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Biblioteca

Após o susto, todos voltaram às suas atividades normais, como se soubessem exatamente o que fazer naqueles casos. Infelizmente eu e meus amigos nos vimos obrigados à separação mais uma vez.

Andei até minha cabana onde conferi meu Livro de Tarefas. Mesmo então eu estava desanimada, mas o desânimo não resistiu à descoberta da próxima atividade.

Eu conheceria a biblioteca! Era um dia de sorte, afinal.

A tarde estava tão quente quanto a manhã, então enchi um cantil com a água muito fresca que corria na pequena bica atrás de minha cabana. Ela canalizava a água de um riacho através de uma estrutura de bambu. A água caía em uma grande bacia de pedra e voltava para seu curso natural através de uma longa canaleta também de bambu.

A dois metros de distância dessa estrutura, havia um canteiro de rosas coloridas, das quais eu poderia cuidar sempre que quisesse, mesmo que sua perfeição natural dispensasse a necessidade de cuidados. Todas as plantas de Avalon eram perfeitas.

Apressei-me através dos caminhos até chegar à região central da comunidade. Lá era com certeza o lugar mais movimentado de toda a ilha, onde eu quisera ir desde que chegara. Para meu maior encanto, pessoas cantavam acordes afinadíssimos enquanto trabalhavam em serviços rotineiros. Muitas das cantigas eram populares, mas a forma de executar os serviços era incomum, diferente de tudo que eu já tinha visto. Mesmo os serviços mais simples.

Eu não dispunha de tempo para observar mais, apesar de arrebatada com tudo, então segui sem fazer paradas pelo caminho.

A biblioteca era uma árvore com cem metros de altura. A madeira do tronco era avermelhada e tinha um cheiro bom, muito característico. Nunca, em toda minha vida até então, tinha visto uma biblioteca compartilhada. Todas que conheci eram particulares, daqueles que tinham condições de comprar livros, mapas e outros instrumentos de disseminação do conhecimento. Mas nem mesmo aqueles homens abastados sonhariam com uma estrutura tão surpreendente quanto a da biblioteca de Avalon.

Quando entrei no lugar a primeira coisa que vi foi um móvel, uma mesa, mas não era uma mesa de madeira cortada e moldada. Era uma mesa viva e lisa, ligada pelo chão à estrutura da árvore. Não fosse esse detalhe, pareceria uma enorme mesa comum com belos entalhes de cenas de batalhas místicas.

À volta da mesa haviam bancos de variadas formas e alturas. E todos estavam ligados ao piso, assim como a mesa. Detrás da mesa descansava uma anciã, de cabelos fofos como algodão e lentes de vidro transparente frente aos olhos redondos.

Seu dedo indicador passeava sobre a página de um enorme e grosso livro. Observei em silêncio enquanto ela seguia compenetrada na tarefa. Isso durou apenas alguns segundos - antes de ela ver que eu estava ali. Com uma pena em mão anotou algo na página amarelada depois me prestou atenção.

— Lira, bem a tempo — disse com voz grave, baixa e rouca. — Aproxime-se.

Obedeci sem saber exatamente o que dizer. Preferi manter minha boca bem fechada.

— Meu nome é Sabedoria. — Se apresentou. Achei o nome curioso, mas combinava com ela. Se a sabedoria tivesse forma, seria a de uma velha corcunda com cara de coruja. — Como sabe, recebemos um novo acervo que será colocado junto ao acervo antigo. Bem... Você irá catalogar os novos livros. Evidente que não fará tudo isso hoje, mas já poderá começar. Está pronta?

— Sim! — Respondi entusiasmada e inebriada pelo cheiro de pergaminho.

Estava exultante de alegria por ter acesso a tantos livros. Minha família já fora possuidora de um grande acervo, mas tudo se perdeu no tempo, principalmente por precisarmos de dinheiro. Os poucos aos quais tive acesso eram apenas resquícios dos tempos dourados de nossa fortuna.

Havia também os livros em minha cabana, que eram novos, mas eu queria ter acesso a conhecimentos incomuns, e também, gostaria de saber mais sobre as mulheres iguais a mim.

— Venha comigo. — Pediu.

