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   Os pés calçados em botas surradas doiam e a friagem que difícilmente a incomodava tinha começado a queimar sua pele. Iani já caminhava por longos minutos seguindo o rastro que havia deixado por entre as árvores quando finalmente avistou a fumaça de algumas chaminés subirem ao céu.

—Ah!Estamos quase chegando...

Seus olhos baixaram até o filhote enrolado na echarpe velha e surrada.

—Só mais um pouquinho e estaremos em casa.

O pequeno lobo resmungou mas não se moveu, parecia bem mais tranquilo do que quando foi encontrado.

—Minha casa não fica muito longe, daqui já dá para vê-la!

O pequeno casebre de madeira começava a surgir em meio o branco da neve junto de vários outros, a diferença é que aquele em específico não tinha nenhum sinal de fumaça saindo da chaminé.

—E pensar que fui buscar lenha e voltei sem nenhum graveto...

O filhote resmungou mais uma vez.

—É, em compensação encontrei você.

Um leve sorriso se formava em seus lábios, o calor do lobinho aquecia seus braços assim como o peito trazendo uma sensação estranha mas incrívelmente reconfortante.

—Vamos, só mais um pouco e...

Antes que pudesse dar mais um passo em direção a estrada do vilarejo um vulto alto a parou, estava montado em um cavalo preto com crina branca, calçava botas de couro com fivelas brilhantes e nas costas uma capa de pele cinzenta cobria os ombros enquanto um grande chapéu ocultava parte do rosto, no lombo do animal um lobo cinzento era carregado, o sangue escorrendo em abundância da garganta. Iani tentou passar despercebida mas mal teve tempo de pensar em outra rota quando o caçador colocou os olhos sobre si.

—Ei!Você aí!

O sangue em suas veias pareceu congelar como a neve sob seus pés.

—O que faz aqui fora em um tempo desses?Ainda mais sozinha?

O som dos cascos aumentavam conforme ele se aproximava. Iani nunca compactuou com a atividade da caça mas aquele não era o momento para demonstrar seu desagrado, estava mais preocupada com o filhote escondido em seus braços do que consigo mesma. Um lobo branco era raro e poderia valer muito, ainda mais um filhote.

—Fui buscar lenha senhor — disse com os olhos baixos.

O calor da respiração do cavalo aquecia o rosto frio pela longa caminhada na neve, Iani podia sentir o corpo tremer conforme o silêncio daquele homem se prolongava, sabia que estava senda analisada, principalmente a echarpe que escondia o pequeno filhote.

—E onde está a lenha?

Aquela voz conseguia ser mais fria do que a neve a sua volta.

—A enrolei nesse pano para não congelar meus braços.

Mais uma vez o silêncio. A analise do caçador pareceu se tornar ainda mais minuciosa prolongando seu desespero.

—O que tem nos braços não parece em nada com lenha, por acaso está tentando me fazer de idiota?!

Iani sentiu o ar fugiu dos pulmões, não pelo medo daquele homem e sim pelo baixo rosnado que ouviu.

—Claro que não senhor!Eu só peguei alguns pedaços de madeira na floresta, por isso o embrulho é pequeno...

—E quem diabos sobreviveria a esse frio com apenas alguns gravetos para atiçar o fogo?!Vamos!Mostre o que tem aí!

Por mais que tentasse nada lhe vinha a mente para escapar daquela situação que só piorava conforme sentia o filhote se remexer.

—Vamos mulher!Não tenho o dia todo!

Iani só conseguia pensar em correr, mesmo sabendo que não iria muito longe era a única opção, quando estava prestes a dar um passo uma terceira voz surgiu arrancando a atenção do caçador.

—Hiago!Que bom que te encontrei!

—Maia?O que faz aqui?

Uma jovem com vestido bufante, casaco de pele grossas e luvas de lã surgiu, seus rosto estava rosado pelo frio mas o olhar soberbo permanecia em seu semblante; aquela era Maia, filha de Madelaine, uma senhora que dizia ser de família nobre e que morava no centro do vilarejo, a verdade é que ninguém sabia se elas realmente vinham de uma família abastada mas, pela forma de se vestirem e tratarem os outros ninguém parecia questionar sobre suas raízes.

—Mamãe insistiu para procura-lo — o olhar soberbo se desmanchou assim que pousaram sobre o caçador — O mercador de peles acabou de chegar.

—Ah!Ótimo!Já era tempo!

Aquela era a brecha, sem fazer barulho Iani se virou, no entanto, assim que deu o primeiro passo para sair dali ouviu a voz grave à suas costas ecoar alto.

—Não fique andando sozinha por aí, não condiz com a postura de uma mulher!

Várias palavras saltaram para a ponta da sua língua, desde que se conhecia por gente Iani ia e vinha a hora que bem quisesse sem ter que se preocupar com o que achariam dela, não devia nada a ninguém, exceto a Sr. Lara que se preocupava com seus passeios porém, o caçador estava longe de ser alguém como ela.

—Sim senhor...

—Ah!A esquisita está aqui, nem tinha notado — Maia a olhou com desdém balançando seu vestido, a cor vermelho vinho cintilava na saía de cetim — O que veio fazer sozinha na floresta?

Iani não devia satisfação a eles mas o momento não era o melhor para uma afronta.

—Eu vim pegar alguns galhos para atiçar o fogo — seus braços se moveram um pouco erguendo o filhote rezando para ele não se mexer — Mas já estou voltando para minha casa.

—Hm...

