Capítulo 36
Kathryn
O grande dia chegou. Eu e Austin tomamos água enquanto vemos o brutamontes de ontem vencendo pela terceira vez e ganhando sua medalha também pela terceira vez. Se ele continuar assim, com certeza amanhã será o grande vencedor, e isso me dá nos nervos. Minha vontade é de poder arrastar sua cara no asfalto e depois chutar suas partes íntimas.
— Não bebam muita água. — Alerta nosso treinador.
— Estou muito nervosa. — Confesso.
— Relaxa, eu vou ganhar. — Austin sorri de forma convencida.
— Você é muito convencido, meu Deus! — Reviro os olhos quase até a raiz do cabelo.
— Para estar aqui, é necessário ser convencido. — Rebate.
Mais uma vez, o brutamontes ganha, e agora é a vez de Austin. Mas, por enquanto, o ruivo não lutará com ele.
Assim como o brutamontes, Austin vence quatro vezes e ganha quatro medalhas.
— Viu? — Ele se gaba ao aproximar-se de mim. Apenas mostro meu dedo do meio a ele.
Depois de mais algumas lutas, entramos no "intervalo". Vou para meu quarto com um lanche que peguei na cantina e o devoro. Logo depois, resolvo ligar para meu irmão. Ele demora uns dez segundos para atender, e isso é muito estranho, já que sempre atende no primeiro toque.
— Alô? — Fala meio ofegante.
— Oi... — Digo, estranhando seu tom de voz. — Atrapalhei alguma coisa?
— Não, claro que não. Você nunca atrapalha! — Sinto um pouco de ironia em sua voz. Ou talvez seja só coisa da minha cabeça.
— Luke, você está sendo irônico comigo? Meu Deus, não me diga que a Maya te transformou em um mauricinho mimado em DOIS DIAS!
— Do que você está falando? Mas é claro que não! — Ele exclama.
— Hum... Tudo bem. Como estão as coisas por aí? Está tudo bem? — Pergunto, realmente querendo saber.
— É-é... — Gagueja. — É melhor se preocupar com a sua luta, maninha. Por aqui está tudo bem. Vou desligar agora, beijos e se cuida.
— Luke! Não desliga! Espera! Lukee! — Peço, mas infelizmente é em vão, pois meu irmão já havia desligado.
Solto um grunhido de raiva. Luke nunca esteve tão estranho. Sinto que ele está escondendo alguma coisa de mim. Porém, antes que eu possa concluir meus pensamentos, Austin bate na porta, avisando que é minha vez de lutar. Fico um pouco (muito, na verdade) nervosa, mas mesmo assim, me dirijo até o ringue. É preciso coragem.
No momento, confesso que fiquei bem nervosa, mas recebi incentivos e consegui vencer a primeira luta. É a minha primeira medalha, e eu estou super feliz. Seria bem melhor se minha família estivesse aqui, mas irei vencer por eles.
— Até que não foi nada mal. — Austin comenta, de braços cruzados.
— Na verdade, fui bem melhor que você. — Me gabo, fazendo-o soltar uma gargalhada.
— Esse é o espírito! Agora, é melhor se concentrar. A garota que vai lutar com você não perde há cinco anos. — Ele me alerta, saindo em seguida. Suas palavras são o bastante para me fazer ficar mais nervosa do que o normal.
Depois de alguns minutos, lá estou eu de frente para a tal garota que, por puro nervosismo, não cheguei a escutar o nome.
— Não tenta se fazer de forte, está bem claro para todos que irei ganhar. — Ela sorri maldosa, tentando me dar um soco na barriga, mas consigo me defender.
— Não seja tão convencida. — Sorrio de lado, acertando um soco em cheio no seu rosto.
— Você não deveria ter feito isso! — Ela ralha, me dando um chute na cabeça e me fazendo cambalear. Depois, dá um sorrisinho diabólico e se prepara para atacar novamente, mas dessa vez sou eu quem a acerto com um chute no joelho, fazendo-a cair.
— Será uma honra ser a pessoa que irá desbancá-la depois de cinco anos. — Comento, provocando-a.
— Mas não vai mesmo! — Ela levanta e tenta me contra-atacar, mas é em vão, pois sou mais rápida.
Terminando o segundo round, me sento em um banco no cantinho do ringue, cansada.
— Você está indo bem, é só continuar assim. — Diz meu treinador.
— Só tenta atacar mais do que defender. — Austin opina.
— Eu não vou seguir seus conselhos.
— Ele está certo, ataque mais. — Nosso treinador concorda, me entregando uma garrafinha com água.
Olho para Austin e o vejo me encarando como se estivesse dizendo: "Eu avisei", e isso me deixa irritada. Bebo minha água, apertando a minha garrafinha mais do que o normal, e logo chega a hora do segundo e último round.
— Eu vou acabar com você. — Ameça minha adversária assim que o juiz permite que lutemos.
Ela vem na minha direção com tanta sede de vingança e pouca estratégia que consigo me esquivar. A garota cai no chão e eu aproveito para atacar. Subo em cima dela e dou vários socos no seu rostinho de Anabelle. Quando a mesma estava quase inconsciente, o juiz apita e me manda parar, me declarando como vencedora.
Sorrio de alegria, e o juiz coloca minha medalha em meu pescoço.
— Isso não é justo! — Grita minha adversária, se levantando. — Eu deveria ter ganhado, EU! — Ela tenta tirar minha medalha. — Me dá! Ela é minha!
— AYLA! — Grita uma mulher grande e musculosa. — Eu vou falar apenas dessa vez: se afaste da garota e da medalha, ou tomarei medidas drásticas!
— S-sim, mã-mãe. — Concorda Ayla, gaguejando. Então, as duas saem e eu vou descansar antes de minhas próximas lutas.
Minutos depois, luto novamente e venço mais duas lutas. O cronograma do dia encerra, e agora só amanhã, com a final. Estou cansada e ansiosa, e espero vencer.
— Ei, parabéns. Você foi quase tão bem quanto eu. — Diz Austin, vindo ao meu encontro.
— Considerando que venci alguém que não perdia há cinco anos, acho que fui melhor. — Dou de ombros, sorrindo convencida.
— Quem está se achando agora? — Ele retruca, sorrindo. Reprimo os lábios para não sorrir de volta.
— Estava tentando ligar para Maya, mas ela não atende. Você já falou com ela ou com Luke hoje? — Pergunta, me acompanhando até o meu quarto.
— Só com Luke, mas foi bem rápido e ele estava bem estranho. — Comento.
— Hum... Isso tá bem esquisito. — Fala, pensativo. — Será que está acontecendo alguma coisa?
— Não sei. Mas isso a gente descobre depois de amanhã! Agora dá licença que eu quero descansar. — Empurro-o para fora do meu quarto.
Depois, tomo um banho longo e relaxante, janto muita proteína e vou finalmente dormir.
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