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39. Houdini - Parte 2

18h08
22 de janeiro
Blüdhaven

DICK GRAYSON

— Tem certeza de que não precisam de mais alguma coisa?

— Pela trigésima vez, Dick: sim, está tudo sob controle, dentro do possível. — Responde Nina, organizando uma pilha de papéis na recepção da fundação.

Vim para cá poucas horas depois que Jenni saiu do meu apartamento. Queria acompanhá-la, mas ela tinha razão. Eu iria me envolver na confusão em que o amigo dela se meteu. Nunca fui com a cara desse Timothy, mas Jenni confia nele e é um de seus amigos mais antigos, então é o suficiente para que eu queira ajudar. Além do fato de que ninguém merece passar pela situação em que ele está no momento. É impiedoso e injusto. Então, sim. Eu iria me intrometer para saber o que aconteceu e encontrar os culpados.

— Você não deveria estar descansando, de repouso, ou sei lá, algo assim? — Ela questiona, me olhando com um certo julgamento enquanto abre uma gaveta.

Nina sabe da minha dupla identidade. É a única pessoa daqui de Haven que sabe. Confio em Nina mais do que em mim mesmo. Ela é a guardiã desse lugar e já lhe disse incontáveis vezes que, se um dia algo acontecer comigo, ela será a responsável por levar o propósito dessa fundação adiante. E sei que ela faria isso muito bem.

— Não deveria, não — respondo, pegando o celular e envio uma mensagem para Jenni avisando que sairei daqui agora.

— Gosto muito da Jenni — Nina diz, sem mais nem menos, ainda ocupada com as gavetas e papéis. — Ela chegou aqui e deu a cara tapa, em meio aquelas chamas, e ajudou várias crianças a saírem do incêndio.

Deixo um pequeno sorriso fechado subir no canto da boca, lembrando da imagem que vi dela segurando uma criança pelo colo e saindo às pressas das chamas, depois acalmando-a, oferecendo apenas um carinho genuíno que foi capaz de tornar aquele momento um pouco menos desesperador.

— Ela é... — Nina ergue o olhar, encurva a cabeça na minha direção do outro lado do balcão e baixa o tom de voz. — Alguma heroína? Não precisa me falar a identidade secreta, só fiquei curiosa.

Um riso me escapa pelo nariz e balanço a cabeça.

— Também me pergunto isso, às vezes. Se ela é, não me contou ainda.

— Parece ser mesmo — ela volta a atenção para sua infinita papelada. — Enfim, gosto muito dela.

— Eu também.

Parece meio loucura quando penso em como eu realmente gosto da Jenni. As coisas entre nós foi simplesmente acontecendo, mas da maneira mais intensa possível, desde que nos conhecemos. É algo novo para mim, porque é tudo muito vivo, muito poderoso, eu diria. Nunca vivenciei algo assim antes, é profundo, mesmo muitas vezes sentindo que ainda estamos na superfície.

Ela abraçou a causa desse lugar sem pedir nada em troca. É visível a maneira como transborda amor dela para as pessoas que ajuda aqui. Ou apenas espontaneamente convivendo com eles.

O fardo de tudo o que aconteceu nessa cidade há 2 dias ainda está pesando toneladas em meus ombros. Sempre que me lembro do que aconteceu aqui... nesta fundação...

É como se alguém pressionasse a minha cabeça contra a água e tentasse me afogar. Mas lembro dos meus amigos que me ajudaram a conter o horror que tomou conta de tudo, me lembro dos voluntários que arriscaram suas vidas para salvar outras, me lembro de Jenni que apareceu aqui sem nem pensar duas vezes e ajudar como podia, e da melhor maneira possível. Então, me seguro a essas lembranças para que eu não possa afogar, e deixar que a esperança volte a crescer para reconstruirmos tudo o que foi perdido. Afinal, acho que não preciso estar sozinho para fazer isso.

— Vou indo então, Nina. Se precisar de qualquer coisa, me ligue. Volto amanhã cedo.

— Você tá aqui ainda? — Ela me encara com as sobrancelhas erguidas. — Vá descansar, pelo amor de Deus. Ou vá ver a Jenni. Diga a ela que eu mandei um abraço.

