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08 - Paranóias

" ᴍᴇɴᴛᴇ ᴜᴍ ʟᴜɢᴀʀ ᴇᴍ sɪ ᴍᴇsᴍᴀ, ᴇᴍ sɪ ᴍᴇsᴍᴀ ᴘᴏᴅᴇ ғᴀᴢᴇʀ ᴅᴏ ᴄᴇᴜ ᴜᴍ ɪɴғᴇʀɴᴏ ᴅᴏ ɪɴғᴇʀɴᴏ, ᴜᴍ ᴄᴇᴜ"

Desde seu último sonho, há três dias, o garoto procurava ficar o mais atarefado possível. Se oferecia para fazer tudo — cozinhar, passar e lavar as roupas, arrumar e limpar a casa. Até chegou a ter longas conversas com Remus sobre Aritmância, mesmo que odiasse qualquer coisa relacionada a números.

O cansaço, provocado pelo grande esforço mental e braçal que estava realizando, certamente ocupou sua mente, incapacitando-a de pensar em qualquer outra coisa.

A noite, quando seus padrinhos pensavam que dormia, ele, com um canecão de café, se divertia lendo seus livros escolares, que ao contrário do que pensara, eram bem interessantes. Sua única companheira nessas noites, era a coruja que ganhara de Moony.

Harry podia estar vendo miragens pelo excesso de cafeína, mas juraria em frente à Suprema Corte Bruxa, que a avedormia quando ele dormia — ou seja, raramente —. Além disso, o garoto tinha uma sensação estranha toda vez que fazia contato visual com ela; fitava-o com seus pequenos olhos âmbares, como se soubesse e o julgasse por todos seus pecados. Era simplesmente sinistro.

Até então, ele não havia conseguido tempo para pensar em um nome digno para ela, as suas melhores opções eram Charlie e Charlot. Entretanto, naquela madrugada, quando estava folheando o livro de História da Magia, escrito e publicado por Bathilda Bagshot, viu um nome realmente interessante: Hedwig. Ao que parece, o sujeito(a) a qual o sobrenome — talvez primeiro nome — pertencia, tinha tido um papel importante no mundo bruxo, porém o moreno estava pouco interessado na história.

— Hedwig... — um sussurro involuntário escapou-lhe.

E então ela, a coruja, girou estranhamente a cabeça em um perfeito ângulo de 360° — condição perfeitamente normal para um espécime — e chirriou em aprovação, lançando ao menino uma piscadela.

Peculiar. Muito Peculiar.

Será que a ave atendera ao chamado acidental? Não, devia ser o café falando por ele.

Na verdade, pouco importava se a coruja lhe compreendera ou não, havia mais coisas com o que se preocupar. Hogwarts era uma delas.

Andara tão turbinado com suas paranóias, que nem lhe restou tempo para criar outras sobre sua viajem à escola. Okay, talvez esse fosse um hábito terrível e ele devesse parar? Com certeza. Mas a insegurança o dominava, falava mais alto. Possuía uma voz estridente impregnada em seu cérebro, semelhante a um parasita.

Chegará na Plataforma, abrirá os olhos e estará em um orfanato. Perceberá que bruxos não existem, que foram apenas frutos de sua imaginação, era exatamente o que ela sussurrava naquele segundo.

Ah! Seria mesmo assim?

Merda de insegurança, pensava. Tudo culpa daquela escola trouxa ridícula e daquele porco endemoniado do Dudley Dursley.

A mania de se rebaixar fora adquirida graças aos duros e diversos anos de bullying que seu primo o proporcionara. Auto-confiança era disparada a coisa que mais faltava em Harry, e ser o Menino-Que-Sobreviveu não agregava em nada. Nas raras ocasiões que tinha contato com outros bruxos, virava uma loucura. Todos lançavam-no um olhar de soslaio, doidos para conferir pessoalmente sua cicatriz, e iludidos o suficiente para achar que ele os deixaria. Sem contar que Rita Skeeter — jornalista e uma das escritoras do Profeta Diário —, fofoqueira de primeira linha, não perdia tempo em tentar convencê-lo a dar uma entrevista.

