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Fim de festa

Elizaberta segurou o braço de vovô e se colocou na frente dele.

— Espera, Barakj! — Exigiu. — Você não pode culpar o menino por fazer o mesmo que você.

Vovô olhou para ela e em seu rosto se formou uma expressão de culpa.

— Eu não devia...

— Você não fez, Barakj. Eu lhe arrastei até aqui. — Elizaberta assumiu.

Olhei para Borjan que parecia tão culpado quanto vovô.

— Eu obriguei Borjan! — O defendi.

— Lira, não. — Borjan me abraçou forte e eu afastei minha mão para não queimá-lo. — Você não me obrigou. Eu fiz porque quis. — Ele se afastou, segurou meus ombros e olhou em meus olhos. — Eu quis. Entendeu? Nós fizemos. Nós! — Então ele olhou para meu avô. — E estou pronto para assumir as responsabilidades, como o homem que sou.

Vovô voltou a fitar Elizaberta.

— Você ouviu o moleque beijoqueiro, Eliza. Você não me obrigou, eu quis.

— Nós quisemos, está certo. — Ela cortou irritada. — Agora me dêem licença, vou sumir antes que esse velho tolo e bonito me peça em casamento.

E ela realmente se foi, mas não ficamos em trio, porque Élora apareceu voando. Furiosa.

— Barakj! Vocês se transformaram no mexerico da noite. É por isso que homens não são permitidos aqui. — Ralhou.

— Perdoe-me Senhora Le Fay. — Meu avô abaixou a cabeça como um menino.

Élora tocou a muralha mágica e disse algumas palavras em um dialeto desconhecido por mim.

— Lira, leve seu avô e seu amigo até sua casa. Em breve chegaremos. É melhor saírem daqui, antes que o burburinho se alastre mais. — Ordenou com firmeza.

— Mas minha casa... — Comecei a falar. Como os levaria até o céu?

— Está onde sempre esteve. — Ela sussurrou para mim. — Seu avô vê a Avalon mística, mas seu amigo não. Sua cabana está no chão outra vez.

— Sim, Senhora Le Fay. — Concordei.

Aumentei a chama no braço, para iluminar nosso caminho.

— Espere. — Élora pediu.

Esperei por alguns instantes até ver Timaki e Arthur chegarem ali.

— Opa, que confusão! — Timaki exclamou contente.

— Muito desajuizada. — Arthur repreendeu em tom brincalhão.

— Élora pediu para acompanhar vocês! — Minha amiga contou.

— E nós acompanharemos com todo prazer, mas espere um minuto. — Arthur saiu.

— Sim, sim! Um minuto! Um minuto! — Timaki pediu agitada.

Meu avô, que estava plantado feito um poste, resolveu se aproximar de nós enquanto via Timaki correr para além do palco.

— Quem são? — Vovô perguntou.

— Ela se chama Timaki e ele é Arthur. — Expliquei. — Ela é uma Lycoina, seja lá o que for isso, e ele é aprendiz de alquimista e um boticário precoce.

— Uma Lycoina? — Vovô ergueu uma sobrancelha. — Que raridade.

— O que é uma Lycoina? — Borjan perguntou.

— Não sei. — Respondi e olhei para vovô.

— Bem, é uma...

Vovô foi interrompido por Timaki que chegou a toda velocidade. Carregava nos braços um cesto cheio de potes e panelas com carnes variadas.

— Timaki, você não enche a barriga? — Questionei com divertimento.

— Jamais! — Respondeu e girou com o pesado cesto. — Além disso, vocês quase não comeram.

Em seguida foi Arthur quem chegou. Puxava um carrinho de madeira. Cheio de guloseimas doces e salgadas, muitas com massa. Vinhos e sucos também, dentro de uma caixa de madeira forrada de gelo.

— O carrinho é cortesia de Galdur — riu —, assim como a caixa. E o gelo... Adivinhe! — Seu sorriso ficou mais largo.

— Etzel? — Palpitei.

— Exatamente! — Respondeu.

— Agora que estamos todos prontos, podemos ir, suponho. — Olhei para todos.

Vovô estava engraçado. Enorme, de braços cruzados na frente do peito e cara amarrada enquanto olhava para todos, significativamente menores e mais novos. Borjan fitava o grupo com espanto, mas dava uma atenção especial à Timaki e seu enorme cesto de comidas. Timaki sorria para todos e para o conteúdo do cesto. E Arthur correu, desaparecendo outra vez, mas logo voltou com meu buquê e o presente que tinha ganhado de Élora.

