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— Ah... — Park desvencilhou-se imediatamente das mãos do outro e fez uma careta estranha.
— Eu sei que fui um pouco rude nas outras vezes que nos vimos...
— Um pouco? — arqueou a sobrancelha.
— Jimin? — Jihyo chamou a atenção dos dois ao chegar correndo até o irmão. — Ainda está aqui? — perguntou, olhando surpresa para o moreno.
— Aparentemente Taehyung sumiu com o meu carro e eu não quero ficar preso num táxi embaixo de um temporal. — o loiro reclamou, enquanto apertava o casaco contra seu corpo. — Ah, você está aí! — suspirou aliviado ao ver Hoseok.
— O Taehyung já chegou? — perguntou enquanto olhava para o interior do hospital.
— Como assim já chegou? Ele não estava com você?
— Aconteceram uns imprevistos... Mas eu pensei que ele viria para cá...
— É, ele não veio. Que maravilha, isso só melhora. — suspirou pesado.
— Eu ofereceria uma carona, Park, mas estou atrasado para uma emergência. Recebi o chamado a caminho daqui. — Jung explicou-se e o outro apenas balançou a cabeça.
— E agora, Jimin? — Jihyo questionou, colocando as mãos no bolso do jaleco.
— E agora que eu vou dar meia volta e ficar na sala de descanso. Sabe me dizer se tem alguém lá?
— Acho que... — a garota foi interrompida pelo moreno até então esquecido ali.
— Está indo para casa? Posso te dar uma carona. — Jungkook esboçou um sorriso, mas reprimiu-o quando Jimin o fitou com as sobrancelhas juntas.
— Você está bem mesmo? Olha, não precisa. Posso me virar na...
— Claro que precisa! — Jihyo se intrometeu. — Esse aí não dorme direito quando está aqui, todo chamado ele quer atender. Meu irmão aceita a carona sim. — ela sorriu amigável.
— Eu nem moro tão longe daqui e não está tão tarde. Acho que a chuva não vai cair até eu alcançar o prédio. — Park tentou esquivar-se.
— Não tenho pressa de chegar em casa, na verdade queria ficar mais um pouco com a SunHee, mas acho melhor voltar amanhã cedo. — o moreno disparou, fazendo os irmãos entreolharam-se.
— Ok. Então vamos. — o loiro deu de ombros e despediu-se da irmã.
Ambos caminharam pelo estacionamento em silêncio. Deram pelo menos quatro voltas pelo mesmo lugar, porque — pelo que Park deduziu — Jungkook havia esquecido onde deixou o carro. Ao encontrá-lo, adentraram o veículo e colocaram o cinto. Em pouco tempo já estavam na avenida movimentada.
Percebendo que o silêncio no ambiente já estava desconfortável o bastante e que seu passageiro olhava para fora sem interesse em conversar, Jeon tratou de ligar o rádio. Em poucos segundos, ele percebeu que Park brincava com os dedos, batendo-os na própria perna no ritmo da música que tocava. O sinal fechou e foi nesse tempo livre que Jungkook notou também que as mãozinhas de Jimin estavam quase totalmente cobertas pela manga do casaco e que seus dedinhos pequenos assemelhavam-se muito ao da pequena SunHee.
Chegando ao destino, o loiro livrou-se do cinto rapidamente e estava prestes a agradecer, quando o outro o interrompeu.
— Obrigado novamente...
— Ah, não precisa agradecer. Sua filha quer muito viver, fico feliz que agora você esteja tentando se aproximar. Obrigado também... Pela carona. — Jimin sorriu fraco, em seguida abrindo a porta do carro. — E ah, antes que eu me esqueça... Você é o pai e único responsável pela Sun, não tem hora para visitá-la. Talvez eu tenha sido implicante mais cedo. Boa noite.
Jimin não esperou respostas. Saiu do veículo e adentrou o prédio já sentindo algumas gotas de chuva em sua cabeça. Abriu a porta do apartamento e reconheceu as chaves do carro em cima do sofá. Caminhou até o quarto do amigo e o encontrou esparramado na cama, aparentemente no décimo sono. Balançou a cabeça em negação e seguiu para o seu próprio, pensando em tomar um banho e seguir o exemplo do ruivo.
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Jungkook estava animado. Depois de uma semana visitando a filha todos os dias, finalmente conseguiu inspiração para pintar alguns quadros. Andou distraído pelos corredores do hospital, cumprimentando alguns funcionários e enfermeiras que já o conheciam.
Alcançou a UTI e encontrou Park engatando uma conversa animada com Sun — agora mais ativa e saudável —, então se limitou a fechar a porta e encostar na parede atrás de si para observar.
— Está bem próximo o dia em que você finalmente irá para casa, se livrar desses aparelhos, fios, agulhas. — Jimin dizia baixinho. — Você é um bebê muito especial, sabia? Conseguiu derreter o coração de todo mundo, até o do seu pai. Achei que nunca o veria por aqui até ser obrigado a te levar para casa.
Jungkook rolou os olhos, mas não disse nada. Cruzou os braços e continuou observando.
— Você ganhou peso, está mais espertinha, tem até um cabelinho querendo nascer bem aqui. — o loiro acariciou levemente a cabeça da menor, que balançou as perninhas como resposta. Jungkook não conteve o sorriso. — Oh, e veja só essa barriguinha. — acariciou a menina novamente, provavelmente causando cócegas, já que a mesma se movimentou com mais rapidez. — Linda...
— Boa tarde. — Jungkook sentiu uma pontada de ciúmes e resolveu se pronunciar.
— Boa tarde, Jeon. — Park o cumprimentou. — Já está se organizando? Não vai demorar muito para a Sun sair daqui.
— Hm... Eu...
— Está com medo de levá-la para casa? — Jimin sorriu e o outro assentiu timidamente. — Não precisa, você vem sendo um bom pai. Vai lidar com isso muito bem.
— Espero que sim. — Jeon aproximou-se da filha.
— Tenho que ver uns pacientes. Me chame caso aconteça alguma coisa. — despediu-se, saindo em seguida.
Taehyung esperava o amigo há alguns minutos, enquanto agradecia mentalmente por Hoseok ter torcido o pé e tirado alguns dias de folga. Caminhar tranquilamente pelo hospital era algo que ele não fazia há tempos.
— Demorei? — o loiro perguntou, sentando à sua frente.
— Não muito. Estava com a pequena?
— Sim, deixei-a com o pai. — Jimin informou antes de roubar um bicoito do prato do outro. — Como você está? Nem nos falamos direito essa semana apesar de trabalharmos e morarmos juntos.
— Estou melhor, só de não vê-lo aqui e lembrar que eu sou pior do que um copo descartável já é alguma coisa.
— Para com essa bobagem. Hoseok é um idiota. Deveria ter quebrado o pé ao invés de torcer.
— Se fosse pra quebrar, que fosse o pescoço e morresse de uma vez. — Tae rolou os olhos.
— Mas vá se preparando... Logo mais ele estará de volta e vocês vão acabar se falando de qualquer forma. — Jimin provou seu chocolate quente que tinha acabado de chegar.
— Eu sei, eu sei. Por falar nisso, está quase na hora dos residentes novos chegarem, acho melhor a gente se apressar. Namjoon disse que quer todo mundo lá embaixo e etc. — o ruivo torceu a boca.
— Odeio essas coisas. — o outro comentou, levantando-se assim como o amigo.
— Por falar em odiar...
— O que foi? — Jimin franziu o cenho antes de tomar o ultimo gole do líquido marrom e jogar o copo plástico no lixo.
— O pai da Sun... Vocês não se odiavam?
— Odiar é uma palavra forte. Eu só achava ele um escroto, negligente e ridículo.
— Achava? — Taehyung ironizou.
— Agora ele é só ridículo. — Jimin riu. — Gosto de ver como ele está se esforçando para cuidar da filha. É um bom sinal, não acha?
— Ah, sim. Um ótimo sinal... — ele concordou, mas se referia a outra coisa.
Ao se encontrarem com outros médicos e enfermeiros no saguão do hospital, os dois amigos escutaram — sem muito ânimo — o discurso de Namjoon sobre o quanto era bom receber os novos residentes, bem como suas expectativas para o trabalho deles. Ao término do quase monólogo, o diretor pediu que os novatos se dividissem com os médicos de sua escolha. Regalias do primeiro dia.
Park recepcionou as duas garotas que se aproximaram dele e seguiram juntos rumo à ala pediátrica. Já Taehyung, estava chateado por ter cinco novatos em seu pé tagarelando sem parar sobre o quão animados estavam por estar ali.
Começou a caminhar na frente do aglomerado, sendo acompanhado em seguida.
— Doutor Kim Taehyung! — o ruivo parou ao ouvir seu nome ser pronunciado por Namjoon. — Esse rapaz chegou um pouco atrasado, se importa de ficar com ele hoje? Park sumiu...
— Tanto faz. Por mim tudo bem. — deu de ombros e o diretor se retirou. Taehyung voltou a atenção para a prancheta em sua mão, analisando os pacientes que teria que visitar.
— Me sinto muito honrado em te acompanhar hoje, doutor. — o garoto disse, fazendo o ruivo olhá-lo e sorrir.
— Não é para tanto, só estou alguns anos há sua frente nisso aqui. — disse simpático, fitando o loiro. — Qual o seu nome mesmo?
— Yoongi. — abriu um sorriso que exibia sua gengiva. — Min Yoongi.
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1,6k aaaaaaaa meu deus eu amo voces demais, serio!!! tudo isso é muito novo pra mim, nao sei lidar, realmente nao esperava.
obrigada e obrigada pelo carinho, espero nao decepcionar vocês. obrigada pelos votos e comentarios, leio todos sem falta. a quem chegou, bem vindos!!!! ai eu to nervosa, amo vocês d+++ até logo 🐣
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