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Capítulo Vinte e Seis

Theodoro Vinro:

A escuridão se desfez, revelando lentamente um quarto majestoso, adornado com móveis opulentos e tapeçarias luxuosas, como se pertencesse a um rei de tempos antigos. Cada detalhe parecia saído de uma lenda, do lustre dourado que balançava suavemente no teto ao veludo pesado que pendia das janelas, abafando os sons do mundo exterior. No centro do quarto, sobre uma cama grandiosa com colchas de seda escura, repousava um homem cuja figura me era estranhamente familiar — uma visão que já havia habitado meus sonhos mais perturbadores.

Ele estava sentado à beira da cama, seu olhar fixo na janela à sua frente, como se estivesse absorto em pensamentos impossíveis de alcançar. Mas o que realmente capturou minha atenção foram seus olhos. Olhos de um tom roxo profundo, misteriosos e hipnotizantes. Fiquei imóvel por um instante, a respiração presa no peito, como se o ar ao redor tivesse se tornado denso demais para ser inalado.

Quando ele se virou lentamente em minha direção, fui tomado por uma onda de choque que fez meu coração disparar. Não era apenas o movimento que me assustava, mas a maneira como seus olhos reluziam com uma luz etérea, uma intensidade sobrenatural que parecia penetrar na minha alma. Havia algo terrivelmente familiar, quase ancestral, naquelas íris roxas, como se contivessem segredos sombrios e incontáveis eras de sofrimento.

Um arrepio gélido percorreu minha espinha, e a sala, apesar de sua grandiosidade, de repente parecia pequena e sufocante, como se eu estivesse sendo envolvido por forças invisíveis e opressoras. Senti uma tensão crescente no ar, como se o tempo tivesse parado e tudo estivesse à espera daquele momento, daquele encontro.

As palavras estavam presas em minha garganta, e a única coisa que eu conseguia fazer era encarar o brilho ameaçador em seus olhos, sentindo o calafrio de medo e fascinação me envolver por completo.

— Devo dizer que não esperava que você se entregasse tão facilmente, especialmente depois de ter invadido as masmorras em busca do meu filho — ele falou com um sorriso malicioso, a voz carregada de uma mistura de diversão e ameaça. A risadinha que se seguiu foi como o som de vidro quebrando em uma sala vazia, fina e cortante. Seus olhos continuavam fixos em mim, penetrantes, como se pudessem ver cada segredo que eu tentava esconder.

Eu engoli em seco, sentindo o peso das palavras dele me pressionar, cada sílaba impregnada de uma autoridade fria que fazia o ar ao redor parecer mais denso, quase sufocante. Ele levantou-se com uma elegância quase sobrenatural, como se fosse feito de sombras e poder, a figura alta e imponente refletida no brilho suave do quarto.

— Mas, devo admitir, foi uma falta de cortesia da minha parte não me apresentar adequadamente, — ele continuou, com um toque de sarcasmo envenenado em sua voz. — Eu sou Daymon, o Rei de Scrapbooks.

Quando ele pronunciou seu nome, algo dentro de mim se agitou. O nome carregava um peso antigo, uma força que parecia reverberar pelo próprio tecido do tempo e do espaço. Eu o senti como uma onda invisível, um choque de reconhecimento que percorreu minha espinha. Daymon. O nome que sussurravam nas sombras, o nome que tinha se perdido nas lendas e histórias proibidas.

O ar entre nós parecia vibrar, e embora seu tom fosse casual, cada palavra era um lembrete claro de quem ele era — um rei imortal, um ser cujos caprichos podiam decidir destinos inteiros. O silêncio que se seguiu após sua apresentação era opressor, como se o próprio quarto estivesse aguardando a minha resposta, mas a única coisa que eu conseguia fazer era tentar controlar o medo crescente que se enraizava em meu peito.

— Rei Daymon — falei, tentando manter a compostura, mas sentindo meu coração bater acelerado contra o peito. Cada fibra do meu ser gritava para que eu fugisse, mas algo me impedia, como se estivesse preso naquele momento, atado a uma força invisível e implacável. Para minha surpresa, ele se ajoelhou diante de mim, um gesto tão inesperado que o choque me deixou ainda mais confuso. Um rei se ajoelhando? Aquilo não fazia sentido.

