Capítulo 1
Era mais um dia comum na vida do garotinho Shinso Hitoshi, como de costume ele estava sendo espancado por seus valentões devido a sua individualidade '' vilã'' seu cabelo roxo estava todo sujo devido ao fato de estar no chão e seus olhos estavam fechados pois não queria que algo entrasse neles. Tentaram colocar uma focinheira nele, mas ele negou e fugiu daquelas crianças, céus ele só tinha 8 anos e parecia que não havia ninguém no mundo para ajudá-lo.
─ Seu merdinha, pessoas como você deveriam morrer ─ uma das crianças disse com um sorriso de lado. ─ Crianças vilões deviam morrer logo cedo para não atrapalhar os heróis.
─ Vilão? O único vilão que vejo é você querendo matar uma criança! ─ gritou logo recebendo outro chute no estômago.
─ Cala a boca! Estamos fazendo um bem para todos e se fosse algo errado os adultos já teriam feito algo ─ outro dos valentões falou fazendo os outros rirem.
Era verdade, ninguém se importava com ele, a escola, as pessoas que passavam na rua e viam isso e às vezes pensava que mesmo que houvesse algum herói próximo vendo tal cena, seria capaz dele ficar parado caso escutasse sua individualidade. Ele começou a chorar enquanto escutava os garotos rirem dele e continuar batendo.
─ O que vuces taum fazendo? ─ uma voz infantil chamou a atenção de todos.
Hitoshi virou e viu uma criancinha de 4 ou 5 anos usando um uniforme fofo, uma camisa azul grande e um short amarelo. Ele estava com um chapeuzinho na cabeça no mesmo tom de short e um tênis vermelho vibrante. Ele tinha uma mochila pequena preta com um personagem de desenho falando '' sou um menininho malvado'' ele tinha cabelos cacheados esverdeados e sardas que deixavam seu rosto com bochechas gordinhas mais fofos e lindos olhos verdes que brilhavam como jóias.
Mas não foi o que mais chamou a atenção do garoto, mas sim as unhas mais longas, as presas um pouco maiores e os chifres de carneiro em sua cabeça. Ele não era tão grosso, mas dava a volta em sua cabeça ficando próximo ao ombro e suas orelhas eram um pouco pontudas sem contar a pequena calda fina que balançava animada atrás. Ele parecia a porra de um demônio em miniatura.
─ Puque vuces tão batindo nele?
─ Ele é um garoto malvado! ─ um dos rapazes respondeu.
─ Oh ─ o garotinho colocou as mãozinhas na boca em choque. Se virou para o menino caído e perguntou. ─ Vuce bate em miua e auau?
─ O que?! Não, eu nunca machucaria um gato ou um cachorro! ─ respondeu rápido, não querendo mostrar para criança que ele machucava qualquer animal.
─ Então puque taum batindo em vuce?
─ Eles são um bando de idiotas que acham que eu sou um vilão por conta da minha individualidade ─ ele recebeu outro chute fazendo com que tossisse.
─ Cala a boca! Garoto esse garoto é perigoso, ele pode controlar a mente das pessoas se você fala com ele ─ eles não queriam que o garoto começasse a gritar pedindo ajuda de um adulto ou algo assim, se não eles estariam encrencados. ─ Então vá embora, nós cuidamos dele.
─ Naum... ele num machuca auau e miau... num é malvado ─ fez um beicinho e cruzou os braços. ─ Eu num goto dissu, mamãe disse que isso é feio, vuces tão machucando sem motivo.
─ Garoto vai embora daqui, antes que eu machuque você ─ um dos rapazes falou irritado, já não suportava mais aquele fedelho.
─ Vuce vai faze dodói em mim?!
─ Se você continuar aqui falando merda e nos atrapalhando, sim.
─ Cara, calma, se você machucar esse fedelho ele pode gritar por ajuda.
─ É só a gente bater nele o suficiente pra ele não gritar.
