Rebuliço
Meu coração funcionava em um ritmo maluco desde que Lira botara os pés no piso de minha casa. Ela parecia alheia à intensidade de tudo o que estava acontecendo, o que me levava a questionar que tipo de experiências experimentara ao longo do tempo até chegar ali. Observei e garanti que minha noiva fechara a porta do quarto antes de entrar no meu, que era logo ao lado.
Fechei minha própria porta com cuidado para não fazer barulho e tirei as botas na entrada. Uma precaução para que Lira não ouvisse meus passos. Encontrava-me em um notório e inesperado louco nível de excitação mental e física. Era melhor tomar um banho e abrir a janela do quarto para que o ar fresco e úmido entrasse e acabasse com aquela euforia.
Tirei o colete comprido que usava sobre a camisa e olhei para o volume em minha calça. Como saber que Lira era inocente sobre os homens? Ela não tinha percebido aquela reação natural à sua presença.
Nunca fui um descontrolado, aquilo era algo que não acontecia com frequência. Na verdade, quase nunca acontecia. Mas sentir o cheiro dela e ver sua pessoa tão... Desenvolvida... Ativou algo em mim. Algo que eu não poderia controlar por muito tempo sem enlouquecer ou ficar com o humor desembestado.
Olhei para a porta que dava no quarto dela. Nossos quartos eram conjugados, mas ela não saberia disso até o casamento. Havia uma tapeçaria que cobria a parede do lado no qual ela estava hospedada.
Respirei fundo e arranquei as calças para ficar mais à vontade. Meu corpo estava tão agitado que parecia se mexer sozinho. Tomei um banho rápido e corri para a janela onde tomei algumas lufadas de ar frio. Meu corpo se acalmou. Meu membro murchou, mas minha mente continuava barulhenta.
Deitei-me na cama, porém não consegui dormir. Rolei de um lado para o outro durante horas. Até fechei os olhos e tentei me manter calmo como um convite para o sono, no entanto não foi muito efetivo. Em certo momento deixei de me enganar. Eu não dormiria.
Vesti minhas roupas e saí do quarto. Cheguei ao final do corredor e desci as escadas. Havia muito trabalho no gabinete e eu devia planejar meu casamento com Lira. Agilizar os trâmites era primordial. Morarmos na mesma casa traria suspeitas sobre encontros furtivos e como administrador da vila eu não podia ter a imagem manchada.
A lareira estava com o fogo quase apagado de forma que a sala ficara escura e um pouco fria. Aproximei-me para jogar mais lenha no fogo quando uma sombra se mexeu ligeira. Nem tive tempo de agir. Fui pego pelo pescoço e colocado contra a parede.
— Onde ela está? — Perguntou-me a voz conhecida.
— No... quar... to. — Respondi quase sem ar.
Ele grunhiu com ferocidade e eu só queria que o homenzarrão me soltasse. Logicamente meu desejo não foi atendido e ao contrário do que eu ansiava, apertou mais meu pescoço.
— Não posso acreditar que você já tenha tomado ela para si! Maldito! — Gritou.
Eu podia ter pensado em mim primeiro, mas não pensei. Só refleti que se ele continuasse se esgoelando daquela maneira, acordaria Lira de seu merecido descanso.
— Si... lên... ci... o... — Pedi. — E... la... es... tá... dor... min...
Não consegui terminar a frase, pois ele apertou meu pescoço até quase me matar. Como um milagre, em seguida me soltou, assaltado por alguma razão epifânica.
— Ela está dormindo no próprio quarto. — Falei enquanto massageava meu pescoço.
Um tomada brusca de fôlego me fez tossir. Minha garganta arranhava de uma forma terrivelmente desconfortável.
— Espero que não a tenha desonrado, Alioth! — Aquilo era uma clara ameaça. — Você sabe como ela é importante para mim.
— Eu não a desonrei, maldito. Vamos para o gabinete. Se ela acordar com seus gritos, ficará assustada e fugirá.
— Não fugirá novamente. — Ele disse com firmeza.
— E quem garante isso? — Perguntei.
— Eu. — Respondeu.
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