Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Acolhida

O corpo dele era quente e me protegia de boa parte do ar gelado da noite. Chuva, vento, nada me parou. Eu precisara chegar ali. Eu carecera voltar para casa e viver uma vida comum, na qual eu não machucasse as pessoas. Eu estava noiva, então decidi que já era tempo de me casar. De consolidar a união que a vida toda eu tanto desejara.

Borjan cheirava à floresta úmida após a chuva. Um aroma suave e rico, que eu queria sentir até minha morte. Eu não me despedira de meus amigos em Avalon. Apenas peguei meus pertences e saí sorrateira na escuridão. Usei meus poderes para chegar a meu antigo vilarejo, só assim eu conseguiria carregar um baú tão pesado.

Voei alto, sentindo a atmosfera do mundo comum. Fiz algumas paradas para comer e beber. E depois de dois dias, sob forte chuva, consegui finalmente chegar em meu destino.

Chorei de alívio no ombro de Borjan, por amá-lo principalmente, e por ter a possibilidade de começar uma vida nova. Borjan chorava também... Eu não saberia dizer o motivo, mas não importava, pois ele me abraçara como se uma parte de seu ser tivesse regressado.

Borjan estava amadurecido. A meus olhos, tão belo quanto jamais fora.

— Lira... — Ele sussurrou em meu ouvido com a voz um pouco embargada.

— Borjan. — Falei em tom mais decidido.

Havia uma infinidade de coisas sendo ditas apenas naquelas simples pronúncias de nossos nomes.

Ele me afastou de seu corpo, emoldurou meu rosto com as mãos trêmulas e me fitou os olhos. Analisei sua aparência. Barba um pouco grande, cabelo desgrenhado, roupas meio amassadas. Ar de desleixo. Olheiras que demonstravam a carga que ele carregava nas costas ao ser administrador daquela vila. Werzov crescera consideravelmente desde minha partida.

Levantei uma mão e acariciei o rosto de Borjan que parou meu gesto com uma das mãos, afastou a minha de seu rosto e beijou meu pulso suado pelo esforço da viagem.

— Entre, aqui está demasiado frio. — Convidou.

Mas antes mesmo que eu pudesse dar um passo, Borjan me ergueu e me girou no ar enquanto soltava uma gargalhada desvairada. Os cantos de seus olhos estavam cheios de lágrimas que enxuguei com meus polegares.

Borjan me levou até uma sala onde a lareira estava acesa. No ambiente aconchegante o fogo crepitava. Ele me colocou sentada em uma poltrona enquanto eu ria de alegria, olhou em meus olhos e uma mecha de cabelo caiu sobre sua testa, apoiou as mãos nos braços da poltrona antes de dizer:

— Espere aqui, colocarei seu baú dentro de casa.

Apertei os dentes evitando uma gargalhada, o baú era pesado demais para um humano comum carregar.

— Certo. — Concordei.

Era melhor deixar que ele tentasse do que dizer que não conseguiria e parecer subestimar a força dele. Borjan saiu do cômodo e eu o segui, ignorando deliberadamente o pedido para que eu ficasse ali. Vi-o caminhar até a porta de entrada e assisti enquanto ele tentava puxar ou empurrar o baú. O homem gastou alguns minutos naquele empenho antes de me olhar decepcionado e um pouco constrangido.

— Como você carregou este trambolho?! — Perguntou com uma nota de auto piedade.

— Carregar não seria a palavra ideal, Borjan. — Respondi. — Afaste-se do "trambolho", por favor.

Ora, chamou de "trambolho" meu baú com o brasão dos Merak, que folgado.

Borjan se afastou do objeto e eu levantei-o usando o vento. Depois o deslizei para dentro da casa e Borjan me olhou desconcertado.

— Você já sabia que tenho poderes. — Defendi-me.

— Oh sim! Só não sabia que flutuava objetos. — Disse como se houvesse diferença.

— Borjan... — calculei as palavras para não desmaiá-lo. — Sei muitas coisas, inclusive voar.

Ele arregalou tanto os olhos que quase pude ver toda a extensão das órbitas, depois olhou para os lados verificando se havia alguém por ali. Ora, quem estaria naquela chuva? Por fim Borjan entrou e fechou a porta, tratando de trancá-la bem.

— Onde é seu quarto? — Questionei cheia de intenções.

— Meu quarto? — Devolveu a pergunta meio perdido.

— Sim.

