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𓏲  . LIKE YOU DO . .៹♡
CAPÍTULO DOIS
─── DIAS SEM PINTURA

MÚSICA CALMA, GALHOS balançando pela janela ao vento e a leve batida da chuva é o que Juliet acordou. Por um momento, a vida foi a mesma. Nada havia mudado, nunca. Mas então, ela ouviu o chuveiro no banheiro do corredor e franziu a testa. Charlie nunca subia para nada, muito menos para tomar banho de manhã. Então, o caminhão vermelho piscou em sua mente - Bella. Não foi difícil sair da cama, e ela preenchia o tempo enquanto esperava o chuveiro para regar as plantas e até quebrar a janela. Nada se comparava ao cheiro de chuva, misturado com os pinheiros e abetos frescos a poucos metros de sua janela.

Talvez, parte de seu pensamento, Bella realmente tivesse percebido o quão lindo Washington era - e ela realmente queria morar aqui. Mas pela vida dela, Juliet não conseguia descobrir o que teria levado Bella a essa percepção. Bella gostava do sol, do calor e dos desertos secos. E Juliet... Bem, a falta de vitamina D, o amor por todas as coisas verdes e a capacidade de sentir o cheiro da chuva antes de começar eram coisas que ela valorizava. Coisas, ela sabia em seu coração, Bella nunca entenderia. Charlie era praticamente o mesmo, embora preferisse caçar e pescar às caminhadas calmas na chuva que Juliet gostava. Ainda assim, eles se entendiam.

Quando Juliet tomou banho, se vestiu e desceu para tomar um chá, Charlie já havia saído para o trabalho. Bella estava sozinha, tomando café da manhã e olhando ao redor da cozinha como se ela nunca tivesse visto antes, mesmo que não tivesse mudado desde que elas nasceram.

— Você precisa de uma carona? — Juliet ficou surpresa com a pergunta de Bella. Ela olhou, vendo sua irmã, um pouco apreensiva sentada ali.

— Oh não. — Juliet balançou a cabeça, seus olhos voltando a se concentrar em seu chá. — Eu não vou à sua escola. — Com o canto do olho, ela viu as sobrancelhas de Bella se erguerem.

— Onde você vai? — Bella questionou.

— A escola da reserva. — Juliet colocou a tampa em sua caneca de viagem, virando-se e olhando para o relógio. — Eu deveria ir, eu tenho que me encontrar com uma amiga antes da aula. — Bella parecia um peixe fora d'água, mas Juliet não tinha tempo para se preocupar com isso. Leah estaria esperando por ela do lado de fora da escola, e ela não queria deixar Leah esperando.

— O-ok. — Bella assentiu. — Eu vou sair em breve, de qualquer maneira. — Juliet assentiu, calçando as botas e pegando um dos casacos mais impermeáveis de Charlie em vez do seu.

— Estarei em casa antes do papai, já que não trabalho. — Juliet pegou seu chá e estava na porta. — Até depois Bella.

— Fiz minha redação ontem. — Leah empurrou o cabelo do rosto, olhando para Juliet enquanto ela descansava o braço no volante. — Espero que, se eu entregar mais cedo, possa evitar o projeto. — ela bufou.

— Tenho certeza que vai ficar tudo bem. — Juliet assegurou, folheando as páginas brevemente. — Você é uma ótima escritora Leah, eu ficaria surpreso se você não tirasse a nota mais alta.

— Pare. — Leah bufou, gentilmente puxando a redação das mãos de Juliet e empurrando-a para sua pasta de inglês. — E você? Como foi o trabalho?

— Foi trabalho, você sabe. — Juliet deu de ombros. — Bella chegou em casa ontem à noite.

— Certo, como é isso? — Leah não se incomodou em esconder a carranca em seu rosto, pois Juliet estava fazendo o mesmo.

— Esquisito. — Juliet inclinou a cabeça para trás, olhando para Leah. — Eu vou me acostumar com isso, eu acho. Eu só não sei por que ela está aqui.

— Aposto que é só por causa do seu pai. — Leah deu de ombros. — Já que ela está prestes a se formar no ensino médio e tudo mais. Talvez ela só quisesse algum tempo com ele antes de sair sozinha. — Juliet deu de ombros.

— Quem sabe. — suas bochechas estavam inchadas. — Tudo o que sei é que não vou a lugar nenhum. — Leah riu. — Não importa o que!