Falando em entrevistas, ultimamente — além de conspirar —, ele também andara fuxicando a biblioteca particular de Remus, na qual ele nunca havia pisado antes. Lá, ele encontrou uma edição antiga do Profeta Diário, onde havia um trecho de uma entrevista com Garrick Ollivander. O homem em questão era, simplesmente, o dono da maior e mais famosa loja de varinhas da Grã-Bretanha: Ollivander's. Isso sem mencionar que além de fabricante, também era um grande estudioso da área.

"OLLIVANDER REVELA:

Ah, sim, Rita. Pena de fênix é sem dúvida um dos núcleos mais raros e eficientes que existem. São capazes de maior variedade mágica, embora, quando comparadas a outras, como pelo de unicórnio ou corda de coração de dragão, possam parecer demorar para revelar isso. Não estou blefando quando digo que são exigentes em questões de escolher um proprietário. Sempre persistentes, se mostram bem resistentes à tentivas de apoderação. Sua lealdade é duramente conquistada, tanto que ambos sabemos que só uma pessoa foi capaz de tal ato.

Apesar de ser um ser impiedoso, desalmado, cruel e todos os outros adjetivos negativos que existam, Aquel"

Aquel o quê? Seria esse o nome de alguém? Era difícil dizer, o texto estava incompleto. Provavelmente alguém recortara de propósito, ou vai ver era o tempo agindo.

De qualquer forma, Harry não pôde deixar de recolher o jornal, afinal pena de fênix era o núcleo de sua varinha! Era louco pensar que só duas pessoas na história conseguiram a tarefa de fazer o núcleo servi-las bem, e mais louco ainda pensar que ele, Harry James Potter, era uma delas.

Lembrava-se claramente do dia que passara no Beco Diagonal, quando adentrou as grandes portas de madeira que guardavam a loja de que tanto ouvira a respeito.

"— Me perguntei quando o veria, sr. Potter — exclamou o ancião, encarando-o com uma felicidade descomunal em seu tom de voz.

Garrick, ainda sorrindo, logo fora ao seu encontro, e Harry correspondeu o olhar. O senhor sorria abertamente, como se tivesse acabado de ganhar algum prêmio. Observando-o mais de perto, pôde analisá-lo mentalmente. Com traços claros de velhice, possuía linhas faciais bem definidas, cabelos grisalhos e grandes orbes em um tom de azul muito claro — assemelhavam-se à duas luas brilhando na penumbra da noite. Trajava vestes simples, porém elegantes.

— Tem as mesmas esmeraldas de sua mãe, sabia? Me lembro bem de quando a doce Lily viera comprar sua primeira varinha. Vinte e seis centímetros, farfalhante, feita de salgueiro. Uma ótima varinha para encantamentos — contou animado. — Claro, também me recordo de quando foi a vez de seu pai. A varinha que o escolheu tinha vinte e oito centímetros, flexível, feita de mogno. Sem dúvidas um pouquinho mais poderosa do que a de sua mãe, e ótima para transfiguração — comentou, passando a mão nos cabelos e se movimentando para perto da escada.

— O senhor disse que... a varinha o escolheu?

— Certamente. Para nós, estudiosos da arte de fabricar varinhas, sempre ficou muito claro que a varinha escolhe seu dono, sr. Potter, e não ao contrário. — Fez uma pausa, suspirou e continuou. — Imagino que será um freguês difícil, mas vejamos... Prove esta. — disse, lhe entregando. — Vinte e três centímetros, bastante flexível, núcleo feito de corda de coração de dragão.

Se chegou a segurá-la por 5 segundos foi muito. Ollivander logo a retirara de sua mão.

— Dezoito centímetros, elástica, bordo e pena de fênix. Vamos lá, experimente.

