12 - O SORO DA FÚRIA
No palácio dos lobos...
─ Comecem logo com isso, eu não tenho o dia todo! ─ Asfar impaciente observa o cientista preparar a injeção do soro.
Foi montado próximo ao trono um cercadinho de madeira e dentro dele está um cão enorme, semelhante a um cão São-Bernardo e um outro que se parece com um vira-lata pequeno.
─ Que os deuses me perdoem! ─ Armir injeta o liquido com uma seringa no cãozinho vira-lata, depois corre saindo do cercado.
Depois de alguns segundos, o pequeno animal se transforma e cresce praticamente dobrando o seu tamanho, suas presas ficaram enormes, assim como as suas garras, seus olhos ficaram vermelhos como o próprio sangue. O outro cão, apesar de ainda assim ser bem maior que o vira-lata, se encolhe todo com medo e começa a chorar, raspando suas unhas no cercado como se pedisse socorro...
─ Gostei disso! Por que não podemos usar ainda? ─ ele observa o cão, transformado em monstro assassino trucidar o outro, que nem se quer tentou se defender, apenas tentou fugir de todas as formas em vão.
─ Meu senhor, uma vez injetado o soro, o ser morre em poucos minutos! ─ Armir está com os olhos cheios de água, talvez com pena pela morte do cão indefeso no cercado e pela morte eminente do outro.
─ Mate-o logo de uma vez. ─ Asfar dá o comando e seus soldados disparam suas bestas no animal dentro do cercado. ─ Continue seus estudos, mas esteja certo que posso precisar do soro a qualquer momento.
─ Sim, meu senhor. ─ Armir retira-se da sala do trono.
─ Chame o chefe da guarda. ─ Asfar aponta para Lael, que imediatamente retira-se também.
Algum tempo depois, enquanto Asfar brinca com suas concubinas de pique pega...
─ AHHH VOCÊS SABEM O QUE ESTE LOBO VAI FAZER COM VOCÊS QUANDO ELE ALCANÇA-LAS?! ─ ele vai correndo pelos corredores indo de um lado para o outro, e as meninas correm sorridentes.
─ Senhor, mandou me chamar.
─ Mandei sim. Meninas, depois continuamos nos meus aposentos. ─ ele vai até o seu trono e senta-se.
─ Estamos recrutando os jovens de nosso reino, como o senhor me pediu.
─ Ganda, meu pai me falou pouco antes de morrer que existem humanos caçadores, capazes de matar qualquer fera deste mundo. O que sabe sobre isso? ─ ele aponta para uma das suas concubinas para que traga uma garrafa de vinho. ─ Quer um pouco?
─ Não senhor, obrigado. Eu pertenci a este clã de caçadores, eu era jovem, não terminei o treinamento lá, mas eu os vi derrotando muitas feras enormes e poderosas.
─ É, eu me esqueci completamente que você não é um lobo, foi trazido para cá ainda jovem e foi aceito na alcateia. Meu pai e o pai de Zalon o salvaram de um ataque de piratas na estrada, não foi isso?
─ Sim senhor, eu fui o único sobrevivente.
─ Eu quero que você vá até estes caçadores e traga os três melhores deles, não importa o preço que eles cobrem, só os avise que se trata da captura de um Lobo Mau. ─ nesse momento ele bebe o seu vinho.
─ Sim senhor, irei partir assim que meu cavalo estiver pronto. Se não me engano, são três dias de viagem até o clã deles.
─ Então pode ir, quanto antes partir melhor.
Na casa de Zalon.
─ TIOOO, TIAAAA... ─ ele entra em casa com as meninas e todos retiram os capuzes, ao ver a casa vazia grita para confirmar que seus tios não estão mesmo em casa.
─ Zalon?! Você está vivo?! ─ a tia dele ao ouvir a sua voz, desce as escadas apressadamente.
─ Por quê demorou tanto a aparecer?! Darv havia nos dito que você morreu ao cair no grande rio, disse inclusive que havia enviado buscas atrás do seu corpo. ─ o tio dele desce logo atrás.
─ Meus tios! ─ ele abraça os dois, e ambos estão muito emocionados. ─ Darv e Asfar querem me matar, eles descobriram que eu herdei a maldição do meu pai.
─ Zalon, depois de todos estes anos escondendo isso, o que aconteceu que o fez revelar este segredo para eles? ─ o tio dele pergunta. ─ Quem são estas meninas?
─ Ahhh, elas são minhas amigas, se não fosse por elas eu realmente estaria morto. Elas me acharam na beira do rio, curaram minhas feridas e me deram de comer! ─ ele diz, olhando para cada uma delas.
─ Isso não foi nada Zalon, no nosso vilarejo, qualquer um que o tivesse visto naquela situação, teria feito o mesmo. ─ Agatha.
─ É mesmo. ─ Eva sorrir enquanto fala.
─ Vocês parecem com fome, sentem na sala enquanto eu preparo alguma coisa para complementar a sobra do almoço, eu não
Todos vão para a sala e sentam-se nos sofás.
─ Tio, eu estava indo trabalhar naquele dia lembra? ─ ele observa o seu tio fazer que sim com a cabeça. ─ Eu e Drina, resolvemos cortar caminho por dentro da floresta, em um ponto em que adorávamos muito, naquele trecho onde é cheio de arvores gigantes... Então, justamente ali Asfar nos esperava com toda a sua gang, ele me desafiou pela liderança da alcateia e nós lutamos, eu estava perdendo feio, mas só perdi a cabeça de verdade quando ele ameaçou violentar a Drina, junto de toda a sua gang! Aquilo ferveu meu sangue, ainda mais depois dele afirmar que eles eram os violadores de virgens da alcateia! Os criminoso mais procurados do nosso reino.
─ Pelos deuses! Como um monstro desse foi se tornar o nosso alfa?! Zalon, eu sempre disse que você era apaixonado pela Drina, por isso você perdeu a cabeça quando a viu em perigo.
Nesse momento, Ayla fica com as bochechas vermelhas e olha para o chão entristecida.
─ Tio eu gosto dela, mas é como amigo e só. Ele já assumiu a liderança da alcateia? ─ Zalon pergunta.
─ Sim, ele assumiu a liderança por que o seu pai estava morrendo, bem... na verdade ele veio a falecer hoje pela manhã.
─ Aqui não é mais seguro para mim, eles me procuram, querem a minha cabeça a todo custo. Se eu ficar trago risco para vocês, eles vão se vingar de vocês.
─ Você ficará aqui, até depois do casamento. Ele está muito focado neste casamento e fará de tudo para que seja a maior festa de todos os reinos de Derôn!
─ Casamento? ─ Ayla pergunta.
─ Eu sou muito cabeça dura esqueci de dizer, ele pediu a mão de Drina em casamento e ela aceitou, provavelmente ele usou alguma coisa que a obrigasse com certeza, ela é louca por você e nunca aceitaria em condições normais, eu tenho certeza disso.
─ Tio, ela corre grande perigo! Ele é perigoso demais, emocionalmente instável e surta do nada, se transformando em um ser maléfico! ─ Zalon lembra-se de todas as atrocidades que já o viu fazer durante a sua infância e adolescência. Como na vez em que eles brincavam de pescar com as mãos dentro do rio e ao reparar que Asfar estava muito quieto olhando nas margens para dentro dele, Zalon e seus amigos foram ver o que tanto olhava. Era um pintinho afogado, todo amarrado em um barbante e preso a uma pedra na outra ponta. Ao ser questionado, ele simplesmente disse que estava brincando de pintinho mergulhador.
─ Esse cara é tão terrível assim ou você realmente está morrendo de ciúmes? ─ Ayla não se conteve e disse olhando na cara dele.
─ Você não sabe, mas o ataque do seu vilarejo com certeza foi por causa dele. ─ retruca.
─ Me desculpa, eu não sei porque disse isso?! ─ ela fica com as bochechas vermelhas.
─ Tudo bem. ─ disse Zalon, pegando na mão dela.
─ Hun! ─ Ayla dá um sorriso sem graça e puxa a mão.
─ Shiii, esses dois ai ainda vão acabar namorando. ─ Eva cochicha com a sua outra irmã.
─ Eu notei ela olhando para ele diferente, desde quando fazia os curativos nele. ─ Agatha fala com a sua irmãzinha no mesmo tom.
─ Venham comer, está na mesa. Venham. ─ a tia de Zalon chega na sala e chama a todos.
─ Oba! Estou morrendo de fome! ─ Zalon vai na frente.
─ Desculpem o nosso sobrinho, ele sempre foi um esfomeado! Parece que tem um buraco negro na barriga. ─ o tio dele fala e todos riem, enquanto vão sentando a mesa.
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