— É uma honra estar na presença daquele que esperei por tanto tempo. Aquele que será meu sucessor. — Suas palavras ecoaram no silêncio, carregadas de uma solenidade que fez o ar ao meu redor parecer pesado. A expressão, antes imponente e distante, suavizou. Havia algo em seus olhos que misturava reverência com uma estranha familiaridade, como se ele estivesse diante de alguém que conhecia há muito tempo, mas com quem só agora poderia se conectar plenamente.

— Você... sabe quem eu sou? — minha voz saiu vacilante, incapaz de esconder a incerteza que me consumia. O que ele via em mim que eu não conseguia compreender? Minha mente estava repleta de perguntas, e a ideia de ser seu sucessor parecia tão absurda quanto o próprio ato de ele se ajoelhar.

Daymon apenas sorriu, um sorriso enigmático que parecia conter séculos de segredos enterrados nas profundezas de sua alma.

— Claro que sei — respondeu ele, sua voz firme, mas com uma gentileza inesperada. — Eu reconheço em você uma parte da minha própria alma. Está entrelaçada com a sua, assim como a energia dos outros dois territórios que correm em suas veias. — Ele fez uma pausa, estudando meu rosto com uma intensidade quase paternal. — Eu deveria tê-lo recebido de maneira mais digna.

Com um gesto suave, ele apontou para a janela. Lá fora, como se em resposta a uma ordem silenciosa, o céu noturno explodiu em cores. Fogos de artifício rodopiavam no ar, seus brilhos intensos iluminando o ambiente em tons vibrantes. Mas havia algo de estranho naquela exibição. As luzes não traziam alegria ou celebração; em vez disso, cada explosão carregava um peso sombrio, como se a beleza dos fogos escondesse algo maligno e profundo.

— Meu filho sempre exagera nas festas — Daymon continuou, balançando a cabeça com uma expressão mista de desaprovação e carinho. — Dy e Quil, os mais tolos, aceitam de bom grado essas frivolidades. Onde já se viu, não se comportarem como verdadeiros monarcas?

Havia um cansaço em sua voz, uma exaustão que parecia ultrapassar as palavras. Ele suspirou profundamente, como se a mera lembrança de seus filhos fosse um fardo que ele não poderia mais carregar. A maneira como falava, cada nome que pronunciava, parecia pesar em sua língua, como feridas abertas que nunca cicatrizavam completamente.

— Drengsus é uma criança tola, assim como os outros. Menos minhas filhas, que são verdadeiramente maravilhosas. Sabia que ele me prendeu aqui com um feitiço? E ainda teve a ousadia de culpar Madara por tentar me matar. — Sua voz carregava uma amargura que ele tentava mascarar, mas não conseguia esconder completamente. Era como se ele estivesse falando de traições antigas e decepções profundas, histórias que haviam marcado sua vida de maneiras irreparáveis.

Fiquei em silêncio, cada palavra dele se infiltrando em minha mente enquanto eu tentava processar a enxurrada de informações. Fogos de artifício continuavam a explodir no céu, refletindo a confusão e o caos que cresciam dentro de mim. Eu não sabia em quem ou no que acreditar. O rei, com todo o seu poder e mistério, estava preso a um feitiço? E seus próprios filhos estavam envolvidos?

— Mas por que não escapa? — perguntei, as palavras escapando antes que eu pudesse pensar melhor.

Ele soltou uma risada amarga, apontando ao redor do quarto.

— Onde você acha que está o meu corpo? — Ele olhou ao redor, seus olhos roxos faiscando de algo próximo ao desprezo. — O feitiço me uniu a este quarto. Não posso sair, mas posso estender minha influência... posso trazer certas coisas para cá, como fiz com você. Antes de destruir as masmorras com seu poder e... matar todos os que estão presos lá.

Minhas pernas quase cederam. A revelação caiu como uma pedra em meu peito, pesada e sufocante. O homem diante de mim, o rei com quem eu estava dialogando, acabara de confessar, com uma calma fria, que estava planejando uma carnificina, e eu fazia parte daquele jogo de manipulações e segredos. O peso de sua presença e de suas palavras me puxava para um abismo de incerteza e terror.

— Preciso que me ajude a acabar com essa tolice — a voz do rei soou com uma urgência que eu ainda não tinha ouvido antes, como um trovão abafado prestes a explodir em uma tempestade inevitável. — Meu filho... ele vai destruir a todos em poucos instantes ao tentar colocar a coroa em sua cabeça. Aquela coroa não foi feita para ele. Ela deve ser colocada na sua cabeça, Theo.

Meu coração parou por um segundo ao ouvir meu nome sair dos lábios de Daymon. O peso de suas palavras parecia esmagador, como se o destino do mundo estivesse sobre meus ombros, uma responsabilidade que eu nunca havia pedido. Antes que eu pudesse responder, mais fogos de artifício explodiram no céu, enchendo o ar com estalos ensurdecedores e luzes que pintavam a escuridão em cores vibrantes e ameaçadoras.

Mas agora, as explosões não eram apenas festivas. Cada estalo no céu parecia marcar a contagem regressiva para algo terrível, algo que eu mal conseguia compreender, mas sentia com cada fibra do meu ser. O brilho dos fogos refletia na expressão de Daymon, que alternava entre desespero e determinação.

— Por que eu? — perguntei, minha voz tremendo com o peso da situação. — Por que eu teria que colocar a coroa? Eu nem sei quem você realmente é... ou quem eu sou para tudo isso.

Daymon se aproximou lentamente, sua figura alta e imponente lançando uma sombra sobre mim, mas sua expressão suavizou com algo que parecia ser compreensão.

— Porque você é o único que pode resistir à maldição da coroa — ele respondeu, sua voz baixa, mas firme, como se estivesse revelando um segredo proibido. — Ela foi feita para alguém como você, alguém cujo sangue carrega a força de três territórios. Se meu filho tentar tomá-la, ele não apenas se destruirá, mas destruirá tudo o que tocamos, incluindo este reino e os outros que dependem de nós. — Ele suspirou, sua frustração quase palpável. — Theo, não temos tempo. Ele está prestes a cometer o maior erro de todos, e você é o único que pode impedir isso.

Senti o peso das suas palavras me esmagando, a responsabilidade crescendo dentro de mim como uma tempestade prestes a desabar. O som dos fogos de artifício continuava, mas agora eles soavam distantes, abafados pelo turbilhão de pensamentos que girava em minha mente. Tudo o que eu achava saber sobre mim estava se despedaçando diante de algo muito maior, muito mais perigoso do que eu poderia imaginar.

— E se eu falhar? — minha pergunta saiu como um sussurro, quase inaudível, mas Daymon ouviu. Ele me olhou com olhos que, apesar de toda a sua gravidade, carregavam uma ponta de esperança.

— Você não vai — ele disse, com uma firmeza que parecia inabalável. — Você nasceu para isso, Theo. Essa é sua herança, sua verdadeira identidade, e está na hora de você aceitá-la.

O silêncio que se seguiu foi interrompido por mais uma explosão no céu, maior e mais vibrante, como se o próprio universo estivesse aguardando minha decisão. O tempo estava se esgotando, e eu sabia, no fundo do meu ser, que aquele momento mudaria tudo.

— Como eu faço isso? — perguntei, minha voz hesitante enquanto o peso da responsabilidade crescia em meu peito. O rei, porém, sorriu amplamente, como se já soubesse a resposta há muito tempo.

— Eu tenho um plano — disse ele, seu tom confiante, quase tranquilizador. — Mas, para que funcione, você terá que usar todos os espíritos que estão dentro do livro. Deve chamá-los, trazê-los até aqui, e fazê-los lutar por você. Só assim conseguirá reivindicar o seu nome de direito.

Meus olhos desceram até o livro que agora estava em minhas mãos, o "Livro dos Ocultos". Suas páginas antigas exalavam um poder sombrio, quase palpável. O couro da capa parecia pulsar sob meus dedos, como se os espíritos ali presos estivessem aguardando o momento de serem libertados.

— Você quer que eu liberte todos eles? — perguntei, sentindo um calafrio percorrer minha espinha. — Eu fiz isso com um dos nomes que estava aqui, mas com tantos outros... seria poder demais para controlar. Eu poderia destruir tudo.

As palavras saíram em um sussurro nervoso, como se o medo de sequer considerar aquela ideia fosse demais para suportar. Meu coração batia descompassado, e a magnitude do que Daymon me pedia era assustadora. Um espírito já havia sido quase insuportável de controlar, e agora ele queria que eu libertasse todos?

O rei, no entanto, manteve seu olhar firme, seus olhos roxos reluzindo com a luz dos fogos de artifício do lado de fora. Seu semblante sério não demonstrava nenhum pingo de dúvida.

— Sim, será muito poder — ele admitiu, sua voz grave, mas sem hesitação. — Mas você não está sozinho. Esses espíritos não são seus inimigos, eles estão à espera de alguém que os conduza. Você deve provar a eles que é digno de seus nomes, e então, eles lutarão por você.

Eu engoli em seco, sentindo o peso da escolha que me era oferecida. Tinha medo, muito medo, mas havia algo na maneira como Daymon falava que me fazia acreditar que, talvez, ele estivesse certo. Talvez eu pudesse controlar aquela força, aquela vastidão de poder que se escondia nas páginas do livro.

— E se eu perder o controle? — perguntei, a voz tremendo.

Daymon se aproximou, colocando uma mão firme em meu ombro, seu toque quente e reconfortante.

— Você só perderá o controle se duvidar de si mesmo — disse ele, a voz profunda e reconfortante. — Confie em seu poder, Theo. Você é mais forte do que imagina. E lembre-se, você não está lutando sozinho. Esses espíritos anseiam por uma chance de serem livres, de lutarem pelo que acreditam. Mostre a eles que você é o líder que eles esperaram por tanto tempo.

O silêncio que se seguiu parecia infinito, enquanto eu processava tudo o que ele dizia. A tensão no ar era palpável, mas ao mesmo tempo, havia uma faísca de esperança. Eu sabia que o tempo estava se esgotando, que cada segundo nos aproximava do desastre que Daymon havia previsto.

Eu segurei o livro com mais firmeza e inspirei fundo, tentando acalmar o turbilhão de pensamentos que rodopiavam em minha mente.

— Tudo bem — respondi, finalmente. — Eu vou tentar.

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O rei me contou seu plano em detalhes, cada palavra carregada de urgência e esperança. No entanto, antes que eu pudesse reagir, as sombras me engoliram novamente, puxando-me para longe da realidade e jogando-me em um novo cenário. Dessa vez, eu estava atrás do trono que havia visto em meu último sonho. A sala estava lotada, e a multidão se reunia abaixo do trono imponente. Ao longe, vi os prisioneiros sendo trazidos em fila, amarrados e com olhares desesperados. Meu coração disparou ao reconhecer rostos familiares entre eles: Simon, Fred e Madara lutavam contra suas amarras, tentando se libertar.

Drengsus, majestosamente vestido, passou por eles com um sorriso frio, indiferente à dor dos outros.

— Meu admirado povo, hoje é o dia em que Madara receberá sua sentença — Drengsus proclamou com uma voz forte, ressoando pela sala. A multidão explodiu em aplausos, como se estivessem assistindo a um espetáculo. Meu coração acelerou ainda mais, o desespero me consumindo. — Nosso rei não está presente, pois ainda se recupera em seus aposentos, mas me deu permissão para prosseguir com o julgamento e a execução do meu querido irmão. — Seus olhos brilharam com malícia ao mencionar Madara. — Além disso, ele me entregou a coroa por direito, na presença de nossa querida rainha Dy e do rei Quil.

Quil, o rei de Staruitopia, levantou-se do seu lugar e acenou solenemente, como se estivesse dando sua bênção àquela cruel cerimônia.

— Para esta coroação, tenho presentes — Drengsus continuou, um sorriso tortuoso se formando em seus lábios. Ele ergueu um punhal ornamentado e o lançou ao ar. De repente, quatro mulheres emergiram das sombras, sendo colocadas ao lado dos prisioneiros. Elas lutavam com ferocidade, seus olhos faiscando de ódio. — Trouxe as queridas irmãs do Senhor Drengsus.

