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O Salão

As portas do salão estavam guardadas por um ser de grande estatura cujo corpo era humano, lupino, com cabeça de gato e presas ameaçadoras. O ser usava uma espécie de saiote de couro para tapar a genitália e quando me viu chegar, soltou um uivo prolongado.

Meus olhos miraram os da fera e a reconheci de imediato.

— Lira... — Timaki chamou com voz bestial mergulhada em dor.

Fiquei com o coração atribulado e enorme desejo de falar, no entanto, apenas pude respondê-la com um olhar.

— Ela não consegue mais falar. — Élora, como se sentisse minha angústia, explicou para Timaki, já que eu mesma não podia fazer.

Minha amiga assentiu com a cabeça e voltou para sua posição de guarda. Apesar de tudo, finalmente eu descobrira o que é uma Lycoina. Era aquela aparência o motivo de Timaki desaparecer sempre que a lua estava cheia, pois não conseguia controlar a transformação e era realmente aterrorizante.

Murciégala também estava ali, tomada pela rigidez inerente seu cargo que preenchia.

Vovô atravessou o portal guardado pelos rostos conhecidos e entrou no salão seguido por Gaya e Mbizi. Fecharam as portas atrás de nós. O lugar estava vazio, as paredes eram negras, sem janelas, e ao centro havia uma mesa de pedra. As Brujas me colocaram sobre o tampo e saíram do cômodo através de duas pequenas portas que ficavam nas laterais do salão.

Vovô permaneceu deitado com a cabeça entre as patas e o olhar triste enquanto Élora o livrou de tudo que estava em suas costas. Depois, Le Fay fez uma poltrona ao lado do enorme cão, onde se sentou para esperar.

Foi a exata conta de tempo.

O local, de repente, foi tomado por tamanha escuridão que eu já não mais podia ver vovô e Élora. Um tambor repicou na escuridão. Batidas cadenciadas começaram de modo lento e depois aumentaram o ritmo.

Do escuro surgiu Jaci, iluminada pelo fogo que ardia sobre sua pele. Girou várias vezes em torno do próprio eixo e parou, batendo um pé no chão à sua frente. Em seguida, em um movimento brusco, jogou o tronco para frente e para trás antes de abrir os braços e soltar um grito agudo. Seus olhos se transformaram em fogo antes de ela recomeçar sua dança cheia de giros.

Mbizi era quem tocava o tambor. Estava com olhos azuis e luminosos. Recitava versos que eu não compreendia, e sua voz soava tão profunda quanto a morada dos mortos.

Gaya surgiu do chão, batendo os pés com vigor. Cada batida era um estrondo ritmado que se misturava ao som do tambor de Mbizi e produzia uma atmosfera singular.

No ar apareceu Yuki, fluindo e soprando, silvando palavras incompreensíveis.

Mbizi parou de tocar o tambor, mas as batidas não cessaram, Gaya deixou de bater os pés, mas os estrondos não pararam, Yuki parou de silvar, mas a música não acabou e Jaci continuou sua dança, seguida pelas demais, que circulavam ao redor da mesa.

Do escuro surgiram quatro seres estranhos. Um, eu sabia que era Gaothin, mas os demais não me eram familiares. Deduzi que fossem Elementais por suas formas.

A sílfide Gaothin se juntou à dança das Brujas. Depois, um homúnculo, com barba até os joelhos, chapéu pontudo feito de uma folha larga, nariz redondo e olhos sem pupila. Esse entrou na dança pulando de uma forma desengonçada. Uma moça, com corpo de água e pele com escamas do mesmo elemento, se fez presente de forma graciosa. Era uma sereia em sua configuração com pernas. E por último, surgiu um ser meio quadrúpede com rosto de escamas de fogo e rabo de lagarto. Tinha seios sem mamilos e segurava uma lança de fogo. Senti algo vibrar dentro de mim quando ela me olhou.

A salamandra. Meu Elemental. Entrou na dança e imediatamente o fogo de Jaci ficou mais intenso.

A próxima, e última a surgir na sala, foi Leonie. Completamente vestida de negro, com olhos negros, lábios pintados de preto e braços erguidos para o teto. Recitava as palavras em voz firme. Com um aceno ergueu meu corpo da pedra. Péssimo sinal. Se ela me movimentava com tamanha facilidade era porque eu já estava quase perdida da vida.

Leonie continuou falando sem parar e seu corpo começou a tremer. Dos olhos e da boca saiu fumaça branca, no salão se abriram dois portais, um abaixo e um acima de meu corpo que estava suspenso no ar.

Dos portais saía aquela escuridão silenciosa, densa e opressiva, que eu já me era conhecida. O negrume se espalhou pela sala, lançando seus braços contra o escuro comum. Fedor de podridão de alastrou pelo ar, fazendo com que meu estômago se revirasse. As Brujas e os Elementais que dançavam à minha volta deram as mãos, mantendo uma luz contra a escuridão que tentava me alcançar.

Braços e cabeças de homens peixe apareceram pelos portais e meu corpo reagiu à sua presença.

