Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

31. 11ª Dimensão

20h48
24 de dezembro
Gotham City

JENNI REED

A física explica que o universo é divido em 11 dimensões, sendo 3 espaciais; altura, largura e comprimento, 1 temporal, ou seja, o tempo, e as outras 7 são definidas por aspectos que nós, seres humanos, ainda não conseguimos distinguir ou chegar a experimentá-las. Bom, pelo menos essa é a diretriz do meu mundo, do meu universo, onde praticamente toda a população não sabe sobre a existência de outros universos. O que já levaria a hipótese das 11 dimensões ser mais concreta.

A 11ª dimensão seria uma resposta para todas as outras anteriores, uma explicação de como tudo o que conhecemos e sabemos é do jeito que é. Eu acredito mesmo que tudo tenha uma razão, já tentei acreditar no acaso, mas para mim, ele foi criado para aliviar a nossa fraqueza humana e nos dar uma resposta rápida sobre as coisas, porém, ele é vazio.

Não gosto do vazio, mas ele nos cerca, ele nos atinge quando menos percebemos. E, para mim, essa sensação desagradável sempre aparecia em datas festivas. Datas que se comemoram em família, uma família que nunca tive. Mas sempre tive o meu irmão, ele era e é tudo o que tenho. Por isso que, hoje, sinto a falta dele mais do que nos outros dias desde que cheguei aqui.

E não é como se eu pudesse ir ao meu mundo e voltar no mesmo dia. Quando meus pais morreram e destruíram todas as cápsulas de viagens interdimensionais, os dispositivos que as carregavam com maior facilidade também foram arruinados. Agora, a cápsula que tenho, precisa de no mínimo 2 meses para reabastecer completamente para uma nova viagem ser feita. Então, eu teria que continuar engolindo essa maldita saudade.

Também não acredito que eu esteja aqui por acaso, até porque tudo foi extremamente calculado. Quando digo sobre o acaso, é porque poderia ser o meu irmão aqui em meu lugar, mas não foi isso que aconteceu.

Assim como também não acredito que tenha sido por acaso que o meu caminho se cruzou com o do rapaz que está falando comigo no telefone neste momento. Talvez na 11ª dimensão haja uma resposta específica sobre o porquê de nossas vidas terem se encontrado neste mundo e espero que ela faça algum sentido, pois, eventualmente, chegará um dia em que nunca mais nos veremos. Eventualmente.

Preciso achar uma maneira de contar toda a verdade para Dick, mas não posso agora, eventualmente.

Estou em uma missão e preciso me certificar de que ela dará certo.

— Tem certeza de que não quer vir aqui? — Ele pergunta do outro lado da linha. — Te garanto que ninguém acharia ruim. Damian até disse que tem outros livros do Khaled Hosseini pra te indicar.

— Ele tem um bom gosto para livros mesmo. — Respondo enquanto pego uma jaqueta e uma touca no guarda-roupa. — Mas não. Obrigada mesmo assim, já tinha combinado de passar essa noite com Olívia.

Na verdade, não combinei nada demais, Olívia apenas me chamou para passar a noite de Natal com ela e alguns amigos, Timothy também iria. Para mim, seria melhor, pois passar o Natal com Dick e sua família já seria pessoal demais, sentimental demais e estou tentando me blindar ao máximo de que isso se aprofunde mais que o necessário.

— Tudo bem — Dick responde em um tom menos animado — mas saiba que você vai perder uma torta incrível que fiz.

— Não sabia que você cozinhava — visto o casaco e procuro minhas chaves.

— E eu não cozinho. — Ele diz enquanto ajeito o celular na orelha para não cair.

— Então acho que me livrei de uma possível dor de barriga.

Dick ri e ouço alguém chamá-lo ao fundo.

— Preciso terminar a minha torta que não dá dor de barriga e que você vai perder, mas te ligo mais tarde.

— Espero que todo mundo esteja bem de saúde — zombo enquanto chamo o elevador.

— Estão, sim, e você só está com inveja. — Ele responde um "já estou indo" para outra pessoa no meio da frase. — Feliz Natal, Jenni.

— Feliz Natal, Dick. — Encerro a ligação assim que o elevador chega.

Se só por telefone eu já quis passar não só esse, mas como muitos outros natais com ele, imagine pessoalmente. Então vamos bem, mas bem devagar mesmo, Jenni.