— Pode deixar. — Respondo, me afastando do balcão e indo em direção a porta.

Assim que começo a descer as escadas da entrada, avisto um carteiro se aproximar.

— Entrega para Dick Grayson. — Um homem de meia-idade, uniformizado da empresa de entregas da cidade de Blüdhaven, começa a tirar um pacote marrom da sua bolsa.

— Sou eu. — Digo, dando três passos em sua direção.

— Assine aqui para mim, por favor?

Faço o que ele pede e, em seguida, o homem me entrega o pacote.

— Obrigado. Tenha uma boa noite.

— Igualmente. — Respondo, assistindo-o caminhar para saída do parque de entrada de Haven.

Faz um bom tempo que não vejo carteiros e, mais tempo ainda que não recebo minhas próprias encomendas. Quero dizer, elas ficam acumuladas aqui ou na caixa postal do meu prédio. Só um pensamento aleatório.

Tão aleatório quanto essa caixa.
Não lembro de ter comprado ou encomendado algo recentemente. O pacote é razoavelmente pesado, poderiam ser 3 ou 4 livros grandes, não sei. Penso em ignorar, deixar em casa e abrir mais tarde, já que terei que passar lá agora para pegar o carro, mas um detalhe me chama a atenção. Na verdade, um nome em específico, o nome de Jenni.

Há um pequeno adesivo próximo onde o pacote foi selado, e nele, está escrito à mão com uma caneta de tinta azul: Arquivos Jennifer Reed.

Abro o pacote, quase que involuntariamente e, dentro, realmente há uma caixa de papel. Na tampa, há algumas fitas adesivas coloridas, estilo marcadores, com tópicos escritos em cada uma: Arquivos Jennifer Reed, Ata Houdini, Harpias, Blüdhaven, Plano Família Reed.

Dentro dela há papéis, fotos de Jenni, fotos de pessoas que não sei quem são, documentos, alguns pen drives. Franzo a testa, sem entender.

Mas o meu cérebro age mais rápido em pensar no pior. Se os Harpias a pegaram ou estão atrás dela novamente. Sabia que não era comum ver carteiros, ele nem pediu a minha identidade.

Aperto o passo para ver se ainda encontro o homem, mas antes mesmo de chegar no portão de saída, meu celular toca. Pego-o rapidamente, mas o que aparece na tela é apenas Desconhecido. Atendo, já pensando que seja algo relacionado a essa caixa. Que previsível.

— Olá, detetive Grayson. — Uma voz masculina ecoa do outro lado da linha. — Acredito que tenha recebido a encomenda.

Meus olhos vagam por todo o parque. Pela entrada, pelas câmeras de vigilância, pelos postes. Nada visivelmente suspeito.

— Quem está falando?

— Ninguém importante, por enquanto — ele responde calmamente. Sua voz é grave e soa como a de um homem de meia-idade, por mais que não aparente tanto, mas tenho ouvidos bem treinados.

— Onde ela está? — Pergunto, sendo direto.

O ouço dar uma pequena risada. Soa cínico, calculado e tudo o que não quero ouvir.

— Ela está bem, não se preocupe. Apenas gostaria de fazer uma recomendação: seria interessante você avaliar o conteúdo da caixa antes de falar com Jennifer Reed novamente. Se você tiver sorte, talvez ela seja honesta e lhe explique tudo. Mas já te adiando que esse não é o forte dela.

— Quem está falando? — O interrompo, sem paciência.

Ele suspira e leva breves segundos para responder, quando já estava prestes a ser o mais grosseiro possível.

— Como eu disse, não importa. Sou apenas um mensageiro e...

— Vou perguntar pela última vez. — Não o deixo concluir a frase. — Quem está falando?

— Já que você insiste, pode me chamar de Charles Rutherford. Agora, preciso desligar, detetive. Foi um prazer conversar com você.

E antes mesmo que eu pudesse responder, a ligação é encerrada. Não faço ideia de quem esse homem seja, e não importa, porque vou descobrir. Mas antes, preciso saber se Jenni está bem.

