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O sangue que lava a terra

— Creio que estávamos em meio a uma explicação. — Quebrei o silêncio breve que se instaurou.

Anhangá afirmou com um aceno de cabeça.

— Essas são histórias de deuses que ficam no Oriente do mundo. Muito além das terras de onde você veio, Lira. Para entender a importância dos itens que Katuryna precisa pegar, é importante saber de onde eles provêm. — Disse o Anhangá com sua voz de trovão.

— Estou pronta para ouvir, não podemos perder mais tempo, cada minuto é precioso. — Enfiei as mãos nos bolsos de minha calça e esperei.

Anhangá, de imediato, pôs-se a contar a história de Kusanagi Tsurugi.

— Em uma terra distante daqui, onde o sol nasce primeiro, existe um deus chamado Suzanoo que controla as tempestades e os trovões. Ele é filho dos deuses criadores do arquipélago de Nihon e de tudo que há por lá, são no caso Izanami e Izanagi.

"Suzanoo é irmão de Amaterasu, deusa do sol, e sempre teve muita inveja dela porque era querida e podia iluminar os céus. Já ele era ranzinza e, com raiva e inveja, destruía montanhas e vales para colocar medo nos corações homens, que obviamente ficavam aterrorizados com sua fúria."

"Certo dia Suzanoo decidiu afundar nas águas as terras de Nihon, mas seus pais não deixariam que fizesse algo tão terrível e resolveram mandá-lo para a terra de Yomi, onde ficam os mortos. Assim, avisaram-no de seu destino. Suzanoo, no intuito de fugir de seu destino, subiu para o palácio celestial de Amaterasu."

"A irmã, consciente do mau gênio de Suzanoo, preparou-se para recebê-lo em batalha, mas para sua surpresa quando ele chegou não a atacou, na verdade dobrou os joelhos em submissão e pediu perdão pelos seus erros. Amaterasu, que é bondosa e gentil, aceitou as desculpas do irmão, porém sendo esperta também, manteve-se vigilante sobre ele."

"Muito tempo se passou antes de Suzanoo voltar a demonstrar seu mau gênio, prejudicando a irmã. Destruía-lhe as posses, espantava os amigos e fazia atrocidades no palácio de Amaterasu. Inclusive matou uma deusa arremessando sobre ela um cavalo esfolado."

"Irritada, envergonhada, e acima de tudo cansada pelas atitudes do irmão, a resplandecente Amaterasu juntou suas roupas brilhantes e furtivamente desceu até a terra, onde se escondeu em uma caverna e lacrou a entrada com uma enorme pedra."

"O mundo do Nihon ficou escuro e frio. Sem o sol de Amaterasu a vida não fluía, e em um conselho de miríades celestiais, os deuses do Nihon decidiram tirar Amaterasu da caverna. Armaram um estratagema para tal. Fizeram inúmeros instrumentos musicais; soldaram estrelas para criar o espelho de nome Yata no Kagami; e criaram também as jóias Yasakani no Magatama."

"Munidos destes objetos, os deuses desceram até próximo à caverna de Amaterasu e fizeram uma enorme festa que chamou a atenção da deusa."

"Curiosa, Amaterasu abriu uma brecha na entrada da caverna, para espiar o motivo de tanta diversão. Os deuses penduraram as jóias e o espelho na Verdadeira Árvore Sakaki e estes refletiram o brilho de Amaterasu que, inocente, pensou haver mais alguém capaz de iluminar o mundo. Por curiosidade abriu mais a fresta e o deus Ameno-Tajikarawo a puxou gentilmente para fora de seu refúgio e colocou o próprio corpo entre a deusa do sol e a caverna."

"Por fim Amaterasu foi convencida a entrar na festa e foi assim que ela se resolveu por voltar ao céu. Enquanto isso, Suzanoo foi enviado para a terra de Yomi. E lá, arrependido de suas ações, resolveu caçar a fera Yamata-no-Orochi, um dragão com oito cabeças de serpente que fazia atrocidades contra os seres humanos."

"Depois de uma luta árdua, Suzanoo derrotou a fera, e sob seu corpo encontrou a espada Kusanagi Tsurugi. O deus levou a espada como presente para a irmã que o perdoou por seus atos vís. Amaterasu, por sua vez, presenteou o imperador do Nihon com a espada que passou a representar o Bushido, caminho dos samurais."

Anhangá fez uma pausa na fala e olhou para o céu onde Guaraci começava sua jornada rumo ao horizonte.

— Então precisamos encontrar a espada no palácio do imperador? — Questionei.

— Sim, mas primeiro você deve tentar impedir Katuryna de matar uma nação. Se fizer isso, não precisará buscar a espada. — Encarou-me com seriedade.

— Não seria melhor buscarmos a espada e tentar impedi-la depois? — Falei sem refletir como deveria.

O Anhangá bateu um pé sobre o solo e seus olhos faiscaram.

— Terias a coragem de deixar toda uma nação ser sacrificada? Sem nada fazer? — Questionou.

Meu coração apertou no peito. Não, eu não teria coragem. Que pessoa horrível fui por sugerir o sacrifício de um povo.

— Não. — Respondi simplesmente. — Mas como saberemos qual nação será atacada? O mundo não é tão pequeno.