— Agora estamos prontos. — Disse com ar de falsa inocência.

Já começava a me cansar de usar meu fogo.

Fui à frente, seguida por Arthur e Timaki. Borjan e vovô vinham por último. Ambos analisavam as silhuetas das árvores gigantescas. O ambiente, na verdade, estava anormalmente escuro, e devido à mudança da configuração de espaço, tudo parecia meio sombrio. Segui pelo caminho mais distante do centro das construções, que era o mais próximo da minha cabana.

Demoramos cerca de meia hora para chegar a meu lar, e já me sentia grata por Timaki e Arthur levarem comida. Comecei a ter fome e depois uma leve tontura.

Quase não pude crer quando vi minha casa no mesmo lugar, como se nunca tivesse sido deslocada do chão. A única evidência de que eu não tinha vivido uma mentira, era a tenda na frente, onde todos os dias eu fazia minhas refeições.

Pensei em acomodar todos ali, mas qual era a lógica de ter uma sala aconchegante se não era para receber meus visitantes? Abri a porta da cabana escura, arranquei os sapatos e entrei. Joguei uma generosa quantidade de fogo nas lenhas da lareira. Acendi todas as velas da sala e duas lamparinas.

Também acendi todas as velas de meu quarto e joguei fogo para cima, nas velas de um pequeno castiçal que havia no teto. Não estava ali antes de meu sono profundo, encontrei-o depois do ocorrido, mas achei prático.

Quando voltei, ninguém tinha entrado ainda.

— Ficarão parados na porta? Como estátuas? — Questionei.

Timaki foi a primeira a entrar. Tirou os sapatos, seguindo meu exemplo. Não estava mais com o cesto de comidas. Arthur a seguiu. Depois Borjan, e confesso que foi estranho o ver tirar os sapatos para entrar na minha casa.

Se ver Borjan foi estranho, quando vovô entrou a sensação foi indizível. Primeiro, sua cabeça por pouco não chegava ao teto. Segundo, ele contrastava brutalmente com todo o ambiente. Nunca percebi como aquele local era delicado até vovô entrar ali. Tudo parecia pequeno e frágil perto dele.

— Sentem-se, por favor. Fiquem à vontade. — Ofereci.

Timaki não se fez de rogada. Imediatamente se jogou sobre seu local favorito, que era a tapeçaria. Arthur se sentou em uma poltrona e Borjan em um estofado próximo de meu amigo. Era o único que não parecia estar bem por ali.

— Então... — Arthur tentou quebrar o silêncio — Você trabalha? — Perguntou para Borjan.

Borjan o analisou dois segundos antes de responder e a conversa seguiu um ritmo natural. Timaki se levantou do chão como se tivesse se lembrado de algo urgente, pegou minha mão e me puxou enquanto falava.

— Vou precisar de fogo, não podemos deixar as comidas abandonadas.

— A mais pura verdade! — Concordei faminta.

Coloquei fogo em todo o aparato que já estava por ali. Minha amiga dispensou ajuda com o resto.

Quando me virei, vi que vovô nos observava da porta do "refeitório". Ele nada disse. Apenas ficou lá, parado. Mas eu sabia o que ele ansiava e realmente precisávamos de um tempo a sós, algo que não tivemos até então.

— Vovô — me aproximei e peguei sua mão —, venha, lhe mostrarei toda minha casa.

Olhei para seu rosto e vi a expressão ficar menos dura e se transformar em um sorriso. Vovô não sabia pedir atenção, mas ele era um homem amoroso e claro que queria um tempo exclusivo de família.

— Fico feliz com isso. Estava curioso para conhecer tudo. — Tentou disfarçar.

— Se prepare vovô, vou apresentar minha incrível cabana! — O arrastei comigo.

Não entramos direto. Primeiro levei-o até os fundos e mostrei meu pequeno jardim.

— Você cuida? — Perguntou.

— Não vovô, é raro que fique por aqui porque passo muito tempo ocupada. — Expliquei. — Aqui nós treinamos, mas também temos responsabilidades com a comunidade.

— Isso é bom para você, meu amor. Ensina a ser organizada. — Sentenciou.

— Sim vovô. Aprendi a ter muita responsabilidade arrumando todo o novo acervo da biblioteca. — Ri. — De qualquer forma, nenhuma planta aqui necessita de cuidados diretos, nós só cuidamos do cultivo porque gostamos disso. Sei que o senhor consegue ver o quão místico é este lugar.

— Sim, vejo, e ouço também. — Confirmou.

— Pois bem, agora vamos conhecer a parte de dentro. — Chamei e voltei a puxá-lo, mas vovô não se moveu.

Olhei para ele e vi que escrutinava as redondezas com a testa franzida.

— O que aconteceu? — Perguntei.

— Nada, Lira. — Falou sem convicção. — Pensei ter ouvido barulho de passos.

— Deve ser alguma criatura da floresta ou dos pomares. — Respondi e o puxei mais uma vez, mas ele continuava plantado e tenso. — Vamos vovô, o tempo se esvai entre os dedos. — Reclamei.

Ele se soltou um pouco e sorriu.

— Estava com saudades? — Questionou.

— Claro que sim! — Bufei.

— Ora... — Estreitou os olhos e riu.

Sem avisos, vovô me pegou no colo e me girou. Minha reação, óbvio, foi dar um gritinho de surpresa e depois gargalhadas enquanto sentia meu penteado afrouxar.

— Meu cabelo vai se soltar. — Repreendi sem energia.

— Está com preguiça de escová-lo? — Vovô parou de girar e olhou para mim com um riso travesso enfeitando seu rosto.

— Claro que não. — Respondi.

— Que bom, não preciso me preocupar. — Disse antes de me arremessar para cima como se não pesasse mais que uma criança de quatro anos. Apesar do susto, foi emocionante. E ele me pegou de volta em seus braços e chacoalhou meu corpo.

— Vamos conhecer o interior de seu castelo. — Sentenciou.

— Sim! — Estiquei um braço para cima.

O velho Barakj nem se deu ao trabalho de me devolver ao chão e eu não me importei. Meu tempo com vovô era curto demais para me dar o luxo de dispensar seu amor. Fiz o contrário disso. Abracei seu pescoço com força, enquanto sentia o cheiro que emanava dele. Cheiro de família. De lar. Cheiro de presença.

Passamos pelo local das refeições e o aroma da comida já preenchia o ar.

Na sala, Borjan e Arthur conversavam animados sobre raças de equinos. Ambos pararam quando nos viram entrar daquela maneira. Lançaram a mim sorrisos significativos. Entendiam minha felicidade.

Vovô me colocou no chão próximo à mesa onde ficava o Livro de Tarefas.

Mostrei-lhe as páginas e como funcionava. Mostrei também as anotações e a organização da estante. Havia alguns papéis enrolados, presos com uma fita. Expliquei que eram papéis avulsos onde eu anotava minhas tarefas e outras coisas importantes.

Depois disso, vovô analisou a cor das paredes, aprovando o bom gosto de Élora.

— Ficou muito bom. — Elogiou.

— Ela cuida muito bem de todos nós, vovô. — Justifiquei. — Venha, mostrarei meu quarto e a sala de banhos. — Convidei.

Vovô me seguiu até meu quarto, e de repente, o espaço onde couberam quatro pessoas, parecia apertado para duas.

Ele avaliou tudo, emitindo sons de aprovação.

— Parece que você tem algum conforto aqui. — Concluiu enquanto se sentava em minha cama.

— Muito, vovô. — Olhei para a passagem entre o quarto e a sala e resolvi fechar o vão para termos privacidade. Por isso tapei o buraco com uma cortina de fogo e depois me sentei no banquinho da penteadeira. — É mais do que muitos têm. Alguns não têm nem família. — Abaixei o tom antes de continuar. — Como o Arthur, por exemplo.

— Eu sei, Lira. — Vovô suspirou. — Quando tiver filhos, você vai entender que nunca parece o bastante. Se não fossem suas habilidades, eu jamais me separaria de você.

— Vovô, foi importante vir para este lugar. Veja o que consigo fazer — apontei para todo o fogo que ardia à nossa volta —, é fantástico. Não sou mais a menina completamente ingênua que você deixou aqui. Nem sou tão ignorante acerca do que posso fazer.

— Sou sincero quando digo que não entendo completamente. — Confidenciou. — Morgana diz que tudo está sob controle, então eu confio.

Suspirei. Virei as costas para ele, mesmo assim ainda o via pelo espelho. Pus-me a desfazer o penteado que já incomodava.

— Sabe vovô, eu matei uma menina. — Senti um nó na garganta ao confessar aquilo. Meus olhos marejaram de lágrimas. — Mas não fiz por querer.

Mal terminei a frase e as lágrimas correram soltas, transbordando a dor que eu suprimira em meu coração.

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