— Yeah, yeah. — Leah balançou a cabeça, observando Juliet enquanto ela se sentava e arrumava o cabelo no espelho retrovisor. — Eu também.

— Mas acima da terra cinzenta e dos espasmos de poeira gélida que flutua sem parar sobre ela, você percebe, depois de um momento, os olhos do doutor TJ Eckleburg. — Juliet leu, sua voz calma - apenas os três meninos em sua mesa podiam ouvi-la. No entanto, apenas Jake estava prestando atenção - enquanto Quil e Embry estavam brincando, planejando algo para depois da escola. A melhor parte sobre o Study Hall em La Push High era que eram todas as notas, e Juliet, Jake, Quil e Embry tiveram a sorte de conseguir o mesmo um dia por semana. Esta semana, Juliet ia ler, e Jake insistiu que ela lesse em voz alta, para que ele não tivesse que fazer seu próprio trabalho.

— Os olhos do doutor TJ Eckleburg são azuis e gigantescos... Mas seus olhos, obscurecidos um pouco por muitos dias sem pintura sob o sol e a chuva, meditam sobre o solene depósito de lixo. — Embry e Quil foram silenciados por algumas garotas, levando Juliet a guardar seu livro.

— Vamos, Jules, isso não era para você. — Jake gemeu, desesperado para ter sua desculpa de volta.

— Não, Jake. — ela suspirou, deslizando o livro azul brilhante em sua mochila. — Faça seu próprio trabalho. Você não tem matemática ou algo assim? — Jake gemeu.

— Não me lembre. — ela riu da aparência sombria dele. — Ah cale a boca.

— Ei, já terminei todas as minhas aulas de matemática obrigatórias. — ela ergueu as mãos. — É uma merda ser você, Jake. — Embry riu, ganhando outra chamada da mesa atrás dele.

— O que você está fazendo depois da escola? — Quil se inclinou sobre a mesa. — Nós vamos ter o melhor tempo, cara.

— Verificação de chuva. — Juliet bufou. — Minha irmã acabou de voltar, lembra? Meu pai quer que passemos um tempo juntos. Além disso, vou ficar Leah por um tempo de qualquer maneira.

— Ah, Leah. — Jake revirou os olhos. Juliet estendeu a mão sobre a mesa, sua mão batendo no braço dele. — Ei!

— Ela é minha melhor amiga, Jake. — Juliet franziu a testa. — Então cala a boca.

— Tudo bem, você se diverte com Leah. — Jake zombou. — Nós estaremos vivendo nossas vidas sem você. — Juliet bufou, revirando os olhos.

— Faça sua lição de casa, Jacob.

Juliet girou a chave, o ronco baixo de sua caminhonete cortando. A chuva caiu levemente em First Beach, mas Juliet não se importou. Leah, por outro lado, preferia estar dentro de casa assistindo a um filme, mas ela não estava disposta a recusar a sugestão de Juliet de um passeio depois da escola na praia. Qualquer coisa para tirá-la de casa, e ela sabia que Juliet sentia o mesmo.

— Então, o que você acha? — Juliet perguntou, com as mãos enfiadas nos bolsos enquanto navegavam pelas rochas maiores, na areia grossa. — Ou estou sonhando muito grande, de novo?

— Não, eu acho que não. — Leah balançou a cabeça, olhando para Juliet. — Honestamente, eu aposto que você pode ter sua própria livraria se você quiser. Em Seattle ou algo assim. — Juliet deu uma risadinha.

— Qual de nós está sonhando muito grande, agora? — ela bufou. — Não, eu não quero viver em Seattle. Eu odeio Seattle, você sabe disso. — Leah assentiu, uma pequena risada passando por seus lábios. — Não, eu quero ficar aqui. Não quero que nada mude.

— As coisas vão ter que mudar eventualmente, Jules. — Leah lembrou. — Você sabe disso.

— Sim, mas não tanto. — Juliet insistiu. — Se ficarmos aqui, no nosso cantinho, nada terá que mudar. — elas alcançaram o paredão do norte, forçando-os a parar. Leah levantou as mãos, empurrando-se no ar e na grande laje de concreto.

— Se você insiste, Jules. — Leah estendeu as mãos, puxando Juliet para cima e para o paredão ao lado dela.

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