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09 - Plataforma 9¾

" ᴀɴsɪᴇᴅᴀᴅᴇ sᴇᴍᴇʟʜᴀɴᴛᴇ ᴜᴍᴀ ᴄᴀᴅᴇɪʀᴀ ᴅᴇ ʙᴀʟᴀɴᴄᴏ: xɪɢᴇ ǫᴜᴇ ᴠᴏᴄᴇ ғᴀᴄᴀ ᴀʟɢᴜᴍᴀ ᴄᴏɪs, ᴍᴀs ɴᴀᴏ ᴄᴏɴᴅᴜᴢɪʀᴀ ʟᴜɢᴀʀ ɴᴇɴʜᴜᴍ"

Não existia no universo alguma outra explicação plausível, que fosse capaz de rotular o que Harry estava passando no momento, senão TAG — Transtorno de Ansiedade Generalizada —. O garoto, sem dúvida, estava sentindo na pele o que os estudiosos identificam como crise de ansiedade.

Sua garganta se fechou. Tinha a horrível sensação de estar sendo afogado, quase como se estivesse afundando em um poço lotado de água, a qual roubava todo o estoque de oxigênio de seus pulmões, deixando-os cada vez mais sedentos por ar. Não havia chegado a medir, mas tinha plena consciência de que sua temperatura corporal estava nas alturas, assim como sua pressão cardíaca, que obviamente ultrapassara limites necessários. Sentia-se mais enjoado do que jamais estivera — ondas de vômito não paravam de chegar até sua laringe e, por pouco, voltavam pelo mesmo caminho.

Nunca evidenciara seus membros superiores tão agitados; não paravam de tremelicar, sendo sucedidos por uma série de calafrios e desconfortos abdominais profundos.

Ah, isso sem contar o sintoma mais incômodo: o medo. Ele sentia medo de ceder, de não aguentar, de se deixar dominar pelo sentimento momentaneamente mais poderoso, de não ser forte o suficiente para superar aquilo. Sentia medo do próprio medo.

Sua vontade era de sentar no chão do banheiro e chorar como o bebezinho frágil que ele acreditava ser. Mas não iria. Porque o garoto também não se julgava digno de derramar uma lágrima sequer, só provaria o quão inútil, fútil, egoísta, imprestável e insignificante ele era.

Talvez estivesse enlouquecendo de vez ou talvez fosse a ansiedade falando mais alto. Uma coisa era certa: não se reconhecia mais. Era impossível dizer quem era aquele moreno surtado e chorão, porque o verdadeiro Harry procuraria um jeito de dar a volta por cima, de se reerguer — a dificuldade era exatamente essa, sua mente não estava mais tão sã, quem dirá seu corpo.

É a regra: Mente sã, corpo são. Sem o equilíbrio do primeiro fator, é impossível obter quaisquer resultados positivos em relação ao segundo.

Encontrava-se caído no chão de carpete de seu quarto, esparramado. Seus braços abraçavam seus joelhos em um X, onde, entre seu par de patelas, sua cabeça se encaixava perfeitamente. Basicamente, estava em um tipo de posição fetal, soluçando de chorar, como garantiu que não faria.

Quem sabe é exatamente isso o que a ansiedade faz com um indivíduo: possui, corrói cada parte do corpo, fixando-se na central de comando: o córtex pré-frontal; onde se torna capaz de controlar todos os seus movimentos e pensamentos. Joga pressão sobre você, forçando-o a agir sob esse efeito. Projeta negatividades e o faz crer nelas, por meio da liberação de cortisol — hormônio responsável pela ansiedade —. Eleva a taxa das inseguranças e abaixa a da auto-confiança.

O Expelliarmus, no mundo bruxo, talvez equivalha-se ao TAG. Ambos te desarmam, apenas diferem na maneira de fazer. Muito simples por um lado e muito complicado por outro.

Que belo jeito de começar o dia, pensou Harry. Afinal, quem não desejaria passar as poucas horas de sono que planejara chorando? Uma decadência, isso sim.

