
28. Jogada Final
21h29
20 de dezembro
São Francisco
JENNI REED
Foi a única solução que me veio em mente e parece ter funcionado. Está funcionando ou eu presumo que esteja, não tenho certeza, porque a minha cabeça está a milhão e o meu coração deve estar batendo em um ritmo suspeito para se ter um ataque cardíaco.
Os lábios de Dick são macios, quentes, envolventes. Com certeza, vou me perder bem aqui. Mas espera! Me afasto antes de abrirmos nossos lábios demais, mas os meus olhos vão parar diretamente em sua boca e o meu corpo inteiro pede para continuar, porém não podemos. Estamos atrás de um psicopata.
Respiro fundo e vejo que ele faz o mesmo, a mão ainda nas minhas costas e a outra foi parar na minha nuca. Mesmo por debaixo da máscara, percebo o seu olhar ainda fixo em minha boca. Preciso voltar para a realidade.
Nos afasto um pouco mais e viro a cabeça em direção ao topo da escada. Os homens não estavam mais ali.
— O que aconteceu com a regra de não nos beijarmos? — Ele pergunta sorrindo e passa uma das mãos pelos cabelos.
— Está temporariamente inválida. — Respondo voltando a subir as escadas. Dick faz o mesmo.
— Bom saber — ele me alcança no topo e entramos no corredor.
Vai ser difícil, mas preciso me concentrar.
O corredor estava vazio, então diminuímos o passo para certificar de que não tinha ninguém escondido em algum lugar. Havia algumas portas fechadas tanto do lado direito, quanto do lado esquerdo. Dick pega em minha mão e faz um sinal para que eu pare.
Ele se encosta de lado em uma delas para ouvir e seus lábios dizem silenciosamente um "acho que estão aqui dentro".
No mesmo instante, Dick pega um outro acessório, parecido com o comunicador que estamos usando, mas era ligeiramente maior e o gruda na porta. "Uma escuta", ele explica silenciosamente.
E em breves segundos, vozes mais claras ecoam no meu ouvido direito. Estamos ouvindo a conversa dos homens pelos nossos comunicadores. Eu queria ser uma heroína só para usar esse tipo de coisa. É legal demais.
A conversa que ouvimos é confusa, eles estão falando um em cima do outro. Consegui distinguir 4 vozes diferentes.
"Esperem, porra!" grita um deles. "O combinado é apenas pegar a garota e vazar daqui. Martin vai se encarregar de chantagear o pai depois, e aí, recebemos a grana."
"Mas olha o tanto de gente rica nesse lugar, conseguiríamos bem mais." Outro homem argumenta.
"Eu concordo." Mais um se intromete. "Fora que o coroa tá na mira da polícia, se alguma coisa der errado, a gente tá fodido. Devíamos agir por nossa conta."
"Não!" o primeiro homem volta a gritar. "O plano é levar a herdeira, os outros nos dão cobertura e Martin fala com o pai, que é o dono da festa. Conseguimos a grana e ponto final."
Por que raios eles queriam sequestrar essa garota?
Antes mesmo do meu cérebro lembrar quem era a família responsável pela festa, Dick já estava virando a tela de seu celular para mim e mostrando os rostos.
Ele puxa a minha mão para nos afastarmos um pouco da porta.
— Eu vou entrar. — Ele sussurra. — São só 4 caras, vai ser moleza. Você consegue achar essa garota? A gente vai se falando pelo comunicador.
Assinto, mas no mesmo instante ouvimos um dos homens gritar um "Merda!" seguidos de uma nova voz abafada e sufocada.
"Fica quieta, porra!" "Você não tinha dado um tranquilizante nela? Que merda! Me passa a maleta".
Dick olha para mim com a expressão fechada e passa a mão na testa pensando no que fazer.
— Já sei. — Digo o puxando para perto da porta novamente. — Vem.
E mais uma vez, o empurro segurando na gola de seu casaco e a outra mão vai parar na maçaneta.
— Como eu disse, a regra está temporariamente inválida. — E então, levo os meus lábios até os dele novamente.
