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— Você não pode fazer isso. — Namjoon disse e Jimin arqueou a sobrancelha.
— Porque não?
— Porque vai contra as regras do hospital.
— Não estou indo contra as regras, ela não vai ser atendida de graça. Qual a parte do "eu vou pagar" você não entendeu? — o loiro falou visivelmente nervoso.
— Park, sabe melhor do que ninguém que os procedimentos para um caso como o dela não são baratos. Nem sabemos se ela vai viver, se vai resistir...
— Você é que sabe melhor do que ninguém que fora daqui esse bebê não dura mais do que duas horas. Aqui, ela tem lutado para sobreviver por quase uma semana. — rebateu, cruzando os braços e mantendo o contato visual com o mais velho.
— Até agora não entendi o motivo desse apego todo com a criança. Está misturando o trabalho com a vida pessoal? — o platinado perguntou, fazendo Jimin respirar fundo.
Ele estava?
— Claro que não. — afirmou sem ter certeza.
— Podíamos ter transferido-a no dia em que o pai dela esteve aqui. Era até melhor, afinal de contas não sabemos do que esse homem é capaz. Soube que ele ainda não a conheceu... Além do mais, o plano de saúde já deve ter entrado contato.
— Ele provavelmente está confuso e é mais do que normal nesses casos. — Park deu de ombros. — E bom, podemos dizer que SunHee está na ala pública do hospital.
— Aqui não tem ala... — Namjoon franziu o cenho antes de terminar a frase. — Está sugerindo que eu minta?
— Não é bem uma mentira, pense que está salvando uma vida inocente. — sorriu. — Agora eu preciso ir... — completou, virando-se em direção a porta.
— Jimin! — o platinado chamou quando ele já estava girando a maçaneta. — Tire o resto do dia para descansar.
— Ah, eu não estou cansado... — respondeu, novamente dando as costas, querendo sair dali o mais rápido possível.
— Eu não estou pedindo. — Namjoon insistiu e fez uma pausa para conferir o relógio de pulso. — Você dobrou o plantão e está aqui há exatas 53 horas. — Park rolou os olhos. — Casa. Agora. — ordenou, fazendo o menor hesitar antes de concordar de má vontade e fechar a porta atrás de si.
Jimin retirou o jaleco, guardando-o no armário. Movimentou brevemente os ombros e pescoço, sentindo o corpo pesar em seguida. Talvez estivesse mesmo cansado. Pensou em passar na lanchonete e tomar o café de sempre, mas isso resultaria numa futura insônia. Pegou então as chaves do carro e caminhou até a saída, encontrando com sua irmã que acabava de chegar.
— Para onde está indo? — ela perguntou olhando-o de cima a baixo.
— Dormir. — Park respondeu com a voz arrastada, fazendo a garota rir.
— Fiz sopa antes de sair. O tempo está frio, então tome um pouco antes de deitar. — disse, depositando um beijo a testa dele.
— Pode deixar, mamãe. — brincou.
— Ah, antes que eu esqueça... — estendeu-lhe a mão e o loiro fechou os lábios formando um bico.
— Não tem necessidade disso. Prometo que vou dormir...
— O. Pager. Park. Jimin. — a morena disse calmamente, ainda esperando.
— Eu te odeio! — ele resmungou.
— Ligarei caso precisem de você. Bons sonhos, Minie. — sorriu vitoriosa antes de voltar a caminhar hospital adentro.
❈
Jimin tinha esquecido como era a sensação de estar à vontade em casa. Vestia apenas a calça do moletom e uma camisa cinza cujo tecido fino deixava seu corpo fresco. Seu cabelo já estava praticamente seco, considerando que já fazia um tempinho desde que saíra do banho.
Terminou de tomar a sopa e sentou-se no sofá, embrulhando-se no edredom que tinha levado até ali. Vasculhou os canais da televisão e não achou nada que lhe agradasse. Até pensou em assistir alguma coisa na netflix, mas sabia que acabaria parando em alguma série médica e pelo menos naquele momento, ele não queria lembrar sequer qual era a cor das paredes um hospital.
