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No altar

Inspirei profundamente na tentativa de acalmar meu coração que batia descompassado. Senti que, mesmo sem intenção, havia tornado o ar à minha volta incrivelmente quente.

Do quarto de Timaki, onde eu me acomodara nos últimos dias, era possível ouvir as claras melodias que os exímios musicistas executavam. Como um pano de fundo sonoro se fazia ouvir o burburinho empolgado das falas dos convidados. A pesada massa de energia positiva que se espalhara no ar deixava claro o fato de que teríamos uma festa e tanto pela frente. Apesar de não aplacar meu nervosismo, eu gostava de sentir aquela empolgação única.

Àquela altura já me encontrava trajada a caráter, apenas aguardava ansiosamente o momento de sair e me dirigir ao local da cerimônia. Aliás, eu não fazia menor ideia de como estava a decoração, pois minha janela fora tampada e me fizeram refém naquele quarto.

Olhei-me no espelho. O branco do vestido simbolizava a pureza que eu ainda preservava em mim. A peça tinha longas mangas de renda fina que se ajustavam aos braços, decote que deixava os ombros à mostra e corpete justo moldado por um cruel espartilho. A saia era ampla como um sino e modelada em várias camadas de tecido diáfano que esvoaçava brevemente quando eu me movia. Élora fizera questão de jogar sobre todo o tecido um pó prateado que cintilava sob as luzes.

No rosto eu levava cores que realçavam minha beleza natural.

Na cabeça, em contraste com o branco do cabelo, me cobria um véu azul pálido preso em uma tiara dourada cravejada de uma centena de diamantes. A peça era escandalosamente bela e fazia conjunto com colar e um par de brincos. Foram de vovó em outros tempos, mas meu avô os passou para mim como herança.

Alguém bateu na porta e interrompeu minha contemplação dos ornamentos.

— Quem bate? — Perguntei e minha voz saiu trêmula de nervoso.

— Timaki! — Minha amiga respondeu repleta de empolgação.

Quem mais seria? Afinal eu estava no quarto dela, ainda não tinha visto meu novo aposento. Ri sozinha me lembrando que Borjan não queria ceder ao meu capricho de manter quartos conjugados, mas abdicou quando o ameacei com as mãos em chama dizendo que queimaria a casa inteira. Seus olhos arregalados foram impagáveis.

— Entre! — Permiti.

Timaki entrou enquanto, por nervosismo, eu ajeitava o vestido e o cabelo.

— Você está bem? — Questionei ao ver o rosto de Timaki um pouco alterado. Sua energia estava agitada e ela parecia nervosa apesar de disfarçar bem. A mulher olhou para fora do quarto antes de correr até mim e começar a sussurrar tão rápido que foi quase impossível entender o que ela dizia.

— Conhece Nicolazi? O ruivo? — Os olhos dela brilhavam. — Então... Desde que o vi achei que era muito atraente, mas você sabe como é a sociedade dos comuns, cheia de regras e normas que nos distanciam dos homens. Mesmo dentro de toda a rigidez comportamental percebi um lançar de olhares vindos dele. Era diferente... Fez-me sentir quente. Bom, ainda a pouco eu passava tranquilamente pelo seu novo quarto e vi que ele estava lá. Parei para observá-lo. Foi quando ele me puxou para dentro do cômodo e me beijou! — Timaki colocou uma mão trêmula frente aos lábios. — Eu gostei! Mas sinto minhas pernas sem força.

Minha tensão anterior se transformou em divertimento. Gargalhei em uma espécie de euforia pela escapadela de minha amiga.

— Não ria criatura malvada! Sinto como se fosse morrer. — Timaki colocou minha mão sobre seu peito e senti o coração dela acelerado.

— Você não morrerá, Timaki. Não seja dramática.

— Você sente isso também? — Ela me fitou como se implorasse por uma resposta positiva.

— Sempre que Borjan me beija. — Confessei um pouco encabulada.

— Que emocionante! — Timaki olhou para os próprios pés, meio envergonhada. Ela nunca se apaixonou antes e era clara sua inexperiência, mas eu era ninguém para dizer algo sobre a maneira como ela reagiu. Ouvi mais batidas na porta, apesar de ela estar aberta. Olhamos assustadas e vimos Arthur entrar e fechar a porta atrás de si. Vestia traje a rigor. Tinha rendas azuis nos punhos e no colarinho.

O vestido de Timaki era dourado e seus cabelos estavam enfeitados com flores amarelas confeccionadas com o mesmo tipo de tecido da veste. Seu rosto brilhava em um sutil dourado e aquilo era magia, eu estava certa disso.

— A noiva está pronta? — Arthur perguntou com alegria.

— Estou mais que pronta. — Respirei fundo tomando coragem.

— Então vamos porque todos aguardam ansiosamente. — Ele me apressou.

Timaki alinhou minha roupa mais uma vez e com todo cuidado meus amigos me conduziram pela casa vazia. Cada passo me deixava ainda mais nervosa. Sentia como se não fosse suportar.

