Epílogo
Apenas três dias se passaram e seis prisões além do Tártaro foram rompidas, causando uma fuga em massa de prisioneiros. Ao menos 10 mil fugiram. Os protestos aumentavam, e não importam quantas coletivas fossem dadas à imprensa, nada melhorava.
A habilidade de unir super-heróis se foi, a cada instante mais deles se aposentam por sentir que o momento não levará a lugar nenhum. Os civis que deixaram de acreditar, estão se armando e lutando por conta, fazendo a situação caminhar a passos largos em direção ao perigo.
Esse foi o motivo de ir direto para a U.A depois de receber alta. A situação se assemelhava do Heights Alliance, mas em uma escala muito maior, complexa e tecnológica. Por segurança, visto que trabalhou com Endeavor por muitos anos, meu pai acabou aceitando o convite do diretor de ficar nos dormitórios. Seu conhecimento do setor se suporte era de grande valia para o projeto.
Depois de uma extensa reunião com os professores Power Loader e Ecto, que durou a manhã inteira, finalmente senti que podia respirar novamente. Aumentar o poder da barreira de proteção, fazendo uma ligação com a Shiketsu era um projeto mais do que ambicioso, e mais do que nunca precisava de extrema precisão.
— Não via tantos números desde do meu último ano — abaixei a cabeça, apertando o pescoço e fechando os olhos com força.
— Graças a você terminamos mais rápido do que o esperado — Ecto recolheu as folhas com os cálculos do projeto e deixou uma garrafa de água ao meu lado.
Agradeci e voltei a me encostar na cadeira, vendo de longe meu pai discutir com o professor responsável pelo curso de suporte tipos de materiais e melhorias que podiam ser feitas na parte estrutural do projeto. Já fazia algum tempo que não o via tão animado com algo, os últimos meses não foram gentis com ele.
Por um momento peguei o celular para olhar e quase deixei o aparelho cair quando vi que o representante havia me mandado uma mensagem falando que Katsuki acordara, o professor Aizawa e Shoto também. Já era a ideia passar no hospital antes, então apenas tive uma motivação maior para fazê-lo.
Minha presença já estava autorizada, tanto como heroína, quanto uma docente da U.A. Como grande parte dos alunos estavam ali ainda, eles precisavam de acompanhamento.
— [Nome]-sensei, faça alguma coisa! — Sero me pediu da porta do que era o quarto do loiro.
Dentro, ele parecia estar sendo contido pelos colegas com todas as forças.
— Pode soltá-lo Tsuyu, e vocês podem ir. Tenho certeza que consigo parar ele sozinho a partir de agora. — a maioria deles respirou aliviado, saindo logo em seguida.
Coloquei o casaco no braço e me aproximei da cama de hospital.
— Como você está?
Katsuki se encostou no travesseiro e me encarou com o canto de olho — Não devia ser eu a fazer essa pergunta? Até a última vez que chequei estava quase morta.
— Quase — rebati com ênfase —, e provavelmente estaria se não fosse você. Meu pai me contou me fazia visitas regulares, sempre contando o que estava acontecendo na escola. Se não fosse o que me disse, talvez ainda estivesse perdida dentro da minha própria cabeça.
— Que merda você quer dizer com isso? Ficou cuco de vez, relógio de duas pernas?
Ri, e num movimento súbito me inclinei para frente para abracá-lo, de leve por conta de suas feridas. — Sim, pode-se dizer isso. Não consegue aceitar um agradecimento sem rebater?
Senti suas mãos encostarem em mim respondendo o abraço — Até que você fez falta, [Nome].
— Obrigada por não desistir de mim — segurei seu rosto entre as mãos —, agora. De verdade, pare de dar trabalho para seus colegas. Imagino que esteja querendo ir atrás de Midoriya, mas pelo que escutei a situação está controlada.
Katsuki clicou a língua e fez uma careta, voltando a se deitar. Mais interessado na situação do lado de fora, perguntou como estava tudo, inclusive sobre meu tio. Respondi que ele já tivera alta e já havia voltado para o trabalho, servindo como um dos pilares restante dos heróis. Atuando ativamente na investigação relacionada aos vilões.
A conversa então desviou, para tudo aquilo que ele não tinha me contado. Sobre o estágio com o Endeavor, como ele havia se aproximado de All Might, e também a competição feita com a Classe B.
— Aquele maldito da lavagem cerebral, é por causa dele que você sempre estava sumindo, não é? — resmungou.
— O Shinsou? Como sabe?
— Antes os professores estavam estudando em como passar ele para o curso de heróis, participou da luta entre as salas. Também o encontrei te visitando uma vez.
Não havia conversado nem uma única vez com o aluno na outra realidade, nossos treinamentos nos campos gramados da U.A pareciam sonhos distantes.
— Aizawa me pediu para ser tutora dele, por algum tempo. Deve ter sido para ajudar ele a transferir o curso — apertei sua bochecha com um sorriso. — Não precisa ficar com ciúme.
