‹⟨ Part 8: Ant-vida ⟩›
POV Lobo da Estepe
Do metal das caixas, o holograma cinzento, metálico com lava escorrendo por suas extremidades, surge Desaad. Com o olhar egoísta e falsamente superior característico.
—você terminou a conquista?—pergunta diretamente.
—ainda não, Desaad—dou um passo.
—então por que, me chamou aqui?
—eu trago notícias—fico ereto segurando minha arma, com meus olhos presos nele—há um Kryptoniano aqui. O último da Espécie. Ele será um desafio—seu olhar permanece estático.
—com certeza você achará um jeito de lidar com ele e talvez, até mesmo usa-lo. Um Kryptoniano é uma ótima aquisição ao exército do poderoso.
—farei como recomendado—digo sem baixar a cabeça.
—mais alguma coisa?
—sim—respondo, prestes a continuar—antes do poderoso Darkside assumir o trono, ele desbravou os universos, em busca da arma suprema: a Equação Ant-vida. A chave para controlar toda a vida e toda a vontade por todo o multiverso—digo firme em minhas palavras, com a sombrancelha arqueadas serrando minha face—ele achou escondida em planeta primitivo, mas antes de...—movo levemente meu braço, na intenção de continuar meu prólogo.
—a história da desobediência, é conhecida—sou cortado por sua fala.
—eu achei o tal planeta primitivo—com força, cravo meu machado no chão. Caminho me aproximando dele ficando com pouca distância entre nós—o mundo que revidou!—ergo o punho direito, o encarando com a cabeça levantada—é a terra!—digo baixando o punho e acenando a cabeça levemente—a Equação Ant-vida está marcada na superfície desse mundo em que eu estou—abro as mãos, encenando o que quero dizer. O encaro esperando uma resposta.
—ahhhh...—solta um suspiro para fora, um suspiro áspero—.....—dá uma breve pausa—tem certeza?—finalmente fala, buscando a confirmação.
—eu já vi, eu já vi com os meus olhos—reforço. Seus olhos se fecham.
—Domine...—começa a dizer palavras indecifráveis para mim.
—a Ant-vida.
—Qui infernum... Conflige, laventi indulgi morte—continua suas palavras. Os Parademônios Demônios se alinham em filas e se aproximam, alguns sobrevoando. Eles se aproxima, esperando por algo, por alguém... Sinto meu peito se retorcer e meu coração acelerar—simmmmmm....—prolonga a palavra em áspero e arranhando, assustador sussurro. De repente, ele se vai, sumindo do holograma, com a grande placa de ferro voltando ao seu normal.
Meu olhar cai nos Parademônios, observando seu comportamento. Os que antes voavam, pousam se desarmando e se ajoelhando diretamente, como se sentisse o que ou quem está por vir. Todos começam a fazer tal ato, todos, sem exceção, todos os soldados de Apokolips, todos os Parademônios começam a se ajoelhar de cabeça baixa, encarando o piso frio e escuro do concreto da base. Agem em profundo respeito e temor pelo que está por vir. Volto a encarar onde estava o holograma de Desaad.
A placa de metal começa a se moldar, se transformar em uma figura. Os olhos em chamas surgem junto do torso e o resto, seus grandes músculos e presença forte. O holograma termina de se formar. Ele surge em toda a sua glória, com o olhar sério e altamente ameaçador, somente por sua presença.
Minha boca se abre mas nada saí, meu coração parece que irá saltar para fora de meu corpo, minha respiração ofega e um arrepio, um enorme e poderoso arrepio surge em minha espinha. Me afasto de sua figura, com minha armadura recolhendo o capacete. Minhas pernas tremem e ficam fracas, caiu de joelhos, automaticamente, sem pensar. Recolho toda a minha armadura do tronco para cima. Com minha expressão de respeito e temor, ainda com a boca aberta. Sinto toda sua glória.
—mi lorde...
Finalmente digo algo, e rapidamente sem perder tempo, sem qualquer intensão de desrespeita-lo, abaixo a cabeça para o glorioso e poderoso Darkside presente.
—humm Lobo da Estepe....—sua gloriosa voz, grossa, potente, que impõe respeito é liberada. Meu corpo treme a cada palavra dita.
