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07 - Beco Diagonal

"s ᴠᴇᴢᴇs, s sᴏɴʜᴏs sᴀᴏ ᴍᴀɪs sᴀʙɪᴏs ᴅᴏ ǫᴜᴇ ᴅᴇsᴘᴇʀᴛᴀʀ"

Nas últimas semanas, o momento do dia por qual Harry mais ansiava era a noite, mais especificamente a hora de dormir. Quanto mais vezes dormia, mais perto chegava a data de atravessar a barreira na Plataforma 9¾ e embarcar no Expresso de Hogwarts, rumo à escola.

Naquele dia, faltavam exatos 4 dias, 11 horas, 34 minutos, 29 segundos. Sim, ele havia contado. Aliás, o que mais fazia ultimamente era contar. Até chegara a pregar um calendário na parede do seu quarto, no qual ele ia marcando com um X os dias que já haviam passado. O ato era digno de um milagre, Harry nunca entendera uma palavra sequer de suas aulas de matemática, afinal, qual era a relevância de saber realizar uma multiplicação ou divisão — pior ainda — com frações? Simples, nenhuma. No final — sabendo ou não—, todo mundo vai para o mesmo buraco: a cova.

Harry sempre teve muita pena dos trouxas. Por quê? Ora eram criados como máquinas! Nasciam, e logo ao dar seus primeiros passos, eram trancafiados em creches, apenas para que seus pais pudessem ir aos seus empregos cansativos e torturantes. Logo sendo substituídos por seus filhos, assim que esses atingissem a maioridade e concluíssem o ensino superior. No futuro, os papéis se inverteriam: os que um dia foram os pequenos se tornariam os responsáveis, e também teriam uma ninhada de filhos, os quais seguiriam o mesmo sistema de seus antecedentes.

Pessoas como eles nem em sonhos mais distantes imaginariam que magia na verdade era real, e não apenas um conto de fadas, as quais coincidentemente — ou não — também existiam. Eles não entendiam a emoção de comprar sua primeira varinha, ou de montar em uma vassoura. Levavam uma vida monótona e chata.

Bom, independentemente do sistema trouxa, aquele seria um dia feliz para o garoto. Sirius prometera a ele que assim chegasse do Ministério da Magia — onde servia como Auror —, o levaria ao Beco Diagonal para comprar os itens de sua lista de materiais — que fora enviada junto de sua carta no dia 30 de julho.

Só tinha um pequeno detalhe: o padrinho não falara que horas sairia do trabalho, e isso aborrecia Harry mais do que tudo no mundo. Okay, talvez não mais do que quando chovia e Remus não o deixava praticar voo ao ar livre.

"— Você vai cair e se quebrar inteiro — Harry era capaz de até ouvir a voz e visualizar a cara de mamãe mandona que Remus sabia fazer com certa destreza.

— Bobagem — Era o que elesempre respondia. — Inúmeras partidas profissionais de Quadribol já aconteceram sob a chuva.

Exatamente. Eles são profissionais, treinaram para ter a capacidade de dominar a vassoura durante tempestades. O seu caso se tornaria um deletério! Seria totalmente minha culpa por permitir, portanto, a resposta continua sendo não — terminava, enquanto suas mãos desenhavam seu lábio inferior."

Revirava os olhos só de se lembrar, se tem uma coisa que Remus sabia era como ser um tremendo de um mandão. Bom, mas isso não mudava o fato de Sirius não ter avisado que horas seu turno acabaria. Isso se não tivesse hora extra, porque o homem estava se assemelhando a um viciado — só sabia trabalhar e trabalhar, e trabalhar de novo. Afinal, que tanto de coisa era essa que ele tinha para fazer? Teria isso alguma relação com aquela pasta que Harry vira há algum tempo atrás? Essa era uma coisa que ele, com certeza, averiguaria num futuro bem próximo.

Harry não tinha tido mais nenhuma sonho parecido com aquele após a última vez. Estranho, não? Por um lado ele queria ter tido mais um ou dois, mas não era sua culpa, apenas queria entender melhor, afinal real ou não, foi realmente interessante. Havia optado por não comentar nada desse assunto com seus padrinhos, julgava que eles não o levariam a sério. Em sua cabeça, eles caçoariam, dizendo que era o dom de clarividência se manifestando e que já poderia substituir a velha Cassandra Trelawney — famosa vidente no mundo bruxo —, já que seus herdeiros não foram presenteados com a sua condição.

