Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Flamber

Um único e solitário marimbondo, que logo desapareceu.

Fiquei encarando o ar onde o inseto estivera parado e Elizaberta percebeu.

— Não se preocupe, eles não atacam se não os direciono. — Preveniu. — E quanto menor a raiva, menos tempo eles sobrevivem. Vamos, vamos... — Me puxou pelo braço com certa impaciência.

— Qual será minha função hoje? — Perguntei curiosa, enquanto galgávamos alguns degraus.

Elizaberta e eu entramos em um corredor bifurcado e viramos para a esquerda, entrando em outro corredor. Andamos pela extensão do tal corredor. Era possível ouvir vozes vindas de câmaras espalhadas por ali, e barulhos características de utensílios misturados a outros sons. Chegamos a um lugar com três portas, uma logo na frente, uma para a esquerda e outra para a direita. Elizaberta escolheu a do meio que dava na câmara de um elevador.

Ela entrou primeiro e esperou enquanto eu tomava meu lugar ao seu lado. Depois puxou uma corda e nos fez subir, passando por três portas. Quando chegamos à quarta porta, Elizaberta amarrou a corda em uma trava de segurança, seu nó era forte e preciso. Abriu a porta para que saíssemos do cubículo.

O elevador dava em uma câmara-cozinha que contava com uma mesa, um forno e alguns utensílios. Pequena demais para uma grande equipe trabalhar.

— Aqui é meu refúgio. — Ela interrompeu meus pensamentos. — Obviamente, sempre circulo entre as câmaras para vigiar os trabalhos, mas tenho pessoas que cuidam disso parcialmente enquanto crio, testo ou melhoro receitas.

Ela caminhou até um balcão que estava colado em uma parede. Acima dele havia duas portinholas com cerca de um metro de altura por um metro de largura, e maçanetas redondas, feitas de madeira.

Elizaberta abriu ambas as portinholas para me mostrar o conteúdo. Vi ali duas pequenas câmaras, revestidas por grossas camadas de gelo. Cada uma guardava um tipo de alimento.

Na primeira havia doces gelados de diferentes tipos. Verdadeiras iguarias que em breve seriam servidas para os membros da comunidade. E na segunda, haviam recipientes tampados que conservavam carnes frescas, prontas para o preparo.

Elizaberta apresentou-me um mecanismo que usava para lavar as mãos em água corrente.

— Veja Lira, o primeiro passo é lavar bem as mãos. — Falou enquanto esfregava o sabão em cada milímetro de sua pele. — Uma sujeira mínima pode estragar os alimentos. — Ensinou.

Após terminar de lavar as mãos, Elizaberta abriu uma gaveta onde guardava pequenas toalhas de secar as mãos. Pegou uma toalha e deixou a gaveta aberta.

Imitei seu procedimento sob olhares de minúcia e gestos de aprovação. Quando terminei o ritual de limpeza, Elizaberta pegou minhas mãos e as analisou.

— Perfeitamente limpas. — Sorriu.

— Obrigada. — Agradeci ao elogio, orgulhosa em passar por aquele teste.

— Pedi para você me ajudar nas cozinhas porque quero testar uma nova técnica culinária, preciso de fogo para tal e gostaria que fosse a pequenas doses, algo que poucos dominadores Elementais conseguem fazer.

A mulher se abaixou, abriu uma porta de um dos armários e tirou de lá algumas bebidas transparentes, douradas, marrons e até mesmo vinhos.

Todas as garrafas foram colocadas sobre a mesa do centro do cômodo.

— É um treinamento. — Avisou. — Você precisa controlar o fogo que será colocado sobre o doce, pois quero que seja em pequena dose. Tente sempre usar a ponta de no máximo dois dedos. Depois, o fogo se espalhará pelo ar. Junte-o e o absorva. — Pediu. — Você acha que consegue? — Perguntou enquanto pegava uma travessa com um doce dourado.

— Não tenho certeza. — Admiti.

— Não se preocupe, não tenho pressa. — Me acalmou. — Primeiro, tente projetar o fogo apenas nas pontas dos dedos.

Ergui minha mão direita e me concentrei. Na primeira tentativa o fogo se espalhou pela mão inteira.

— Menos força, mais sutileza. — Pediu.

Concentrei-me mais uma vez e o fogo saiu ao longo de toda a palma de minha mão.

— Veja, já está melhor, só precisa se concentrar mais e mentalizar onde quer que o fogo saia. — Incentivou.

Respirei fundo, estiquei a mão e abri bem os dedos, sentindo o fluir do sangue e imaginando o fogo ali, na ponta dos dedos. Projetei. O fogo tomou toda a extensão dos dedos. Suspirei frustrada e abaixei a cabeça.

— Não desista! É uma questão de prática. — Insistiu.

Levantei a mão outra vez e me concentrei mais. O resultado foi positivo, quatro dos dedos tinha fogo apenas na ponta enquanto o polegar estava incendiado em sua extensão.

Apaguei tudo, deixei a calmaria fluir e repeti a experiência.

— Consegui! Consegui! — Dei gritinhos exultantes enquanto dava pulinhos de alegria.

Elizaberta, que observava inexpressiva, bateu palmas para minha evolução veloz.

— Muito bem, muito bem! — Cumprimentou com energia. — Agora pare de pular e vamos a mais um pequeno treino.

Um pouco envergonhada, parei de saltitar. O fogo já tinha apagado tamanha minha desconcentração. Acendi outra vez, temendo que não conseguisse repetir o feito, mas o fogo é como um animal que você doma aos poucos. Não há regresso, apenas evolução.