—mi lorde, eu sou vosso humilde servo—digo da forma mais respeitosa possível.
—é mesmo verdade que você achou?
—achei, ó, grandioso! O mundo perdido, é a terra!—ergo cautelosamente meu torso e pescoço, com meu olhar finalmente se erguendo e encarando toda sua glória—a Ant-vida, está aqui—seu pescoço se abaixa, levando o olhar a mim.
Por um momento, ele fica em silêncio e isso, isso me aterroriza. Não dá para saber nada o que passa em sua mente. Ele é um enigma. Mas, seja o que for, ouvirei com a maior de minha atenção e respeito.
—se é redenção que você quer, encontre a terceira caixa, sincronize a unidade—seu grande punho se fecha—e quando o mundo estiver em chamas eu irei buscar meu grande prêmio—minha boca se abre buscando ar para dizer minhas próximas palavras.
—mi lorde virá à terra?—pergunto sentindo um grande aperto em meu peito.
—eu já transformei 100 mil mundos em poeira!—fecha o punho esquerdo novamente, mas desta vez, com mais força e vigor—á procura da Ant-vida, em busca dos que roubaram a minha glória! Eu vou pisar nos ossos deles! E me banhar no brilho da Ant-vida!—levanta o torso, abrindo os braços gloriosamente—e toda a existência, vai. ser. minha!—volta a encarar-me com o olhar de um Deus, o olhar que põe medo em mundos que já fora extintos pelo seu grande poder.
Escuto todas as umas palavras com uma enorme admiração tomando meu peito.
—assim será...—digo passivamente—... Meu mestre—abaixo o torso, levando meus olhos para o piso.
POV Narrador
Os heróis trajados em suas roupas de civis, descem da van de coloração azul marinho, se encontrando no prédio abandonado das indústrias Wayne, uma base formada, uma das muito espalhadas pelo cidade modificadas pelo próprio Batman.
Arthur e Victor são os últimos a descer, enquanto o resto se junta numa mesa no centro. Victor observa a Flyn Fox parada, a grande nave projetada por Bruce.
—ela quer voar...
Atrás dele, Arthur levanta a sombrancelha e encara, levando o olhar entre Victor e o protótipo de transportador.
—você fala com máquinas?
—falo com a inteligência. Ela disse que não consegue voar por causa de um problema no software, mas com um pouquinho de tempo, eu consigo concertar—ele segura a caixa em uma das mãos e caminha para se juntar aos outros.
—tá, né...—Arthur chega a conclusão que todos ali deveriam estar num hospício, incluindo ele próprio.
O de cabelos longos se junta nos que estão reunidos ao redor da mesa.
—por fora esse lugar parece um prédio abandonado, mas por dentro... Uau!—Barry expressa sua admiração e alegria—fez um ótimo trabalho, senhor Wayne—manda um joinha com o polegar para Bruce, que acena em retribuição, mas sem um sorriso se quer nos lábios.
A expressão dele muda para mais firmeza. Encara a caixa sendo posta acima da mesa metálica. Ele cruza os braços.
—temos a última—diz alto e em bom tom.
—sim—Diana se manifesta, encarando igualmente de braços cruzados, ao lado de Bruce.
Os olhos dos dois se encontram brevemente.
—e agora?—o rei de Atlântida se senta na mesa, lançando a pergunta.
—não podemos deixar o Lobo da Estepe por as mãos nela—diz Clark, com as mãos no bolso de seu casaco.
—tá e depois? Não da pra esconder para sempre, eles vão achar uma hora ou outra—responde com sua certeza.
—estou ligado a rede. Eles só sentem a caixa mas não conseguem acha-la caso ela não acorde—Victor entra na discussão—temos que continuar nos movimentando.
—não—Bruce intervém—isso não é uma vitória, é só um jeito para perder devagar.
—o gente!—a atenção de todos são levadas à Barry—não dá pra destruir? Tipo, um lança chamas? Derreter até virar nada?—questiona.
—fogo não destrói as caixas. Elas gostam de calor. Absorvem e armazenam no núcleo, se transformando na coisa mais quente do planeta—Ciborgue prontamente explica.
—você sabe bastante sobre as caixas, né não?—Arthur se levanta, ficando ereto.
—o que quer dizer com isso?
—ué. Você pode tá com eles. De repente aparece com essa caixa sabendo de tudo sobre ela—move o pescoço levemente, encarando Victor no mais profundo de seus olhos, mordendo os dentes por trás dos lábios.
A expressão de Arthur se prende séria.
—onde conseguiu a Caixa, Victor?—o olhar de Bruce caí sobre ele também. E esse sim, é o olhar que ele sente um arrepio desconfortável.
É um olhar neutro, sem emoção e indecifrável para todos naquele recinto. O ex jogador de futebol suspira, fechando os olhos brevemente.
—é uma história longa.
—eu não tenho nada marcado. Você tem?—as falas de Arthur o atingem como laser, atingindo em cheio com um toque de sarcasmo e deboche.
Victor devolve o olhar, mas diferente, com sua paciência diminuindo com o Atlanti. Ele queria poder arremessa-lo pela parede, para longe. Espanta esses pensamentos e move a cabeça, com o centro da mesa como seu alvo. Da sua testa, um holograma atinge a superfície metálica, criando estruturas imersivas.
—a caixa foi encontrada pelos nazistas no final da segunda guerra mundial, enterrado num hospedo italiano. Os aliados interceptaram num comboio à caminho de Hitler. Trouxeram pros Estados Unidos em 44. Objeto desconhecido P26.980. Ficou juntando poeira nos arquivos do pentágono por anos. Até o departamento de defesa estudar as naves Kryptonianas. Um cientista dos S.T.A.R lebs fez a ligação entre as naves, e o objeto P26.980. Ele entendeu que os dois eram tecnologia alienígena. Civilizações diferentes, qualidades semelhantes. Mesmo que ela tenha dormido por milhares de anos, o cientista formulou uma teoria de como acorda-la. E conseguiu—faz uma pausa, buscando formas de falar sobre o que passou—eu sofri um acidente que devia ter me matado. Mas num ato de desespero, ou loucura, o cientista canalizou o poder da Caixa Materna. Ele liberou uma tecnologia alienígena que não conhecia direito. Usou esse poder pra me manter vivo. Vivo, mas nessa forma—diz com um tom áspero no final. Revolta, de certa forma—a caixa voltou a dormir, mas ele não devolveu. O cientista era Sillas Stone. Meu pai—o holograma mostrava todas a imagens projetadas diretamente de sua mente. Logo após sua última palavra, o desliga.
Todos ouviram, com a maior das atenções. Principalmente Bruce.
—seu pai fez isso com você?!—Barry ainda tenta processar a situação, que é tensa. Ele imagina como deve estar a relação deles e sente por isso, sente muito e compartilha de empatia.
—ele usou a caixa Materna em você. A forçou à acordar—diz Bruce.
O olhar pensante de Diana é elevado ele, e depois aos outros. Ela descobriu como Lobo da Estepe chegou até aqui. À princípio, era uma dívida, muitas teorias mas nenhuma respostas certeira. Agora, ela sabe.
—o Lobo da Estepe foi chamado para cá depois do despertar de uma das três caixas, e foi a caixa do meu povo. Mas, ela foi acordada também e foi pela caixa que seu pai tinha—aponta para Victor. Continua sua fala—depois de ser forçada à despertar, mesmo com a pouca energia e forças que tinha, ela mandou um sinal para suas irmãs. Uma delas acordou e chamou o monstro pra cá.
Todos ficam em silêncio e mergulhados em seus pensamentos, buscando respostas para tudo, tudo isso. Impossível descrever. A salvação de uma vida, pode ser a morte de tantas outras. O desespero de um pai, pode ser o desespero de outros....
—mas como a caixa te salvou?—Clark quebra o silêncio, se questionando e questionando Victor.
—é—Barry demonstra ter a mesma dúvida—tipo, essas coisas não são máquinas homicidas assassinas?
—as caixas não são assim. Elas não tem lado. Não vêem diferença entre dor ou prazer, vida ou morte. São usadas conforme seu portador. Podem destruir tanto quando reconstituir.
—reconstituir?—Diana levanta a sombrancelha.
—as caixas modificam tanto quanto reconstroem moléculas. Podendo transformar ou reconstituir um planeta. Como uma casa em chamas. Ela foi destruída, mas suas moléculas ainda estão na fumaça.
—e delas, uma nova casa pode surgir—Barry compreende.
Todos compreendem e seus olhos encaram o objeto no centro deles.
—alguém com um fósforo...—Arthur começa.
—... Pode fazer uma casa virar fumaça...—Bruce continua.
—... E a pessoa que tem uma caixa Materna...—diz a amazona.
—... Pode fazer a fumaça...—Barry continua a fala.
—... Voltar à ser uma casa—Clark termina.
Todos mantém os olhares presos, analíticos, na Caixa Materna.
—exato.
Depois de alguns minutos, os heróis estão distribuídos pelo lugar, mergulhados em seus pensamentos buscando formas de vencer o desfio que enfrentam e recuperando suas forças para um iminente novo encontro com o inimigo.
Bruce se encaminha para uma porta de ferro, entrando num escritório, onde há um novo traje que está sendo projetado por ele. Um traje tático com placas cobrindo o tecido. Esse tem o objetivo de deixá-lo mais rápido, forte, ágil e melhor resistência.
O escritório não é comum, tem uma poltrona e uma mesinha, com vários equipamentos sobre uma mesa larga retangular de cor preta. Ele retira sua camisa, expondo seus músculos altamente definidos, tanto frontais quanto traseiros. Seu corpo marcado por roxos e cicatrizes, marcas resultantes de nove anos de luta. Ele coloca uma nova camisa, preta de manga comprida. Sua atenção se volta para o traje, onde ele faz mais ajustes, adicionando os novos braceletes desenvolvidos. Gosta de ficar sozinho em momentos como esses. O impede de perder controle. Nos seus primeiros anos no combate ao crime, ele tinha mais convívio. Mas depois, depois de anos nessa luta, cicatrizes foram feitas. Inimigos foram criados. Um em específico, o machucou bastante, quebrou o Batman, esse, o fez sofrer. E ele se controla para não perder o controle, pois toda hora, ele está perto disso, mas mantém sua luta firme. Mesmo essas dores o atormentando, mesmo essa dor em específico, mesmo que o monstro ainda o siga por onde for. O Batman sempre vai estar com ele.
Do lado de fora, sentada em uma cadeira em frente ao computador, Diana pensa sobre soluções. Arthur se senta numa mesa perto dela. Retira do bolso do casaco um cantil com Whisky. Ele toma um gole e oferece para a mulher.
—não, obrigada—nega gentilmente. O homem da de ombros e da mais um gole antes de guardar—é estranho um Atlanti e um Amazona juntos. Nossos povos não se comunicam a eras. Depois de diversas guerras... Nunca teve nenhum contato.
—eu, eu tô meio por fora dessas histórias—diz dando de ombros. Sobe o olhar para o nada e suspirando—eu me tornei rei muito recentemente. Faz poucos meses. De cara tive que impedir meu irmão de destruir o mundo da superfície, tive que prende-lo e logo depois fiquei sabendo da Caixa Materna e que tinha que protegê-la. Não tive nem tempo de ficar na minha ou me acostumar com minha nova vida e logo fui arrastado para mais isso. Salvar o mundo outra vez—a mulher o entende.
Suspira soltando o ar para fora. Ela mantém o olhar calmo. Balança levemente a cabeça.
—todos temos nossas batalhas... Eu tentei também, fugir e ficar sozinha, mas descobri que essa não é a solução. E ficar junto de outros, próximos a nós, é muito melhor do que ficar remoendo um sentimento que não trará alívio a ninguém—os dois encontram seus olhos, entendendo o sentimento que cada um vivenciou.
De todos, talvez estes dois, sejam os únicos com vivências e histórias parecidas. Os dois tem dificuldades em lidar com seus povos. Dificuldade em se acostumar e encontrar um lugar na qual se encaixem e se sintam bem. Estranhos em busca de entendimento.
Do outro lado da sala, Ciborgue analisa hologramas sobre a estrutura da caixa Materna. Buscando alguma pista, alguma falha na rede das caixas que posso deixar escapar algum sinal de sua localização. As caixas se comunicam, sentem uma a outra, mesmo estando dormindo, mas não conseguem se achar, apenas sentir. E nessa conexão, Victor busca algum sinal delas.
Em outra parte Barry se aproxima de Clark que acaba de terminar uma ligação com Lois, se despedindo e mandando beijos.
—o-oi...—o cumprimenta nervoso.
—oi—Clark sorri gentil.
Os dois se sentam lado a lado, em duas cadeiras. Clark retira seus óculos e começa a limpa-lo com um paninho de tecido sensível e macio. Barry bate os pés nervosos e seu coração se acelera com os dentes rangendo. O homem ao lado do garoto de 26 anos ri consigo mesmo, sentindo e ouvindo todas as sensações que o garoto sente. Ele resolve tomar a primeira atitude, na intenção de deixar o garoto mais calmo e confortável.
—então, você é rápido, né?—para o que faz e entrega sua atenção ao garoto.
Ele é pego de surpresa, pois estava tomando coragem pra iniciar uma conversa com o grande super herói da terra.
—é, é, é... Você também, né?! Tipo, além de todos os outros poderes. Eu fui atingido por um raio e você...
—alienígena—responde divertido—é, vim de outro planeta. E logo na primeira vez que me revelei, tive que salvar o mundo de uma invasão igualmente alienígena.
—eu tive que lidar com um maníaco homicida que queria se vingar de mim por algo que eu fiz no futuro—diz com tranquilidade.
Clark levanta uma sombrancelha e ri divertido.
—uau... Que coisa louca!—ri do jeito que o garoto explicou, não do assunto em si—bom, você é rápido e eu sou rápido, quem sabe um dia não competimos para ver quem ganha.
—sério?!—se anima—eu vou adorar, sério!—a conversa esfria e um silêncio corre entre eles—sabe, eu nunca me imaginei nessas situações. Eu cheguei a pensar que ficaria na minha cidade, resolvendo os problemas dela, não com a Mulher Maravilha, o Batman ou o Superman... É bastante coisa.
—entendo. Deve ser bem confuso. Mas você vai ficar bem, porque...
Sua fala é interrompida por algo que sua super audição capta.
—Super? Você tá bem?—questiona.
Sem falar nada, Clark voa dali, em grande velocidade, causando uma explosão no ar. Todos na sala encaram a situação.
—onde ele foi?—Arthur se aproxima.
—sei não hein.
—deve ter ido salvar um gatinho da árvore—retira seu Whisky do bolso e toma um gole.
Já vestido com seu traje, Superman voa para o alto, em meio as nuvens, usando seus sentidos para rastrear o barulho dos gritos de pessoas.
—socorro! Por favor! Por favor! Deixe-nos ir!!
—mamãe! Eu to com medo!
Ao captar o sinal e sua localização, ele parte em velocidade cortando os céus iluminados pelo por do sol dourado.
Ele parte para uma área isolada de Metrópolis, onde há uma estação de trem que foi abandonada devido a invasão de Metrópolis em 2013. A estrutura ficou altamente danificada e sem restauração, então o prefeito da cidade apoiado pelo governo e as empresas privadas Lexcorp e Indústrias Wayne ajudaram na construção da nova estação de trem, que fica no centro da cidade.
Pousa no piso, com cuidado para não ocorrer estrondos que possam causar qualquer dano na estrutura fraca que pode derruba-la por inteiro.
Com a capa se arrastando levemente no chão, caminha descendo as escadas da entrada. Percorre o caminho até a linha de trem mais próxima, com o silêncio agudo e a escuridão dominando o lugar. As pilastras apresentam rachaduras e pequenos grãos de concreto pingam de suas extremidades.
Ele voa pelo túnel, seguindo a direção de onde vinham inicialmente as vozes.
Encontra uma parede de rochas amontoadas tampando parcialmente o caminho do túnel. Avista uma pequena passagem no lado esquerdo. Passa por ela e do outro lado, encontra uma mãe e sua filha pequena abraçada nela.
—vocês estão bem?—se aproxima.
—ah, graças a Deus, obrigada, Superman!—a mulher corre se aproximando.
—como vieram parar aqui?
—um monstro veio voando e nos arrastou para cá!
—como era esse monstro?—pergunta ligando seu alerta.
—eu não sei! Olhos vermelhos, asas de besouro... Muito estranho!
Do fundo túnel, sua audição capta os gritos e grunhidos de Parademônios.
—vão! Saiam daqui! Não fiquem nesse lugar!—a mulher se retira às pressas com a filha no colo.
Clark encara a escuridão do fim do túnel e parte voando na direção, com o escuro o tomando por completo. De repente é atingindo por um golpe em suas costas, acompanhado de um grito.
—GRRRAAAAHHH!!!
—ah!—se vira destruindo o Parademônio com sua visão de calor.
Ao se virar, percebe uma dúzia se aproximando. Seus olhos brilham em vermelho. O laser é disparado atingindo um a um, os cortando ao meio e fatiando. Voa, os atingindo com tamanha força que seus corpos explodem. Agarra um dos monstros pelo pescoço e usa o laser em sua cabeça, atira o corpo para longe.
Um tubo de explosão se abre ali e o resto de monstros vivos voam por ele, fugindo de seu agressor. Sem pensar e agindo altamente por impulso, Superman parte os seguindo pelo portal. O tubo se fecha.
Na base dos heróis, eles se reúnem impacientes e perguntando uns aos outros a demora do Kryptoniano.
—ele saiu à quanto tempo?—Bruce pergunta já entre eles.
—não faz muito tempo, mas mesmo assim!—Barry responde.
—ele já devia ter voltado—Diana leva o olhar para o líder de equipe.
Bruce caminha até os computadores e começa a acessar as câmeras de segurança da cidade, buscando os borrões marcados que possam voar pelo céu. A velocidade do Superman é alta demais, sendo difícil para as imagens registrarem, mas não impossível.
O tubo de explosão se abre em local desconhecido para Clark. Pousa no chão dobrando os joelhos, com o assoalho se rachando. Se levanta ouvindo os vários gritos de Parademônios, sobrevoando o local e agarrados às grandes paredes da torre de usina. Os olhos azuis do Kryptoniano navegam pelas paredes, vendo a estrutura alienígena montada e o campo de força vermelho que cobre toda a cidade abandonada.
No final da passarela de rocha alienígena, com iluminações quentes e amarelas, surge Logo da Estepe de peito estufado com seu machado em mãos. Os punhos de Clark se fecham e se prepara para voar contra o inimigo. Antes que ele possa tomar qualquer atitude, uma energia anormal agarra seus braços e pernas. Seu corpo é puxado para trás. Tenta se soltar mas qualquer tentativa é inútil. A movimentação para, seu rosto se levanta e percebe que quem o prendeu, na verdade, foram as Caixas Maternas, que cospem uma energia alaranjada e amarelada, emitindo sons e vibrações. Superman é forçado a ficar de joelhos pela força das caixas, com as duas mãos para trás.
—ah!—o poder das caixas percorrem suas costas, impossibilitando grande movimentação. Elas são bastante poderosas juntas.
Passos pesados e profundos são ouvidos e logo um corpo gigante para ao seu lado, de armadura prateada.
—encare-a—as mãos grotescas de sete dedos pousam sobre a cabeça de Clark, o forçando com o olhar diretamente para os objetos quadrados.
Dois tentáculos enérgicos surgem da caixa do meio, dançando no ar logo antes de se grudarem nos olhos do Kryptoniano.
—aaahhh!!!—seu cérebro começa a ser bombardeado, uma dor percorre seu esqueleto. Suas veias saltam, iluminadas pelo poder da Caixa Materna—AAAAHHHH!!!!!
—vejaaaa....!!
POV Clark
O zumbido em meus ouvidos para e me encontro na mesa de madeira, uma mesa muito familiar.... Olho ao redor na casa simples e acolhedora, sinto o cheiro doce de café navegando pelo ar.
Me causa uma sensação boa, calmaria, paz... A chaleira que ferve a água apita em fogo baixo. Ouço o cantar dos passarinhos do lado de fora. Caminho para a saída da casa, arrastando minha capa vermelha enquanto desço as escadas. Vejo a fazenda rodeada pela plantação de milho e o moinho de vento tão familiar, o celeiro onde descobri minha origem, onde meu pai me contou como me encontraram naquela noite. Saudades, pai...
Sorrio inalando o ar, de olhos fechados Caminho pela grama verde, chegando até o campo de milho. Toco suas folhas, com cuidado e delicadeza. É bom sentir isso. É bom estar aqui...
—Clark?
Me viro na direção de onde a voz feminina veio.
—Lois? Lois!
Corro até ela, com seus braços se prendendo em minha cintura enquanto sua cabeça pousa em meu peito. Meu coração se acalma quando a sinto, quando a sinto ao meu lado.
—que bom que você veio—desfazemos o ato, mas mantemos nossas mãos em contato—agora podemos enterrar eles.
—eles?—questiono estranhando.
A mulher ruiva levanta uma sombrancelha.
—é... Eles—move o corpo estendendo a mão, mostrando a colina ao longe no campo.
Dou passos lentos, me afastando um pouco dela. Ao longe subindo uma colina na direção do cemitério, está um grupo de várias pessoas vestindo preto e cabisbaixos. Há no meio delas cinco caixões sendo levados e acompanhados.
—quem são?—volto o olhar para Lois.
—ora—sua expressão muda e estranha mais ainda—Clark, onde você está com a cabeça? São...
De repente um estrondo faz a terra tremer e nos derruba no chão.
—ah!
A terra treme e racha, meu olhar é levado para o horizonte de onde veio o grande barulho. Nós céus doutorados do por do sol dourado, surge uma estrutura alienígena sobrevoando a terra. A terra abaixo se abre, de dentro para fora com a chama do planeta sendo puxada, navegando para dentro daquela nave de outro mundo.
A nave começa a emitir sons estranhos, de metais se batendo e estalando. De repente, as chamas são lançadas de volta, com elas devorando tudo por onde passam.
—LOIS!!
—CLARK!!
Vôo como relâmpago na sua direção a abraçando e usando meu corpo para protegê-la. A abraço, a cobrindo por inteiro. As chamas passam por nós e aguento tudo, tudo por ela.
As chamas sessão e abro meus olhos, olhando ao redor, com tudo destruído e revirado, um mundo transformado em fogo e morte. O sol parece mais próximo da terra, sendo gigantesco. Levo o olhar para Lois em meus braços....
Meu coração se acelera e parece explodir dentro de mim. Meus dedos tremem e meus joelhos fraquejam caindo por terra. Meus olhos transbordam com lágrimas descendo pelo meu rosto. Meus dedos percorrem seu esqueleto queimado e restos de carnes carbonizados, observando a escuridão em seus olhos inexistentes. Sua mão vai para o chão, ainda em meus braços. Percebo também a mudança no meu traje, antes num azul vivo, agora, um preto morto....
Meus olhos começam a queimar durante a queda de lágrimas.
—AAAAAAAAAAAHHHHHHH!!!—disparo toda minha fúria para o horizonte e terra, em laser vermelho que destrói o restante do mundo.
Continuo chorando sem controle, encarando o céu de olhos fechados. Fico de pé. Quando abro meus olhos, seus restos mortais não estão mais em meus braços. Não há nada. Em compensação, abaixo de mim, a terra transformou-se em crânios sobrepostos um em cima do outro. Fico sobres eles.
Meu coração se desespera mais ainda. Tento me afastar, mas toda a terra está coberta por crânios. Me desespero assim que percebo minha pernas sendo puxadas. Sou sugado como se estivesse numa areia movediça. É sem controle. Tento nadar ou me puxar para a superfície, mas sou fraco nisso, não consigo
—nãooo! Nãoo! Não! Não! Não! Não! NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOO!!!
Toda minha visão é apagada quando finalmente sou engolido pela morte e desespero da terra. Tudo morreu, comigo estando no topo disso. Essa é a sensação que tenho. E eu, só consigo ter medo disso, disso tudo. Medo.
[...]
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