Fred e Madara, ainda amarrados, olharam para as mulheres com um misto de raiva e desespero, seus rostos pálidos de reconhecimento. O ar ficou mais pesado, a tensão era palpável.

A Rainha de Katteasha, sentada majestosamente ao lado de Drengsus, bateu palmas lentamente, o som ecoando pela sala como um toque de aviso sombrio. Ela se levantou com uma graça fria, pegando um jarro pequeno e ornamentado de seu lado. Com um gesto suave, ela o jogou para um dos cavaleiros que estavam de guarda. O jarro caiu com um som surdo em suas mãos, e eu pude ouvir um leve choramingo vindo de dentro.

— Como prova de minha benevolência — a rainha disse com um sorriso venenoso —, capturei seu irmão, Narut, que causou confusão entre as raposas espirituais.

As palavras dela cortaram o ar como lâminas, enquanto o murmúrio de espanto se espalhava pela multidão. Meu coração parecia querer sair do peito, minha mente girava com a ideia de todos aqueles que eu conhecia sendo arrastados para aquele terrível julgamento. Eu sabia que precisava agir, e rápido.

A tensão na sala era sufocante, cada movimento dos prisioneiros, cada palavra de Drengsus e da Rainha de Katteasha, parecia agravar o desespero que pairava no ar. As quatro mulheres, agora ao lado de Fred e Madara, se debatiam com uma força assustadora, seus olhares cravados nos irmãos como feras prontas para atacar. O reconhecimento e a dor estavam estampados nos rostos de Fred e Madara, enquanto eles tentavam processar a presença de suas irmãs naquela situação sombria.

A multidão, animada e alheia ao sofrimento diante deles, murmurava em excitação, ansiosa pelo espetáculo que estava prestes a acontecer. Drengsus, com um sorriso cruel, dirigiu-se ao povo mais uma vez.

— Hoje é um dia de julgamento, sim, mas também de glória! — ele exclamou, suas palavras infladas de arrogância. — A traição será punida, e a justiça reinará. Mas antes que a sentença seja cumprida, precisamos assegurar que todos os laços sejam devidamente... resolvidos.

Ele lançou um olhar significativo para as quatro mulheres ao lado dos prisioneiros, e meu estômago revirou de angústia. Sabia o que viria a seguir.

— Minhas irmãs, — Drengsus continuou, aproximando-se delas, — sempre fiéis ao nosso reino, finalmente têm a chance de enfrentar aqueles que as traíram. Não é assim, meus caros?

As mulheres olharam para ele com olhos cheios de fúria e, ao mesmo tempo, de dor. Fred tentou falar, mas suas palavras saíram como um gemido sufocado, enquanto Madara continuava a se debater, seu rosto contorcido em desespero silencioso. O rei de Scrapbooks estava ausente, preso por seu próprio feitiço, e eu sentia o peso do tempo se esgotando rapidamente.

Eu sabia que a chave para deter aquilo estava comigo — o livro. O "Livro dos Ocultos" estava queimando em minhas mãos, quase vibrando com a energia dos espíritos que aguardavam ser libertados. O plano de Daymon passava pela minha mente em fragmentos: eu deveria chamar os espíritos, usá-los para lutar contra Drengsus e impedir que ele tomasse a coroa.

Meus pensamentos corriam enquanto observava o espetáculo sombrio se desenrolar à minha frente. As mulheres deram um passo à frente, posicionando-se ao redor de Fred e Madara, e a multidão prendeu a respiração. A execução estava prestes a começar.

Não havia mais tempo para dúvidas.

Com um movimento rápido, abri o livro, suas páginas emitindo um brilho frio e azul. As palavras escritas ali eram antigas e poderosas, quase indecifráveis, mas algo dentro de mim parecia entendê-las. Senti os espíritos despertando, suas presenças emergindo do fundo do livro como uma maré furiosa. Um arrepio percorreu minha espinha quando suas vozes sussurraram, reconhecendo minha convocação.

Eu dei um passo à frente, ainda oculto pelas sombras, mas o poder em mim crescendo, preenchendo cada parte do meu ser.

— Drengsus! — minha voz ecoou pela sala, cortando o silêncio pesado. Todos se viraram para me olhar, incluindo o próprio Drengsus, que arqueou uma sobrancelha, surpreso com minha interrupção. A multidão, que antes aplaudia, agora observava em confusão.