A minha mão gira a maçaneta e a porta se abre atrás de nós. Dick se desequilibra um pouco para trás enquanto vejo os homens mascarados se virarem para nós.
— Mas que porra é essa? — Um deles pergunta enquanto Dick e eu nos afastamos.
— Meu Deus! — Finjo um horror levando uma das mãos até a boca. — A gente só estava procurando um quarto.
— E parece que achamos. — Dick vai rapidamente para trás de mim e fecha a porta.
A garota que eles estavam falando, estava amarrada em uma cadeira e tinha uma fita em sua boca para os gritos. Seus olhos maquiados estavam borrados pelas lágrimas. Ela tinha cabelos loiros cacheados e era pequena. Parecia ser uma adolescente. Se Dick não der uma surra nesses filhos da puta, eu mesma darei.
Os homens sacam suas armas, todos ao mesmo, mas Dick foi mais rápido em golpear um, desarmar outro, acertar a cabeça de mais um com um quadro que estava na parede e empurrar o último contra o armário fazendo-o cair no chão junto a itens de decoração de vidro que havia em cima.
Enquanto tudo isso acontecia, eu estava desamarrando a garota e tirando a fita de sua boca para sairmos dali. Ela estava em prantos.
— Leve ela para fora. Vou procurar o Martin. — Ele estava amarrando todos os homens e pegando suas armas para levar para fora do quarto.
Seguro a garota pela mão e nos apressamos em sair dali. Seu nome era Leah Klein. Seu pai era um dos maiores investidores de empresas como Amazon e Microsoft. O que não entrava na minha cabeça era o porquê de Martin querer extorquir dinheiro deles sendo que ele era tão rico quanto.
— Vai ficar tudo bem. — Digo a ela assim que descemos o primeiro lance de escadas. Ergo a minha máscara e a seguro nos ombros gentilmente. — Meu nome é Jenni. Pode confiar em mim, vou te levar de volta para sua família, tá bom?
A garota assente, secando as lágrimas com a palma da mão. Voltamos a descer rapidamente mais um andar quando ouço gritos distantes. Muitos gritos. E eles não pareciam de felicidade pelo Robbie Williams.
Vou até a ponta do corredor e consigo ver pessoas correndo no andar abaixo, onde estava acontecendo a festa, até que ouço som de tiros. Homens de preto mascarados começam a pegar algumas pessoas pelo braço e apontando as armas em suas cabeças.
Volto a colocar a máscara e Leah estremece e chora mais ao meu lado. Estendo um braço para abraçá-la e levo a outra mão até o comunicador em meu ouvido.
— Você está ouvindo isso? — Questiono para Dick.
"Quão ruim está?" Sua voz ecoa ofegante no meu ouvido direito. Ele parecia estar correndo.
— Muito ruim. Achou alguma coisa?
"Sim, e..." ouço sons abafados, um grunhido, uma pancada.
— Tá tudo bem aí?
"Vou ficar. Tente se esconder com a garota, já acionei a polícia."
No minuto seguinte, ouvimos um ruído ensurdecedor de microfonia vindo do palco. Todos parecem se encolher. Mas os gritos logo retomam, os homens de preto gritando com as pessoas para entregarem itens de valor.
E mais uma vez, me vejo pensando em ideias completamente malucas em situações desesperadoras. Tudo o que eu precisava era chegar ao palco e ativar todos os alto-falantes e as caixas de som espalhadas pela mansão.
— Leah, não solte a minha mão por nada, está bem? — Digo me encurvando para olhar a garota nos olhos. — Fique sempre atrás de mim.
— N-nós não vamos descer, né, Jenni? — A garota soluça. — P-por favor. Estou com muito medo.
A abraço forte mais uma vez tentando acalmá-la, mas precisávamos descer. Ou coisas muito piores poderiam acontecer se não tentássemos atrasar a tragédia que isso está se tornando.
— Confie em mim e ficaremos bem. — Pego sua mão com força e descemos as escadas.