Jamie? Levante ou irá perder o trem e... — disse Sirius, quando entrou no quarto e se deparou com a situação em que o menino se encontrava.

O sentimento que contaminou o corpo do adulto foi culpa. Sentia que era seu dever como padrinho garantir o bem-estar de Harry e... bom, não estava errado. Teve que lutar contra a tentação de voltar ao seu quarto e se entregar as lágrimas também.

Como poderia, não só aguentar, mas também contornar aquela situação? Não fazia ideia. Remus sempre fora o conselheiro sensato da relação, ele, sim, saberia como lidar.

— Pads, por que você não... Ah — Foi a vez do lobisomem de se surpreender. Seu olhar encontrou o de Sirius, que reciprocava, fingindo não notar o par de orbes verde-esmeralda — antes brilhantes — apagados fitando-os.

Não era um momento agradável para nenhum dos presentes. De um lado, tinha-se Harry, que provavelmente não planejava ser pego em seu momento de frustração, ainda mais pelos seus responsáveis. Do outro, se encontravam o casal Black, os quais, com absoluta certeza, não gostaram de ver o afilhado estatelado no chão, com as escleras brilhando em lágrimas, emaranhando-se nos grossos fios do piso de tecido fofo.

Às vezes, há momentos em que ações superam o valor das palavras, e esse era um deles. Então, os dois homens se sentaram ambos de cada lado do menino e o envolveram em um grande e apertado abraço. E assim continuaram por bons minutos, sem ousarem pronunciar um som sequer. Não precisavam disso. O silêncio falava por eles. Era reconfortante.

Eram nessas situações que o amor recompensava todo o trabalho e esforço que tiveram, no início, para se estabelecerem como uma família. Tudo valia a pena, apenas pelo sorriso do pequeno.

Harry, já mais relaxado depois de ficar algum tempo sendo acariciado pelos padrinhos, decidiu levantar-se e ir tomar um banho, enquanto Remus murmurava algo sobre ir conferir se todas as roupas estavam devidamente dobradas dentro do malão de viagem.

Se banhar foi como tirar uma grande crosta de sujeira. Não que estivesse há muito tempo sem tomar banho, mas a sensação era de que a água levara embora muito mais do que só as impurezas. Lavara a sensação ruim.

Há quem ouse dizer que o banho, por si só, é considerado uma limpeza astral. O garoto concordava em partes. O banho ajuda, sim, a afastar os maus pressentimentos por um tempo, porém nada como uma boa limpeza energética para se renovar.

Talvez fosse exatamente disso que Harry necessitasse. Fazia um bom tempo que já não seguia mais as crenças de sua religião: Cristianismo — a qual a maioria dos bruxos pertencia. Ele, ultimamente, esteve interessado em Espiritismo e Wicca, mas ainda estava um pouco confuso sobre essa troca.

Teria tempo de sobra para pensar nisso, no futuro. Precisava era focar em esvaziar seu prato de comida.

Nada como um café da manhã reforçado para animá-lo. Definitivamente estava nas nuvens, igual na madrugada passada, quando chegara bem perto de dormir e, se não fosse o barulho misterioso, teria conseguido.

Afinal, que desfecho teve a história do ruído?

— Hazz? — chamou Remus.

— Hã?... Ah, sim? — O menino demorou um pouco para processar o chamado, estava em outra realidade.

— Bom, queria te dar algumas dicas, já que lá você terá que se virar sozinho — Tirou uma folha de papel listrada de dentro do blazer e entregou-a. — Prometa-me que guardará muito bem essas anotações — Olhou esperançoso para o garoto, esperando que ele afirmasse.

— Claro. É... hum... um pouco grande, não? — comentou, olhando de relance a letra oval preencher perfeitamente as linhas azuis impressas no papel.

— Depende. Mas, vamos, leia — encorajou-o.

O garoto, então, pigarreou, em uma tentativa desajeitada de tentar uma limpeza de garganta e leu, mentalmente, a lista.