Digito seu contato e inicio a chamada, mas vai direto para a caixa postal. Meu apartamento fica a poucas quadras da fundação, então aperto o passo para rastrear a ligação de Charles. Mesmo com o número bloqueado, sei que consigo encontrar a localização, e também sei que esse imbecil está com ela.

Poderia tentar rastrear através do de Jenni, mas ela tem um bloqueio de segurança bom no celular e, para isso, precisaria de alguns acessos, os quais eu já poderia ter pego, mas não quis ser um arrombado e invadir a privacidade de localização dela. Só que, depois de hoje, talvez eu faça isso. Apenas temporariamente.

Abro o computador em uma velocidade recorde que preciso checar se realmente fechei a porta do apartamento. Começo a vasculhar a criptografia da rede de telefonia, quando o meu celular vibra com uma mensagem de Olívia.

OLÍVIA:
Consegue ir para o apartamento da Jenni? É urgente.

DICK:
Você está com ela?

OLÍVIA:
Ainda não. Mas estaremos lá em alguns minutos.

Deixo meus ombros relaxarem, mas ainda assim tem algo muito errado.

DICK:
O que aconteceu?

OLÍVIA:
Explicaremos quando chegarmos.

Lembro que precisava passar na mansão e pegar meu outro computador que ficou por lá com o mural que fiz. Então, me apresso para sair. Mas olho novamente para a caixa que acabei de receber e reviro rapidamente os papéis dentro dela.

O que me chama atenção de imediato são as fotos. O material usado para a revelação das mesmas é de um filme fotográfico muito utilizado em investigações criminais, com datas autenticas queimadas sobre o arquivo, para que não haja a possibilidade desse dado ser alterado. Além disso, tem a maneira como as fotos foram capturadas, como se ela estivesse sendo observada.

Ergo uma das fotos contra a luz da sala para que a data fique visível, como uma marca d'água. É uma em que Jenni está sozinha em um jardim de uma empresa, talvez? Tem uma placa com o desenho da Casa Branca ao fundo. Em Washington D.C.? E então, vejo a data embutida na foto, é de quase um ano atrás.

Faço o mesmo com outra em que ela está acompanhada por um homem jovem que é estranhamente parecido demais com ela. Mesmos cabelos castanhos escuros e o olhar semelhante. Eles estão conversando em uma varanda. 7 meses atrás.

Na próxima, Jenni está abraçando uma garota loira de cabelos cacheados. Atrás delas, há uma faixada escrito NASA e, mais ao fundo, uma placa escrita "Sede Washington D.C.". 9 meses atrás.

Sei que Jenni nasceu e cresceu em Washington, mas ela estava morando em Los Angeles antes de se mudar para Gotham. Ela também havia dito que fazia anos que não ia a Washington, mas essas fotos são recentes.

Pego uma em que tem apenas o rapaz parecido com Jenni. É uma foto mais aproximada. Ele usa um jaleco branco com o logo da NASA, está atravessando, ao que parece ser, a porta de saída do edifício da empresa. Mas a primeira coisa que meus olhos veem é o seu crachá que está escrito: Bruno Reed – Diretor de Operações Espaciais. A foto é de um ano atrás.

Percebo que passei minutos demais encarando essa mesma foto, enquanto vozes ecoavam na minha cabeça. Começaram em um volume baixo, mas agora, estavam altas, ensurdecedoras.

"Jennifer Reed foi instruída para estar precisamente onde está neste exato momento."
"Imagine saber da existência de um mundo onde não existimos."
"Vocês querem nomes? Então aqui vai um: Jennifer Reed. Perguntem a ela. Ela sabe muito mais do que eu."
"Talvez ela seja honesta e lhe explique tudo."

Fecho os olhos e balanço a cabeça para tentar organizar os meus pensamentos, para calar as vozes que ainda gritam, mas a dela é a mais alta de todas. Estava claro, sempre esteve. Eu só não quis ouvir.

"Sabia que seria muito mais fácil se a gente tivesse se conhecido em outras circunstâncias ou, sei lá, em outra realidade?"
"Eu sou uma bagunça. Você não ia querer ver."
"Você não me conhece totalmente. Talvez você me odeie."

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