Elizaberta olhou para as chamas nas pontas de meus dedos e explicou:

— Eu direi o dedo cuja chama você deve apagar. Então apague e reacenda. Apenas a do dedo citado. — Instruiu.

— Sim. — Concordei.

— Polegar. — Começou.

Apaguei e reacendi a chama do polegar sem apagar as demais.

— Mínimo... Indicador... Anelar... Polegar... Mínimo... — Ela citava os dedos e eu fazia o exercício.

Depois de vinte sequências, Elizaberta se deu por satisfeita, ainda bem porque eu estava exausta. Quanto tempo se passara? Era impossível saber, o lugar não tinha janelas.

— Posso descansar? — Pedi.

— Claro. — Ela puxou um pequeno banco que estava embaixo da mesa e ofereceu para eu me sentar. — Fique à vontade. Vou servir uma sobremesa para você.

— Obrigada. É muito gentil de sua parte. — Agradeci.

Elizaberta colocou um pequeno prato à minha frente, talheres pequenos e uma taça, onde serviu uma dose de vinho.

— Você será minha primeira vítima. — Brincou. — Ainda não servi essa sobremesa para muitas pessoas.

Andou até a pequena câmara gelada e de lá tirou um pote de metal. Rigorosamente fechado. O colocou sobre a mesa e abriu, revelando algo com textura de neve amassada, porém mais cremoso, e tinha aroma de fruta.

Elizaberta puxou um banquinho para si e organizou sobre a mesa o aparato que utilizaríamos para saborear o doce.

— Pelo menos não morrerei sozinha. — Trocei com o fato de ela me fazer de vítima da experiência e ela riu.

A mulher serviu um pouco para mim e outro pouco para si.

Com a pequena colher peguei bem pouco do doce e levei até a boca. Era gelado, cremoso e muito gostoso. Servi-me de mais uma quantia generosa, bem generosa, e o gelado fez minha cabeça doer. Soltei a colher sobre a mesa e usei meu poder para esquentar meu corpo.

— Efeito interessante. — Elizaberta, que observava atenta, riu. — Sabe, ainda não sei como nomeá-lo. O que você achou?

— Delicioso. — Confessei.

— Ótimo. — Devolveu com olhos brilhantes.

Terminamos de comer em silêncio.

Elizaberta juntou os utensílios e os lavou. Em seguida, pegou uma pilha de pratos de metal, um pote cheio de colheres e o colocou sobre a mesa. Cortou um pedaço da sobremesa dourada que estava na travessa, colocou sobre o prato e depois o embebeu em vinho.

— Incendeie. — Pediu.

Coloquei fogo na sobremesa e ele se espalhou rapidamente e pelo ar. Fiz meu trabalho recolhendo o fogo para que não causasse algum acidente. A mulher pegou uma das colheres e provou o doce. O resultado foi uma terrível careta.

Não estava bom.

Senti pena por ela ter que provar algo de sabor desagradável, mas primeira vítima dela era sempre ela mesma.

Ficamos horas a fio repetindo o experimento. A cada vez que o fazia, eu conseguia ser mais ágil e precisa. E a cada prova, o doce se tornava melhor.

Quando Elizaberta finalmente alcançou o resultado desejado, já haviam se passado horas. Uma pilha de pratos e colheres esperava para ser lavada e eu estava esgotada, física e mentalmente.

Ajudei-a organizar tudo, e quando a cozinha estava impecável, finalmente relaxamos.

— Já é noite, certo? — Perguntei.

— Sim. — Respondeu. — Sei que está cansada, pois o uso dos elementos consome muita energia. Se preferir, pode fazer sua refeição aqui ou levar para sua cabana. — Ofereceu.

— Prefiro comer por aqui. — Pedi.

— Eu também. — Confessou. — Vamos antes que as comidas sejam levadas para as mesas.

Apressamos-nos e entramos no elevador. Elizaberta desceu duas portas e parou. Entramos em um longo corredor, onde passamos por muitas portas fechadas antes de adentrar em um salão quente. Ali, duas longas mesas estavam repletas de pratos prontos para serem servidos no jantar.

Em uma mesinha na lateral do salão, encontravam-se dispostos alguns pratos de porcelana, e talheres, que previ serem para o caso de alguém resolver fazer sua refeição por ali.

Sem acanhamento e com o estômago roncando, peguei meu prato, escolhi alguns alimentos que estavam como sempre apetitosos e comi, acompanhada de Elizaberta, que fizera brotar suco de mais alguma câmara gelada.

Depois do jantar ela me acompanhou até a entrada das câmaras-cozinhas. A maior parte dos ruídos já tinha cessado.

A câmara-cozinha antes usada por quem picava os alimentos, estava vazia e perfeitamente organizada.

Tirei as roupas que tinha colocado mais cedo e as depositei em uma espécie de baú de roupas sujas. Despedi-me de Elizaberta, que iria vistoriar tudo até o último segundo, e saí, louca por um banho. Meus cabelos grudaram na testa, graças ao suor.

********************************

Pequena curiosidade: Reza a lenda que o processo de flambagem, similar ao aqui descrito, foi inventado por acidente no século XIX, quando o Chef Henri Charpentier, sem querer, derrubou conhaque sobre o Crepe Suzette que fazia para o rei.

Por esse motivo, em homenagem à esta grande técnica culinária, o nome do capítulo é "Flamber".

A arte de flambar o alimento consiste em chapiscar bebida sobre o mesmo e depois incendiar. O fogo faz o álcool se extinguir, restando apenas os demais elementos da bebida e deixando o alimento com sabor único.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro