Estagiário
Já era de se esperar por um ataque direto.
Bakugou avançou na minha direção, mas eu sendo capaz de controlar a velocidade dos meus próprios movimentos desviei, o acertando na lateral do corpo e o jogando para o outro lado em seguida.
-A propósito eu controlo o tempo, não vai ser tão fácil me acertar assim – disse e levantei o braço mostrando minhas marcações – Doze horas solares de energia, essa coroa de ponteiros capta a luz do sol e me permite manipular o tempo. Conforme eu uso ele vai se desgastando.
-Pode imaginar que não sou uma das pessoas mais indicadas para trabalhar a noite.
-Porque está me falando isso – o estudante fez uma carranca apesar de aparentemente ter prestado atenção.
-Estou te dando uma vantagem – respondi – Analisar seu adversário também faz parte do dia a dia de um herói, seja por meio de notícias ou relatórios oficiais.
Bati uma mão na outra antes de voltar para a posição original - Pode pensar numa estratégia agora.
-Você se acha confiante demais – com certeza o garoto estava começando a ficar irritado.
-Não muito diferente de você, não é?
Ele se preparou para o segundo ataque desta vez criando uma distração, a pequena bomba explodiu entre nós criando um bloqueio visual. Não tem como controlar o que eu não consigo ver, apesar de ter uma boca suja ele era inteligente, tinha um julgamento rápido e uma alta capacidade de adaptação.
Se a distração foi na minha frente o mais provável era que ele me tentasse derrubar por trás. Girei a perna bem a tempo de ler seu ataque, mas não ia pegar leve. Conseguia manipular o ambiente até um certo nível, então antes que ele tentasse me dar um outro golpe travei o tempo o acertando no pescoço.
O impacto feito com o tempo pausado fica registrado e se faz presente quando eu o libero, com uma força mais intensa do que seria normalmente.
-Segunda chance – disse recuando alguns passos vendo que ele acertou o chão com um som abafado – Eu sei que tudo parece muito chato, mas ser um super-herói não envolve só lutar com vilões, sabe? É um ciclo de confiança com quem nos coloca em posição de proteger em primeiro lugar.
-Tsc, não preciso ouvir isso de você – resmungou.
-Oh, consigo ver porque meu tio fez o convite pra você.
-Tio!? – a voz dele voltou a ficar forte, como ele não ficava rouco de gritar tanto seria uma sub individualidade ou algo do tipo? – Você não se parece em nada com ele como podem ser parentes!?
-Maravilhas da genética acredito – dei de ombros – Não que faça alguma diferença. Ainda temos muito o que fazer hoje então se puder-
Tive que me interromper porque ele usou a explosão das próprias mãos para se lançar na minha direção com uma maior velocidade, uma mobilidade excepcional. Foi por pouco mas consegui me mexer ele colocou a mão no chão se preparando para uma segunda investida, estava com o equilíbrio comprometido se ele conseguisse usar da mesma explosão para chegar até mim de novo estaria perdida.
Coloquei as mãos na lateral do corpo e uma esfera com inscrições romanizadas – representando as horas de um relógio – apareceu em minha mão. Lancei o ataque na direção dele logo o prendendo numa cápsula do tempo.
-Uau, essa foi por pouco – disse vendo que ele estava paralisado – Três ataques, vamos fazer as coisas do meu jeito.
Estralei um dedo e Bakugou caiu no chão claramente nada feliz sobre o resultado – Não se preocupe, seu supervisor ainda é o Best Jeanist mas tente absorver algumas coisas das outras pessoas também. Não é porque aparentam ser fracas que realmente são.
-Podemos treinar aqui no fim de cada dia, se isso for fazer você colaborar comigo.
Ele bateu as mãos nas próprias roupas antes de se manter em postura novamente – Então que tipo de coisa chata de herói você tem pra me mostrar.
Dei risada, era uma careta e tanto – Várias, se prepare para um primeiro dia... Não tão divertido assim.
Bakugou me seguiu pelos outros corredores, aparentemente escutando o que tinha para falar, mesmo que a expressão de tédio fosse visível. Mas pareceu sair um pouco da inércia de sentimentos quando comecei a mostrar as informações que eram repassadas pela polícia, avistamentos na região e possíveis vilões para atuarem ao redor da agência.
-Os próprios cidadãos fazem as denúncias na maioria das vezes. Mas acontece da polícia direcionar alguns casos ocasionalmente, dependendo do que for podemos solicitar ajuda de outras agências próximas ou mandar quem tem mais afinidade para lidar com o vilão.
-E se for algum desconhecido?
-Avisamos e pedimos reforços.
Pude ver que ele pensava algo como "bando de fracotes, eu explodiria um vilão de qualquer jeito" bem algumas coisas precisavam de tempo ou experiência vividas para mudarem.
Best Jeanist precisava arrumar algumas coisas antes de se dedicar ao estagiário então Bakugou continuou comigo pelo restante do dia. Até chegamos a almoçar juntos na agência, eu sendo uma boa superior paguei por isso, tínhamos quartos para os heróis que precisassem então ele ficaria instalado por aqui mesmo.
Durante esse tempo consegui uma explicação, breve e quase gritada, de como a individualidade dele funcionava. Ter o corpo produzindo nitroglicerina ao invés de suor era uma coisa realmente interessante.
Já na parte da tarde ele ficou comigo na central, tínhamos a função de dar suporte aos heróis que estavam na rua.
-Oe tem um vilão no cruzamento da rua 13 com a 15, vai lá ser seu lixo!
Fechei a mão e bati de leve na mesa – Não é jeito de se falar com seus senpais, todos eles tem licença de herói, sabia? Estudante mirim.
-Quer sair na porrada de novo? – Bakugou torceu as mãos – Já sei como te derrotar, projeto de relógio.
-Fala sério – joguei a minha cabeça para trás e me virei para a minha própria central atendendo o telefonema de um civil – Genius Office.
Do outro lado da linha não ouve nada além de silêncio – Alô? – chamei de novo colocando a mão no meu ouvido para tentar escutar melhor. Bem distante algo que parecia como um eco de uma respiração, mas antes que eu pudesse fazer algo a mais desligou.
Olhei para o identificador de chamadas também não havia nada.
-Esqueceu como se desliga ou precisa de ajuda? – o loiro rebateu na minha direção vendo que eu ainda segurava o telefone na mão. A provocação me colocou de volta no lugar, voltei o aparelho para a posição original sem de fato responder a Bakugou.
Balancei a cabeça e continuei monitorando as chamadas, o restante do dia pareceu normal e quando finalizamos cumpri a minha promessa ao loiro de treinar com ele. Colocando as minhas preocupações de lado ficamos por ali quase uma hora, mas mesmo assim ele ainda não tinha conseguido me lançar um ataque eficiente.
Embora estivesse adaptando sua movimentação a minha individualidade.
-Terminamos por hoje.
-Ainda aguento muito mais! – gritou.
-Vá descansar – disse – Best Jeanist vai te acompanhar amanhã de manhã então sugiro que se mantenha na hora.
Ele resmungou alguma coisa e eu sai com um aceno – Até mais, estagiário.
N/A: Porque? Sei lá deu vontade KKKKKKKKKK
Vejo vocês um dia aí! (agora de verdade)
Xx
ps. Ta ai um rascunho bem xexelento do que a minha cabeça imaginou.
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