Caminhou até o quarto e jogou-se na cama. Ficou por um longo tempo fitando o teto. Jimin odiava os dias de folga porque eram todos exatamente iguais; não fazia nada além de tomar banho, comer e hibernar. Desde que se formou, seu único amigo vinha sendo Taehyung — não que ele achasse ruim, pelo contrário, o ruivo era a melhor pessoa que ele poderia ter por perto —, e isso às vezes o deixava um pouco frustrado.
Sobre relacionamentos, bom, ele não tinha do que reclamar. Há muito tempo não se via interessado por alguém e achava melhor assim. Sua primeira e única experiência com o amor terminou com um Jimin abandonado e triste. Foram precisos dias no berçário observando bebês chorões que chupavam dedo para conseguir superar. E foi ali que ele percebeu que nascera para elas: as crianças. Achava fantástico o modo como se desenvolviam dentro da mãe e como se adaptavam aos poucos com o mundo exterior depois de nascer.
Seu pensamento correu até SunHee. A pergunta de Namjoon ecoava em sua mente até o presente momento e ele gostaria mesmo de saber o porquê de estar tão envolvido com a pequena. Mais ainda, queria entender o motivo de seu pai não ter ido conhecê-la até então.
Não resistiu à ansiedade e pegou o celular na intenção de obter notícias dela e surpreendeu-se quando abriu o aplicativo de mensagens e encontrou várias recebidas de Taehyung há poucos minutos.
tae: jiminnnnn
jimin eu to passando mal
caralho JIMIN PORRA
tomara que eu MORRA E VOCÊ FIQUE COM REMORSO PRO RESTO DA VIDA
eu vou processar o hoseok, eu juro que vou
jimin: o q q foi hein?
conseguiu pegar ele? Kkkkkk
tae: eu estava na UTI cuidando da SUA criança após uma retirada de tumor
e ele simplesmente brotou atrás de mim
um pouco próximo demais eu saldjksanflskj
jimin: não acredito que esse surto todo foi pq ele roçou em vc #decepcionado
tae: jimin, eu estou falando de jung FUCKING hoseok
o cara que eu tenho tesão desde que entrei aqui e agora ele está me dando moral??????????????????????
jimin: besta é você por não aproveitar, frouxo
tae: olha quem fala ne
quando foi a ultima vez q vc deu um beijo na boca?
me poupe
jimin: vc falou q estava cuidando da minha criança
oq houve?
tae: fiz o procedimento
está tudo bem por enquanto
amanhã vc faz um check up melhor
jimin: ah, ok
vou tentar dormir um pouco
e vê se sai do banheiro, vai ser o primeiro lugar que ele vai procurar
tae: ei como você sabe que eu estou no banheiro????????
jimin está offline
❈
— Não tem mais nada que possamos fazer? — Dahyun questionou sentindo os olhos marejarem.
— Pelo jeito, não. — Park disse, sentindo-se incompetente. — Os batimentos estão bem fraquinhos...
— Mas... — a ruiva insistiu, fazendo com que a pouca paciência que ainda restava no mais velho fosse por água abaixo.
— Bebês morrem. Cabe a você estar preparada para lidar com isso ou não! — disparou, proferindo cada palavra um pouco mais alterado do que gostaria.
Dahyun fitou o médico por alguns minutos antes de se retirar. Era só ele e a pequena SunHee agora. Talvez em pouco tempo, fosse apenas Jimin. O loiro podia jurar que seus olhos estavam marejados, mas preferia acreditar que não. Retirou o respirador da pequena e a carregou cautelosamente com suas mãozinhas. Suspendeu-a, deixando bem próxima de seu rosto e ficou ali, reparando cada detalhe. Em seguida a aconchegou próxima ao peito e murmurou algumas palavras baixinho, para que só ela escutasse.