Os olhos da jovem brilharam sobre o embrulho como se duvidasse do que ouviu, por sorte seu nariz se voltou novamente para o caçador encerrando a conversa.

—Mamãe está ansiosa para ver o que o comerciante trouxe!Mas antes quer sua opinião com a qualidade das peles...

Enquanto aqueles dois conversam Iani aproveitou a deixa para sair dali, sem pressa caminhou na direção oposta contornando a orla da floresta, a voz de Maia sumindo conforme o vento frio tocava o seu rosto trazendo de volta o silêncio do inverno.

Essa foi por pouco... — sussurrou, as palavras ecoando alto e sumindo pelas árvores — Obrigado por ter ficado quietinho — suas mãos frias acariciaram as costas do filhote por cima do tecido velho — Ajudou bastante!

O pequeno animal se remexeu, gruniu um som baixo e doloroso antes de ficar novamente em silêncio.

Não se preocupe, já estamos chegando...

O pequeno casebre de madeira já estava visível por entre as outras casas, era a única que não havia uma luz amarela saindo das janelas.

Eu vou cuidar de você.


A casa de aspecto antigo deu as boas vindas com um alto rangido conforme a porta era aberta.

—Finalmente! — Iani suspirou, o ar gelado criando uma fina nuvem branca em frente ao seu rosto — Confesso que pensei que nunca íamos chegar, meus pés estão congelando!

O pequeno lobo colocou o focinho para fora da manta, farejou o ar por diversas vezes antes de voltar a se cobrir, não parecia muito contente.

—Vamos lá!Quando eu acender a lareira as coisas vão ficar melhores, por sorte ainda há um pouco de madeira para hoje.

O filhote resmungou, com cuidado Iani avançou pelo casebre até a velha cama onde sempre dormia, sem pressa acomodou o pequeno que pareceu respirar aliviado.

—Mas antes, precisamos cuidar disso.

A ferida ainda estava aberta e sangue fresco escorria pela alva pelagem, por breves segundos a jovem se perdeu olhando para aquele filhote, um misto de sentimentos a invadindo sem ao menos saber de onde vinham, estava triste pelo animal na mesma medida que estava contente por tê-lo ali.

—Você vai ficar melhor logo...

Sem perceber estava com a mão sobre seu focinho. Era quente e macio.

—Eu prometo.

...

O tom amarelo das chamas começava a avançar pelo casebre assim como seu calor morno e aconchegante, Iani estava parada ao lado da lareira, um livro antigo nas mãos e várias folhas amassadas em uma tigela de barro; se lembrava de algumas aulas que a Sr. Lara havia lhe dado sobre cuidar de machucados, já havia feito aquele emplastro por várias vezes mas, como estava lidando com um animal ficou receosa se funcionaria.

—É isso...

Sem dificuldades se levantou carregando a tigela com um líquido grosso e verde.

—Espero que funcione.

O filhote acompanhava seus movimentos desde que havia separado as vária folhas e ervas sobre a mesa, parecia atento, como se avaliasse a situação consciente do que acontecia.

—Vai arder um pouco mas é melhor do que ficar com essa ferida aberta.

Devagar suas mãos encharcaram um pedaço de pano limpo com a mistura de ervas, no entanto, antes de colocá-lo sobre a ferida ficou um bom tempo encarando o filhote, ponderando, o medo de uma mordida novamente a invadindo. Como se entendesse o que passava pela cabeça da jovem o pequeno simplesmente fechou os olhos virando o focinho para o outro lado. Abismada Iani ficou um tempo sem esboçar alguma reação, só depois de longos minutos se aproximou dando início ao trabalho. O ferimento era algo horrível e quanto mais afastava os pelos brancos e macios mais duvidas tinha se aquilo foi algo realmente causado por uma arma de caçador.

—Como você foi se machucar desse jeito? — sussurrou, a mão tremendo a cada vez que o filhote contraia o corpo por causa da dor — Vai ficar tudo bem — por algum motivo sentia os olhos arderem e algumas lágrimas caírem — Vai ficar tudo bem..

...

Depois de limpar a ferida e terminar o curativo Iani olhou satisfeita para as faixas em volta do corpo do animal que dormia profundamente, o sagramento havia parado e o pequeno não chorava mais, aliviada, a jovem desabou sobre uma das cadeiras que rangeu protestando, além do filhote ela também precisava descansar, lá fora o sol começava a se por tingindo o céu com seus tons laranjas e violeta.

—Hoje o tempo passou voando...

Seu olhar desviou da janela embaçada para o lobinho que dormia profundamente na velha cama, sabia que ter um animal selvagem em casa era perigoso mas depois de tudo tinha certeza de que ele não a atacaria.

—Durma bem pequeno.

A trêmula chama da lareira criava sombras vivas na parede enquanto a noite embalava o pequeno vilarejo, seria uma noite fria como a de todos os outros invernos, no entanto, o silêncio e a calmaria não seriam mais os mesmos.

Não depois daquela noite.

...

Ao norte da vasta floresta, nas profundezas da mata, entre troncos e neve, dezenas de passos ecoavam abafados e silenciosos pelo frio do inverno, focinhos longos farejavam incessantemente o ar enquanto a grossa pelagem era coberta pelos inúmeros flocos cristalinos que caíam do céu.

Ele não está aqui.

—Nada?

—Nenhum sinal.

—Também não o encontrei.

—Não importa, continuem procurando.

—Mas Aaron...

—Continuem procurando!

Olhos dourados radiavam um tênue brilho ameaçador em meio a escuridão que começava a surgir.

Isso é uma ordem!

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