Sendo tomado pelo tédio, o garoto repentinamente se lembrou de uma coisa que podia tirá-lo dessa solidão. Um de seus presentes de aniversário foi um kit para manutenção de vassouras, o ganhou de sua tia Andy, que na verdade não tinha parentesco algum com ele. A chamava de tia por consideração, mas a mulher era prima de Sirius por parte de mãe e, assim como seu padrinho, também fora deserdada por não cumprir com as exigências da família.

A vassoura em questão era uma Comet 260, que embora veloz, não chegava aos pés de uma Nimbus 2000 e muito menos de uma Firebolt. Harry sonhava com o dia em que colocaria as mãos na segunda opção. Se chegaria a realizar seu desejo? Talvez quando fosse bem mais velho, e até lá já haveriam modelos muito mais potentes.

Cuidar de vassouras era provavelmente uma das coisas que ele mais gostava de fazer. Para um depreciador de Quadribol, talvez a tarefa parecesse maçante, mas para um amante aquilo era prazer e diversão na certa.

Com o manual aberto sobre seus pés, ele começou a tarefa. Primeiro aplicou em um pano qualquer a solução para polir cabos, logo tratando de esfregá-la com delicadeza na região indicada. Já estava equipado com a tesoura prateada — utilizada para aparar as cerdas —, quando um grande cachorro branco brilhante e translúcido invadiu o cômodo — era o patrono de Sirius, idêntico a sua forma de animago.

"— Desculpe Jamie, não conseguirei te acompanhar na compra de seus materiais escolares, estou preso no trabalho. Sem surtos, Moony vai sair mais cedo e poderá te guiar. Se cuida!"

A voz que ecoou através do cão era idêntica a de Sirius.

Era oficial. Fora trocado pelo trabalho. Não era justo! Padfoot vinha prometendo e planejando esse dia desde de que o garoto se dava por gente. O que de tão urgente aconteceu para ele cancelar? Precisava de respostas, e se seus responsáveis não pretendiam dá-las, ele iria obtê-las por mérito próprio.

É... só tinha uma coisa o impedindo: onde as conseguiria? No escritório do padrinho? Nem pensar. Ele era protegido por um feitiço chamado Obstructionum Per Nexum, que funcionava da seguinte forma: cada vez que alguém quisesse entrar no lugar, por meio de uma conexão mental, o lançador do feitiço — no caso o Sirius — seria avisado e, então, a porta se abriria somente se o mesmo concedesse. De fato era um feitiço complexo demais, às vezes Harry se perguntava o que seu padrinho escondia ali de tão valioso.

Hazz? Já está pronto? — Uma voz familiar chamou.

— Hã?.... Não sabia que viria agora, Moony — gritou de volta o menino.

— Recebeu o patrono do Pads? Ele me mandou um também. Parece que seremos só nós dois hoje — disse o loiro, adentrando o quarto de Harry. — Você estava polindo sua vassoura? Que bom, ela bem que precisava de um reparo — complementou observando a tesoura, que ainda estava na mão do menino.

— Recebi sim, você sabe porque o Padfoot não vai com a gente? — perguntou o menino, ignorando a segunda pergunta. Seus olhos brilhavam na expectativa de conseguir alguma informação.

— Ele está muito ocupado trabalhando, não? — Remus olhava para todos os lados, mas ainda, sim, evitava fazer contato visual com Harry.

— Ah, sim, claro — É, não havia conseguido dessa vez. — Como foi seu dia? — Recomeçou o diálogo, fingindo que não havia notado o nervosismo estampado no rosto do adulto.

— Difícil, para falar a verdade. Ainda não obtivemos sucesso em desvendar o poema de Hipatia. Ele foi escrito em 415 d.M. pela mesma, porém aquilo vai muito além de Aritmância básica. A mulher era realmente uma perita no assunto, não é à toa que foi uma das melhores Aritmânticas da história, junto com seu marido Diofante, é claro — desabafou. Essa responsabilidade estava tirando todo a sua disposição.

— Mas vocês vão conseguir, não vão? Sempre conseguem. Você é fera nessas coisas de números, logo, logo vão desvendá-lo, você vai ver — Deu-lhe um doce sorriso.

— Ai, ai, esse é o tipo de coisa que a sua mãe falaria. Você tinha que ver, estava sempre com aquele sorriso maravilhoso que só ela sabia dar, sempre pronta para ajudar todo mundo. Você é igualzinho, sem contar que tem o mesmo par de esmeraldas nos olhos — O mais velho não pôde evitar sorrir também, relembrar os bons tempos era nostálgico demais. — Bem, se troque e vamos andando então, senão vai ficar muito tarde — completou, voltando para a realidade e saindo do quarto.

Harry optou por colocar uma calça jeans preta, uma blusa branca com um desenho aleatório e um tênis preto básico. Pensou em pegar um casaco, mas julgou não ser necessário — o dia estava ensolarado. Pegou apenas sua capa tradicional, já que iriam viajar por meio da rede de flu.

O menino sempre agredecia mentalmente a Ignatia Wildsmith por criar essa possibilidade de viagem, eram bem práticas e rápidas, só não mais velozes do que as aparatações. Eram tão fáceis de executar, que no instante seguinte ele — acompanhado de seu padrinho — já estava saindo da lareira de entrada do Beco Diagonal, portando sua lista em mãos.

— Vamos passar no Gringotes primeiro, okay? Preciso pegar alguns galeões para pagar essa penca de materiais — falou o maior e seguiu andando, sem nem esperar Harry, que estava estacado no mesmo lugar, olhando para todos os lados, como se nunca tivesse visto nada parecido. Toda vez que vinha reagia da mesma maneira, era... mágico?

O beco estava uma loucura, parece que muitas pessoas também deixaram para comprar tudo de última hora. Com uma certa dificuldade, eles conseguiram alcançar a porta do tal banco. Harry logo reparou no que estava cravado, em prata, nelas:

"Entrem, estranhos, mas prestem atenção
Ao que espera o pecado da ambição,
Porque os que tiram o que não ganharam
Terão é que pagar muito caro,
Assim, se procuram sob o nosso chão
Um tesouro que nunca enterraram,
Ladrão, você foi avisado, cuidado,
Pois vai encontrar mais do que procurou."

Sinistro, pensou. Tinha que ser muito biruta para resolver afanar algo lá dentro.

Quando entraram ele se assustou. Atrás de grandes balcões, estavam umas criaturas ossudas, miúdas, orelhudas e com os membros inferiores e superiores maiores e mais magros do que o padrão. Se fosse chutar diria que eram elfos.

— O que são essas coisas? — perguntou, chegando mais perto de Remus.

— Não são coisas, Hazz, são globins, conhecidos popularmente como duendes — O chute de Harry passou até que perto. — Seres extremamente inteligentes, mas não tão amigáveis — Ao alcançar o balcão, ergueu a cabeça em direção a um espécime. — Cofre Black, número 711.

— E o senhor teria a chave? — murmurou o duende, com uma voz rouca.

Ah, sim, claro — tirou do bolso uma pequena chave dourada, a qual o atendente recolheu.

— Sigam-me.

O moço os conduziu a um vagão, onde, com a mão, os convidou para se sentarem. Quando o vagão começou a andar — correr, na verdade —, Harry sentiu uma imensa vontade de colocar todo seu almoço para fora.

Uh! Que viagem desagradável, pensou.

Harry jurou ter ouvido Remus sussurrar algo parecido com "graças à Merlin" quando o duende avisara que haviam chegado.

Em um piscar de olhos já estavam de volta superfície, mas dessa vez com uma boa quantidade de ouro em mãos. Além disso, o garoto também havia descoberto que existia um cofre guardando a pequena fortuna que seus pais lhe deixaram. No entanto, seus padrinhos pareciam não ligar para ele, sempre arcaram com todos os gastos de sua criação.

De repente, uma sombra cobriu o menino, e uma voz grossa, mas educada começou a tagarelar.

Remus? Ora, quanto tempo! O que faz por aqui nessa época do ano? Uma baderna, não é? — Acontece que o autor da voz não era bem um homem normal. Tinha, pelo menos, duas vezes o tamanho de um homem "normal", porém ainda parecia inócuo.

— Oh, Rubeus. Como vai? Vim supervisionar Harry em sua primeira compra de materiais — O loiro se virou com um sorriso bondoso pintado no rosto.

Harry? — O olhar do homem abaixou, encontrando o do garoto. — Olá, Harry! Da última vez que o vi era apenas um bebezinho, se recorda, Remus?

— Como esquecer? Ah, Hazz, não seja tímido, comprimente Rubeus. Sabe, vocês vão se ver bastante durante sua estadia na escola, ele é Guardião das Terras e Chaves de Hogwarts, estou certo, Rubeus? — comentou empolgado.

