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— Esse era o problema que eu estava falando. — Taehyung disse atrás de Jimin. — Vou dar uma volta. Acabe logo com isso, qualquer coisa é só me chamar.
— Não está feliz em me ver? — Minho voltou a falar, se aproximando mais.
— Decepcionado seria a palavra certa.
— Ah, qual é! Vai me dizer que não sentiu saudades? — tentou tocar no rosto do loiro, que se afastou.
— Você disse que queria falar comigo... O que é?
— Que tal sairmos para...
— Se quer falar, vai ter que ser aqui e agora. Não vou a lugar nenhum com você.
— Ok, ok. — o rapaz levantou os braços em rendição. — Podemos pelo menos nos sentar ali? — apontou para um dos bancos do lado de fora do hospital.
Os dois caminharam até o lugar, acomodando-se um ao lado do outro. Jimin se sentia estranho. Era como se toda a mágoa e indiferença que reprimiu durante todo esse tempo, estivesse querendo sair de vez. Ele quis chorar, mas se conteve.
— E então?
— Fiquei sabendo que você se tornou um dos melhores de Seul... Sua fama chegou até Nova Iorque.
— Que legal. — o loiro fingiu desinteresse.
— Está feliz com a área que escolheu?
— A área que eu escolhi... — ele riu nasalado. — Você não mudou nada mesmo.
— Jimin, eu não fiz nada de tão ruim. Será que se fosse ao contrário você não teria feito o mesmo?
— Não, Minho. Eu não teria feito, porque eu te amava e ficaria feliz em te ver realizando um sonho. Jamais trapacearia como fez comigo. — disse ríspido, ainda sem encarar o mais velho.
— Amava... — o outro puxou o rosto de Jimin, fazendo com que o olhasse. — Não ama mais?
— Não. — disse firme e sem hesitar. — Não amo mais.
— Eu não tive mais ninguém depois de você, Minie...
— Isso não é da minha conta, não quero saber. E se veio aqui para falar daquilo que tivemos no passado, eu tenho mais o que fazer. — fez menção de levantar, mas foi segurado pelo pulso.
— Calma, tudo bem. Vou respeitar o seu espaço. Ouvi dizer que você estava se relacionando com um rapazinho... — Minho disse a última palavra com desdém, mas Jimin manteve a calma.
— O que você quer afinal?
— Tenho uma proposta...
— Proposta? Vindo de você? — o loiro arqueou a sobrancelha desconfiado.
— Veja bem, o hospital em que eu trabalho está precisando de um cirurgião fetal. E não existe ninguém tão capacitado quanto você por lá.
— Está querendo que...
— Que venha para Nova Iorque, trabalhar conosco. — Minho sorriu amigável.
— O que te faz pensar que eu aceitaria isso?
— Um salário melhor, mais reconhecimento, a chance de ter uma nova vida, expandir os horizontes.
— Você só pode estar brincando mesmo. — Jimin rolou os olhos.
— Eu te conheço o bastante para saber que isso mexeu com você.
— Não é como se eu fosse largar a minha vida aqui por conta de ambição. — o loiro disse, tentando convencer a si mesmo de que aquilo não causou nada em si.
— Vou estar em Seul até amanhã, mas caso se decida depois... — puxou um cartão do bolso. — Este é o meu número. Pense bem, Park.
Minho levantou sem se despedir e foi embora sem olhar para trás. Jimin ficou ali sentado, fitando o cartão em suas mãos e tomou um susto quando sentiu alguém sentar ao seu lado.
— O que ele queria hein? — Taehyung disse após recostar-se no banco.
— Em resumo, me desestabilizar...
— Como assim?
— Ele quer me levar pra Nova Iorque. — olhou inexpressivo para o amigo.
— Eu quero ver ele tentar. — o ruivo riu.
— Tae... Você acha que aqui é limitado para mim? Que eu poderia crescer lá fora? — mordeu o lábio inferior, sentindo-se confuso.
— Jimin, eu não acredito que você vai deixar as palavras de Choi Minho ficarem martelando na sua cabeça. — passou as mãos pelo rosto em nervosismo. — Ele não quer o seu bem, só voltou porque você conseguiu ser o melhor novamente e ele não aceita isso.
— Melhor em que? Ele é quem está bem sucedido em Nova Iorque e não eu.
— Quem te garante que ele está bem sucedido? Você por acaso ouve falar dele por aí? Me poupe...
— Taehyung...
— Ele teve apenas dez minutos de conversa contigo e já te deixou todo inseguro. Que merda, hein!
— Não estou inseguro! — rebateu.
— Claro que está! Até cogita ir embora e deixar tudo para trás. A carreira que construiu, eu, a Jihyo... O Jungkook, a Sun... — o ruivo tentou apelar para o emocional do amigo.
— Jungkook. — Jimin riu tímido. — Você fala como se tivéssemos algo.
— E não tem? Vocês se pegam por aí, dormem um na casa do outro, teve encontro... O que você quer mais? Sexo?
— Taehyung! — o loiro o repreendeu com as bochechas coradas.
— É isso, não é? Sabia! A seca aí é de muito tempo...
— 'Tá se gabando só porque a sua já foi saciada. — o loiro fez uma careta.
— Tinha dedo seu naquilo, eu tinha certeza. — bateu de leve no braço do amigo. — Olha, foi maravilhoso. E ainda passamos a noite toda conversando.
— Só conversando? — Jimin arqueou a sobrancelha.
— Fica aí no ar... — riram juntos. — E o seu encontro de família, como foi?
— Lindo é uma palavra válida? Eu gostei muito... Jeon é carinhoso e atencioso, me sinto bem perto dele. — ele contou, fitando o chão.
— Acha que está gostando dele?
— Não sei se gostar é bem a palavra certa, mas de qualquer forma eu tenho medo.
— De?
— As coisas estão dando certo, aparentemente. Isso não é algo que acontece comigo.
— Lá vem... Para de negatividade. Já te disse, se está dando certo, ótimo. Curta o momento. — abraçou-o de lado. — Sabe do que você precisa? Das famosas férias.
— É, eu cogitei isso. Queria passar uns dias com a mamãe. — sorriu fraco. — Tae, o Jeon é de Busan também, sabia?
— Sério? Talvez vocês já tenham se visto e nem sabem.
— Pode ser... Ele me pediu uma carona quando eu decidisse viajar, porque está sem carro e essas coisas.
— Acho ótimo. Tirar umas férias e de quebra levar o cara que você gosta. Aposto que a titia vai fazer questão de providenciar esse seu desjejum.
— Você é um idiota. — riram e o loiro colocou as mãos no rosto com vergonha.
— Vamos entrar? Está esfriando aqui...
Levantaram-se e alcançaram o interior do hospital. Caminhavam pelo corredor a passos lentos, enquanto Taehyung contava as novidades. Pararam em frente a sala de descanso involuntariamente e Jimin escorou-se na parede.
— Então você vai fazer essa cirurgia dos gêmeos? Que responsabilidade, hein?
— É muito complicado. Eles já são adultos e cada um tem um tipo de tumor diferente, um erro e eu faço a coisa errada no gêmeo errado. Ah, a genética. — Tae riu.
— Isso vai acrescentar muito na sua carreira. Estou orgulhoso de você. — Jimin o abraçou. — Quando vai ser?
— Depois de amanhã. Me deseje sorte.
— Você não precisa disso, é bom em tudo o que faz.
— Hoseok que o diga. — piscou para o amigo, antes de voltarem a caminhar.
Dentro do cômodo, Yoongi escutou a tudo. Tremeu de raiva ao imaginar o amado nos braços do ruivo novamente. Estava inconformado de ainda estarem juntos, se gostando, enquanto ele sofria por aí.
Esperou alguns minutos para sair da sala de descanso — que ele tinha entrado para se esconder assim que ouviu a voz dos dois — e aproveitou para pensar. Precisava de algo que afastasse o provável casal, algo eficaz. Precisava que Hoseok se decepcionasse com Taehyung e uma luz se acendeu em sua cabeça.
Praticamente correu até a lanchonete e como esperado, encontrou Micha tomando seu habitual lanche. Não se importou muito quando Jihyo lhe contou dos sentimentos da menina, mas agora isso lhe parecia extremamente útil.
— Ei, posso sentar aqui? — ele tentou soar o mais natural possível.
— Claro, Yoon. Nem precisava perguntar. — a garota sorriu largamente.
— O que está lendo?
— Um artigo sobre a cirurgia que o doutor Taehyung irá fazer. Acredita que ele me chamou para acompanhar? — ela disse empolgada e Yoongi abriu um sorriso tão grande que sentiu as bochechas doerem.
— Isso é maravilhoso. — vibrou por dentro. — Ei, me diga. Quando eles chegam ao hospital?
— Amanhã a tarde. Para fazer os exames, raio x e essas coisas.
— E você vai acompanhar tudo isso? — Yoongi fingiu interesse.
— Sim, eu vou. — Micha estava extremamente contente.
— Sabe, ás vezes fico triste em saber que não terei chances como essa. Não com toda essa situação. — fechou o semblante, causando tristeza na garota.
— Ei, Yoon. — segurou uma das mãos dele em cima da mesa. — Você pode tirar os raio x comigo e acompanhar a tomografia, o que acha?
— Você não se importa?
— Claro que não, bobo. Vai ser um prazer.
Min sorriu malicioso. Micha até teria percebido as intenções do rapaz, se não estivesse ocupada demais tentando controlar as batidas do seu coração, afinal era a primeira vez que via o garoto que gostava lhe tratando tão bem.
Já ele, se sentia um pouco culpado por usar os sentimentos de alguém para conseguir o que queria, mas por outro lado, já se sentia vitorioso antecipadamente.
Taehyung iria se arrepender amargamente por ter tirado Hoseok de si.
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ah, esse yoongi... acho que vou apresentar o tinder pra ele 🤔
hello!!! meus amores, obrigada por todas as mensagens de carinho, eu já estou BEM melhor.
disse que viria com att dupla, mas não deu. prometo que volto quinta com outro cap e amanhã posto o Q&A.
amo vocês demais, até loguinho 🐣
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