10 - A MORTE DE DARV
─ Me diz que o que acabei de ouvir não é verdade! ─ Asfar chega até um dos quartos luxuosos do palácio dos lobos caminhando apressadamente, vestido apenas de pijamas. Ele fala com um soldado que está na porta.
─ Zalon feriu mortalmente o seu pai meu senhor. ─ o soldado em momento algum olha nos olhos dele, sempre olhando para o chão em sinal de respeito.
─ Como vocês deixaram isso acontecer?! ─ ele entra empurrando a porta, vê os curandeiros tratando o ferimento com ervas e administrando doses de chá ao paciente. ─ Pai, eu vou me vingar daquele maldito! Ele vai pagar caro pelo que fez!
─ Meu filho, você não pode com ele, nenhum de nós pode. Contrate alguns homens... ─ ele para e respira profundamente.
─ Homens meu pai, você está delirando? Nenhum homem se compara com um lobo! ─ Asfar vira-se de costas.
─ Homens comuns não, mas existem homens que sozinhos já mataram muitos lobos ferozes, homens que vivem de caçar feras, eles gostam de aventuras, gostam de estar perto da morte. São caçadores muito hábeis e fortes, usam magia e encantamentos em suas armas, com isso adquirem vantagens contra qualquer fera deste mundo! Contrate os seus serviços e terá a sua vingança, sem nenhum esforço. Fale para o capitão da guarda e ele conseguira contrata-los, mas eles cobram caro por seus serviços... ─ Darv novamente dá uma respirada profunda, e fica dando uma após a outra enquanto geme de dor.
─ Pois é o que eu vou fazer meu pai. ─ ele pega a mão direita dele e a beija. ─ Ele vai sobreviver? ─ pergunta aos curandeiros.
─ Não senhor, ele não passa desta noite e está com muita dor, muita dor mesmo. ─ diz o curandeiro mais velho.
─ Termine com o sofrimento dele. ─ diz olhando fixamente para a face de dor de seu pai.
─ Mas senhor! Eu não posso...
─ AHHHHHHHHH! ─ ele pega a espada de seu pai que estava ao lado da roupa dele e a crava bem no meio dos seus peitos, ele a empurra até o cabo. ─ Ele teria feito o mesmo por mim! ─ diz chorando. ─ Peçam para aprontar a minha carroça, terei um dia cheio hoje. ─ ele retira-se do quarto andando rapidamente, enquanto seca as lagrimas.
Algum tempo depois...
─ Minha filha acorda, acorda, ACORDA DRINAAAAAA!
─ Mãe?! O que houve?! ─ Drina pula da cama assustada.
─ Asfar está lá embaixo com o seu pai, ele veio pedir a sua mão em casamento.
─ Ãnnnnnnnhhhhhhhhhh? Que horas tem mãe?! ─ ela cai de bruços na cama e fechas os olhos relaxando completamente o corpo.
─ São 7 horas, levanta logo filha! Ele disse que tem o dia muito cheio hoje, mas que precisava resolver logo essa questão. Antes de responder pense muito bem no que eu já disse a você, se você disser não sabemos do que ele é capaz filha! ─ ela sacode a Drina com força.
─ Esta bem, eu já vou descer, mas eu só dou a minha resposta depois de ver o corpo de Zalon, esse foi o trato. ─ ela aponta para a sua mãe ao dizer o final da frase, antes de entrar no banheiro.
─ Ai meus deuses! Ponham juízo na cabeça dessa menina. ─ a mãe dela desce as escadas apontando as mãos para o céu enquanto fala.
Em Kirtus.
─ Caramba! Ele dorme feito uma pedra, eu já sacudi ele com todas as minhas forças e ele nem se mexe! ─ Ayla sacudindo o corpo de Zalon bem forte, mas ele não acorda.
─ Ele é um dorminhoco isso sim! Se nosso pai estivesse aqui, duvido ele dormir desse jeito ai! ─ Agatha observando ele dormir sentada na cama, ela está fazendo careta.
─ Eu já consegui o nosso disfarce para entrar na Floresta Negra sem sermos vistas. ─ ela mostra os mantos negros para suas irmãs.
─ Que legal! ─ Eva pega o menor e já vai experimentando.
─ Irmã, eles também morreram no ataque? ─ Agatha pergunta.