O Anhangá, antes de responder-me, se transformou em um pássaro de grande beleza. Uma arara. O bicho voou à minha volta antes de dizer:

— Levarei você até alguém que enxerga além. Ela pode dizer a nós onde está a nação que será atacada. — Falou com voz fanha de pássaro.

— É longe daqui? — Perguntei, já abrindo minhas asas de vento.

— Não, se compararmos com a distância  que você percorreu até chegar aqui. — Deu um invejável rasante.

Alcei voo também e o Anhangá começou a se mover sobre a floresta. Parecia bom não ser necessário passar por mais um portal, contudo eu não tinha tempo. E se eu permitisse, uma nação inteira seria o sangue que lava a terra. Mas por que os deuses não enviavam outra pessoa para ajudar? Por que eu? Será que algum dia eu teria respostas?

Conheci em Avalon tantas pessoas poderosas, assim como fora de lá, claro que eles teriam capacidade de parar Katuryna. E mais, se os deuses eram donos do tempo, por que simplesmente não parar ele? Com um estalar de dedos poderiam matar Katuryna, mas não matavam.

Aspirei o ar perfumado que vinha da floresta. O agradável clima morno era uma carícia que passava através da pele. Havia muita água lá embaixo, eu podia sentir. Anhangá olhava para baixo com atenção, era seu dever ser sempre vigilante.

Katuryna servia a um novo deus. Um deus monstruoso. Kinorotten era um usurpador de espaço, para quê passar para essa dimensão se ele podia criar um mundo próprio?

A não ser que ele não pudesse criar o próprio mundo, mas apenas governar um. Sekhmet era uma deusa e mesmo assim estava subordinada aos desejos de seu pai. Senti-me estranhamente eufórica como quem acerta o número certo em um jogo de azar. Era a resposta, então. Nem todos os deuses podiam criar o próprio mundo.

Tal pensamento acerca de Sekhmet inspirou-me outra observação importante sobre limitações dos deuses. Tinha ela contado a mim que apenas atendia a quem os louvava, esse era o limite de equilíbrio. Os deuses não matavam Katuryna porque não podiam mais. Ou seja, ela louvava outro deus e eles perderam o domínio sobre sua alma. Talvez tivessem força o bastante para matá-la, mas abrir uma exceção poderia causar uma guerra em outro momento.

Sim, uma guerra. Havia alguns deuses mais espertalhões e trapaceiros do que outros, para expandir seus domínios poderiam usar de estratégias que forçassem outra exceção para o acordo.

Seria um caos.

A mata abaixo de nós tornou-se expressivamente menos densa. As árvores eram um pouco menores e mais esparsas e o ar mudou de muito úmido e quente para equilibrado em todos os sentidos. Havia muitas árvores com flores coloridas e eram lindas de ver. Jaci tinha algumas daquelas cultivadas em Avalon. Chamavam-se Ipês e cada árvore dava flores de uma cor, sendo elas: amarelo, branco e rosa. A árvore tinha casca rugosa e mais flores do que folhas por isso se destacavam a distâncias muito longas.

Já era quase noite quando Anhangá começou a pousar em uma região montanhosa coberta por árvores. Paramos em cima de uma enorme rocha que dava vista para um grande vale coberto de árvores. Anhangá voltou à sua forma quase humana e pôs-se a andar em uma estreita passarela de pedra que circundava um paredão de rochas. O segui com o coração disparado. Não importava se eu sabia voar e até mesmo andar sobre o ar, meu lado humano sempre tinha receio de morrer em uma queda.

Logo a passarela acabou e chegamos a uma base mais ampla, ao lado de cavernas escuras. Passamos por muitas delas e pude perceber que não eram simples cavernas, mas já tinham sido habitação de alguém humano. As marcas estavam nas paredes, em pinturas de cores amarelo enferrujado e vermelho. Havia muitos animais nas imagens. Alguns eram pássaros e outros quadrúpedes. O ambiente era tão agradável que eu poderia morar ali.

— Chegamos. — O Anhangá chamou minha atenção para uma caverna à frente. Era mais profunda e escura que as demais.

— O que há aí? — Perguntei.

— Um amigo e uma passagem.

As palavras do Anhangá nem tinham desaparecido no ar quando de dentro do escuro da caverna surgiu um animal um pouco baixo, quadrúpede, de pêlos marrons um tanto opacos, dentes da frente sobressalentes e olhos pequeninos. As pernas eram curtas e o corpo rechonchudo dando ao animal um aspecto adorável.

— Olá Anhangá e estranha. — O animal pôs-se de pé sobre as patas traseiras de modo que andava como um bípede. — O que fazem em meu território?

— Ela precisa que você veja o paradeiro de Katuryna Iondastroi. — O Anhangá informou.

— Ela quem? — O animal analisou-me dos pés à cabeça e só consegui olhar para seus dentes de roedor.

— Lira Merak, a mais jovem Bruja de fogo. — Anhangá apresentou-me com seus olhos faiscantes.

— Fascinante! — O animal aproximou-se de mim caminhando com suas pernas curtas. — Permita me apresentar, Lira Merak. Sou Pequi a capivara que vê ao longe. 

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Agora Lira chegou no cerrado brasileiro, onde atualmente fica a Pousada das Araras. Como será esse encontro com Pequi, a capivara?

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