— Quem ousa interromper meu julgamento? — ele rugiu, sua expressão se contorcendo de raiva. Ele deu um passo à frente, e a coroa em suas mãos brilhou sinistramente.

Eu respirei fundo e olhei diretamente em seus olhos, sentindo o poder dos espíritos atrás de mim, prontos para agir.

— Alguém que não permitirá que você tome o que não é seu por direito — declarei, minha voz cheia de uma força que eu nunca soubera possuir.

As sombras ao meu redor começaram a se mexer, e as presenças dos espíritos emergiram ao meu lado, envolvendo-me como guardiões invisíveis. Drengsus deu um passo atrás, seus olhos se arregalando ao sentir o poder que eu estava invocando. A sala inteira mergulhou em um silêncio mortal, enquanto o destino do reino pendia na balança.

— Eu sou Theo, e estou aqui para reivindicar a coroa. Você não é digno dela.

As palavras ressoaram pelo salão, e naquele momento, senti o poder dos espíritos se fundir com o meu, pronto para a batalha que estava prestes a começar.

O salão mergulhou em um silêncio espesso, como se o próprio ar estivesse esperando pela próxima batida do destino. Todos os olhos estavam fixos em mim, o "Livro dos Ocultos" ainda tremendo em minhas mãos, enquanto os espíritos ao meu redor começavam a se manifestar nas sombras. Eu podia sentir suas presenças, sentia o poder que emanava de cada um deles, prontos para lutar, prontos para reivindicar o que era meu por direito.

Drengsus, no entanto, não parecia intimidado. Seus olhos fixaram-se nos meus, carregados de ódio e desprezo, mas havia algo mais ali, algo que eu não conseguia decifrar completamente. Ele deu um passo à frente, segurando a coroa com mais firmeza, como se fosse um símbolo de tudo que ele havia esperado por tanto tempo.

— Você? Reivindicar a coroa? — ele zombou, sua voz cheia de desprezo. — Que tolice é essa? Quem é você para se colocar no meu caminho? — Ele riu, uma risada fria e cortante que ecoou pelas paredes do salão. A multidão, antes perplexa, começou a murmurar entre si, inquieta.

Eu respirei fundo, o peso do momento pressionando meus ombros, mas a presença dos espíritos me deu forças. Eles sussurravam em meu ouvido, vozes ancestrais que me guiavam, que me diziam que eu estava no caminho certo. Eu não podia hesitar.

— Eu sou o sucessor — declarei, minha voz firme. — A coroa pertence a mim, e você não tem o direito de usá-la.

Os murmúrios na multidão aumentaram, e eu vi os olhos de Fred e Madara se arregalarem, cheios de esperança e desespero. O olhar de Drengsus se estreitou, sua expressão endurecendo. O ambiente estava à beira do caos, e eu sabia que cada segundo contava.

Drengsus ergueu a coroa acima de sua cabeça, os olhos fixos em mim como se quisesse me esmagar com sua vontade. O salão inteiro prendeu a respiração. Ele estava prestes a cometer o erro fatal, o erro que Daymon havia temido.

— Hoje, eu serei coroado rei — ele declarou, sua voz agora fervendo com determinação. — E ninguém, nem mesmo você, Theo, poderá me impedir.

Ele começou a abaixar a coroa em direção à sua cabeça, a luz refletindo nos metais antigos como um brilho amaldiçoado. O tempo parecia desacelerar. Os espíritos ao meu redor se agitaram, sentindo o perigo iminente, e eu sabia que o momento decisivo estava prestes a acontecer.

— Não! — gritei, estendendo a mão, sentindo o poder dos espíritos que chamava, tentando detê-lo. Mas Drengsus apenas sorriu, um sorriso frio e implacável.

A coroa estava a poucos centímetros de sua cabeça.

E então, no último instante, tudo ao redor parou. O ar no salão tornou-se pesado, como se o próprio tempo estivesse prestes a desmoronar. Um suspense avassalador tomou conta de todos. O destino do reino estava a um fio de ser selado.

Drengsus, com um brilho sombrio nos olhos, colocou a coroa.

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