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Novo Lar

Senti que Timaki percebeu meu desapontamento, pois, pela primeira vez ficou quieta enquanto me observava com cautela medida.

— Algo errado? — Indagou direta.

Observei a porta de madeira que era entrada de minha casa. Havia uma labareda entalhada no material. O desenho era igual à marca que eu trazia na pele desde meu nascimento. Tinha o mesmo formato da mancha sobre minha omoplata.

— Não, nada errado. — Respondi sem convicção e forcei um sorriso.

Todavia Timaki não era boba. Senti como se ela pudesse farejar no ar as emoções que passavam por meu coração.

— Tudo bem, você pode se abrir comigo. Prometo guardar segredo. — Disse com os olhos curiosos bem abertos. E ao contrário de antes, quando nos conhecemos, a menina estava completamente tranquila.

— Onde você mora? — Perguntei e encarei Timaki que fitou uma árvore enorme a cerca de quinhentos metros de onde estávamos.

— Lá. Quase no topo. — Ela acenou para o caule.

— É que... Não quero parecer ingrata, mas, por que preciso morar sozinha?

Timaki suspirou e coçou a nuca.

— Não posso responder.

— Você sabe? Existe um motivo? — Indaguei com esperança de obter alguma resposta. Porém, minha esperança foi frustrada.

— Sei. — Ela andou até a porta e com as pontas dos dedos tocou o entalhe.

— Sou a única? — Questionei.

— Não, existem outras como você. Poucas, mas existem. — Respondeu e depois abriu a porta.

Fez um gesto para que eu entrasse.

Sei que parece estranho reclamar de ter um espaço próprio, mas fiquei tanto tempo sozinha depois da morte de minha tia que a perspectiva de ter outras pessoas por perto me animara.

Inspirei com força e olhei para o vão da porta aberta. Tudo bem podia ser pior, eu sabia que sim. Ao menos ninguém naquele lugar tentaria me violentar ou me queimar em uma fogueira. Era um progresso.

Segurei firme na alça de minha mala e entrei em meu novo lar.

Fiquei de queixo caído com a beleza do lugar. Havia sala, quarto e uma sala de banhos onde poderia cuidar de minha toalete. Não era muito grande, mas para uma garota sozinha tinha o tamanho ideal.

A sala tinha molduras com pinturas de paisagens e de flores. Todas fixadas em uma parede de cor clara cujo tom variava entre rosa e laranja. Eu não sabia dizer o nome daquela cor, pois ainda não a conhecia ainda, mas certamente era bonita e me agradava os olhos. Naquele cômodo foram colocados três grandes estofados confortáveis, uma estante com livros e uma mesinha sobre a qual descansavam tinteiro e pena.

Era estranho. Vovô me explicou que não seria possível me corresponder com ele, por isso supus que aquele material teria serventia apenas para meus estudos.

Olhei para o chão onde uma enorme tapeçaria de boa qualidade cobria a madeira do piso. Descalcei as botas antes de pisar sobre ela. Foi um prazer único sentir o material macio sob as solas de meus pés. Nunca em minha vida eu tivera tanto luxo.

Dirigi-me ao quarto de dormir onde uma cama macia me aguardava. O móvel era grande, tinha três travesseiros e um colchão confortável, privilégio para quem tinha muito dinheiro. Não era meu caso, mas parecia ser o de meu avô. As paredes do quarto eram brancas e tinha cortinas de mesma cor, feitas em tecido diáfano que cobria as janelas. No canto, quase em frente à cama, ao lado da porta, fora colocada uma pequena penteadeira de madeira clara com um grande espelho e banqueta de estofado rosa.

Vi o reflexo de meus cabelos brancos, desgrenhados pela viagem.

Ao pé da cama marcava presença um suntuoso baú cujo conteúdo eu investigaria mais tarde, quando tivesse tempo. O chão do quarto também era coberto por tapeçaria, ornada em fios de ouro e em uma parede ao lado da cabeceira da cama, ficava a porta para a sala de banhos. Abri a tal porta e vi uma grande banheira e um toucador de mármore branco com detalhes de ramalhetes florais meticulosamente pintados à mão.

Até mesmo o penico era luxuoso.

— É mais que a maioria de nós tem. — Timaki disse atrás de mim.

Sobressaltei-me assustada, afinal, tantas novidades me fizeram esquecer a presença da mocinha.

— Você me diz que não são todas as pessoas daqui que dispõem de tamanho luxo, é isso? Há justiça nisso? — Tentei conversar naturalmente enquanto meu coração ainda se acalmava.

— Algumas sim, outras não. No entanto, não se sinta mal, todas têm muito conforto. Não é necessário luxo para ter conforto, não são equivalentes. Se todas temos conforto, então é justo. — Timaki observou enquanto se sentava sobre o colchão.

Fiz um aceno positivo com a cabeça, deixei a mala ao lado da cama e me dirigi à mesinha da sala para admirar de perto os utensílios que estavam sobre ela.

Se Timaki estava surpresa, eu estava tão surpresa quanto. O cansaço da viagem extenuante me deixou sem forças para explicar que não era íntima de todo aquele luxo, mesmo assim julguei necessário dizer algo, então fui sucinta.

— Nunca convivi com tanto luxo. — Expliquei breve.

— Saiba que a senhora Le Fay veio aqui pessoalmente para arrumar seu lar. — Timaki contou enquanto deslizava um dedo sobre a madeira. Aquilo não significava muito para mim então apenas acenei com a cabeça, mas saiba espectador da minha vida, que uma das fadas mais poderosas do mundo arrumou minha cabaninha, não por eu ser demasiado especial, mas porque o coração dela sempre foi gentil e ela queria que os ares de um recomeço feliz penetrassem meu coração.

Tire uma lição disso: grandes líderes andam lado a lado com seu povo.

Percebi uma carta sobre a mesa. Meu nome fora escrito em uma caligrafia rebuscada que eu conhecia bem. Era de vovô. Peguei o envelope, rompi o selo e li em voz alta.

"Querida Lira, sei que a maior parte de sua vida foi cheia de privações e provações. Sinto muito que seu caminho ainda precise ser assim. Os bens materiais não substituem o amor e o carinho que lhe tenho, mas espero que em seu novo abrigo, seja ele onde for, se sinta próxima a mim. Por tal motivo lhe enviei uma mobília feita especialmente para você.

Saiba que convencer a Senhora Le Fay me custou um novo acervo para a biblioteca local, preço que considerei muito justo e benéfico.

Infelizmente seus pais ficaram quase sem recursos, mas como sabe, ainda tenho os meus próprios e quero de lhe oferecer todo o luxo que estiver ao meu alcance. Eu poderia fazer mais, porém isso foi o máximo que Morgana permitiu.

Ela escolheu a cor das paredes, não sei qual é, mas espero que seja bonita e que combine com você.

Com amor... Vovô Barakj."

Quando terminei de ler a missiva, meus olhos estavam marejados por lágrimas de gratidão e saudades. Timaki me fitava de uma maneira que denotava emoção.

— Não tenho família consanguínea. — Contou triste. — Mas se tivesse, gostaria que fosse assim. Não a parte do luxo... A do amor.

Sorri enquanto limpava as lágrimas que caíam silenciosas, eu sabia como era se sentir só no mundo, então andei até Timaki e a abracei com força. Ela retribuiu.

No mesmo instante um menino irrompeu em minha sala, completamente esbaforido.

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