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Adaptação

Obviamente as fofocas maldosas correram pela vila, mas logo se fez conhecido o fato de eu não estar sozinha com Borjan, portanto, as más línguas se viram obrigadas a destilar menos veneno. Para minha diversão, passei de garota perdida para mulher misteriosa. Toda a casa estava em processo de mudança para a nova fase de nossa vida que começaria após o matrimônio, e este fato fez nossa convivência ainda mais estranha que anteriormente.

Para preservar minha ignorância acerca da localização do quarto de meu noivo, fui proibida de arrumar e até mesmo circular pela ala dos dormitórios. Em meu íntimo eu guardava o divertido segredo sobre já ter desvendado o mistério dos quartos, aliás, provavelmente vovô também. Bendita fosse minha audição incomum que me permitia ouvir os barulhos pela casa, inclusive no quarto ao lado.

Se Timaki estivesse ali, talvez ela conseguisse ouvir toda a vila. Foi o que pensei certo dia e confesso que a lembrança de minha amiga me deixou um pouco triste. Eu tinha feito uma fuga drástica e não pensara em tudo que abandonaria naquele lugar.

Certo dia, cansada da reclusão e das memórias que se tornaram fantasmas da amizade de outrora, resolvi sair para explorar a vila.

Eu podia ter feito antes, mas todos que ofereciam serviços necessários para uma moça casadoura tinham ido para casa de Borjan. Vestido, enxoval, comida e todas aquelas coisas que uma festa precisava, era tudo ofertado ao mesmo tempo em que os negociantes tiravam meu ar. Na falta de uma mãe, vovô era o maestro de toda aquela orquestra cacofonia de aquisições.

Minha serventia era meramente a experimentação de sabores e roupas. Já estava no portão, pronta para sair, quando ouvi a voz de vovô pronunciar meu nome duas oitavas acima do normal.

— Lira! — Ele estava vestido de negro com detalhes em vermelho e usava um chapéu da cor do vinho bordô. — Aonde vai?

— Passear. Aproveitar do ar fresco. — Respondi.

Era um belo dia para um passeio. Particularmente brilhante de ensolarado e os pássaros cantavam sem cessar. Eu usava um lindo chapéu azul que vovô me dera certo dia, e que tornava minha figura particularmente apreciável.

— Posso acompanhá-la, jovem dama? — Questionou-me.

— Evidente que sim. — Acenei com uma mão para que ele se juntasse a mim.

Em apenas quatro passos vovô diminuiu a distância entre nós.

— Você está elegante e radiante usando esse chapéu. — Elogiou antes de atravessar o portão que eu segurava aberto. — Posso saber onde pretende ir?

— Sim. — Atravessei o portão e empurrei a trava para mantê-lo fechado. Quando me virei vovô oferecia o braço para eu segurar. Passei meu braço pelo dele e começamos a caminhar a passos lentos. — Visitarei minha antiga casa. Sinto saudades de tia Ana e de minha infância.

Olhei para cima e percebi o quanto eu tinha crescido. Meu avô ainda me carregaria se quisesse, mas não com a facilidade de antes. Eu era pelo menos uma cabeça mais alta que a maioria das mulheres, mas ainda era pequena perto dele.

— Sei que sente saudades de sua tia. — Meu avô murmurou. — Tem certeza do passo que dará, Lira?

— Qual passo? — Perguntei confusa.

— Matrimônio, minha filha. Você sabe que você é diferente das outras mulheres e Borjan é apenas um homem comum. Há implicações e você não está acostumada a uma rotina comum. Talvez você se sinta presa.

— Eu quero isso. Eu esperei por isso no meu íntimo. Eu também já fui comum, ou talvez tenha me iludido disso, mas... Eu quero isso. Preciso. Era maravilhoso estar em uma grande comunidade mágica, mas amo Borjan e quero ter uma família. — Suspirei. — Minha vida.

— Entendo você, acredite. Nossa família é pequena. Também sonho em ter netos, mas não quero que você se sacrifique.

— Não será sacrifício. — Chutei uma pedra e observei a ponta de minha bota de couro rústico. — Será um sonho que se realiza.

— Você quer filhos? — Meu avô fitou meu rosto de modo curioso e me deixou um pouco encabulada, envergonhada em pensar que traria uma criança à terra e meu avô era conhecedor do processo.

— Francamente não tinha pensado nisso, mas... Eu quero. — Sorri. — Será que nascerão com cabelos brancos?

— Não sei. — Meu avô sorriu. — Espero para ver. Penso em comprar uma casa aqui na vila, para aproveitar mais tempo próximo de você.

— More conosco, vovô. — Pedi.

— Não, filha. Um casal precisa de privacidade. Morar perto será o bastante. — Retrucou.

— Quão perto? — Indaguei.

— Do outro lado da vila. Minha audição é boa demais, por isso evitarei ficar muito próximo.

Ri daquele comentário escandaloso.

— Pretende contratar mais criados? — Vovô desviou o assunto.

— Na verdade, se pudesse eu dispensaria os que temos. Posso fazer todo o trabalho doméstico e ainda ter o dia todo de folga. — Abaixei o tom ao quase inaudível antes de continuar. — Quando se tem domínio dos quatro elementos, fica fácil fazer qualquer coisa. Se quero tirar a poeira dos móveis ou do chão, eu apenas puxo ela. Não preciso acender fogo da maneira comum e na cozinha eu controlo o cozimento. Isso eu tenho feito, na verdade.

— O que me lembra de dizer que você está comendo como uma gigantesca serpente marítima. — Comentou. — Onde você coloca tamanha quantidade de comida? Essa semana vi Nica sair três vezes para comprar provisões.

— Não sei, vovô. O treinamento me deixou assim. Eu como muito para me manter.

— Foi difícil? — Indagou com certa insegurança.

Olhei para ele como se dissesse "o quê?".

— O treinamento. — Esclareceu.

— Ah... Como posso resumir? — Olhei para o céu azul daquela manhã e senti um vento quente e úmido atingir meu rosto. Choveria mais tarde. — Jaci me obrigou a aprender dança, prática esportiva e depois treinamos a magia. Um corpo forte para aguentar magia forte. Pena que ela não conseguiu treinar minha mente.

— Mais uma vez a história do descontrole? — Vovô perguntou.

— Vovô... Eu me lembro de como era ter todo aquele poder em mim. Minha razão se perdeu. Eu só queria mais poder e violência. Não quero chegar nem perto daquele estágio outra vez.

— Eu soube que você se tornou uma Salamandra. — Vovô confidenciou. — Muito forte, precisaram prender você antes que destruísse toda a ilha.

— Então o senhor já sabia?

— Claro que sabia. Também é de meu conhecimento que você chorou lava de vulcão durante mil dias e estragou a Caverna do Castigo. — Ele riu. — Precisarão de uma caverna nova.

Esperamos uma charrete passar antes de atravessarmos a rua. Ao longe vi senhora Rirautz acenar para mim. Não tínhamos intimidade, mas a bochecha abrasada e o cochicho com a velha Leints eram indicativos de que vovô tinha uma chance de juntar os trapos com alguém.

Vovô não desviou o olhar do curso previamente traçado por nem mesmo um segundo.

— Vovô. Não deseja se casar também? — Perguntei travessa.

— Não com a senhora Rirautz. — Ele sorriu maroto e eu gargalhei.

— Perderá um partidão. Soube que ela faz um bucho recheado de fígado que é uma delícia. — Provoquei.

— Não. Obrigado. Você já comeu a comida de Elizaberta também. Ninguém a supera. — Respondeu com certo humor.

— Então se case com ela.

— Não será possível. Ela ama aquela ilha.

Vovô estacou o passo e eu também. Estávamos em frente à minha antiga casa.

Era um lugar simples. Em nada especial, exceto por algumas boas lembranças. Tirei as luvas brancas para não se sujarem na poeira e guardei na bolsinha que trazia pendurada em meu pulso. De dentro do acessório tirei a chave da porta, que Borjan tinha guardado. Inspirei fundo antes de pôr a mão na maçaneta. Senti as lágrimas chegarem devagar em meus olhos. Vovô limpou a garganta tentando se livrar do embaraço.

Girei a chave e abri a porta. Diferente do que eu imaginava a casa não estava suja. Alguém dava manutenção ali, mesmo assim tudo estava no mesmo lugar de sempre. Lancei olhar sobre alguns livros antigos de tia Ana e fui atacada pela nostalgia.

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