6 - A NOMEAÇÃO DO IMPIEDOSO ASFAR
─ Irmã, será que ele não vai mais acordar? ─ a pequena Eva sentada no chão de barro, ela brinca com uma boneca feita de retalhos.
─ Eva, os ferimentos dele estão se curando em uma velocidade incrível, com certeza ele não é humano. ─ a irmã mais velha, que está pegando a louça suja e colocando uma cesta grande.
─ Ayla, o que isso quer dizer? Se ele não é humano ele é o quê? ─ Eva levanta-se e vai até o jovem que está desacordado, com o corpo cheio de curativos e panos brancos enrolados quase pelo corpo todo.
─ Eva deixe-o descansar minha irmã, vai brincar lá fora com a Agatha vai.
─ Caramba! Você tem razão, as mordidas enormes que ele tinha no peito estão sumindo! ─ a pequena Eva levanta um dos curativos feitos a base de ervas que estavam por baixo de um pedaço de pano, e as mordidas profundas que estavam nesse local praticamente estão curadas.
─ EVAAAAA! Vai já para fora, vamos! ─ Ayla, dá uma bronca em sua irmã que coloca o curativo no lugar e sai correndo. Ela leva a louça suja para a beira do poço e começa a lavar, enquanto observa as suas duas irmãs menores brincando de caçar borboletas correndo de um lado para o outro.
No reino dos lobisomens, o palácio central está lotado de pessoas do lado de fora...
─ DEEM AS BOAS VINDAS AO NOSSO NOVO MACHO ALFA... ASFAR. ─ o locutor grita ao anunciar o novo líder da alcateia, e após, toca o berrante gigantesco que há próximo da entrada do palácio.
O povo todo vai a loucura, mas alguns não estão tão felizes assim não, dá para ver em suas faces a preocupação deles.
─ Peça para que se calem esses... ─ Asfar olhando para o chefe da guarda.
─ SILÊNCIO! SILÊNCIOOOOOOOOOOOOO! Nosso líder vai falar.
─ EU SEI QUE MUITOS DE VOCÊS NÃO VIRAM COM BONS OLHOS A MINHA SUCESSÃO A LIDERANÇA DA ALCATEIA... MAS EU NÃO VOU TOLERAR QUE SE PONHAM NO MEU CAMINHO! ─ Asfar com sua roupa magnífica, andando de um lado para o outro enquanto fala. ─ EXEMPLO DISSO, É O CONSELHO DA ALCATEIA, EU ACABEI DE DESTRUÍ-LO! UM CONSELHO QUE SÓ SERVIU PARA NOS MANTER ISOLADOS DENTRO DE NOSSO REINO, COM REGRAS ULTRAPASSADAS E INEFICAZES, QUE SÓ NOS TRAZEM O ATRASO!
Asfar faz um sinal com a mão, e nesse momento os soldados trazem os corpos dos anciões da alcateia e os jogam na escadaria para o povo ver.
─ HOOOO! ─ todos ficam perplexos com tamanha crueldade.
─ Mãe, ele ficou maluco?! Ele é muito pior do que o Zalon sempre me alertou que ele fosse! ─ Drina chocada.
─ Minha filha, eu estou com medo do que ele possa fazer com você se você se negar a casar com ele! Sem o conselho ele controla totalmente a alcateia agora, sozinho!
─ QUE ISSO SIRVA DE AVISO, QUEM NÃO FOR LEAL A MIM, PARA MIM NÃO TEM SERVENTIA! ─ Asfar olha em todas as direções, observando o seu povo.
─ AJOELHEM-SE TODOS DIANTE DO SEU NOVO LIDER! JUREM LEALDADE AO NOVO ALFA! ─ o chefe da guarda diz enquanto ergue a sua espada.
Nesse momento o povo inteiro se ajoelha e de cabeça baixa grita em voz alta, todos juntos;
─ EU JURO LEALDADE AO NOSSO ALFA! EU JURO LEALDADE AO NOSSO ALFA!
─ Meu senhor o que ele fez?! ─ Lael olhando perplexo a imensidão de seu povo, reprimido jurando lealdade aquele monstro, que exterminou todo o conselho da alcateia.
─ Eu falei tanto para ele não fazer isso, e ele me prometeu que conversaria com o conselho, que só o faria se o conselho fica-se contra ele. ─ Darv olhando o corpo de Zoltan, cheio de marcas de garras pelo corpo.
─ Mesmo com a idade avançada ele ainda era um dos melhores guerreiros de nossa alcateia, seu filho deve tomar cuidado porque em busca de mais poder ele pode estar colocando a nossa alcateia em risco. Este lobo era respeitado em todos os seis reinos de Derôn, por ser justo e fiel as regras determinadas pelo seis reinos, o que acha que vai acontecer quando descobrirem o que houve aqui? ─ Lael.
─ Vamos pensar em algo, nós temos uma rixa antiga com os vampiros, talvez meu filho esteja certo, talvez essa seja a hora da vingança! ─ Darv fecha os punhos e entra no palácio.
No vilarejo...
─ Onde estou? ─ Zalon abre os olhos e ao sentar-se estranha o local em que se encontra.
─ Ele acordou. ─ a pequena Eva.
─ Vão lá para fora, enquanto eu converso com ele. ─ Ayla para de varrer a casa e vai em direção a cama, suas irmãs saem.
─ Meu corpo todo dói! ─ ele se despreguiça enquanto faz uma careta de dor.
─ Você nem deveria estar vivo, havia um buraco nas suas costas e varias mordidas de lobisomens pelo seu corpo quase todo! ─ ela senta-se na cama.
─ Sim, houve uma luta terrível! ─ ele lembra-se daquele momento em que estava transformado, ele vê todas as imagens geradas pelos seus olhos serem repetidas em sua mente.
─ Você se curou tremendamente rápido, como os lobisomens se curam, mas a cura foi muito mais acelerada do que o normal! O que você é?! De onde você veio?! O que pretende fazer aqui nesse pequeno vilarejo?!
─ Eu sou um lobo, como os que me atacaram... Eu acho que cai no rio e a correnteza me trouxe aqui, eu tive sorte de não morrer afogado. Eu só quero mesmo retornar ao meu reino e contar ao conselho o que aconteceu, eles saberão o que fazer. ─ Zalon levanta-se, mas fica tonto, sendo seguro pelas mãos de Ayla, que o empurra novamente para a cama de palha.
─ Eu sabia que você era um lobisomem. Me diz a verdade, existe algum riscos para mim e ou as minhas irmãs por você estar aqui? ─ ela pergunta olhando bem dentro dos olhos dele.
─ Existe, eu não vou mentir para você, você salvou minha vida. Eu sou um lobo amaldiçoado, eu nasci com a maldição do lobo mau.
─ Isso é impossível, é uma condição muito rara e só os antigos viram isso acontecer uma vez com o lobo chamado Zairom. ─ ela levanta-se e olha pela janela, as suas irmãs brincando.
─ Eu sou o único filho dele, eu sou filho de Zairom.
─ Então minha família corre perigo com você aqui, você não poderá ficar... não mais! ─ seus olhos se enchem de lagrimas.
─ Eu já sabia, eu sou como uma bomba prestes a explodir. Eu aprendi técnicas de respiração com meus pais adotivos e autocontrole, isso me ajuda muito a controlar as minhas emoções, evitando que eu me transforme, mas se algo de ruim me irrita de verdade, eu perco o controle e a única coisa que existe a minha volta depois disso é a morte! Por isso é chamado de maldição, você mata tudo a sua volta, até mesmo aqueles que ama. ─ ele tenta levantar-se novamente, e vai caminhando segurando pelas frágeis paredes de barro.
─ Espera... Se me prometer que consegue se controlar de verdade, pode ficar por esta noite apenas. Amanhã estará completamente recuperado e poderá seguir o seu caminho. ─ ela novamente o leva até a cama.
─ Obrigado! Estou faminto, parece que não como a dias! ─ ele cai na cama de costas e passa as duas mãos na barriga.
─ Eu estou cozinhando frango para nós.
─ Hummmmm que cheiro gostoso! Se bem que com a fome que eu estou, sou capaz de comer qualquer coisa! ─ os dois riem.
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