─ Mano qual seu problema?! Eu não vou espancar um garoto que tem 4 anos!
─ Quando eu era mais novo, vocês me bateram... enfim a hipocrisia ─ disse com um sorriso de lado e logo encarou o pequeno. ─ Ei garoto, eles são pessoas ruins que gostam de machucar os outros... melhor você ir embora não quero que você se machuque ─ disse com um sorriso pequeno, estava todo dolorido, mas jamais iria deixar uma criança se machucar por causa de seus valentões.
─ Vuce tem um pilulito! ─ a criança abriu um sorriso. ─ Mi da que eu te ajudo!
─ O que?! ─ Hitoshi falou chocado, qual era o problema daquela criança.
─ Vaza garoto, eu já falei ─ um dos rapazes mais irritado falou, já não aguentava mais o fedelho, ele se aproximou e empurrou com força o garoto a ponto de ele cair no chão. Havia uma latinha perto e com isso ele arranhou a mão fazendo com que ele olhasse seu sangue e começasse a chorar.
─ Vuce é mau... mau!
─ VAI EMBORA ANTES QUE EU TE MACHUQUE MAIS!
─ O seu problema é comigo, não com ele! Deixe─o em paz.
Hitoshi estava doido, eles estavam em um local afastado e pouco movimentado ─ mais precisamente em um beco ─ ninguém iria ajudá─los e aquele pequeno podia se machucar ainda mais estando ali. Então ele notou que o sangue que saiu do corte estava voltando para dentro e o corte tinha simplesmente queimado e sumido. Ele piscou os olhos ficando confuso.
─ ZUZUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU ─ viu um garoto com o mesmo uniforme, a diferença era que ele possui cabelos loiros selvagens e olhos vermelhos. Seu tênis era preto e sua mochila pequena era do All Might. Ele se aproximou e ajudou o amigo a se levantar. ─ O que vocês fizeram com ele, seus desgraçados! Você está machucado Zuzu?!
Hitoshi ficou chocado o quão bem o garoto falava, já que o outro ainda falava muito errado, mas era tão fofo que ele conseguia ignorar. No fundo era ideal melhorar o vocabulário só que ele ainda era uma criança fofa. O rapaz, amigo dele provavelmente, tinha um olhar demoníaco cheio de ódio que parecia que estava prestes a atacar algum deles.
─ Kacchan, fiz dodói ─ disse enquanto o amigo enxugava as lágrimas do rosto segurando a mãozinha que fora ''cortada''.
─ Sem mais dodói ─ o pequeno pegou a mão já curada do garoto e deu um beijo vendo o outro abrir um sorriso. ─ SEUS MALDITOS EU VOU ACABAR COM VOCÊS! NINGUÉM MEXE COM ZUZU.
─ Garoto se você não quer se machucar, acho bom você ir embora ─ o garoto que empurra o menor disse irritado.
─ Oh, mas vejam só ─ uma voz sinistra fez com que todos ficassem assustados, menos o garotinho com chifres de carneiro. ─ Meu pequeno, como alguém pode machucar tamanha fofura.
Uma garra grande fez um carinho na bochecha rechonchuda do garoto que deu uma risadinha. Ele era alto e estava curvado, ele usava um tipo de capa que esconde o corpo todo, mas o braço que estava para fora mostrava que ele não possuía um corpo comum ainda mais pelas garras. Parecia escamas com alguns pelos. Uma boca grande cheia de dentes afiados se abriu fazendo um sorriso torto, um pouco de baba escorria. O sorriso era grande demais e assustador demais e eles conseguiram ver os olhos grandes e negros que a coisa possuía.
─ Eles machucaram o Zuzu ─ o rapaz de mechas loiras apontou para os garotos que ainda estavam em pé e com medo da presença misteriosa.