Quando chego no estacionamento para pegar o meu carro, percebo que algumas luzes estão apagadas. Estranho.

Tinha apenas eu pelo local, já que a essa hora, todo mundo já estava em casa com suas famílias e amigos, sem contar o gelo que está lá fora. As ruas de Gotham estavam esbranquiçadas pela neve, fazendo as decorações natalinas ficarem tímidas em meio à nevasca.

Vou até a minha vaga sem muita dificuldade, está um pouco escuro, mas as luzes que permaneceram ligadas foi o suficiente para me localizar. Mas sinto o meu corpo inteiro gelar em uma temperatura negativa quando vejo o homem que está parado em frente ao meu carro.

— Olá, Jennifer. — Ele estava com uma boina na cabeça, um sobretudo preto assim como todo o resto de suas roupas, mas reconheço facilmente o seu rosto.

É o Charles Rutherford.
O cientista maluco que quer arruinar toda a minha missão. O cientista assassino que matou os meus pais e muitos outros.

Pisco uma, duas, três vezes para ter certeza de que não estou alucinando.

— Imaginei que fosse causar uma surpresa. — Ele endireita a postura e coloca as mãos nos bolsos do sobretudo. — Mas também imagino que você já suspeitava que eu estivesse por perto.

Engulo em seco. Meu corpo trava. Estou sem reação.

— Como você entrou aqui? — É tudo o que a minha voz consegue dizer.

Ele solta uma ligeira risada irônica e me encara como se eu fosse a pessoa mais burra do universo.

— Só quero conversar — Charles dá um passo para frente e eu, involuntariamente, dou um passo para trás, mesmo tendo mais de um metro de distância nos separando.

— Mas eu não. — Cruzo os braços à frente do peito, como se isso fosse me proteger. — Acho melhor você se retirar ou eu vou chamar os seguranças.

— Prometo que será rápido — ele insiste. — Preciso de um favor.

— E por que você acha que eu te ajudaria em alguma coisa? Eu sei o que você fez, e juro que quando tudo isso acabar, você vai pagar caro pelo que fez com os meus pais. — Apesar do choque de vê-lo em minha frente, podia sentir a raiva crescendo dentro de mim. Eu queria mesmo era jogar uma bomba nesse homem agora mesmo.

Ele arqueia uma das sobrancelhas, um sorriso cínico se forma em seus lábios, e a minha raiva aumenta um pouco mais.

— Você realmente não tem ideia do que está fazendo — ele dá mais um passo para frente. Eu quero empurrá-lo. — Jonathan e Maia eram mesmo os maiores mentirosos do mundo inteiro, eles só perdiam para o seu avô.

— Eu não vou cair nessa, então se poupe do discurso. — Meus olhos se desviam rapidamente para as câmeras de segurança do estacionamento.

É isso, finalmente conseguirei uma prova de que esse psicopata está aqui.

— Ah, eu não contaria com isso — Charles segue o meu olhar — dei um jeito de não sermos vistos. Afinal, como disse, precisamos conversar. E como você bem sabe, é bom evitar que as pessoas deste mundo saibam o segredo que carregamos.

Respiro fundo para tentar manter o máximo de calma possível.

— Não temos o que conversar, então acredito que você perdeu o seu precioso tempo e habilidades para nada.

— Temos, sim. E muito. — Ele busca algo em um bolso interno de seu sobretudo e, em seguida, me estende um papel.

Não o pego de imediato, apenas quando leio o que está escrito na parte superior: Ata Houdini. O documento que meus pais deixaram para Bruno antes de morrerem.

— Eu sei do plano, sei sobre a missão — Charles volta a dizer ainda me estendendo o documento — e acredite, não quero destruir o código, como provavelmente te disseram. Eu preciso dele tanto quanto você, mas para outro propósito, um plano muito maior.

Finalmente pego o papel e meus olhos percorrem todo o conteúdo. Era apenas a introdução, exatamente a mesma que tenho, tudo igualzinho.

— Se você acha que vou facilitar a sua vida com alguma informação, você está muito errado. — Sinto meus dedos amassarem o papel mais do que eu esperava.

— Não, não estou. Veja bem, Jennifer — ele volta a guardar as mãos em seus bolsos laterais — podemos ter essa conversa outro dia, com mais calma, te explico melhor o meu plano que, com certeza, é infinitamente melhor que o do seus pais.