— Por quê? — Replicou erguendo uma sobrancelha.

— Para eu guardar meu baú. — Respondi sem entender a surpresa.

Ele suspendeu uma das mãos com o indicador esticado e os outros dedos recolhidos, depois começou a balançar o dedo de um lado para o outro, em sinal de negativa.

— Nem pense nisso, Lira! — Me repreendeu.

— Por que não? — Me senti um pouco tola e ofendida.

— Porque ainda não somos casados. — Retrucou com seriedade.

— Isso é bobagem! — Lancei as palavras com certo desdém pela instituição do casamento.

— Para mim não é bobagem. — Borjan colocou as mãos na cintura e fungou.

Mais cabelo havia caído sobre sua testa, dando a ele um ar relaxado e atraente.

— Borjan, quanto tempo mais teremos que esperar? Um casamento não vai mudar muito em nossas vidas. — Reclamei.

— Lira, eu gosto da ideia de casar e prometi para você que nos casaríamos. Juro que agilizarei o processo, afinal vamos viver na mesma casa. Enquanto isso, por favor, não discuta. — Justificou.

Bati um pé no chão de raiva. Eu queria estar com Borjan o mais rápido possível.

— Se discutir me verá obrigado a te instalar na casa de uma velha carola. — Ameaçou com seriedade. — Isto é sério.

— Borjan... — Suspirei e desisti de discutir.

— Não vai demorar, meu amor. Prometo. — Ele se aproximou com certa cautela.

— Tudo bem. — Concordei desgostosa da vida. — Tenho já vinte e seis anos, sou adulta, não preciso obedecer a essas regras.

— E eu sou um homem de trinta e um anos que esperou ansiosamente pela amada. — Ele pegou minha mão e beijou a palma.

Borjan soltou minha mão, cruzou os braços na frente do peito e me lançou um olhar duro.

— Pense em seu avô. — Me persuadiu.

Fiquei um pouco perdida.

— O que há com meu avô?

— Ele me penduraria pelos "bens" se soubesse que tomei você sem ter me casado antes. — Disse em tom brincalhão.

Eu ri.

— Tudo bem, Borjan. — Cedi. — Vou concordar apenas porque seu motivo é nobre.

Ele me abraçou com carinho.

— Você vai se divertir. As matronas dirão que está grávida e por esse motivo nos casaremos às pressas. — Brincou e riu. — Claro que não importa a coerência entre essa teoria e a de que sou impotente.

Ri também ao imaginar o rebuliço que minha volta causaria na vila.

— E por acaso a casa do senhor Borjan Alioth tem um quarto para esta jovem noiva? — A pergunta saiu um pouco abafada porque eu estava com a lateral do corpo encostada em seu peito.

— Claro que sim. Não apenas um quarto, a casa toda é sua, futura Senhora Alioth.

— Prefiro não usar esse sobrenome. — Fiz uma careta.

— Será impossível.

— Então prefiro usar o mínimo possível. — Retorqui.

— Tudo bem. Você quem manda, noiva. Agora, traga seu trambolho, por favor.

Peguei o baú e segui Borjan escada acima. Andamos por um corredor longo onde ficavam os quartos principais e entrei no quarto cuja porta Borjan tinha aberto. Era espaçoso, com uma cama grande de dossel e lareira apagada na qual joguei fogo e acendi imediatamente. Na verdade parecia ser um quarto feminino, pela decoração.

— Era o quarto de minha mãe. — Ele explicou.

— Adorei. — Expressei com sinceridade.

— Fico feliz por isso. — A voz de Borjan soou um pouco saudosa.

— Onde fica seu quarto? — Perguntei enquanto ele desviava o olhar para o teto.

— É melhor não contar agora. — Sorriu.

Revirei os olhos para ele e o sorriso daquele homem bonito se transformou em riso.

— Precisa de ajuda para aprontar o banho?

— Não, posso fazer isso sozinha. — Respondi meio sem vontade. A voz saiu quase como um murmúrio.

— Tudo bem. Então irei me recolher, amanhã preciso trabalhar. — Borjan beijou minha testa e ficou parado me encarando. O que ele queria?

— Se recolha também. — Pediu.

Ah, ele queria que eu fechasse a porta para não ver em qual quarto ele estaria. Bufei exasperada e bati a porta na cara dele. Não há muito para contar depois disso, apenas me banhei e caí dura sobre a cama.

Dormi como pedra.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro