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Incomum

Mais algumas semanas se passaram e nelas, mais uma vez, treinei arduamente. Passava metade do tempo treinando e a outra metade me curando das feridas causadas pela armadura de Jaci. Como quase tudo sobre a terra, aquele trambolho era vivo e relutava em ser dominado por mim. O Fogo da Lua era tão difícil quanto a tal armadura. Aparecia e desaparecia rápido demais. Exigia que eu me desconectasse de toda a energia comum e me conectasse com a energia da lua, um trabalho hercúleo vide minhas tendências naturais.

Eu gastava uma quantidade inenarrável de energia. Comecei a fazer mais refeições que o normal. Por mim carregaria uma marmita, mas Elizaberta odiava que não oferecessem refeições frescas, então eu tinha duas excelentes refeições a mais. Comia como uma condenada à forca, até Timaki parecia sem apetite perto de mim. Meu sono não era mais povoado por sonhos. Eu dormia como uma pedra, todo santo dia, e acordava atenta, pronta para a luta.

Minha feição endurecia a cada dia, tomando uma forma nova, desconhecida por mim. A maturidade chegava junto com a responsabilidade, e certo grau de arrogância, eu admito. Em uma manhã de domingo, tive o luxo de uma folga. Eu teria metade do dia para estar com Arthur e Timaki e sem dúvidas eu aproveitaria bem.

Iríamos para o quarto de Timaki após o café da manhã e eu mal podia esperar por aquilo. Naquele dia vesti azul e deixei os cabelos soltos do modo selvagem que eu adotara como meu. As madeixas precisavam de um corte, afinal já haviam crescido até abaixo da linha de minha cintura.

Conferi meu Livro de Tarefas, cujas páginas já estavam quase todas lotadas de atividades. Olhei meu arredor conferindo se tudo estava em seu devido lugar. Peguei minha bolsa e saí de casa. Dei três passos antes de abrir minhas asas de vento e alçar voo. Não era exibicionismo, voando eu chegava mais rápido, mas não minto em dizer que eu tinha prazer naquilo.

Pousei entre as mesas e me dirigi para meu lugar entre Timaki e Arthur. As sentinelas já estavam a postos para fazer a chamada do dia. Todos respondiam de forma automática e eu tinha certeza de que muitos nem mesmo se lembravam de porque estavam respondendo a uma chamada.

— Bom dia, meus estimados amigos! — Cumprimentei.

— Bom dia, Lira. — Arthur respondeu.

— Bom dia, exibida. — Timaki lançou um olhar para minhas asas que eu ainda não recolhera.

— Ora, veja só — acertei um tapinha no ombro de Arthur —, essa coisa feia está com inveja. — Acenei para Timaki com a mão.

Evidente que era brincadeira. Minha amiga riu e jogou uma uva em mim. Uva, que eu habilidosamente aparei com minha boca aberta. Sentei-me em meu lugar e amontoei no prato uma quantidade de comidas que considerava razoável para me manter até o horário da próxima refeição.

— Olha Lira, se quiser podemos passar para a outra mesa e você fica com toda a comida dessa aqui. — Timaki brincou.

Arthur riu ao meu lado enquanto comia com sua costumeira pose de Lord.

— Seria ótimo se me fizessem esse favor — falei antes de morder um pão doce —, esvaziem o prato antes de ir — Falei com a boca cheia.

— Jamais! — Timaki respondeu enquanto segurava um enorme pernil assado com ambas as mãos. Deu uma mordida e mastigou antes de continuar. — Se quiser essa carne, terá que lutar por ela!

— Sem problemas. — Acendi uma labareda na mão enquanto segurava um pão recheado de carne na outra.

Timaki olhou para a labareda, franziu o cenho, levantou uma sobrancelha, colocou o pernil no prato e o estendeu para mim.

— Esquenta para mim? — Pediu.

— Claro. — Respondi enquanto passava o fogo no pernil, deixando-o quente outra vez.

— Obrigada. — Ela agradeceu antes arrancar um naco de carne com uma mordida feroz.

— Disponha.

Uma das sentinelas finalmente começou a fazer a chamada. As mesas estavam lotadas, o que significava nenhuma alma faltando. Por puro reflexo conferi quem estava sentado à nossa mesa. Vi que um pouco distante de nós Etzel brincava com um cavalinho de gelo que cavalgava pelos ares. Ashia ria da menina enquanto ela mesma comia uma espécie de salada e Nair conversava com alguém ao lado. Todos fizeram silêncio para a chamada que correu tranquilamente. Depois do último nome, "Zzke Zlui", as vozes voltaram a ecoar pelas mesas.

Uma colega me chamou. Olhei para ela que estava a três pessoas de distância. Era Lorni, uma menina negra de lisos cabelos pretos e olhos pretos.

— Lira, usará sua taça? — Apontou para a taça onde eu geralmente bebia o vinho.

Naquela manhã não havia em mim a vontade de ingerir vinho, então a taça estava intocada.

— Não. Por quê? — Perguntei.

— Fui descuidada e sem intenção acabei por quebrar a minha. — Ela ergueu apenas a haste da taça e sorriu sem graça. — Pode me emprestar a sua? É a mais próxima daqui.

— Claro! — Concordei, já entregando a taça para a pessoa que estava ao meu lado. O objeto passou de mão em mão até chegar nela.

— Obrigada, Lira! — Ela agradeceu, já com a taça na mão.

— Disponha. — Sorri.

Depois disso escolhi mais alguns pães salgados, pois minha fome ainda era monstruosa.

— O que faremos hoje? — Perguntei a Timaki.

— Que tal leitura? — Disse enquanto mordia a perna de uma ave.

— Prefiro algum jogo. — Arthur, que já tinha abandonado os talheres, descansava preguiçosamente com os braços cruzados sobre a mesa.

— Qual jogo? — Questionei mastigando sem modos.

Não queria me movimentar muito estando de barriga cheia, mesmo que eu quase sempre fizesse isso, por isso se fosse um jogo que exigisse muitos movimentos, eu me recusaria a participar.

— Não sei ainda. Talvez algo mental. — Sugeriu antes de dar um bocejo.

— Que tal as aulas, Arthur? — Timaki perguntou antes de virar uma jarra de suco goela abaixo.

— Estão ótimas. Já aprendi muitos antídotos. — Ele respondeu. — E seu posto na guarda?

— Vai bem, sabe como é, lutas e mais lutas. Defesa, ataque, e essas coisas bélicas. — Ela resumiu.

— Nem me diga, sei bem o que isso significa. — Compactuei com ela.

— Percebo Lira... — Arthur olhou para meus braços. — Você está musculosa como um viking. — Ele riu.

Apoiei meu cotovelo sobre a mesa e flexionei meu pequeno, porém firme, músculo.

— Pode admirar, Arthur. Eu deixo. — Trocei, meu braço era mais musculoso que o dele.

Arthur abriu a boca para retrucar, mas uma tosse alta chamou nossa atenção. Meu coração deu um pequeno salto. Olhei para a esquerda onde uma agitação começava e constatei o que mais temia. Era Lorni que estava sufocando. Com as mãos na garganta buscava por ar desesperadamente. Uma espuma verde saía de sua boca e a pele negra estava mudando de cor, se tornando alaranjada.

— Meus deuses, Lorni! — Coloquei as mãos sobre a boca e analisei a situação enquanto várias pessoas se amontoavam ao redor da moça.

Arthur se levantou ao meu lado e tentou abrir caminho entre a multidão. Ele não era tão forte. Então Timaki foi em seu socorro e começou a empurrar as pessoas enquanto Arthur gritava.

— É veneno! Saiam da frente! É veneno!

Por puro reflexo me levantei também e segui meus amigos.

Timaki abriu caminho usando de força e certa truculência, só assim fez Arthur chegar até Lorni, que convulsionava com o tronco deitado sobre a comida da mesa. Meu amigo puxou a cabeça da moa apenas para ver que a espuma ainda saía. Ele olhou para a multidão procurando por alguém, até que me encontrou atrás de si.

— Lira, preciso de você. — Ele me puxou pelo braço.

Timaki abriu espaço para nós empurrando a multidão.

— Afastem-se! — Ordenou. — Sou Timaki Sirhan, da guarda. Afastem-se!

A multidão parecia querer ignorá-la, então Timaki se viu obrigada a apelar para algo mais agressivo. Minha amiga mudou para sua forma animal e soltou um rugido amedrontador.

— Afastem-se! — Ordenou com voz monstruosa.

A multidão se afastou finalmente.

— Lira. — Arthur chamou minha atenção. — Precisamos ser rápidos. Eu posso fazer um contra veneno com alguns ingredientes que trago no bolso. Não é um antídoto. É outro veneno e não pode ficar no corpo dela.

Meu amigo segurou meu rosto com as duas mãos e olhou no fundo dos meus olhos.

— Empurrarei até o estômago dela com água, e assim que eu der sinal, você puxa a água para fora.

Segurei seus pulsos com minhas mãos trêmulas, era responsabilidade demais.

— Não conseguirei. — Declarei.

Arthur soltou meu rosto e lançou um olhar gélido antes de se virar para a mesa e retirar alguns frascos da bolsa de couro que sempre trazia consigo.

— Você conseguirá, Lira. Você não tem escolha. Se não conseguir, ela morre. — Disse com tom duro.

Arthur pegou uma jarra com água onde jogou pós e líquidos coloridos, formando uma bebida verde e mal cheirosa. Meu amigo forçou Lorni, convulsiva, a abrir a boca e despejou a água obrigando-a a engolir.

— Um, dois, três. — Contou. — Agora Lira!

Concentrei-me no corpo de Lorni e pedi para que os deuses me ajudassem. Senti a água em seu estômago e, com imensa dificuldade, obriguei-a a fazer o caminho reverso. Era como puxar pedras de uma tonelada do fundo de um abismo. Com intenso esforço consegui retirar uma espuma pútrida através da boca da moça. Arthur franziu o cenho enquanto analisava a aparência de Lorni.

— Não é o bastante.

Meu amigo despejou mais água pela boca da moça. Água limpa. Contou outra vez e sinalizou para mim. Repeti o esforço agradecendo mentalmente por todos os treinamentos que já tinha tido até então. Novamente retirei a água do corpo de Lorni, mas ela continuou convulsionando.

— Não é o bastante. — Arthur disse mais para si que para mim. — Pense Arthur, pense. — Bateu a mão espalmada sobre a testa. De repente estralou os dedos. — Já sei!

Pegou uma garrafa de vinho e despejou na boca de Lorni.

— Vai Lira! — Ordenou.

Repeti aquele processo cansativo, mas dessa vez, quando o vinho saiu, as convulsões de Lorni cessaram aos poucos. Arthur respirou aliviado e eu também. Um grupo de sentinelas que eu nem vira chegar já estava à nossa volta, conversando com Timaki que explicava a situação. Deixei meu corpo cair sentado sobre o banco, coloquei as mãos tapando meu rosto e chorei. Pela primeira vez eu conseguira evitar que as consequências de minha existência, respingassem em alguém.

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