A partir do último degrau da escada havia um caminho de pétalas vermelhas. Tantas, que formaram um luxuoso tapete perfumado. Arthur se adiantou para abrir a porta e Timaki entregou a mim um buquê de rosas brancas tão graúdas e lindas que deixavam clara a autoria do arranjo.

Meus amigos saíram pela porta quando vovô entrou. Estava magnífico em uma roupa azul profundo, quase negra, enfeitada com detalhes dourados. Os cabelos foram esmeradamente arranjados em um penteado elegante e as botas lustrosas refletiam os mínimos raios de luz.

— Mal posso me conter de vontade de levá-lo até o altar. — Brinquei no intuito de espantar a tensão.

— Ora, temos uma gozadora aqui. — Vovô sorriu mostrando seus dentes perfeitamente alinhados. — Tem certeza de que quer fazer isso? Você realmente deseja casar com um homem comum?

Meu velho avô estava sério, olhava no profundo de meus olhos.

— Sim, é o que desejo. — Respondi. — Eu o amo. Não imagino viver minha vida com outro que não seja ele.

— Ele esperou por você. — Vovô falou enquanto se colocava ao meu lado.

Passei o braço pelo dele e expeli o ar com força. No tempo perfeito, como se fosse cronometrado, os músicos começaram a tocar a música de minha entrada.

— Vamos? — Vovô me encorajou.

— Sim.

— Que momento sensacional. Quem diria que eu conduziria minha neta até o altar? — Disse com voz embargada enquanto dávamos o primeiro passo.

— Quem diria que eu tinha um avô vivo. E ainda por cima é sentimental. — Comentei emocionada.

Foram as últimas palavras que dissemos antes de atravessarmos a porta que dava para o jardim. Estava tudo tão perfeito que tirava o fôlego. Foi como me afogar em um sonho.

O tapete de rosas vermelhas continuava até o altar. Centenas de convidados me observavam com sorrisos largos em seus rostos felizes e no final do caminho Borjan me esperava. Lindo, luminoso, sorridente e perfeito. Meu coração acelerou ainda mais descompassado. O ar começou a faltar.

— Lira... — Vovô sussurrou sem ficar descomposto.

— Senhor... — Soprei a palavra entre dentes.

— Você vai assar a todos. Controle-se. — Advertiu.

Fechei os olhos e respirei fundo tentando controlar o calor.

— Melhorou?

— Consideravelmente.

Paramos perto do altar e Borjan se aproximou sorridente. Vovô beijou minha testa antes de pegar minha mão trêmula e colocar sobre a de Borjan, que estava firme.

— Cuide bem dela. Ou eu estripo você. — Avisou com certa simpatia.

Borjan soltou um riso rouco.

— Ora Lorde Merak, ela me ameaçou com mãos em chamas, devia pedir para ela cuidar de mim. — Brincou.

Vovô sorriu.

— Impertinente.

Borjan apertou firme minha mão e beijou seu dorso antes de me conduzir até o altar. O sorriso largo tomou meu rosto e a tensão se esvaiu. Um sacerdote deu seguimento na cerimônia. O clima do dia estava agradável e as sombras frescas armavam uma sensação mágica com os cheiros das flores. Quando finalmente a cerimônia foi concluída, eu sentia como se um enorme problema tivesse se resolvido. Troquei um beijo casto com meu marido e comecei a receber as felicitações dos convidados.

Todos faziam questão de usar minha nova nomenclatura: "Senhora Alioth". Mas para mim eu seria sempre Lira Merak. Antes senhorita e naquele momento uma recém casada. Dançamos, comemos e aproveitamos o quanto pudemos na festa que durou até a madrugada. Alguns convidados foram embora da vila assim que a festa terminou. Dispondo de espaço nas estalagens, meus amigos se alojaram em outros lugares e vovô foi para sua nova residência. Borjan e eu tínhamos a casa apenas para nós.

Quando me vi sozinha com meu marido, corri para a sala de banhos de meu quarto e me tranquei. Nervosa demais, como uma esposa inocente ficaria. Eu sabia que ter um espaço exclusivamente meu traria vantagens. Havia uma banheira preparada para meu banho. Pensei que seria uma boa ideia após passar o dia todo com aquela indumentária de noiva.

Lentamente e com alguma dificuldade tirei toda a vestimenta. Entrei na banheira e deixei meu corpo incendiar para extravasar a tensão. Parei com aquilo quando a água começou a ferver. Se ela evaporasse faria muita bagunça.

Eu queria minha noite de núpcias. Queria Borjan, mas estava com medo. Élora conversara comigo sobre o que aconteceria e tentou me tranquilizar, mas aquele era um dos poucos momentos nos quais a razão não consegue dominar a emoção. Mergulhei totalmente na banheira, sem me preocupar se os cabelos ficariam molhados ou não. Eu poderia secá-los em um instante.

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