─ Oh, pobre criança, você está com dor? ─ agora os dois braços estavam por fora por completo mostrando como eles tinham uma forma bizarra e errada. As garras eram enormes e ele só possuía três dedos em cada pata, sim eram patas.
─ Kacchan bejo pra sara ─ abriu um sorriso para a criatura que soltou um ronronar feliz. ─ Eles são criança ruim.
─ E o que fazemos com criancinhas ruins que machucam você? ─ a voz sombria falou novamente sorrindo para o pequeno que não aparentava ter medo.
─ Elas vão embora ─ o rapaz de mechas loiras falou.
─ Um rapazinho tão inteligente, você tem alguém tão bom com você. Isso não é bom, Izuku?
─ Sim, eu goto muito do Kacchan.
─ Então crianças, vocês vão embora agora ─ a coisa andou e se aproximou das crianças que estavam amedrontadas a ponto de caírem e ficarem tremendo no chão.
Então eles viram o que estava dentro da capa. Era uma criatura grotesca com corpo curvado tendo algumas feridas mostrando sua carne viva, ela tinha um olho no ombro e alguns espinhos próximos assim como em outras partes do corpo. Suas pernas eram dobradas com as patas com garras ainda maiores. E seu rosto era deformado parecendo uma mistura de morcego e cachorro sem pele deixando─o completamente feio e nojento. Os olhos grandes e pretos e o sorriso grande cheio de dentes afiados.
─ Por favor... ─ o garoto olhou para Izuku que agora estava em pé enquanto o amigo limpava seu uniforme.
Hitoshi que ainda estava em choque, não estava vendo a criatura já que ela estava de costas para si mostrando só a capa e agradecia mentalmente por isso. Ele se lembrou do que o garoto disse quando perguntou sobre o pirulito, então o retirou do bolso e chamou a atenção dos garotos.
─ Hey, você queria isso, não era? ─ falou mostrando o doce vendo Izuku abrir um sorriso.
─ SIM!
Izuku foi até o garoto e o pegou. Ele deu alguns tapinhas no cabelo do garoto para agradecer. Shinso sentiu seu corpo se recuperar rapidamente fazendo com que ele deixasse de sentir qualquer tipo de dor, ele se levantou às pressas e se afastou daquela coisa que estava praticamente por cima dos garotos. Ele viu as duas criancinhas de mãos dadas saindo do beco e não pensou duas vezes em segui─las. Ele fingiu que não escutou os gritos.
─ Então... o que foi isso?
─ Ninguém machuca o Zuzu ─ o garotinho falou. ─ Coisas ruins acontecem.
─ Qual seu nome, garoto?
─ Pra você eu sou o lorde supremo Bakugou ─ disse com um sorriso de lado.
─ Claro... claro ─ disse vendo o garoto olhar pra frente.
─ Shinso, vuce ainda ta dodói? ─ Izuku se virou e perguntou.
─ Como você sabe meu nome?
─ Sabendo. Vuce quer um miau? ─ perguntou parando e olhando para o garoto. ─Meu nome é Izuku.
─ Midoriya... ele não sabe ainda falar o sobrenome ─ completou recebendo um sorriso do amigo em troca.─ Hm, isso soa bem. Você devia aceitar, garoto fracote ─ Bakugou falou olhando para Hitoshi.
─ Hm... tudo bem? ─ falou com incerteza, ele gostava de gatos. Só que não sabia se era ou não uma boa escolha negar o garoto.
Izuku parou e pegou sua mochila, fazendo com que Bakugou segurasse para ele mexer dentro. Ele tirou um caderninho e várias folhas com figurinhas. Ele pegou algumas cheias de gatinhos, de várias cores e raças diferentes, mas não só isso. Shinso reparou que tinha gatos com asas e alguns até com chifre.
