que não costumo acreditar muito.

— Por isso eu não mereço o seu perdão — Timothy volta a baixar o olhar. — Você é como uma estrela da salvação, deveria estar preocupada em resolver os problemas, e não perdendo o seu tempo comigo. Sou um soltado caído, um caso perdido.

Nego com a cabeça.

— Todo mundo merece uma segunda chance, Timmy. Já você, eu diria que até três.

Ele tenta conter o sorriso que aparece em seu rosto, mas não consegue.

— Viu como eu tenho razão? Você é boa demais.

Engraçado. Eu acho isso de outra pessoa também. Alguém que não deveria estar nos meus pensamentos, mas está.

— Vou deixar você ganhar essa — brinco, apertando seus dedos na palma da minha mão. 

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