Andamos nos escondendo por detrás das pilastras do salão, parando entre uma e outra sempre que víamos quando os homens armados estavam de costas na nossa direção. Corremos até o palco e vamos para debaixo da mesa de som, era grande o suficiente para nos escondermos ali. Não fazia ideia de onde os músicos estavam, mas pude ver por debaixo do pano da mesa que Robbie Williams estava do outro lado do salão sendo feito de refém por um dos homens.
Ergo a minha cabeça tentando encontrar o notebook que estava conectado na mesa de som até que o encontro e o puxo para debaixo da mesa.
Abro o programa que a banda estava usando para equalizar o som e ativo todas as caixas e alto-falantes da mansão. Puxo o pano novamente e olho em direção a bateria em busca de protetores auriculares.
— Volto em um segundo. — Digo a Leah que estava com as pernas encolhidas por debaixo de seus braços.
Me rastejo até debaixo do banco do baterista e pego os protetores. Os gritos das pessoas ainda estavam tomando conta do lugar, alguns homens armados atiravam para cima para tentar conter a desordem, mas só piorava.
— Coloque isso em seus ouvidos. — Instruo Leah como fazer e ela leva os protetores até as orelhas.
Aperto o comunicador em meu ouvido para falar com Dick.
— Você sabe em quanto tempo a polícia vai chegar aqui?
"Em menos de 10 minutos. Onde vocês estão?"
— Escondidas. Você tem protetores auriculares nesse seu bolso mágico?
"Sim, por que?"
— Então os use agora. Vou tirar o comunicador, me encontre atrás do palco quando terminar aí.
Tiro o comunicador do meu ouvido e coloco os protetores. No programa da mesa de som, crio um ruído em uma frequência de hertz iniciando em 2.000 com um progresso rápido que chega até 5.000. É uma frequência sonora capaz de incomodar os ouvidos humanos como se fosse uma dor física. Alguns sentem mais que os outros, mas nada que cause algum estrago permanente. A intenção é apenas causar uma distração. E bem, acho que está funcionando, pois além do tipo de ruído extremamente irritante que criei, as pessoas estavam se contorcendo no chão, os homens armados estavam desnorteados.
Passaram-se alguns instantes até que vejo luzes vermelhas e azuis pelas janelas da mansão. Pego Leah pelo braço e saímos debaixo da mesa em que estávamos. A polícia começa a entrar pelo local, mas logo sentem o incômodo nos ouvidos. Indico para buscarem algum protetor.
Ao fundo do salão, vejo Dick ainda mascarado, descendo as escadas com Martin Goldman, esse sem a sua máscara, e de mãos atadas na frente de Dick.
Quando os policiais já estavam mais espalhados pelo local, desligo o ruído da frequência sonora e os homens armados começam a ser apreendidos.
Os pais de Leah vêm em minha direção abraçando a garota rapidamente para certificar se ela estava bem. Eles se abraçam entre lágrimas de desespero.
Uma pequena curva de alívio surge em meus lábios ao saber que nada pior aconteceu com a garota.
Vejo Dick, agora sem máscara, conversar com alguns oficiais na porta de entrada da mansão e vou até eles. Martin já estava sendo carregado para uma viatura.
— Obrigada, detetive Grayson. Entraremos em contato pela manhã. Goldman solicitou advogados. — A comissária da polícia apertava a sua mão em um agradecimento e volta a entrar na mansão para continuar a conter os outros homens.
— Deixe eu adivinhar, vamos ter que depor. — Digo tirando a minha máscara e parando ao seu lado.
Tinha um sorriso em seu rosto. Largo. Com todos os seus dentes perfeitos sorrindo para mim.
— Você principalmente. — O sorriso começa a fechar um pouco, mas os seus olhos estavam brilhando. — Você salvou todas essas pessoas, Jenni.
— Eu não fiz nada — dou de ombros. — Só sei usar programas de som da forma correta e incorreta.
Robbie Williams passa ao nosso lado xingando a tudo e todos e prometendo um belo processo na organização da festa. Os jornais e as páginas de fofoca de São Francisco terão o que falar de sobra nas próximas horas.
— Bom — Dick pega a minha mão e entrelaça os seus dedos nos meus — vamos dar o fora daqui.