Novamente, mal erguera a varinha quando o senhor tirou-a de seu alcance.

E a história só se repetia. A pilha de varinhas à sua frente ia crescendo cada vez mais, junto com o sorriso do fabricante. Parecia estar gostando do desafio.

Será?... Bom, não custa tentar — murmurou em um tom baixíssimo assim que alcançou uma caixa na prateleira de cima. — Vejamos, prove esta então. Vinte e oito centímetros, maleável, azevinho e pena de fênix — disse, aumentando o tom de voz e entregando-a.

Fora instantâneo. Mágico. A partir do momento em que a teve em mãos, seus dedos se contraíram com o calor repentino que os tomou. Não perdeu tempo, erguera a varinha a alguns centímetros de sua cabeça e com um movimento rápido cortou o ar. Várias faíscas douradas e vermelhas começaram a sair involuntariamente da ponta do pedaço de madeira."

Se arrepiava só de lembrar. Estava mais do que ansioso para poder ver na prática tudo o que Ollivander falara sobre sua grandiosidade.

Gostaria que Remus estivesse lá com ele na hora, mas o mesmo acabou passando um pouco mal depois da viagem no vagão em Gringotes, então foi atrás de um tônico para se recompor. Esquecera de perguntar se com ele também acontecera isso, aquela sensação extraordinária. Queria muito saber se era comum.

Com a vista cansada, decidiu conferir seu malão e seus materiais pela milésima vez. Não conseguia se policiar.

Que vergonha, pensava. Lembrava uma criancinha que nunca fora a uma escola, desesperada para ter amigos.

Mas... Bom, isso não era uma total mentira. Sim, seria sua primeira vez em uma escola de bruxos e, por certo lado, ele estava, sim, esperançoso em conseguir fazer alguma amizade. Só não se encaixava na parte do desesperado, afinal ele felizmente não havia chegado nesse nível. Embora sentisse que não estava muito distante.

Os trouxas, talvez entendessem o que ele estava sentindo se fosse comparado a sensação de felicidade ao ingressar no 5° ano e poder usar caneta ao invés de só lápis. Realmente era emocionante. Ele mesmo ficara maravilhado, não podia negar. Se perguntava, naquele momento, se quando utilizasse uma pena se sentiria da mesma forma.

Apesar de ter sido criado por bruxos, ele nunca havia pegado uma nas mãos. Já vira algumas largadas por pontos da casa, e principalmente no escritório de seus padrinhos, porém nunca chegou a escrever alguma coisa com elas.

Para falar a verdade, dentro de sua casa, a maioria das coisas eram feitas de maneira trouxa — com exceção da limpeza. Os Black faziam isso para se manter entretidos, uma vez que não trabalhavam tanto. Pelo menos antigamente, porquê na últimas semanas eles trabalhavam feito burros de carga, sempre deixando Harry no último tópico da lista de prioridades. Para Remus, em primeiro lugar vinha a missão de desvendar o tal poema de Hipatia, e para Sirius vinha sei lá o quê. Só se sabia que ele passava o dia enfurnado em seu escritório no Departamento dos Aurores, localizado no Ministério da Magia. E quando saía de lá era pra se trancar em outro escritório, só que dessa vez em casa.

O relógio já marcava 5:00 horas quando o garoto percebeu que se queria ter energia para realizar uma viagem agradável, ele deveria fazer o que estava evitando: dormir.

Não que ele estivesse com medo. Aonde já se viu ter medo do que a própria mente projeta?

Era só receio.

Mas não era como se pudesse adiar mais. Seu corpo estava emitindo sinais como forma de pedir socorro; sua pele nunca esteve mais pálida e suas íris verdes perderam totalmente o brilho em meio às grandes manchas escuras que ele adquirira abaixo dos olhos.