— Quem disse que estou! — gritou em resposta.
Em seguida, a porta se abriu, revelando os pais do garoto.
— Pelo menos a personalidade está intacta, não posso dizer o mesmo sobre o corpo. Pirralho imprudente. — disse sua mãe com um tom de voz que beirava o cômico.
Me curvei para eles e voltei a ficar de pé ao lado da cama.
— É bom te ver de pé novamente Kronia-san — o pai me cumprimentou.
Mãe e filho já pareciam estar discutindo em vozes exaltadas, como era de costume, vendo que meu momento ali havia acabado. Resolvi sair com promessas que o visitaria também no dia seguinte. "Você que quer, não estou pedindo nada!" foi a resposta.
No caminho para visitar Aizawa, me encontrei com a família Todoroki, pelo menos parte dela. Nunca pensei que fosse ver os três irmãos e a mãe juntos novamente. Foi uma reunião estranha, nenhum de nós sabia muito o que falar, e também não sabia dizer se era o momento de acontecer uma conversa sobre Dabi.
Cordialmente os cumprimentei, dizendo já fazer algum tempo. Fuyumi deu um passo a frente e me abraçou, precisando mais do gesto do que eu mesma. Brevemente conversei com eles sobre Shoto, ele também fora severamente afetado pelas chamas de Dabi.
— Obrigado por me salvar — o garoto, com a voz rouca, disse se curvando.
Coloquei a mão em suas costas, fiz o apoio o auxiliando a se levantar.
— É um aluno precioso Shoto, e mais que isso um conhecido. Sei que deve estar complicado assimilar tudo agora.
— [Nome] — Rei, a mãe, deles me chamou. Me transportando imediatamente para a infância. — Por anos você foi a única realmente próxima de Touya, e depois do acidente propositalmente acabamos nos afastando.
— Por favor, não se desculpe — pedi —, foi algo natural. De certa forma todos estávamos em pedaços. O mais importante, é o que fazer daqui para frente.
Um sorriso fraco surgiu em seu rosto — Tem razão.
Nos separamos, eles seguiram em direção ao quarto do Shoto e eu continuei para encontrar meu mentor. Em momento de batalha não percebi, mas o professor havia sofrido feridas muito graves, chegando até mesmo perder partes do corpo.
Present Mic, estava com ele quando bati na porta, por tê-lo encontrado na escola nos últimos dias tive uma visão geral do que aconteceu com a missão deles. De igual forma, Aizawa já devia ter recebido um aviso sobre a minha condição, então não pareceu tão surpreso por me ver de pé e andando.
— Vou deixar vocês conversando — Mic disse e então saiu.
Diferente de todas as conversas anteriores, Aizawa não queria saber do que aconteceu e sim do que estava sendo feito. Falei do projeto das barreiras provado pelo governo e como as construções dos abrigos aconteceriam logo em seguida. Os familiares de alunos já estavam agendados para começarem se abrigar nos próximos dias.
Ele perguntou de todos os alunos, e suas condições. As quais respondi diligentemente.
Ainda que tivéssemos sofrido perdas, o professor pareceu ficar aliviado por nenhum aluno da classe ter sido pego nessa estatística.
— Me sinto aliviado de te ter por perto de novo — confessou —, sinto que posso me recuperar tranquilamente.
— Desculpe, as minhas férias forçadas te fez ter um pouco mais de trabalho — respondi sabendo da tendência do professor a ser preguiçoso.
— Se quer se desculpar, pode me fazer um favor. Algo que eu só confiaria em você para fazer.
Aizawa se ajeitou, virou o rosto para mim e disse.
— Seja a professora substituta da 1-A.
N/A: Agora, sim, o fim do fim.
Litō acaba com aproximadamente 88.900 mil palavras, 52 capítulos e 25 meses de publicação distribuídos desde 2021.
Originalmente, era para esse livro acabar quando ela entra em coma, mas fiquei feliz em fechar o ciclo bem redondinho com a maior parte do manga/anime.
Todo o ponto do enredo ela fazer a personagem principal flutuar entre as escolas para no fim fazer sua decisão final. Que é o Hawks.
Como a última parte do mangá ainda está sendo lançada, e eu preciso saber o que acontece, não tenho planos para uma continuação agora. Mas em até uns 10 anos, ela deve voltar por aqui.
No demais, muito obrigada a tods que acompanharam a minha visão do universo de My Hero Academia, ou Boku no Hero. Espero ter feito jus, ter dado bons momentos de leitura, e ter servido de uma boa companhia durante todo esse tempo.
Espero que voltemos a nos encontrar um dia, e claro fica o convite para ler minhas outras fanfics.
Veja o livro Verba Volant, Scripta Manent, para mais informações. Inclusive a continuação.
Gratidão!!
Finalizada em 20/04/2024, dia do aniversário do Katsuki Bakugou.
Até mais
Nadi, Xx!
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