Capítulo 1 - Na estação
Rachel
Sabe a sensação de não se encaixar em determinado lugar? Sentir como se não pertencesse mais precisasse está ali?
Era como eu estava me sentindo, perdida em um mundo completamente diferente do que eu sempre vivi, porém, de fato não poderia voltar para casa por mais que eu amasse o lugar de onde vim, tudo ali me lembrava dor e sofrimento que eu não quero sentir nunca mais.
Depois de longas horas de viagem o trem parou na estação Central da Irlanda, me dirigi para a porta de saída, um pouco confusa e sem saber para onde ir aperto a mão envolta da alça da mochila, ao passar os olhos por toda aquela multidão desconhecida, minha atenção se volta para um casal que está a minha frente ambos parecem felizes, por alguns breves segundos me lembrei de como já fui feliz também, até então que eu conheci o amor e o seu lado mais obscuro e perdi o encanto. Balancei rapidamente a cabeça para espantar esse pensamentos e como se não pudesse ficar pior acabo tropeçando nos cadarços soltos do tênis e por vez batendo sem querer no ombro de um homem, não sabia onde colocar meu rosto estava vermelha de vergonha.
— Me desculpe moço! Sussurro sem levantar a cabeça para o olhar, tenho que admitir que esperava uma resposta tipo " está desculpada ", porém apenas oque pude ouvir foram risos, confesso que fiquei chateada e então me virei para o lado oposto, respiro fundo e posso perceber que ele ainda está no mesmo lugar parado me olhando, quando parece resolver se aproximar novamente.
—Desculpe-me pelos os risos, não estava zombando de você se foi oque pensou, só achei engraçado. — Ele disse se explicando.
Ao ouvir sua explicação, resolvi me virar e olhar fixamente em seus olhos. Aqueles olhos me lembravam o céu em dias nublados e me deixaram fascinada, mas logo meu pensamento foi interrompido.
—Ei, tá aí? — Movimentando os dedos em frente ao meu rosto ele perguntou.
— Sim, eu só... Bom, é...
Simplesmente não consegui formular nenhuma frase, e ele pareceu gostar disso, pois me presenteou com mais uma risada.
— Permita-me apresentar, sou Richard Freeman. — Ele ofereceu a mão, e com certa desconfiança eu a segurei e balancei levemente. — Não precisa conversar muito com você para perceber que não é daqui, sou dono de uma boa parte desse condomínio. — Richard aponta para um enorme prédio a nossa frente, que eu não havia reparado antes. — Que tal tomar um café comigo? Sugere ele, como um sorrisinho irônico e ao mesmo tempo firme.
Sei que é extremamente errado e um pouco perigoso sair com desconhecidos, mas não posso recusar, irei arriscar.
Balancei com a cabeça que sim, ele começa a caminhar e eu o acompanho observando tudo oque é novo pra mim.
— Rachel é um nome muito bonito. — O Sr. Freeman elogia com às mãos em seu casaco cinza.
Escuto a voz dele um pouco distante, espera um pouco... Como? Mil coisas se passaram pela a minha mente.
Então lhe perguntei franzido às sobrancelhas.
—Oi?
Ele pareceu notar a surpresa ao ver meu nome ser dito pelos seus lábios. Afinal, eu não havia me apresentado, havia!?
—Na mochila, tem seu nome. — Sorrindo ele fala, e parece ser uma cortesia de sua parte.
— Ah, sim, a mochila! Eu parecia uma criança perdida que concordava com tudo.
Não sei de fato se ele realmente diz ser quem é, pode ser um traficante talvez drogado, uma das piores pessoas existentes no mundo, porém resolvi ser otimista e tentar. Independente do que acontecerá é uma nova fase em minha vida.
Não andamos muito para me deparar com uma cafeteria, confesso que muito refinada por sinal.
Ao chegarmos na porta ele colocou a mão na minha cintura e dando um sorriso de canto disse:
— Entre. Empurrei a porta de vidro e entrei em seguida ele me pediu para escolher uma mesa, passei o olhar de canto a canto e então dei um passo para trás sem apontar sussurei:
—Aquela ali, do lado esquerdo no final. Nos sentamos e ele coloca seus cotovelos em cima da mesa e cruza os dedos em frente ao seu rosto.
— Então, Rachel precisa de um lugar pra ficar certo?
— Sim, preciso. — Respondi encarando aqueles olhos que me lembram o dias nublados.
— Bom, posso te oferecer um lugar pra ficar, porém, terá que arcar com às despesas não posso dar a você de graça e acredite isso me corta o coração, eu sigo ordens e são bem rígidas entende? — Enfim.. Oque deseja comer? Ele perguntou me dando o cardápio.
— O que você me indica? Pergunto colocando o cardápio novamente na mesa e ele sempre me retribui dando seu típico sorriso charmoso.