HOGWARTS

Não arranjar encrenca; procure ficar o mais longe possível de qualquer tipo de confusão. Se vir algo, conte imediatamente a algum professor.
• Não acumular matéria; faça seus deveres com dias de antecedência, não deixe para a última hora! Será melhor assim, você verá.
• Não dormir tarde; durma cedo, Harry, o seu cérebro precisa descansar antes de ser capaz de absorver conteúdo novo.
• Não se alimentar mal; não saia por aí comendo tudo o que pode, tenha consciência e coloque sua saúde acima de tudo.
• Não imitar os outros; não siga sempre os outros, tenha escolhas próprias! Se todo mundo pular da ponte o que você fará? Será o diferente e recusará, afinal você não é todo mundo.
• Não ser desorganizado; quero que mantenha sua parte do dormitório organizada. Lembre-se: a organização é o caminho para o sucesso.
• Não seguir nenhuma das regras; Moony é um chato controlador. Aproveite, arranje um monte confusões e se divirta.

Harry caiu na gargalhada assim que terminou de ler. Com certeza Sirius tinha adicionado o último item sem o conhecimento do marido.

— O quê? Qual a graça? — exclamou confuso, semicerrando os olhos e arrancando a lista das mãos de Harry, procurando achar o motivo da risada. — SIRIUS ORION BLACK — Foi só isso que ele gritou antes de começar a desferir tapas no mesmo.

— Ai, Moony! Que falta de senso de humor — remungou, depois de conseguir se desprender das mãos de Remus. — O moleque é filho de ninguém menos do que James Potter, seria um crime impedi-lo de pregar peças como fazíamos. Além disso, sempre nos livravá-mos e...

— Se livravam uma ova. Eu livrava vocês — esbravejou, desacreditado.

Ah, você sempre altera a história para parecer que fez tudo sozinho — resmungou, virando-se para Harry. — Certo, arrume apenas algumas confusões para lembrar a McGonagall por quem você foi criado.

— SIRIUS.

— O quê? Seria muito foda se... — interrompeu a fala quando notou que os olhos de seu parceiro já faiscavam de raiva. — Se você fosse comportado, era isso o que eu queria dizer — acrescentou com um sorriso amarelo.

— Vai dormir no sofá hoje — murmurou Remus entredentes, a diversão disfarçada de raiva em sua voz.

— O quê? Moony, amorzinho... Por favor — suplicou, utilizando um tom ridiculamente doce e agudo.

Essa foi a gota d'água, o trio não se aguentou. O silêncio da sala fora preenchido por deliciosas gargalhadas. A de Sirius, em particular, se destacava. Parecia um grande latido de cachorro disfarçado. Era um traço irreversível dos anos em que passou sendo dependente do tabaco.

— É melhor irmos saindo, já são 10:30 e o trem é previsto para sair as 11:00 — informou. — Mas não se preocupem, vamos utilizar o carro trouxa que eu comprei legalmente para nos deslocar. Ainda nem acredito que passei no teste trouxa para conduzir aquilo. Quem diria, eu... um lobisomem, dirigindo.

— Tem certeza, é? — protestou o mais velho.

— Claro! Vamos, seja útil e...

Todos pararam para observar quando um grande lince branco brilhante e translúcido invadiu o cômodo. Era um patrono corpóreo.

Emergência! Chamando todos os Aurores para a base, o lince disse.

Kingsley Shacklebolt — explicou Sirius. — Tenho que ir. Desculpe, Jamie — E correu rumo as escadas que conectavam o segundo andar ao primeiro, retornando já equipado com seu uniforme do Ministério da Magia. — Certo. Jamie, lembre: se for para a sonserina, será deserdado — falou com um ar brincalhão, virando o corpo para o marido. — Te vejo mais tarde, amor — Tascou-lhe um beijo rápido, porém demorado o suficiente para fazer Harry revirar os olhos.

Por que os adultos gostavam tanto de fazer isso? Era nojento, em sua visão.

Remus frequentemente reforçava que o menino, quando pequeno, adorava. Sempre dizia que pedia — implorava — para ver os dois selando os lábios, e explodia em gargalhadas quando era atendido.

— Você chamava de "cosa com a bica" — disse o adulto, quando reparou que Harry ainda mantinha a expressão de desgosto no rosto.

— De novo esse assunto? — perguntou rispidamente.

— Ai, ai... Me lembre de jogar isso na sua cara quando crescer e se interessar em fazer a mesma coisa.

— ECA. Eu nunca, jamais, nunquinha mesmo, vou fazer algo desse tipo — A expressão de nojo aumentara quando, sem querer, imaginou-se fazendo... aquilo.

— Veremos. Vamos, entre no carro.

Harry o olhou relutante e então se dirigiu a maçaneta da porta, abriu-a e entrou no tal automóvel.

É, nada mal. Era bastante espaçoso.

Okay, a parte chata foi aguentar o padrinho tentando se recordar de qual pedal correspondia ao freio e ao acelerador. Só aí, 4 minutos fáceis se passaram. Estou quase, garantia ele, mas estava é mais perto de achar a cura para a varíola de dragão do que da resposta. O carro estava dando de 7 a 0 no homem.

Finalmente um barulho de motor ecoou. A coisa parecia ter "acordado".

Restou a Harry, tempo para criar fanfics em sua mente, sobre como seria seu ano em Hogwarts.

O que mais o preocupava era a questão dos amigos. Não fazia ideia de como arranjar um. A única bruxa "criança" que conhecia se formara no ano anterior. Seu nome era Dora Tonks, na verdade Nymphadora Tonks, mas ele tinha amor a vida e noção do perigo, jamais ousaria a chamar assim.

A bruxinha era filha de tia Andy com seu marido Teddy. Pertenceu à casa Lufa-Lufa durante sua estadia na escola, e afirmava que era, sem dúvida, uma das melhores casas. Sua fisionomia era difícil de descrever, a garota possuía uma condição raríssima: metamoformagia — a capacidade de mudar sua aparência naturalmente, sem necessitar do auxílio de feitiços ou poções, como a Polissuco.

Apesar disso, seus olhos eram azuis-acizentados, como os de seu primo de segundo grau, Sirius. Acreditava Harry que seus cabelos naturais seriam algum tipo de loiro-acastanhado, já que seu pai possuía os cabelos loiros e sua mãe castanhos-claro. Não dava para saber a cor exata, uma vez que ela gostava de deixar os fios em tons de roxo ou rosa — suas cores preferidas.

Naquele ano ela havia iniciado seu treinamento para se tornar uma Auror, profissão que Harry sempre admirou. Tanto que os dois sempre embarcavam em longas conversas sobre a profissão.

— Chegamos, Prongs — O anúncio de Remus o fez perder a linha de raciocínio.

Harry desceu do carro e segurou o carrinho que o mais velho buscara para colocar sua bagagem. Seus pés tremiam demais, ele até acabou tropeçando várias vezes no caminho por causa disso.

Atravessou a barreira e começou a ouvir as recomendações de última hora e o discurso de despedida de seu padrinho.

— Se cuide, okay? — emocionou-se. — Me escreva no mínimo três vezes por semana se não quiser receber um belo berrador — acrescentou, com os olhos embaçados de lágrimas. — Te amo muito, bebê — E se abraçaram intensamente.

— Também te amo, Moony. Vou sentir sua falta — repondeu Harry, já se direcionando a porta de entrada do trem.

Acenou o máximo que pôde para o homem, antes da máquina alcançar velocidade suficiente e deixar para trás a Plataforma 9¾.

— Se importa se eu me sentar aqui? Todas as outras cabines já estão cheias.

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O que acham que aconteceu para o Sirius ter que sair tão depressa? Comentem suas teorias aqui, vou amar ler.

Não esqueçam de votar e comentar 🤍

xoxo
-- A

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