— Finalmente. — Digo enquanto descemos as escadas da entrada da mansão.
Havia dezenas de viaturas, pessoas ainda desesperadas e assustadas pelo que aconteceu. Mas só consigo pensar que eles vão sobreviver. São inocentes, mas também não passam de um bando de ricos gritando pelas joias que quase perderam. Patéticos.
Além dos policiais, o corpo de bombeiros e algumas ambulâncias também estavam no local para prestar socorro, tinham poucas pessoas com ferimentos leves. Aparentemente, ninguém foi baleado.
— O que você achou do nosso primeiro encontro? — Pergunto olhando para Dick enquanto caminhamos pela calçada em direção ao hotel.
— Muito melhor do que aquele que eu estava planejando.
★
23h13
São Francisco – Hotel Regency
— Quer saber — Dick diz assim que entramos no hall do hotel — agora eu que preciso beber qualquer coisa.
Ergo as sobrancelhas em uma surpresa, para quem recusou tanto um simples drinque. A adrenalina ainda está no meu corpo, porque eu não me oponho.
— Sabia que pedi para reservarem esse hotel porque na cobertura tem um bar famoso? — Mentira. Eu não fazia ideia, li isso pelo celular quando estávamos no avião vindo para cá.
— Aham, foi sim. — Eu amo que ele entende facilmente minhas pequenas mentiras bobas.
Quando chegamos no bar do último andar, expliquei a ele como fiz o truque da frequência de hertz. Dick parecia genuinamente surpreso, o que me fez me sentir uma exibida, porque ele é uma das pessoas mais inteligentes que conheço. Ainda estou tentando descobrir sobre o que ele não entende ou não sabe fazer.
Apesar da noite maluca que tivemos e da surpresa desagradável de encontrarmos Martin Goldman na festa, até que acabou bem. Dick disse que Martin parecia desesperado por uma solução que o fizesse escapar da justiça. Ainda suspeita de que ele não está trabalhando sozinho e, muitos outros nomes da tecnologia do país inteiro, podem estar fazendo parte de algum plano maior. Como se fosse uma gangue de milionários e bilionários. Um show de horrores pela ganância de quem seria maior.
E no meio de algumas risadas, depois de assuntos de mafiosos, o nosso olhar se acalma um no outro e dessa vez, parece diferente. Parece errado fugir. Praticamente impossível. Sinto um calor de verão tomar conta de mim e, apesar de estarmos na Califórnia, estamos no inverno. Eu estava vestindo o casaco de Dick, mas sinto que já não preciso mais dele.
— Sabe — ele morde o lábio inferior e seus olhos percorrem o meu rosto — se você queria tanto me beijar, era só ter falado. Não precisávamos estar fugindo de criminosos.
Dou uma risada e balanço a cabeça.
O calor do verão deve estar beirando os 38 graus.
— Era temático, pra combinar com o encontro. — Meus lábios estavam curvados em um sorriso, mas eu o estava contendo, porque se deixasse, tomaria conta de todo o meu rosto.
Nem foi um beijo beijo, diria que foi um selinho premium. Ok, talvez um premium plus. Meu Deus. O calor do verão acaba de subir para 40 graus. Sensação térmica de 46.
— E quer saber? — Volto a dizer e deixo toda a minha racionalidade de lado. Vou me lembrar de culpar o verão depois. Nunca foi a minha estação preferida mesmo. — Acho que temos umas coisas pendentes.
Dick franze o cenho, ainda sorrindo, mas não dou tempo para ele perguntar o que era. Minha mão já o arrastava para fora do bar até a outra encontrar o botão do elevador que se abre no mesmo instante.
Aperto o nosso andar na mesma velocidade que o empurro contra o espelho e, dessa vez, eu o beijo de verdade. Ele não recua, muito pelo contrário, corresponde na mesma urgência e vontade. Suas mãos seguravam o meu rosto até que uma vai até a minha cintura por baixo do casaco dele que eu estava usando e, que nesse momento, só está atrapalhando.
As portas do elevador se abrem, mas nós não nos movemos. As únicas coisas em movimento são as nossas bocas. Até que ouvimos a porta começar a se fechar de novo, mas Dick nos afasta um pouco e coloca a mão na porta para impedir que se feche.
