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Espera

Eu sempre seguira a mesma rotina, todo santo dia. Vez ou outra viajava para algum lugar, pois os compromissos me obrigavam a partir, mas era sempre breve demais e logo eu retornava ao lar. Na verdade não fazia grande diferença. Não importava aonde eu ia, o vazio sempre me acompanhava.

Aquele oco incômodo que latejava no peito que eu conseguia ver no espelho, quando mirava meus olhos opacos. Assim é a vida de uma pessoa sem o amor genuíno que já provara um dia.

Suspirei enquanto abraçava meu próprio corpo, sentindo o espírito débil diante das forças do mundo. Era um gesto de fraqueza. De auto piedade. Uma lágrima correu solitária, e morreu em meu queixo endurecido pelo tempo e pela falta de sorrisos verdadeiros, de alegria, felicidade.

Em todas as noites meus sonhos eram os mesmos. Todos os dias meus pensamentos vagueavam rumo ao desconhecido da imaginação, único lugar onde conseguia extrair algum prazer de fantasias risíveis. Bastava um segundo de ócio para que isto ocorresse.

Sequei-me da umidade do banho, como em todos os outros dias, desejando enxugar com a mesma toalha a dor da ausência que levava sempre em meu peito. Quanto tempo mais eu poderia suportar? Eu não saberia dizer. Já se passara tanto tempo de tortura, para tal eu apenas precisara viver um dia após o outro. O segredo: uma motivação.

Coloquei minhas roupas enquanto olhava para o cômodo lúgubre, vazio e sem sentido, que eu chamava de quarto. Suspirei quando a chuva forte começou a cair lá fora. Chuva era bênção. Fosse pelo trabalho que fazia sobre a terra ou pela companhia que oferecia às minhas lágrimas, tão rotineiras quanto as refeições do dia.

Mirei-me no espelho outra vez. Disciplina, era necessário ter disciplina, mas naquela noite em especial havia uma agitação em mim; um calor estranho. Abafamento no peito.

Arranquei a ridícula peça que enfeitava meu pescoço e joguei sobre a cama. Eu me enfeitava para ninguém, afinal. Juntei todo o resquício de coragem que me sobrara naquele dia e me dirigi para a mesa onde fazia minhas refeições.

Mais uma refeição solitária.

Às vezes eu pedia a companhia da criada, porém ela não podia estar sempre comigo. Um estranho, maduro e celibatário. Não era o que o povo dizia, claro, mas eu não me importava com minha fama de impotente. Sua falta de entendimento não me atingia.

Sorri para a sopa enquanto pensava no engano das pessoas. Claro que meu membro sempre dava sinal de vida, mas ele tinha motivações específicas que eu só encontrava nos sonhos. Quando jovem não desfrutei de tais perturbações, mas o tempo e a carência me trouxeram necessidades que eu não podia ignorar.

Suspirei quando terminei de tomar a sopra fria. Olhei para o prato vazio e decidi que era melhor lavá-lo imediatamente. Eu não queria pragas deslizando sorrateiras pelos cômodos de minha casa somente para comer os restos. Cumpri minha missão de lavar a louça e soltei um bocejo forçado, no intuito de convencer minha mente de que já estávamos com sono demais para permanecermos de pé.

No caminho para o quarto passei pela sala de visitas, onde me detive. O fogo da lareira estava fraco, era melhor colocar mais lenha ou a casa ficaria gelada assim que a madrugada chegasse. Havia um pouco de pó sobre a lareira, então me vi na obrigação de expulsá-lo de seu conforto. Armei-me com um espanador de penas e exorcizei o pó como um padre exorciza os pecados de seus fiéis.

Ao fim, já cansado de limpar, joguei o espanador no fogo. Sem problemas, eu tinha outro. Sentei-me em uma poltrona assumindo uma posição relaxada, de pernas abertas, enquanto assistia o fogo dançar e consumir o espanador. No fundo eu queria que o fogo me dominasse.

Ajeitei meu membro adormecido nas calças e olhei para o teto banhado pela luz da lareira. Quanto tempo mais eu seria obrigado a esperar? Não importava a resposta. Lamentar-me não ajudaria a passar o tempo. Já era hora de dormir.

Levantei-me da poltrona e me dirigi às escadas. Galguei os degraus de maneira preguiçosa enquanto fazia cálculos mentais. Administrar era uma tarefa árdua, que me consumia muito tempo. Já estava no décimo degrau quando ouvi batidas na porta. Não era algo incomum, já que minhas responsabilidades não distinguiam horário. Suspirei mais uma vez, um tanto exaurido, e fiz o caminho inverso de maneira preguiçosa. Na certa era alguma carola solteirona que vira um gato e pensara ser um dragão.

Contei os passos até a porta. Sessenta passos miúdos. Destravei as trancas, girei a maçaneta e puxei a dita cuja que me separava da chuva. O vento gelado atingiu meu rosto acompanhado do susto que me fez afastar um passo e colocar uma mão sobre o peito onde meu coração retumbava.

Juro por Deus, que senti falta de ar e pensei que morreria. Escorei-me na porta e olhei para o chão enquanto tentava retomar o ritmo normal da respiração.

Quando ergui os olhos ela ainda estava de cabeça baixa. Os pingos de chuva atingiam-na, dourados, mesmo na escuridão. Dourados como a capa que a cobria dos pés à cabeça. Ao lado dela havia um baú muito grande que na certa pesava mais que ela mesma. Na verdade devia pesar umas quatro vezes mais que aquela pessoa. Ela... Que finalmente erguera a cabeça e me olhara nos olhos.

Meu coração acelerou. Meu corpo se incendiou, mas o cérebro teimava em dizer a meus olhos que era uma miragem.

A alucinação se jogou em meus braços e eu a apertei contra meu peito. Ela, o sentido da minha vida. Seu capuz caiu sobre os ombros. Abaixei a cabeça aspirando ao aroma floral dos cabelos brancos. Ela chorou em meus ombros e seu corpo tremia no enlace de meus braços. Eu chorei nos ombros dela, porque finalmente todas as minhas preces foram atendidas.

Meu coração se chocava contra os ossos do peito assim como o dela que estava agitado. Eu podia sentir. Não sei dizer por quanto tempo ficamos ali; parados. Não importava. Que me imortalizassem naquela posição. Que nos imortalizassem. Nós e nosso amor. Eu e Lira. Para todo o sempre. Ou até que a morte... Separasse-nos.

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