Ele pegou as folhas e ficou vendo os gatos, não entendeu muito bem o que devia fazer, achou que era literalmente um gato, não uma figurinha. Ele escolheu um gato roxo de duas caldas. Ele lembrou muito o Pokémon Espeon, tinha até a pedra na testa e os olhos semelhantes. Ele mostrou ao garoto que logo retirou a figurinha e a colocou em seu caderno.
─ Coloca seu nome, data de nascimento e o nome que tu quer bota no bicho ─ Bakugou falou. ─ Se tu quiser passageiro é só colocar sua digital com sangue, se você quer pra sempre, precisa escrever seu nome com sangue.
─ Pera, que?!
─ Ele vai ser seu familiar! ─ falou batendo as mãozinhas com um sorriso no rosto, tinha falado a frase toda certa. ─ Vai cuidar de vuce e te prutege.
─ Sim, igual aquela coisa lá atrás... ninguém vai mais te machucar, ele vai te ajudar e conforme você fica mais forte ele também fica. Só que ele se alimenta de algo específico ─ Bakugou falou sério.
─ Eles falaram que você tinha uma individualidade de vilão, então sempre que alguém pensar, falar ou cogitar esse tipo de coisa de associá-lo a um vilão ou que você deveria ser um, ele vai ficar mais forte, vai se o alimento dele..., mas você pode da coisa de gato também, ele vai comer ─ Izuku falou sério e não errou uma palavra. ─ Vai ensinar pra ele o que pode e o que não pode fazer, não se esqueça que precisa cuidar muito bem dele se você quer que ele fique te ajudando. Ele vai te ajudar em relação ao uso de sua individualidade e aos combates.
─ Certo, vou ficar com ele pra sempre então ─ ele pegou a caneta que o pequeno estava oferecendo, ele começou a escrever normalmente, mas quando foi assinar a caneta o feriu fazendo com que sangue caísse na folha. Ele escreveu por cima fazendo com que seu nome ficasse gravado na folha. ─ E agora?
─ De noite ele vai pra sua casa, agora temos que ir embora ─ Bakugou falou puxando Izuku com ele. ─ E se algum adulto comentar algo fale que é um presente do demônio hehehe.
[...]
Dizer que o dia não fora estranho seria eufemismo, quando ele viu seu gato familiar ele ficou ainda mais chocado e contar aos seus pais o que tinha ocorrido tinha formado uma bola de neve ainda maior, por sorte eles aceitaram, não que eles tivessem opção o gato não iria embora de qualquer forma. Hitoshi decidiu chamá-lo de Espeon pelo nome do Pokémon e o felino pareceu gostar, o que facilitou as coisas.
Ele jogou na internet coisas relacionadas a demônios, para que conseguisse entender o que havia acontecido consigo só que nada parecia bater com a sua realidade. Aparentemente, pelo que um dos sites falava, ele fez um acordo com o diabo pedindo um familiar, mas ele não pediu nenhum, mas sim oferecido a ele, sem contar que ele não pediu por acordo nenhum ou fez algo que merecesse tal '' honra'' então ele não sabia muito bem se o site era confiável.
Aparentemente os demônios apareciam para as pessoas que achavam dignas de formar um pacto ou um acordo, você não conseguia ir atrás de um demônio era ele que tinha que ir até você. Se podia pedir de tudo, a única coisa que não era possível era se tornar um demônio ou ser tão forte quanto um, de resto tudo era liberado.
Ele achou um site dizendo que na sociedade atual, os demônios tinham acesso a qualquer coisa e ninguém poderia impedi-los de cometer algo hediondo. Contanto que eles não matassem ou transformassem os humanos em escravos eles podiam fazer pequenos atos malignos. Caso alguma pessoa fizesse algo de ruim para eles não tinha como o governo ou até mesmo um herói impedir um demônio de matar, eles eram onipotentes. Tinham a força de dominar o Japão, mas não queriam fazer isso e ficavam entre os humanos brincando com suas vidas.
Ele achou algo curioso e ficou chocado. Viu Izuku em uma das matérias, mostrando que ele havia retirado a visão, audição e fala de crianças. Uma havia perdido as orelhas ficando com buracos no local, outra ficou sem os olhos tendo nada no local e por último um ficou com a língua cortada. Todos banhados pelo sangue devido às feridas. E o motivo?
Eles machucaram um gato.
Ele entendeu então o motivo do garoto perguntar se ele havia machucado um '' miau'' ele já tinha machucado crianças por conta desse ato. O policial estava perto quando o gato estava sendo atacado, ele não fez nada ─ não tinha motivos e muito menos gostava de gatos, pelo jeito, mostrando o quão insensível ele era com a vida animal ─ Izuku viu e não gostou e na frente de várias pessoas ele torturou e logo retirou esses pedaços das crianças e ninguém pode fazer nada. O policial ainda foi obrigado ─ pelo próprio Izuku ─ a forçar as crianças a pedirem perdão e aceitarem que era culpa delas elas estarem daquela forma.
Shinso viu que Izuku podia ser uma pessoa maligna, que não se importo em torturar crianças na frente de outras pessoas e agir como se tudo fosse normal. Ele era perigoso e tinha muito poder nas mãos, poder na qual ele usava de maneira leviana. Entretanto ele ainda estava seguindo a lei, não havia matado ninguém apenas torturado e isso estava '' correto'' então ninguém poderia fazer algo contra ele.
Ele não queria pensar mais sobre o assunto e optou por ir para cama, não queria pensar como seria o dia de amanhã na escola pois dúvida muito que aqueles valentões fossem aparecer, achava difícil eles estarem vivos. Ele tinha noção que demônios deviam matar humanos por aí e não receberem o devido '' julgamento'' , provavelmente tinha um limite como: não pode matar mais que uma dezena sem motivo. Ou eles só não podiam ser vistos matando, afinal, eles eram demônios e faziam o que queriam quando queriam e depois pensavam nas consequências.
Quando ele estava indo para a escola, Espeon o estava seguindo, aparentemente o felino não ficaria em casa ou em outro lugar ela ficaria sempre ao seu lado e ele não estava se importando muito com isso. O problema seria ela ficar durante a aula, mas lembrou o que o garoto chamado Bakugou falou, então desejava que de alguma forma aquilo fizesse que seus professores mantivessem o gato na sala de aula. Quando chegou na sala viu olhares direcionados a si e alguns cochichos altos o suficiente para ele ouvir, ele já sofria disso normalmente só que no momento havia um gato de duas caudas com uma pedra na testa que chamava bem mais atenção.
─ Ok, crianças vão pros seus lugares... Hitoshi venha aqui colocar sua... ─ a professora parou de falar ao ver o gato em cima da mesa do rapaz. ─ Mas o que é isso?!
─ Hm, um demônio me deu, o nome dela é Espeon
A sala ficou em completo silêncio, em choque por isso, então alguns começaram a rir alto fazendo com que ele ficasse incomodado e apertasse os punhos, poxa, ele estava falando a verdade! Então ele viu a expressão da professora fazendo com que ele ficasse confuso, ela estava pálida e assustada.
─ Hm... ele está aqui para o quê?
─ Me proteger e me ajudar com minha individualidade.
─ Um gato monstro para um garo.... ─ o garoto não conseguiu terminar de falar ele tinha sido fatiado em cinco pedaços fazendo todos gritarem com aquilo. Espeon tinha a cabeça para o lado encarando o corpo morto do rapaz.
─ Hitoshi... você... você deu autorização para ela fazer isso?! ─ a professora estava em pânico.
─ Eu esqueci de falar o que ela podia ou não fazer ─ ele disse se recordando que não tinha comentado nada com Espeon. ─ Você o matou, a culpa vai cair em mim? ─ ele encarou o felino que fez '' não'' com a cabeça o deixando surpreso. ─ Se você vai machucar alguém, não a mate... muito menos arranque algum membro, só faça cortes... podem ser grandes, mas não pra matar ─ viu o felino concordar. ─ Você pode... é... se livrar do corpo?