Isso tudo sem contar com a sua saúde mental, ou melhor, o que restou dela. Harry sempre fora um pouco lerdo, era verdade. Mas definitivamente havia ultrapassado seu nível normal de lerdeza. Estava impossibilitado de concluir um simples pensamento sem se esquecer do que estava pensando. Levava vários minutos para processar uma pergunta simples, como "Tudo bem?".

É. Não estava nada bem.

Os adultos sempre dizem que o jogo vira. E não é que vira mesmo? Ele sempre gostara de dormir para fugir um pouco da realidade, mas agora estava evitando dormir justamente para continuar em sua atual realidade.

Por que tudo tinha de ser tão complicado?

Covarde. Como pretende ser um grifinório assim? Tendo medo até de descansar? — repetia a si mesmo.

E lá estava ele: de volta ao mundo das paranóias. Precisava parar definitivamente com essa mania, assim como também precisava dormir. Se adormecesse naquele instante, ainda teria umas 4 ou 5 horas de sono, o que não era nada mal.

Inspirou, enchendo seus pulmões de ar e tomou coragem. Desligou a luz, tirou seus óculos e se entregou ao conforto de sua cama.

Tinha se esquecido como era bom deitar.

Sentia que estava deitado sobre belas e macias nuvens, como se o algodão do travesseiro o fizesse viajar sem sair do lugar. Era muito envolvente.

BUM!

Um barulho semelhante à um grande estalo ecoou, tirando Harry do mundo das nuvens em que se encontrava. Vozes baixas e passos apressados foram ouvidos no corredor.

Todo seu sono fora momentaneamente esquecido. O garoto queria era saber que tipo de coisa produzira o som, e a julgar pelo pouco que conseguia ouvir dos sussurros de Remus e Sirius, boa coisa não era.

Sorrateiramente se levantou da cama e, nas pontas dos pés, se dirigiu à maçaneta da porta e a girou. Seguiu a direção de onde as vozes pareciam ter origem.

— Tenho certeza, Moony, ouvi o som de uma aparatação por aqui. Eu nunca confundiria — dizia Sirius, trajando seu roupão vinho por cima do pijama. Parecia extasiado. Suas orbes, azul-acizentadas, foram cobertas com uma tempestade de preto, vinda de suas pupilas.

— Não me entenda mal, mas como alguém aparataria aqui dentro? Cobrimos a casa com camadas e mais camadas de feitiços protetivos — argumentou Remus, que também trajava um roupão emcima das vestes, só que no tom azul-marinho. Sua expressão era vaga, não dava muito bem para distinguir o que estava sentindo.

— Essa é a questão! Não deveria ser possível realizá-la.

— Não deveria e não é possível, Pads. Deve ter sido algum ruído externo — rebateu, mudando sua expressão, antes vaga. Uma convencida fora a escolhida da vez.

— Não seja teimoso. Eu sou o Auror aqui. Treinei o bastante para saber que era, sim, o som de uma aparatação, e se iss-

Padfoot? — disse Harry, saindo da clandestinidade e decidindo se intrometer na conversa.

Dois homens gritando assustados e um par de varinhas apontadas em sua direção foram a reposta à sua atitude.

— Jamie? Me conte... há quanto tempo está aí? — Foi Sirius quem recuperou a postura primeiro. Tentando, fracassadamente, passar uma calma que não lhe pertencia.

— Acabei de chegar — mentiu. — Ouvi vozes agitadas e decidi ver o que estava causando isso — Bom, essa parte era verdade.

— Não é nada, Hazz, v-volte para seu quarto. Amanhã, quer dizer, hoje, mas mais tarde é o grande dia, não? Precisa estar preparado — aconselhou o lobisomem.

— Ah, clarofalou, dando-lhes uma olhadela crítica, que passou despercebida. — Boa noite, então — E voltou para sua cama.

— Vá descansar, prefiro ficar aqui vigiando — Fora a última frase ouvida por ele.

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Desculpa a demora para atualizar aí, gente, mas tive que pôr as atividades escolares em dia.

Não se esqueçam de votar e comentar 🤍

xoxo
-- A

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