— Park Jimin? — a voz feminina tão conhecida pelo loiro se pronunciou, fazendo-o virar devagar.
— Taeyeon? — ele disse incrédulo. — O que faz aqui?
— Vim visitar a família e resolvi dar uma passadinha no hospital. Namjoon disse que eu te encontraria aqui. — a moça aproximou-se sorrindo. — Quem é essa?
— Uma prematura de 30 semanas. Passou por tantas coisas...
Jimin contou tudo. Desde o parto bem sucedido e a morte inesperada da mãe, até o dia anterior onde ele havia assumido toda a responsabilidade — inclusive financeira — da bebê. Taeyeon era além de uma grande amiga, a pessoa que o fez ser quem é hoje. Na sua época de residente, aprendera muito com a mais velha, que sempre fazia de tudo para mantê-lo perto de si.
— Ah, SunHee... Tão pequena e com tanta história pra contar. — a loira acariciou delicadamente a cabeça da bebê. — Mas veja, ela parece estar gostando do seu colo... — hesitou por alguns segundos. — É isso! Canguru!
— Canguru? — Park franziu o cenho.
— Sim. O jeito que você está segurando ela se chama "mamãe canguru". Já houve casos em que esse procedimento salvou muitos prematuros. Olhe só o aparelho!
— Os batimentos melhoraram... — Park abriu um enorme sorriso. — E a temperatura melhorou.
— Acho que você deu o pontapé inicial para que o corpo dela comece a reagir pra valer... — Taeyeon fitou o amigo por alguns instantes. — Tire o jaleco.
— O que? — ele olhou-a com espanto.
— É que o bebê canguru costuma ser mais eficiente no contato corpo a corpo. Normalmente é o da mãe, mas já que não é possível... Vai ter que ser o seu. Anda, Park. Tire o jaleco.
E assim Jimin fez. Retirou a peça, juntamente com sua camisa. Tomou SunHee das mãos da mais velha e aproximou-a de seu corpo novamente. Aguardou alguns instantes e sentiu algo estranho dentro de si. Não sabia se era assim mesmo que funcionava o procedimento, mas era seu próprio coração que estava batendo rápido demais.
— Está vendo? Ela agora está sentindo melhor o seu corpo, o seu coração e está reagindo como resposta. — ambos olhavam satisfeitos para o monitor, notando a melhora dos batimentos cardíacos da pequena.
— Jimin? O que você 'tá fazendo? — Taehyung apareceu, fazendo os dois tomarem um leve susto.
— Ele está salvando a vida deste bebê. — Taeyeon respondeu satisfeita.
— Doutor Park, eu... — Dahyun começou a falar e parou assim que seus olhos se depararam com o peitoral desnudo do mais velho. — Ah... — levou a mão à boca discretamente, tentando disfarçar a euforia.
— Já tentou amamentar? — Taehyung brincou e Jimin lançou-lhe um olhar fuzilante.
— O calendário do ano que vem está sendo fotografado aqui? — perguntou Hoseok, que passava pelo corredor e resolveu parar para ver o porque de tanta aglomeração. — Também quero participar.
Jung riu, aproximando-se do ruivo e discretamente acariciando a cintura do rapaz que teria gemido baixinho, se todos não tivessem sido interrompidos a seguir.
— Tire suas mãos da minha filha agora mesmo!
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gente akdjsjfjd 300 views tomara que eu MORRAAAA. af voces sao demais eu to bem felizte!!!1! e eu achando que ngm ia curtir little hands... OBRIGADAA!!!1! ontem joguei little hands no search e achei isso aqui:
eu nao tenho palavrinhas para agradecer corretamente, pode parecer pouca coisa mas significa muito pra mim. obrigada por todos os votos, views e comentarios (leio todos, amo comentarios rs). amo vocês, até+ 🐣
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