O felino pulou da mesa e ficou sobre o corpo morto e logo desapareceu levando ele consigo. A sala ainda estava uma bagunça, alguns alunos tinham até desmaiado ─ o mais engraçado era que Hitoshi aparentemente não se importou ou ficou em choque, talvez o episódio do beco tenha dado ele certa tolerância a mortes ─ . Ele podia estar no mesmo estado caótico só que ele viu seus valentões serem atacados por aquela coisa, sem conta as milhares de coisas que ele viu na internet então ele estava '' de bem'' com aquilo no momento.
─ Eu... eu vou avisar o diretor que agora você tem um familiar, com licença ─ a professora correu da sala fazendo com que alguns alunos fossem juntos deixando apenas os desmaiados e aqueles que aparentavam estar '' congelados'' pelo medo.
─ Oh, que situação.
[...]
Por incrível que pareça, Shinso não recebeu suspensão, muito menos foi expulso, o diretor conversou com ele apenas para que ele assinasse um termo indicando que agora ele possuía um familiar e o que ele era para si. Depois que ele foi dispensado, não teria mais aula no dia, já que os demais alunos precisavam absorver o que ocorreu.
Ele notou o quão diferente foi sua vida depois disso, não havia mais bullying, não tinha mais focinheira, ele estava sozinho? Sim, mas agora seguro e livre pra fazer o que quiser. Ninguém mais mexia consigo e ele podia fazer as coisas sem medo de ser seguido ou encurralado.
O tempo foi passando, ele treinou com seu gato para entrar na U.A e parecia que cada vez mais ele parecia mais forte. Notou que Espeon tinha poder de teletransporte, por isso tinha conseguido levar o rapaz consigo. Sentia que agora tinha meio que um elo com o gato fazendo com que fosse capaz de dialogar melhor com ele e entendê─lo.
Quando ele fez sua inscrição para a prova, precisou informar a escola sobre Espeon, não sabia se isso iria influenciar em algo desejava que não, pois não queria perder o sonho de ser herói por conta desse motivo. A prova escrita foi mediana e a luta contra os robôs foi fácil junto com a ajuda de Espeon que tinha força o suficiente para quebrar com facilidade os robôs.
Quando recebeu a carta com o holograma, com o próprio diretor falando, ele se sentiu extremamente feliz pois tinha passado para a turma de heróis. O diretor informou que gostaria de conhecer Espeon já que ele nunca viu um familiar na vida e que ele tomasse conta do felino para que ele não machucasse ninguém, pois ele não iria permitir esse tipo de coisa, mesmo querendo ver como era um familiar defendendo seu mestre.
[...]
─ O festival de esportes está logo ali... então ─ uma batida na porta fez com que o professor Aizawa parasse de falar com seus alunos.
Ele foi até a porta e abriu revelando um garoto, ou garota? A pessoa estava usando uma calça legging preta, tênis vermelho, uma camiseta em um tom vermelho e um casaco alongado cinza com forro. Havia uma longa cauda fina nas balançando atrás e um par de chifres grossos e longos que davam a volta em sua cabeça, no caso chifres de carneiro e estava usando uma bolsa pequena de lado em um tom preto.
─ Posso entrar? ─ falou em um tom calmo.
─ Poderia me informar seu nome antes?
─ Meu nome é Izuku Midoriya, senhor... hm, Aizawa ─ falou colocando a mão no queixo dando certo destaque em suas unhas finas pintadas de preto. ─ Se me der licença eu tenho assuntos a tratar.
─ Essa garota é quente ─ um dos alunos, no caso Denki Kaminari falou pra um dos amigos.
─ É um cara ─ Hitoshi falou vendo Izuku parar a sua frente. ─ Aparentemente você é um cara androgênio.
─ Sim, muitas vezes posso ser confundido com uma mulher, mas não vim aqui para isso... e sim a negócios ─ disse pegando seu caderno de dentro da bolsa. ─ Seu familiar tem poder suficiente para evoluir e também fui informada que um outro familiar, na qual pertence a minha coleção, o atacou... peço desculpas por isso, aparentemente a pessoa que o utilizou não era o dono verdadeiro. Fiquei devastado ao descobrir que o dono deixa que outras pessoas utilizem uma das cópias, mas digo que eu pessoalmente resolvi o problema e a pessoa fora penalizada por isso.
─ Hm..., mas eu não fui atacado por nenhum familiar.
─ Oh, você se esqueceu do ataque recente que houve em sua escola? Aquilo era um familiar, mas novamente não estou aqui para falar sobre os outros familiares e sim da atualização de seus dados. Você quer que Espeon...
─ Espere, aquilo era um familiar? ─ Aizawa se aproximou.
─ Como assim o que é familiar?
─ O que está acontecendo?
─ Calem a boca ─ Izuku falou calmo balançando a cauda agitado. ─ Shinso, você deseja que Espeon mantenha sua forma ou fique maior? Caso deseje que ele continue com esse tamanho seus novos poderes não serão diminuídos ou penalizados.
─ Oh, hm, eu prefiro que ele continue desse tamanho ─ falou vendo o garoto que agora estava um pouco mais crescido anotar no caderno.
─ Pois bem ─ ele estalou os dedos e uma magia negra rodeou o felino e logo sumiu. ─ É triste que você não tenha escolhido ser um vilão, você tinha tanto potencial.
Hitoshi ficou chocado com aquilo, não podia acreditar que o garoto estava falando isso. Seu coração se apertou achando que pelo menos ele era diferente, mas até um demônio reconheceu outro. Ele abriu um sorriso triste e virou o rosto.
─ ESCUTA AQUI, CARA! QUEM VOCÊ PENSA QUE É PRA... ─ Denki estava furioso, ele logo agarrou com força o corpo pequeno, mas antes que pudesse continuar a falar seu braço fora cortado e ele caiu para trás com dor e gritando fazendo todos da sala gritarem.
─ Quem você pensa que é pra tocar em mim? ─ Izuku falou com nojo em sua voz. ─ Criatura patética.
─ Ninguém vai mais te tocar ou fazer alguma coisa ─ Aizawa falou em pânico, ele sabia o que podia acontecer se mais algum aluno fizesse algo. Ele devia ter falado para que todos ficassem em seus lugares em silêncio quando olhou para os alunos viu que alguns estavam chocados com aquilo, mas ao ver o olhar que seu professor tinha todos ficaram quietos.
─ Não me leve a mal, Shinso. Eu não gosto de heróis, muito menos gosto muito de humanos ─ falou calmo. ─ Não vejo motivo para ficar do lado dos bonzinhos, não julgo vocês seres inferiores pelas suas individualidades... infelizmente você preferiu ser um herói. Assim como meu amado Kacchan também o deseja... eu também acho que ele tinha um potencial tão grande como vilão, mas é uma pena.
─ Você pode ajudá─lo? Devolver seu braço ou algo assim? ─ perguntou nervoso encarando Denki.
─ Seu amigo tem sorte de ter sido apenas um braço... eu teria feito pior. E mais uma vez digo que criaturas semelhantes a aquela jamais podem lhe fazer mal. Tenho meu código, nenhum familiar que tenho posse pode lutar contra seus semelhantes.
─ O Nomu?
─ Um nome incomum, eu digo, mas sim esse nome. O rapaz cujo tinha poder no momento fora penalizado. Assim como o dono original, agora se me der licença eu tenho coisas a fazer. E não, senhor professor, eu não vou dar mais detalhes sobre esse familiar. Não vou divulgar meus contratantes, mas não se preocupe que provavelmente eles vão ficar um tempo parado já que eles não sabem quem é o dono do familiar. Atacar vocês novamente é motivo de uma nova penitência.
─ Você... você não pode ir embora assim, olha como você deixou meu amigo! ─ Mina estava chorando ao lado de Denki que chorava e gemia de dor. Momo tinha feito alguns tecidos para segurar o sangramento como Aizawa não deixava ninguém sair era difícil levá─lo para ser ajudado.
─ Sua...
─ Zuzu ─ uma voz chamou atenção de todos. Hitoshi viu então Bakugou com as mãos no bolso. Estava com uma calça jeans e uma camiseta preta com caveira e uma blusa presa na cintura. ─ Você já falou o que precisava, vamos embora. Tsc, mande os inúteis levarem o garoto pra enfermaria antes que ele morra.
Aizawa piscou e pediu a alguns alunos que o levassem depressa. Estava em total choque, um garoto comum tinha feito um demônio parar, não só isso, provavelmente ele impediu uma morte e como bônus ele o interrompeu e ainda saiu vivo. Nunca tinha testemunhado isso em toda sua vida quando via demônios interagindo com humanos, mesmo os humanos estando a um bom tempo próximo em suas vidas.
─ Me desculpe por demorar, Kacchan ─ abriu um sorriso pequeno. ─ Espero que esse seja seu professor quando você entrar nessa escola patética, ele parece no mínimo interessante comparado a alguns outros humanos professores que conheci.
─ Que seja, vamos logo antes que mais algum idiota tente bancar o fodão pra cima de você ─ disse cruzando os braços.
─ Você... quer ser um herói? ─ um dos alunos perguntou a Bakugou como se ele fosse um ser bizarro.
─ LOGICO, PORRA!
─ E sendo amigo de um demônio? Qual seu prob... ─ a cabeça saiu voando do corpo fazendo o sangue espirrar e mais gritos e choros.
─ Tsc ─ Bakugou apertou o osso nasal, que era onde situava a sobrancelha, ignorando o grito e o sangue. Querendo ou não ele já tinha visto coisas piores e nem se importava... sem contar as coisas malignas que ele já pediu que Izuku fizesse para alguém. ─ Não sei o motivo de sempre falarem merda quando digo isso, porra que inferno.
─ E você ainda quer ser um herói ─ soltou um riso pequeno e logo foi em direção a saída. ─ Eu me diverti hoje te visitando, Shinso, nem sempre posso fazer isso com as pessoas... ainda mais quando elas não me dão motivo. Seria tão bom se as escolas ensinassem mais sobre meus semelhantes ─ colocou a mão na bochecha e suspirou. ─ Então te darei um presentinho, um novo método de alimentação... para cada um que achar que você é fraco ou inferior seu familiar também vai se alimentar.
─ Espero que essa merda não prejudique minha imagem ─ Bakugou rosnou pegando a mão de Midoriya e o puxando vendo o garoto abrir um sorriso amoroso em sua direção.
─ Claro que não vai, Kacchan! Eles não ousariam usar isso contra você... é claro que eles vão aceitar você aqui ─ disse animado seguindo o parceiro.
Todos viram a dupla ir embora deixando dor e sangue para trás. Aizawa nunca ficou tão triste em pensar que nenhuma daquelas crianças tinha conhecimento sobre demônios, ele as ensinaria, mesmo que fosse tarde demais. Pedia aos deuses que aquele garoto não voltasse mais ali, mas se voltasse que ele não atacasse mais ninguém. E que aquele garoto que o acompanhava não virasse um vilão pois do jeito que ele parecia ter controle sobre o garoto se fosse para o lado errado todos estariam perdidos, então era ótimo ele desejar ser um herói.
Hitoshi só conseguia ver tudo sem saber o que fazer, o que havia acontecido naquela sala?
Ele realmente não desejava reencontrar Izuku novamente.
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