Ele puxa a gravata em seu pescoço quando saímos, como se precisasse tomar fôlego. Eu precisava tomar fôlego. Tiro o casaco enquanto ele abre a porta do quarto e a fecha atrás de si. E lá mesmo fica, se encostando com os braços para trás.
Jogo o casaco na cômoda ao lado e dou alguns passos em sua direção, até não termos um centímetro nos separando. Uma das minhas mãos para em seu braço enquanto a outra passa sem seus cabelos. Que cabelo maravilhoso. Até isso.
Ele baixa o olhar para encontrar o meu. O sorriso já não está mais em seu rosto, e agora o maxilar estava tenso. Pelo amor de Deus.
— Você vai me deixar fazer parte da sua bagunça? — Ele me pergunta, ainda sério.
Dou um suspiro, não quero falar sobre isso. Não quero ser racional. Não agora.
— Lembra que eu te disse que hoje poderíamos ser pessoas comuns?
— Mas nós não somos. — Seus braços saem de trás de seu corpo e uma mão acaricia o meu rosto, enquanto a outra volta para a minha cintura.
— E que estamos em um encontro, lembra? — Ignoro o seu comentário desabotoando a gravata em seu pescoço.
Ele engole em seco e seu peito sobe e desce em uma respiração pesada, tentando ser controlada.
Gravata desabotoada com sucesso. Agora preciso me livrar desses botões.
— Ainda estamos com a regra temporariamente inválida? — Ele ergue brevemente uma das sobrancelhas.
Dois botões já foram. Hora do terceiro.
— Você faz muitas perguntas, Dick Grayson. — Vai ficar mais difícil desabotoar o resto porque o puxo de volta para outro beijo.
Dessa vez mais lento, mais carinhoso, mas tão caloroso quanto. Eu moraria em sua boca. Juro. Ele morde levemente meu lábio inferior ao mesmo tempo que suas mãos descem da minha cintura para as minhas coxas me levantando e, dessa vez, ele que me joga contra a parede. Eu realmente não vou conseguir terminar de desabotoar essa camisa assim.
Seus lábios agora estão em meu pescoço e todo o meu corpo se arrepia. Misericórdia. As minhas preces realmente não foram atendidas mesmo. Ou foram. Porque isso me parece um presente divino. Ele não tem pressa alguma em sair daqui, como se precisasse absorver cada centímetro. Como se precisasse memorizar cada detalhe, cada beijo, cada toque.
Suas mãos soltam as minhas coxas e eu volto a ficar em pé. Ou tento ficar em pé. Acho que estou em pé. Não sei, por que ele ainda está descendo pelo meu pescoço até chegar na minha clavícula. E suas mãos encontram o zíper do meu vestido que desce sem o menor esforço. Que zíper canalha.
Dick volta a me olhar, ainda sério, mas seus olhos reluzem. Vejo chamas azuis. As pupilas engolindo o oceano de sua íris. Estávamos com a respiração ofegante, como se precisássemos tomar um último fôlego antes de mergulharmos de vez no olhar um do outro, até que sinto suas mãos suaves descendo as alças do meu vestido. E então, ele me beija de novo. E de novo, de novo e de novo.
E eu me permito me perder nesse momento. Me permito me perder em mim mesma, nele, em nós. Pelo menos por essa noite. Talvez essa seja a minha jogada final. Mas hoje, eu não me importo.
FINALMENTE
[censurado] [som de buzina] [tiroteio] [barulho de escapamento] [alarme de carro] [sirene de polícia] [explosão] [copo caindo] [boom] [música alta] [gritaria] [prédio desabando] [explosão] [carro batendo] [criança chorando] [cachorro latindo]
AAAAAAKAKKSKSKSPKSKKKK
É isso.
Depois dessa, venho dizer que a próxima atualização será apenas no dia 31/03.
Essa semana vai ser uma correria absurda na faculdade e não terei tempo nem de respirar.
Até daqui duas semaninhas, volto com mais emoções <3
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