Sabedoria arrumou as lentes sobre o nariz e com passos firmes rumou para uma plataforma de madeira que estava no chão. Ela tinha proteções de um metro de altura nas laterais, feitas de madeira seca, ricamente trabalhada. A plataforma estava ligada a um mecanismo de roldanas de aço e cipós grossos e firmes. Algo muito futurista. Esse mecanismo era elevador de pesos e servia para transportar tanto as pessoas quanto os livros.

Sabedoria abriu uma portinhola, subiu na plataforma e me chamou com a mão para que também subisse. Senti um frio na barriga, mas me coloquei sobre a plataforma. Ao contrário de uma pessoa comum, Sabedoria apenas fez um gesto com a mão e o cipó começou a se mover, nos levando para o próximo andar.

Senti-me um pouco nervosa por ter meu corpo elevado do chão daquela maneira nada natural. Eu era apenas uma menina de um vilarejo minúsculo, não estava acostumada com tantas novidades. Confesso que cheguei a ter uma leve tontura quando olhei para o chão que se afastava, mas passou rápido.

— Temos pessoas comuns por aqui — Sabedoria falou —, então todos os lugares podem ser acessados com ou sem o uso de magia. Você pode apenas puxar o cipó para a esquerda ou para a direita e a plataforma se moverá.

— Um dia conseguirei controlar o cipó? — Questionei. — Digo... Com magia.

— Creio que não, isso não é comum em sua espécie. Vocês conseguem usar a flora para diversos fins, mas não dessa maneira. — Explicou sucinta.

Senti-me como uma flor murcha e tristonha. Minhas alegres e altas expectativas desmoronaram. Posso dizer que despencaram de cima daquele elevador.

Sabedoria percebeu meu humor repentinamente chocho, pois colocou a mão em meu ombro e tentou tranquilizar a mim.

— Veja de maneira positiva, Lira. As pessoas não são iguais, os seres não são iguais e os poderes também não. Quantas pessoas no mundo gostariam de controlar os elementos e não podem? Muitos, se pudessem, fariam chover para ver as plantações se desenvolverem e as águas não secarem, assim seu povo não morreria de fome e de sede. Outros pedem aos céus todos os dias por um pouco de calor que seja. Uma labareda para que não morram congelados, talvez uma fagulha... E você é capaz de fazer o fogo brotar de seu interior. É uma dádiva, sim!

A plataforma parou no andar de cima. A anciã abriu a portinhola e saiu, seguida por mim.

— Você controla naturalmente a segunda força mais destrutiva e vital de toda a natureza. — Ela continuou. — Você será capaz de incendiar e de parar incêndios. Isso é grandioso, sim!

Estava atenta à sua explicação e uma dúvida surgiu, absorta, eu não conseguia desviar os olhos daquele rosto sábio.

— Qual a primeira força mais destrutiva e vital? — Indaguei.

Ela respondeu sem parar de andar.

— É a água, Lira. O equilíbrio vital depende da água. Ela está em todo lugar, mesmo que em quantidade quase nula. E quando se volta contra algo, é impossível de ser controlada a não ser por quem domina o elemento. Você consegue controlar um incêndio se jogar água nele, mas não consegue controlar as fúrias dos mares contra a terra. Seria preciso uma impensável quantidade de fogo para evaporar tão grande quantidade de água, e ela não desapareceria como o fogo que se extingue. Ela se transformaria em chuva e cairia impiedosamente sobre tudo, até ficar impossível viver.

— Nunca refleti sobre isso. — Confessei.

Foi quando me lembrei do dia em que fui posta na fogueira. O que me salvou em primeiro lugar foi o fogo, mas em segundo lugar, foi a chuva que caía incansável sobre o vilarejo de Werzov.

Meu pensamento foi interrompido quando tropecei em algo e caí de cara no chão.

— Cuidado, menina! — A mulher repreendeu. — É certo que este livro não deveria estar no chão, ora, quem o deixou aqui?

Enquanto eu me levantava, completamente envergonhada, Sabedoria se abaixou e pegou o livro que tinha me derrubado.

— Ora, veja só! Muito oportuno, muito mesmo... — Disse em tom reflexivo. — Parece que foi derrubada por sua linhagem.

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