─ Eu não vi nenhum deles mortos, acho que fugiram. ─ Ayla levanta-se e vai até a chaleira que está com a água fervendo.
─ Vou aproveitar que ele dorme feito uma pedra, e vou fazer um café bem reforçado para nós!
─ OBAAAAA! Eu estou cheia de fome. ─ Eva comemora.
Na floresta.
─ Ai vem ela. ─ um homem de idade já avançada vestido em uma armadura, ele está sentado no sofá ao lado de Asfar.
─ Oi. ─ Drina ao avistar o seu pretendente.
─ Estou aqui para ouvir a sua resposta, lembra-se da proposta que eu te fiz? ─ após acenar com a cabeça para ela, ele levanta-se.
─ Claro que lembro meu senhor, mas você sabe que fizemos um acordo. ─ ela retruca.
─ Meus homens o encontraram morto, Laza está aqui e pode confirmar tudo. O corpo estava deformado demais, inchado e em grande parte comido pelos peixes. Eu não iria fazer você ver essa cena horrível, e imediatamente mandei queima-lo. ─ ele pega a mão dela e beija lentamente.
─ É verdade minha filha, eu havia lhe dito assim que cheguei em casa que o corpo dele estava deformado, e realmente ele estava horrível! Você não suportaria olhar para ele! ─ o pai dela após falar, faz sinal com a cabeça chamando a sua esposa e ambos saem da sala.
─ Eu ainda não quero acreditar que ele morreu! ─ Drina cai em prantos e senta-se no sofá.
─ Por isso fiz questão de enviar seu pai pessoalmente para buscar o seu corpo, eu sabia que você só confiaria na palavra dele. Eu tenho um dia cheio hoje, gostaria de ouvir a sua resposta agora.
─ Eu não... ─ ela ainda chora muito, sentada no sofá e debruçada no braço dele.
─ Eu serei o rei deste mundo inteiro, e não vou começar a escrever o meu nome na historia de Derôn sendo rejeitado por uma mulher! ─ ele segura o cabo da sua espada e olha ameaçadoramente para ela, enquanto a sua boca chega a ficar torta e seus olhos a vagar em direção dos olhos dela, como se ele pensasse, apenas pensasse na hipótese da resposta ser não.
─ Calma... por favor calma! ─ ela limpa as suas lagrimas. ─ Eu me caso com você, mas peço encarecidamente que dê a meu pai o posto de comandante das suas tropas.
─ Você não está em posição de pedir mais nada. ─ ele agarra ela pelo pescoço e a suspende no ar. ─ Vou dar a ele um cargo alto, porque o pai de minha mulher não pode ser um mero soldado! ─ quando ela já ficava rocha sem respirar, ele a larga no chão.
─ Você é louco! ─ Drina passando as mãos no pescoço enquanto senta-se no chão.
─ Arrume as suas coisas, amanhã cedo meus homens virão buscar você e seus pertences. ─ ele vira-se de costas dá um passo, para e diz; ─ O casamento será realizado o mais rápido possível, eu darei uma grande festa, quero que seja inesquecível ao ponto de ser anunciado em todos os reinos de Derôn! ─ ao acabar de falar ele vai embora.
Algumas horas depois, no palácio central dos lobos...
─ Mandou me chamar senhor? ─ um senhor baixinho, gordinho e careca que usa óculos fundo de garrafas.
─ Sim, meu pai havia me contado estes dias, que você Armir está desenvolvendo um soro de guerra para nossos soldados. ─ Asfar está sentado em seu trono, todo esparramado, visivelmente alcoolizado.
─ É verdade meu senhor, estou muito perto de conseguir o equilíbrio entre os elementos da formula que compõe o soro da fúria. ─ diz orgulhoso o pequeno Armir.
─ Eu quero ver um teste, agora. ─ Asfar faz sinal para a bela jovem que segura uma bandeja cheia de uvas ao seu lado, ela vai até ele e põe uma uva apenas em sua boca, depois volta para o seu lugar.
─ Mas meu senhor, os efeitos colaterais ainda são muito severos... ─ diz gesticulando, mas é interrompido.
─ Eu disse agora Armir, vai e volta com uma dose para o teste. ─ ele acaba de falar e gesticula com as duas mãos para que o cientista saia logo da frente dele, e novamente chama a jovem com a bandeja de uvas, a segura pela cintura enquanto ela vai colocando as uvas em sua boca.
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