— O plano deles não envolve matar toda uma civilização — o interrompo, já totalmente sem paciência.

Charles me olha friamente por breves segundos, até que continua a falar.

— Não quero matar ninguém, quero salvá-los. Mas essa é uma conversa que requer tempo, e por hora, apenas preciso de algo que você tem.

— Eu não vou te entregar nada — digo, firmemente. Agora o papel em minhas mãos estava completamente amassado, os meus punhos cerrados. — E juro que acabaria com a sua cara nesse exato momento, mas sei que não vale a pena.

Ele dá uma risada fria que ecoa pelo estacionamento.

— Eu não faria isso. — Percebo seu olhar percorrer o ambiente e alguns vultos pretos passam como flashes pelas pilastras.

Que porra era aquilo? Ninjas?

— Vamos fazer o seguinte — ele ousa dar mais um passo em minha direção e sinto meu corpo inteiro enrijecer — você me entrega as coordenadas finais de aplicação do código fonte e eu me comprometo em manter quem você ama a salvo.

— O que? — Semicerro os olhos, meus maxilares tensos, sinto o sangue do ódio subir pelo meu pescoço.

Charles suspira e revira os olhos.

— As coordenadas que precisam ser aplicadas após encontrar o código final. Nem isso seus pais te contaram?

— Eu sei o que são as coordenadas — respondo tão rápido e de forma tão ríspida que ele recua com a cabeça. — Quero que você repita a segunda parte, quero que me diga exatamente o que vai fazer, para que eu possa fazer o mesmo com você.

Ele arqueia ambas as sobrancelhas e assente com a cabeça.

— Você parece destemida, achei que fosse apenas uma garota indefesa. Mesmo assim, ainda não me assusta. — Ele coloca uma das mãos dentro do sobretudo novamente e retira outros papéis. — Acho que isso pode te fazer mudar de ideia.

Charles me estende o que está em suas mãos e logo percebo que são fotos.

Fotos de Bruno, várias delas.

As pego no mesmo instante, meus olhos percorrem todas as imagens de uma forma tão rápida que nem sabia que era possível. Eram fotos dele na NASA, fotos dele chegando em sua casa, fotos dele simplesmente andando pela rua.

— São dessa semana, ele está bem. Mas posso fazer com que isso mude. — Ele alarga um sorriso repugnante em seu rosto.

Pode estar com uma sensação de temperatura negativa nas ruas, mas eu estou queimando de raiva.

— Se você fizer qualquer coisa com ele, te garanto que você não sai vivo daqui. — Já estávamos frente a frente um para o outro e quando vi, o meu dedo indicador apontava em seu peito com força. Ele franze o cenho e pega em meu pulso, o apertando para retirar a minha mão dali.

— Então aguardo a sua colaboração, mas não ouse nem em pensar falar sobre isso com os seus coleguinhas daqui, muito menos seus amigos super-heróis. — Charles se afasta e me estende um cartão de visitas. — Entre em contato comigo por esse número ou diga a adeus ao seu único laço familiar.

Não respondo. Meus olhos voltam para as fotos do meu irmão.
Passei o dia inteiro sentindo uma falta absurda dele, e agora, ele está aqui na palma da minha mão e sendo observado por esse lunático.

— Feliz Natal, Jenni. — A voz de Charles soa um pouco mais distante agora, mas ainda não ergo o meu olhar ardido de fúria para encará-lo de volta.

Só que, quando finalmente o faço, ele não está mais aqui. É como se ele tivesse se teletransportado silenciosamente da minha frente e as luzes do estacionamento voltam a ficar acesas.

Meu coração está acelerado.
Minhas mãos estão suando.
Minha boca está seca.
Me sinto em uma falha.
Mas não posso deixar isso me consumir. Não posso, não posso, não posso.

Espero que o meu final na 11ª dimensão seja diferente do que está se passando na minha cabeça agora. Porque se for assim, tudo estaria acabado.


OISSS

Só para avisar que semana que vem é um só kkkkkk pq quero fazer uma coisa diferente, não sei se vai dar certo, mas tentarei.
Fiquei gripada, acamada e presa em casa nesse feriado, então aproveitei pra dar uma adiantada em algumas coisas, inclusive no final dessa história. Não estamos tão perto, mas também não estamos tão longe hehehe 😇

Bjsss e bom restinho de páscoa. <3

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro