A batalha chegou.

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-Ela está tentando derrubar nossos aliados. -Alec falou assim que Scott acabou de explicar tudo que sabia sobre o ataque ao pack aliado dos Hales. -Nos deixar vulneráveis.

Eles estavam no escritório de Mike. Como combinado, apenas Scott e Isaac apareceram, o que não deixava o Jones totalmente tranquilo, mas o mantinha menos tenso do que a presença de todo o pack do McCall faria.

-Os aliados de três packs, se contarmos o antigo pack Hale. -Isaac comentou de braços cruzados. 

-Não faz sentido, o que ela conseguiria atacando aliados? -Mike murmurou confuso e passou as mãos no rosto, tentando espantar o cansaço e irritação que toda aquela situação trazia.

-Nos deixar sem onde nos apoiar, sem lugar para se esconder. -Scott sugeriu. -Ela não está apenas massacrando os packs, está tomando as cidades.

-Mas ainda faria mais sentido se ela atacasse os betas. -Alec falou sentado na mesa de Mike, igual na primeira vez que o pack McCall esteve no escritório. -Betas são a força de um alfa, sem eles, ele não é um alfa, ele não tem a sua força.

-Talvez ela queira nos encurralar de novo, mas com outra estratégia. -Mike ponderou com a mão no queixo, se recostando em sua cadeira. -Se ela acabar com nossos aliados, não teremos reforços. Estaremos por conta própria.

-Então o plano dela é nos deixar vulneráveis aos poucos? -Isaac perguntou confuso.

-Ela já tentou nos atacar diretamente, agora quer tentar aos poucos, faz sentido. -Alec concordou.

-Vamos aumentar as proteções na cidade, Mia e Olivia podem fazer alguns feitiços. -Mike sugeriu. -Temos que nos manter alertas. Não sabemos até onde ela irá e quando atacará.

-Tudo bem. -Scott concordou, afinal, não era sua cidade que estava em risco. -Acho que já acabamos então.

-Sim. -Mike assentiu e o McCall segurou a mão de Isaac, se encaminhando para a porta do escritório. -E Scott, -eles se viraram. -eu falei sério ontem. Não irei permitir qualquer tipo de ameaça contra alguém do meu pack.

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2 semanas depois

Liam lia um livro sentado de pernas cruzadas no sofá, ouvindo as risadas vindo do quarto dos gêmeos. Era por volta das oito horas da noite e a boate lá embaixo estava fervendo.

Eles abriam todas as noites, mesmo com a ameaça constante de um ataque de Monroe, não queriam preocupar o povo da cidade.

Liam ouviu passos no chão, seguidos do que pareciam patas, o que o fez olhar pra entrada do corredor, onde surgiram Kyle e uma coiote caramelo.

-Oi pequena. -o beta riu enquanto Anne pulava ao seu lado, lambendo seu rosto.

Kyle parou na frente de Liam, olhando com a cabeça pendida para a barriga do beta, como se estivesse confuso.

-O que foi Ky? -o loiro perguntou confuso enquanto fazia carinho na cabeça da coiote deitada ao seu lado.

O pequeno estendeu a mão e a apoiou na barriga de Liam, os olhos ainda fixos no local.

Kyle levantou os olhos pro rosto do beta, que o encarava confuso. Kyle levou a mão ao ouvido antes de levar ao coração, a outra mão ainda encostada na barriga do gestante.

-Você tá ouvindo o coração dela? -Liam perguntou sorrindo e o pequeno coiote assentiu. -É forte né?

O Raeken assentiu sorrindo, o que fez Liam sorrir mais ainda. Em alguns dias, os poderes de Liam funcionavam normalmente, o que o permitia escutar o coração da bebê também.

Parecendo saber que recebia atenção, a filhote se mexeu, empurrando seu pé contra a mãozinha do coiote, que se assustou, dando um pulinho e arregalando os olhos.

Liam riu vendo os olhinhos acinzentados do pequeno brilhando de alegria e curiosidade.

-Acho que ela gostou de você, Ky. -Liam comentou vendo o pequeno levantar as sobrancelhas, como se perguntasse "Verdade? ".

A cada dia, Liam entendia cada vez mais as expressões e formas de agir de Kyle, conseguindo interpretar o que ele queria dizer.

Liam olhou para Anne, que tinha a cabeça pendida pro lado, o que era muito fofo em sua forma de coiote.

Anne aproximou o focinho da barriga do beta e farejou com curiosidade. Ela encostou o focinho na barriga dele e deu um pulo ao sentir a ondulação na pele, o que fez o beta rir.

-Vocês vão se dar bem. -Liam sorriu pros dois filhotes, que ele considerava como seus, porque, para seu lobo, eles eram.

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1 semana depois

-Merda. -Theo praguejou baixinho ao derrubar um copo enquanto limpava o balcão da boate.

Ele bufou e se abaixou para juntar os cacos de vidro enquanto o alfa do pack se apoiava no balcão.

-Você anda distraído. -Mike falou em um tom calmo, não julgando, mas mostrando preocupação.

-Muita coisa na cabeça. -o quimera murmurou se levantando e jogando os cacos em uma caixa de papelão, procurando a fita para a selar.

-Liam?

-Basicamente. -Theo suspirou passando a fita na caixa e tendo certeza que estava bem fechada e que as crianças não iam conseguir abrir.

-O que te preocupa? -o alfa perguntou.

-Muita coisa. -o quimera bufou e esfregou o rosto, se apoiando no balcão. -Liam vai entrar no 6° mês de gestação em alguns dias e....

-Monroe ainda está por aí. -Mike concordou. -Acredite, eu entendo.

Theo o olhou com os olhos arregalados e Mike demorou a entender o que isso tinha parecido.

-Não, Alec não tá grávido de novo, deuses não. -Mike se explicou fazendo Theo rir. -Alec me mata se eu engravidar ele antes do Luca fazer no mínimo três anos.

"Quis dizer que entendo a preocupação. Todos estamos no limite e minha maior preocupação e a de Alec é o Luca. "

-É, é como se uma bomba estivesse prestes a estourar. -Theo concordou.

-Lyra e os gêmeos ainda podem se transformar e se esconder, mas Luca nem sabe o que é ser um sobrenatural. -Mike suspirou passando as mãos no cabelo.

-Nunca vamos parar de nos preocupar né? -Theo perguntou se apoiando no balcão.

-Somos pais. -Mike riu anasalado. -Eles vão estar com 30 anos e ainda vamos nos preocupar.

Theo riu concordando e virou a cabeça ao ouvir alguém descer a escada, vendo Lyra.

-Dever me chama. -Mike brincou se afastando do balcão e pegando a filha no colo quando ela correu até ele.

Theo riu e voltou a limpar o balcão, aguçando sua audição e ouvindo as risadas de Liam, Kyle, Anne, Olivia e Louise vindas do apartamento.

É, a preocupação talvez nunca sumisse, mas ele não se importava. Eram sua família afinal.

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1 semana depois

Mike se apoiou na porta do quarto de Luca vendo Alec sentado na poltrona de amamentação, se balançando levemente enquanto Luca estava grudado em seu peito.

-Odeio quando você chega sem fazer barulho. -Alec murmurou levantando a cabeça para encarar o mate, que sorriu culpado.

-Uma mania que não consigo me livrar. -Mike fez uma carinha culpada antes de sorrir levemente. -Alguém acordou com fome, pelo jeito.

-Eu e ele. -Alec falou apoiando o queixo na mão que não segurava o filho. -Faz um sanduíche pra mim? 

-Claro. -Mike sorriu se afastando da porta, mas travou quando sua audição captou algo estranho.

Parecia o tic tac de um relógio e o alfa demorou demais para processar o que podia ser e de onde vinha o som.

Mike mais sentiu do que ouviu a explosão que veio de seu escritório no apartamento, seu corpo sendo jogado contra a parede e o fazendo bater a cabeça com força.

Ele ouviu outras explosões, mas pareciam distantes com o zumbido em seus ouvidos. Ele se levantou cambaleante, ele olhou pro lado, vendo que a poltrona que Alec estava havia virado, mas viu o beta levantando com dificuldade, Luca chorando em seus braços.

-Lyra! -Mike gritou se apoiando na porta e avançou no corredor, se apoiando na parede, o zumbido em seus ouvidos ainda muito alto.

Ele entrou no quarto da filha e a viu chorando, encolhida embaixo da cama. Ao o ver, ela correu até ele, o abraçando com força.

-Lyra? -Alec chamou, aparecendo na porta do quarto, suspirando aliviado ao ver a pequena bem.

-Temos que sair daqui. -Mike falou pegando Lyra no colo e olhando para Alec, verificando se ele e Luca estavam bem, antes de saírem do apartamento.

As outras explosões que o alfa havia ouvido eram na boate e nos apartamentos do pack. Estava tudo uma confusão. Tinha muita fumaça e destroços no andar de baixo.

-Ajuda aqui. -ele ouviu a voz de Willow gritando e correu até as escadas.

Willow, Dominic e Scarlett levantavam uma viga que havia caído em cima da perna de Celeste, que foi puxada por Mia e Olivia para longe, a mais nova chorando de dor. 

Dorian surgiu ao lado da de cabelos coloridos e mordeu o próprio pulso, o estendendo para ela, que bebeu o sangue do vampiro, sentindo sua cura agir mais rápido, sua perna começando a curar rapidamente.

-Todos bem? -Mike perguntou descendo as escadas preocupado, Alec logo atrás de si.

-Fomos pegos de surpresa, mas além da Celeste, ninguém se machucou muito. -Dominic falou, um pequeno corte em sua testa.

-Mike! -a voz de Theo chamou, fazendo o alfa se virar preocupado.

Louise e Chloe surgiram correndo com Anne e Kyle no colo, os gêmeos chorando de medo. Theo vinha logo atrás com Liam apoiado em si, o gestante tossindo demais.

-Ele se machucou? -Mike perguntou e Mia se aproximou rapidamente enquanto Theo ajudava Liam a sentar nas escadas.

-Não, mas ele inalou muita fumaça. -Theo falou preocupado enquanto Mia aproximava a mão da barriga avantajada de Liam e a magia roxa brilhava na palma de sua mão.

-A filhote está bem. -ela constatou enquanto Liam se apoiava em Theo, tentando puxar o ar normalmente. -Mas a respiração dele não tá muito boa.

-É a fumaça, precisamos tirar Liam daqui. -Mike avisou olhando em volta antes de sua audição captar armas sendo engatilhadas ao longe, mas se aproximando da boate. -Eles estão vindo.

-A porta dos fundos, agora. -Alec falou apontando para os fundos da boate.

-Consegue caminhar? -Mike perguntou para Celeste que assentiu enquanto Olivia a ajudava a levantar.

Louise e Chloe seguiram Alec enquanto Theo ajudava Liam a levantar, terminando de descer as escadas e seguindo eles. Olivia ajudava Celeste a caminhar, e elas seguiram para os fundos, seguidos por Dorian, Dominic, Willow, Scarlett e Mia.

Mike olhou para Lyra, que o encarava com medo estampado nos olhinhos azuis.

-Papai, eu tô com medo. -ela murmurou e ele a apertou contra si, seguindo pelo mesmo caminho que seu pack.

-Vai ficar tudo bem, princesa. -Mike falou tentando manter sua voz firme, mas sua própria confiança disso sumia enquanto saia para o lado de fora da boate.

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Sou má? Sou, demais.

Espero que tenham gostado e não me matem :)