— Sabe, gostei de você. Creio que seremos bons amigos. — Ele acena com a mão e o garçom vem rapidamente. — Eu quero dois Expresso, Bacon com ovos e torradas. Em seguida o rapaz se retirou mais não demorou muito para que ele voltasse a nossa mesa com aquele prato apetitoso que foi colocado centralizado nas nossas frentes, e nossa aquele cheiro invadiu minhas narinas, não pude deixar de comentar.
— Hmmmm, parece que está tudo uma delícia. — Disse pegando o garfo e a faca que se encontravam ao lado do prato.
— Vamos descobrir se o gosto é tão bom quanto o cheiro.
Depois de terminar ele acena e o moço vem com um bloquinho na mão.
— Deu 20$ senhor. — Ele arranca a folhinha e dar ao Richard.
É muito justo que eu pague metade mesmo sendo pouco o dinheiro que tenho aqui, dá para pagar, afinal ele está sendo muito gentil comigo!
— Aqui minha parte! — Tirei o dinheiro do bolso, mais antes que minha mão pudesse chegar a do garçom ele rebateu para baixo.
— Você está louca? — Perguntou um pouco alterado.
Fico encolhida e envergonhada, será que fiz algo inadequado?
— Oque houve? — É o mínimo que eu posso fazer. Como teimosa, insisto em pagar metade.
— Mel pode deixar que eu pago, por favor! Eu faço questão e temos que ir quero te mostrar seu futuro apartamento. — Ele levanta e paga ao garçom.
— Posso te fazer uma pergunta? O olhei com a cabeça inclinada um pouco para o lado direito enquanto saímos do restaurante. Ele sorriu e assentiu que sim. — Porque me chamou de Mel? Eu franzi às sobrancelhas sem entender nada, ele me encarou parecia esperar que eu desse risada ou mostrasse que estava apenas brincando, mais eu não estava! — Então, porque? Eu limpei a garganta quando vi que ele realmente não iria falar mais nada. Ele balançou a cabeça e jogou pra trás em uma risada alegre.
— Seus cabelos..— Ele disse entrelaçando seus dedos em cada fio. — E seus olhos são da mesma cor do Mel, posso lhe chamar assim? —Perguntou-me com um sorriso torto.
Eu concordei, confesso que ainda não confio totalmente nele mais no momento estou sem muitas opções então oque me resta é tentar a sorte. Por fim saímos e voltamos ao prédio, ele digitou alguns números e o portão se abriu.
— São muitas escadas subir e descer isso aqui vai te deixar sexy, os caras vão babar eu aposto! — Ele diz quebrando o silêncio e após passar pela a porta de vidro e o porteiro.
Depois de muito degraus, chegamos. Passando por mim ele abre a porta e fiquei encantada era lindo, a vista pela a janela de vidro para a cidade foi oque me fez amar aquele lugar onde eu iria "morar".
— E então? Gostou? — Me pergunta encostado na porta.
— Richard.. Eu, eu adorei. — Mais um sentimento de tristeza tomou conta de mim e sentei em uma cadeira, com os olhos á lacrimejar.
— Mel oque houve? Ele veio até mim e colocou às mãos nas minhas costas.
—É um lugar ótimo para se morar nunca havia visto algo assim mas não tenho dinheiro para pagar eu não posso ficar aqui, foi um prazer te conhecer. — Respirei fundo, levantei-me tirando suas mãos de cima de mim.
— Ei! Senti sua mão apertar meu braço e voltar meu corpo para o seu. — Não desista assim, eu vou te ajudar. Disse ele levando suas mãos para o meu rosto. — Calma Mel, me fala aí você é desenrolada para trabalhar? — Ele perguntou se jogando em cima da cama.
— Depende do trabalho, sou boa com a matemática, com crianças, animais e cheguei a fazer um curso de informática. — Respondo após me sentar na cadeira.
— Você gosta de matemática? Ele coloca seus braços musculosos sobre a cabeça. — Que peça rara, se eu não me engano vai abrir uma vaga em um Pet Shop aqui perto. Poderia trabalhar lá, se quiser é claro.
— Eu adoraria. Sorri. — Mais e o alugel do apartamento? — Lhe pergunto para saber se realmente vou conseguir pagar a quantia. Ele fica pensativo por alguns minutos na cama olhando para o teto.
— Veremos isso depois. Me responde levantando. —Venha vou te mostrar uma vista ainda mais bela quanto esta! Em seguida me estende a mão.
— Para onde iremos agora? Levanto da cadeira em um pulo.
— E se eu te levar para um lugar que não te agrade? Não irei me arriscar. Você vem ou não? Já saindo ele me pergunta com a mão estendida.
Dou a mão e saímos.
Com certeza vim para cá viver uma nova vida mais não esperava ser dessa forma, muitas dúvidas sobre Richard ainda martelava na minha cabeça. Afinal, quem ele realmente era e quais suas reais intenções?
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