A carne mostrou seu real estado. Putrefato. Larvas negras caminhavam sobre minha pele e dentro de minha carne, me devorando viva. Aquele era o problema, afinal, aquela passagem dava a ilusão de que a vítima estava bem, quando na verdade morria e era consumida.

Minha energia, então visível, se esvaía aos poucos, sendo sugada pela escuridão do Reino dos Mortos.

Leonie ainda recitava palavras, segurando os portais e meu corpo entre eles.

— Agora! — Ordenou às Brujas.

Elas pararam. Cada uma segurou a mão de seu Elemental correspondente, e em comunhão profunda, eles se fundiram, pois os Elementais aos poucos se transformaram em pura energia e magia.

As Brujas gritaram ao mesmo tempo, explodindo em poder, cada uma posicionada em alinhamento com um dos vértices da mesa de pedra. Seus corpos ganharam partes das formas dos Elementais.

Jaci se viu com cauda e escamas de fogo. Gaya ganhou barba. Mbizi ficou azul, com garras, longos cabelos e pescoço dotado de guelras. E Yuki tinha o corpo exposto, sem mamilos e sem genitália.

— Vai doer. — Mbizi me avisou.

— Rápido! — Leonie ordenou.

Yuki arrancou todo o ar de meu corpo, me lançando em um desespero imediato. Comecei a sentir as larvas que passeavam em minha carne e me comiam viva. Sentia cada uma de suas mordidas como ferroadas altamente dolorosas, em complemento, meu pulmão estava seco e meu corpo buscava por ar com tremores absurdos de tão fortes.

Gaya fez sair todas as fezes e detritos que havia em mim. A comida que consumimos vem da terra e é solida, logo, ela conseguia controlar. Dentro de meu estômago, algo se mexeu, induzido pela falta de ar e pelo vazio instantâneo. Gaya jogou as fezes em um canto antes de comandar o parasita que estava em meu corpo. Ela o puxou contra a minha carne, fazendo com que o tecido começasse a se romper, mas o processo não foi rápido, porque a carne não estava completamente podre.

O parasita se pôs a me ferroar por dentro, lutando para não ser arrancado dali, mas Gaya insistiu. Eu sentia aquela coisa se movendo e me causando dor. E se eu podia sentir, eu também podia gritar. Mas não havia ar para eu gritar, então abri a boca e comecei a me revirar.

Depois de Gaya muito insistir, a carne e a pele de meu ventre fora rasgadas em uma explosão pútrida. Uma larva gigante saiu de dentro de mim e larvas menores escorreram pelo rombo em meu estômago. Se houvesse algo em minha barriga, eu teria vomitado.

As larvas pequenas ainda caminhavam em minha carne, me devorando, quando Jaci lançou fogo no parasita maior e o queimou. Foi um processo demorado e a criatura gritava de um jeito aterrador.

Mbizi puxou toda a água de meu corpo, deixando minha carne completamente seca, e o sangue podre foi retirado junto. Era como levar ferroadas e ao mesmo tempo ser esmagada. Eu estava morta, em tese, mas meu corpo ainda sentia, meu coração batia e eu pensava. Vi as larvas passearem sobre a carne seca e não acreditei por um instante.

Ah, Jaci... A mulher arrancou o fogo de meu corpo, e mesmo sem ar, finalmente consegui gritar. Não foi rápido. Eu gritava e gritava até que o fogo saiu quase todo, pois não se pode arrancar o elemento natural completamente sem matar a criatura.

Do portal acima de mim saiu uma raiz que se enrolou em meu pescoço e me enforcou. Ledo engano pensar que ela não podia me matar porque eu não tinha ar. A raiz não parava o ar, ela cortava o fluxo da vida entre o coração e a cabeça.

— Ela vai morrer! — Leonie gritou.

Todas estavam ocupadas segurando algo e não podiam devolver ao meu corpo sem que o processo de putrefação continuasse.

— Vai morrer! — Leonie gritou outra vez.

Da escuridão surgiu meu avô, que rosnava e latia em desespero, mas Élora o segurou com heras incomuns.

— Me solte! — Rosnou possesso enquanto mostrava as presas afiadas. — Me solte!

— O que você fará, Barakj? — A voz de Élora exprimia a força que ela fazia para segurar vovô. — Se entrar ali, você morre!

— ME SOLTE! PREFIRO MORRER COM MINHA NETA!

"NÃO O SOLTE!" — Pensei desesperada.

Meu coração bateu de um jeito e estranho, e sem aviso, parou.

— Não! — A voz de Leonie ecoou. — Há mais um, no coração! — Gritou para Gaya.

A raiz apertava mais em meu pescoço e os homens peixe já estavam com metade do corpo para fora do portal, logo me alcançariam para carregar meu espírito. Em um ato desesperado, Jaci soltou o fogo para meu corpo e ele me envolveu, queimando a raiz, mas também consumindo a minha carne. Meu coração explodiu, abrindo um buraco em meu tórax. Assim que meu espírito se visse livre do corpo, eu seria sugada para a Terra dos Mortos e não poderia mais voltar.

Era o fim.

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