— Hã?... O-oi, Rubeus — respondeu o menino, que tendia a ser muito tímido ao conhecer pessoas novas.

— Por favor, me chame de Hagrid — falou ainda sorridente. — Enfim, já estou de saída meninos. Vim a assuntos de Hogwarts hoje. Professor Dumbledore me pediu pessoalmente para recolher uma coisinha para ele — completou em tom de orgulho.

— Não queremos atrapalhar, nos vemos por aí — E com um aceno rápido, Remus e Harry já estavam virados de costas para o gigante.

— Nos vemos.

A sombra que pairava acima de suas cabeças sumiu, o barulho de passos pesados foi ouvido.

— O que tem aí na sua lista? — murmurou seu padrinho.

— Vamos ver — E começou a ler em voz alta o bastante para que apenas os dois ouvissem:

1°ANO

Uniforme:

1. Três conjuntos de vestes comuns de trabalho (pretas)
2. Um chapéu pontudo simples (preto) para uso diário
3. Um par de luvas protetoras (couro de dragão ou similar)
4. Uma capa de inverno (preto com fechos prateados)
O.B.S: As roupas do aluno devem ter etiquetas com seu nome.

Livros:

O Livro Padrão de Feitiços (1ª série), de Miranda Goshwak
• História da Magia, de Batilda Bagshot.
• Teoria da Magia, de Adalberto Waffling.
• Guia de Transfiguração para Iniciantes, de Emerico Switch.
• Mil Ervas e Fungos Mágicos, de Fílida Spore.
• Bebidas e Poções Mágicas, de Arsênio Jigger.
• Animais Fantásticos e seu Hábitat, de Newton Scamander.
• As Forças das Trevas: Um Guia de Autoproteção, de Quintino Trimble.

Outros equipamentos:

• 1 varinha mágica.
• 1 caldeirão (estanho, tamanho 2).
• 1 conjunto de frascos.
• 1 telescópio.
• 1 balança de latão.
Obs.: Os alunos podem ter uma coruja, um gato ou um sapo.

• • •

E assim passaram a tarde, se divertindo e comprando os itens requisitados. O ápice do dia foi quando Remus o presentiou com uma coruja, com o intuito de Harry usá-la para enviar cartas quanto estivesse em Hogwarts, claro. Sempre quisera ter uma. Só faltava um nome, mas pensaria nisso mais tarde.

Chegou em casa exausto e nem quis comer — as tortinhas de abóbora que lanchara ainda estufavam seu estômago. Decidiu fazer o que há muito tempo não fazia: dormir cedo. Adormeceu assim que sua cabeça alcançou o travesseiro.

"SAIA DA FRENTE SEU IMPRESTÁVEL! VERME NOJENTO! — uma voz fria e distante esbravejou.

M-m-meu lorde?" Eu não tive chance, eu juro — uma segunda voz sibilou, e mesmo que seu dono estivesse coberto pela escuridão, dava para perceber que estava trêmulo — a voz era masculina — apenas pelo seu tom.

— Eu já deveria imaginar que se quero algo bem feito, devo fazer por conta própria e não mandar servos inúteis realizar — a primeira voz voltou a se pronunciar.

— O senhor ainda não está em condições para agir, m-m-meu lorde — Essa fala saiu baixa e lenta, era a segunda voz de novo.

— Quando você, ou melhor, eu colocar as mãos naquela pedra, vou estar mais forte do que nunca. Mas para isso você precisa seguir o plano, IMBECIL!"

BUM!

Uma fumaça preta e gritos cobriram toda a visão.

Harry acordou todo suado e com sua cicatriz doendo. O que significava aquilo? Por quê acontecera novamente?

❀~✿ ❀~✿ ❀~✿ ❀~✿

Oi gente! Enfim, antes que dúvidas surjam, decidi esclarecer algumas coisinhas. Bom, a primeira coisa que vocês tem que saber, é que o feitiço "Obstructionum Per Nexum" foi totalmente inventado por mim.

Obstructionum = Bloqueio
Per Nexum = Por Conexão

São palavras que eu peguei de uma língua morta, mais conhecida como Latim. A maioria dos feitiços da saga pertencem ou são derivados à ela.

Ah, caso alguém não tenha relacionado, a Andy é a Andromeda, mãe da Tonks.

Não esqueçam de votar e comentar 🤍

xoxo
-- A

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